Instinto Secreto escrita por Lucy


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Hey galera! Aqui está o segundo capítulo!
Divirtam-se e uma boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/242763/chapter/2

Agradeci a ele e entrei no dormitório. Indo direto para cama, ao chegar ao meu quarto.

Acordei com o despertador tocando. Eram cinco da tarde, e eu precisava levantar. As três aulas, as primeiras do dia, seriam do guardião Belikov. Isso é que dar, ser um aprendiz. Você se lasca. Já estava prevendo minhas dores nas costas quando voltasse mais tarde. Levantei-me, tomei banho, e coloquei logo a roupa do treinamento, colocando na mochila outra muda de roupa. Saí em passos apressados pelo corredor da Academia, rumo ao refeitório.

-Rose! – Gritou Eddie. Ao me virar o vejo correndo em minha direção. Paro e espero por ele. Apesar do que tinha acontecido, ele ainda era meu amigo. Ele passa o braço pela minha cintura e passo meu braço em volta da cintura dele. – Dei-me sua mochila. – Sempre cavalheiro. Entreguei-lhe minha mochila e ele colocou-a sobre os ombros. – Está indo para o treinamento? – Perguntou ele, olhando-me.

-Aham. Praticamente o dia todo de treinamento. Estarei acabada no fim do dia. Pena que você não é da minha turma. O novo professor tem jeito de ser durão e ainda disse que todas as aulas dele seriam lá no centro. Você o viu? – Perguntei.

-Guardião Belikov, não é? – Concordei – Escutei por aí, que ele é considerado um dos melhores guardiões, como sua mãe. – Todo mundo daquela Academia me cobrava aquilo “ser como minha mãe”, principalmente os professores.

-Só podia. Ela foi mentora dele.

-Uau! Só posso te desejar boa sorte Hathaway!

Revirei os olhos. Continuamos a andar, agora em silêncio. Ao chegarmos ao refeitório encontramos com Lissa e Christian. Dei um “oi” e fui buscar a minha comida. Já estava atrasada. Fui à mesa com a comida na boca acenei um “tchau”, passei a mochila para os ombros e fui a passos rápidos, quase correndo para o centro de treinamento, que ainda tinha gente chegando, mas quando entrei parecia que era a última.

-Não tolero atrasos. – Disse uma voz atrás de mim, fechando o portão. Ah que maravilha! Segundo dia de aula, atrasada e provavelmente com uma advertência por atraso.

-Desculpe-me Guardião Belikov. Não irá acontecer novamente. – Continuei parada no meu lugar esperando mais bronca, mas ele continuou andando em direção aos outros e em direção aos equipamentos.

-E isso não é apenas para a Srta. Hathaway – Disse sério. – Aqueles que chegaram atrasados, sabem disso. Fazendo-me esperar. Não tolero atrasos. Fiquem logo sabendo, que quem chegar atrasado a minhas aulas, um minuto que seja não entrará no centro. – Disse ele, andando entre os alunos que estavam todos tensos. Eu permanecia parada, perto da entrada, observando. – Então, vamos deixar de papo e começar o trabalho. Como vocês não tinham muito treinamento prático, vamos começar com um exercício leve. Revezem-se nos equipamentos de pernas e braços. Todos têm que usar todos os equipamentos, tanto pernas quanto braços. E quando acabarmos, cem abdominais para relaxar. – Todos olhavam descrentes para Dimitri. – O que estão fazendo parados? O tempo corre. Agilizem. – Parecia que todos tinham saído de um transe. Logo, os alunos se mexeram e todos os equipamentos estavam ocupados. Fui para perto de uns colegas meus e comecei a alongar. Quem sabe o estrago no fim do dia fosse menor?

Era a quarta aula. Ainda teria a quinta e finalmente última aula. Sem mencionar que eu não conseguia andar, não podia nem prender o cabelo. Todo o meu corpo doía, e muito. Tínhamos acabado o treinamento e agora estávamos nas abdominais, quer dizer, éramos para estar fazendo, mas todo mundo estava deitado em um ponto da quadra, gemendo, uns até dormindo. Só estávamos assim, pois Dimitri tinha saído do centro, para falar com um dos professores.

-Vocês estão liberados – Disse entrando no centro. Nunca vi tanta agilidade da parte dos alunos, que há pouco tempo estavam morrendo. Todos levantaram, pegaram suas coisas e correram portão afora. Se eu conseguisse, teria feito o mesmo. Mas como eu não conseguia, permaneci deitada, olhando para o teto. Pensando no quanto meu professor era gostoso e maligno.

-Está tudo bem Hathaway? – Aí estava ele.

-Não. – Pude escutar sua risada.

-Você vai se acostumar. Você não tem aula agora?

-Se eu conseguisse levantar, talvez eu pudesse ir.

-Me dê sua perna – Disse ele. Levantei a cabeça para poder olhar para ele, que estava parado na minha frente – Vou alongar para você. Vai se sentir um pouco melhor. – Levantei a perna com grande esforço e ele pegou no meu tornozelo. Um arrepio percorreu meu corpo. Ele esticou completamente minha perna, segurando meu pé que estava apoiado em seu peito. Repetiu o “processo” na outra perna. A rigidez ainda estava lá, mas tinha melhorado bastante. Ele soltou minha perna e estendeu a mão para me ajudar a levantar. Aceitei e levantei, gemendo de dor - Você precisa melhorar o seu preparo físico.

-Eu percebi isso hoje. Obrigada pela ajuda com a perna. Tenho que correr agora – Peguei a mochila e saí do centro, mas lerda que tartaruga. Acenei para Dimitri que acenou de volta.

Não fui para a outra aula, as dores não deixaram. Sendo assim saí do centro e fui direto para o meu quarto. Tomei um banho bem demorado e deitei na cama, depois de tomar uma aspirina.

Acordei do meu cochilo com o celular tocando. Era Lissa.

-Que foi? – Perguntei ainda sonolenta, virando-me na cama.

-Onde você está? Vai perder o jantar! – Disse ela. Sinceramente, eu não estava com fome. As dores ainda se apoderavam do meu corpo.

-Se eu conseguisse me levantar eu iria comer. Meu corpo inteiro dói. – Choraminguei ao telefone.

-Quer que eu leve algo para você comer? Posso dar um jeito...

-Bem gorduroso de preferência, por favor – Falei e desliguei. Ai meu corpo! E em pensar que essa tortura estava apenas começando, me deixava com mais dor ainda. Era apenas o primeiro dia de treinamento, de muitos! Forcei meus músculos a se moverem, e tomei outra aspirina para ver se aquela dor abandonava meu corpo.

Não demorou muito, depois da ligação, para Lissa chegar ao meu quarto, acompanhada de Eddie.

-Ué, cadê seu guarda-costas? – Perguntei pegando o pacote que estava em suas mãos, enquanto eles entravam. Sentei em minha cama, enquanto eles arrumavam um lugar para sentar.

-Muito engraçada. Christian não pode vir, ainda vai ter aula – Disse ela, meio triste.

-Aula? Se eu fosse você, começava a checar isso aí hein – Disse, mordendo o sanduíche que ela tinha trazido. Ela me olhou séria e ignorou minha piadinha. – E você Eddie? Não teve treino hoje? Parece inteiro... – Ele sorriu.

-Tive treino sim, mas ao contrário de você, meu professor não é igual ao Belikov, e eu estou com o preparo físico em dia – Disse ele. Uau, essa doeu.

-Ah claro. – Terminei de comer enquanto eles falavam do dia deles, até que eles resolveram me colocar na conversa.

-E o seu dia Rose? – Perguntou Lissa.

-Não está vendo a minha situação, trágica? O cara pega pesado no treinamento, sem contar que passei as férias parada. Mas eu vou me recuperar rápido, vocês irão ver. – Eles me olharam sérios, e concordaram com a cabeça; Já estava tarde, então eles se despediram e foram para seus quartos.

-Nos vemos amanhã – Disse Lissa, e seguiu pelo corredor. Assim que eles saíram voltei a me deitar na cama. O corpo ainda necessitava de um pouco mais de descanso. Aposto que amanhã seria bem pior.

- - -

Estávamos na Academia já há dois meses. As aulas e os treinamentos continuavam intensos. Nesse meio tempo eu consegui recuperar meu preparo físico, e já não ficava com tantas dores, após os treinamentos, isso não significa que elas tinham me abandonado por completo. Belikov continuava impassível quando o assunto era matar Strigois, quer dizer, atacar bonecos que eram simulados para ser Strigoi... Tínhamos combate direto entre nós mesmos, e o professor tinha inventado de fazer um teste, porém este, só seria no mês que vem, quando completássemos três meses de treinamento pesado. Esse teste era o mais temido por todos, pois de acordo com Dimitri, nós teríamos que enfrenta-lo em um combate direto. Isso dava medo em qualquer um.

Estava andando pelos corredores da Academia rumo ao dormitório Moroi, iria encontrar com Lissa, pois combinamos que ela iria me ajudar com a roupa do baile de gala da Rainha Tatiana. Era dia de me fazer de boneca.

Quando cheguei bastou bater a porta uma única vez, e ela já me puxou para dentro. O quarto tinha praticamente se transformado em uma loja do shopping. Vestidos, separados por cores estavam sobre sua cama. Em cima da escrivaninha todo o tipo de maquiagem. E o chão estava habitado por todos os tipos imagináveis de sapatos altos.

-Uau. Você vai me vestir ou me torturar?  - Perguntei, tentando parecer o mais assustada possível.

-Rose, temos que estar perfeitas essa noite. Afinal de contas é a Rainha que vem para a Academia.

-Dane-se a rainha, pouco me importo. Por mim, ficaria comendo chocolate o dia inteiro no meu quarto.

-Mas você não pode fazer isso. E vai ser condescendente comigo. Afinal de contas, você tem que estar apresentável, você sabe disso – Disse ela séria me olhando. Na realidade, após a morte dos Dragomir, a rainha tinha ficado ainda mais obcecada por Lissa. E teimava que sua guarda estava em suas mãos. Lissa temia que quando fosse para a corte nos separassem que eu não fosse sua guardiã.

-Tudo bem... Farei esse esforço. – Então ela começou. Escolhemos o vestido. Demorou séculos, mas finalmente achei um que se adequava ao meu corpo e a situação – Onde você arrumou tanta coisa?

-Dei o meu jeito. – Disse ela sorrindo maleficamente. O vestido que eu tinha escolhido era preto e longo, com detalhes prateados, que eram pequenas pedrinhas em todo o busto. Lissa tinha escolhido um vestido mais curto, que chegava um pouco acima de seus joelhos, ele era vermelho, e para dar um toque a mais, ela tinha colocado um cinto fininho determinando sua cintura. Ambos nossos sapatos eram pretos e o salto era assombroso.

-É realmente necessário esse sapato tão alto? Afinal de contas, nem vai dar para ver o que eu estarei calçando mesmo, o vestido é longo o bastante...

-Rose, deixe disso. Vamos arrumar sua maquiagem. – Tortura parte dois. Não que eu não gostasse dessas coisas, maquiagem, roupas e ficar bonita. Pode acreditar em mim, eu adorava fazer isso, mas meu espírito estava tão cansado para festas que o mau humor desceu em mim e se apoderou. Deixei que ela me maquiasse implorando para que não fizesse nada exagerado, e ao final de tudo realmente, ela não tinha exagerado, estava perfeito. Comecei a me trocar enquanto ela fazia sua própria maquiagem, e ao me olhar no espelho, perguntei a mim mesma se era mesmo a Rose Hathaway.

Lissa foi se trocar ao terminar a maquiagem, e assim que ela tinha se trocado, batidas na porta ecoaram. Quando abri era o Christian. Que ficou me olhando com a maior cara de idiota. Maior do que a que ele já tinha. Lissa veio ver quem tinha chamado, e quando ele a viu se é que é possível, mais a cara dele piorou. Mais idiota ainda.

-Vocês estão perfeitas.  – Disse ele entrando e dando um beijo em Lissa, que corou até a raiz dos cabelos.

-Ok, chega desse agarramento. Esperem ficar sozinhos. E vamos andando logo, quanto mais rápido isso acabar melhor – Na verdade, meus pés já estavam doendo.

Fomos os três andando até o grande salão, que estava começando a encher. Os guardiões/professores estavam posicionados perto de Kirova. Pelo clima a rainha já estava chegando, todos já estavam em seus lugares.

-Essa é a hora que me separo de vocês. Vejo vocês na festa – Como eles eram Morois da realeza, ficavam num espaço reservado, separado dos dampiros. Fui para a minha área e me encontrei com Eddie que fez a mesma cara de idiota, que o Christian fizera mais cedo. Sorri. – Ok, acho que esse vestido tem algum problema.

-O problema dele é deixar você ainda mais linda – Disse ele ao meu ouvido. Sorri pelo elogio e o olhei dos pés a cabeça. Eddie não era de se jogar fora. Sua pele era morena assim como de todo os dampiros. Seu rosto era pintadinho de sardas que dava certo charme a ele, e seu cabelo era de um vermelho natural.

-Ok Eddie. Obrigada. E você também não está tão mal... – Voltamos nossa atenção, para a entrada, de onde vinha a Rainha Tatiana. Ela não era uma mulher jovem... Estava mais para a meia-idade, porém não aparentava ter a idade que tinha. Ela estava digna de um membro da realeza. Seu vestido era longo e com de vinho, e o tecido parecia ser veludo. Ele se estendia pelo menos meio metro atrás dela. Tatiana andava com o nariz empinado e mal olhava para os estudantes ao passar. Ao chegar à parte dos membros da realeza, ela dava um leve aceno com a cabeça, e ao perceber que Lissa estava logo à frente, ela parou.

-Vasilisa, minha querida – Lissa sorriu e fez uma leve reverência.

-Rainha Tatiana, é um prazer vê-la novamente.

-Digo o mesmo – Disse a rainha sorrindo e voltando a andar. Falou com os guardiões que ali estavam e reparei pela primeira vez o meu professor de treinamento, e estava ainda mais quente, se isso era possível, naquele terno. Os guardiões homens se vestiam todos com o mesmo traje, como num evento assim, diante da Rainha. Camisa branca por dentro, terno preto, e uma gravata igualmente escura, e uau ele estava muito bom naquele traje. Majestade Tatiana cumprimentou finalmente a diretora Kirova, e anunciou o início das festividades.

O grande salão estava arrumado de acordo com as cores da corte, que geralmente era o vermelho. As toalhas da mesa estavam numa coloração semelhante ao traje da rainha. As cortinas tinham sido trocadas por um vermelho sangue vivo. Espalhadas pela sala havia mesas, nas quais estavam os aperitivos e bebidas.

-Vamos? – Perguntou Eddie ao meu lado. Fiz que sim com a cabeça, e fomos procurar Lissa e Christian. Mas antes de encontrarmos com eles, avistei meu querido professor Belikov.

-Hã... Eddie... Preciso ir ao banheiro, sabe... retocar a maquiagem, essas coisas... Por que você não vai procurar a Lissa e o Christian, e depois nos encontramos? Acho que eles até já pegaram uma mesa para nós... – Disse sorrindo e Eddie concordou, não reparando que nem de bolsa eu estava. Só se eu resolvesse me maquiar com água... Saí apressadamente, desviando das pessoas, e acenando para quem falava comigo. Belikov estava meio que isolado, encostado em uma das pilastras, nas sombras do salão. Ao chegar perto dele, ele percebeu minha aproximação, e suas sobrancelhas se arquearam, os olhos pareceram ligeiramente arregalados. Ótimo. – Olá Guardião Belikov. Curtindo a festa?

-Ah... Sim senhorita Hathway, e você? Não deveria estar com seu namorado, o senhor Castille? – Perguntou ele me encarando. Pode sentir seus olhos se desviando, para poder dar uma geral em meu corpo.

-Eddie? Não, não. Ele não é meu namorado, apenas um amigo. – Disse. Ele concordou com a cabeça. – E o senhor? Tem namorada?

-Existe algum velho por aqui? Senhor é para homens que já atingiram a meia idade. Estou no auge da minha – Ele parecia divertido naquela noite, será que tinha tomado umas e outras? – E não. Respondendo a sua pergunta. Não tenho namorada.  – Interessante. – Tenho que voltar ao meu posto, senhorita Hathaway.

-Ah, por favor, me chame de Rose.

-Como quiser, Rose – Disse ele dirigindo-me um olhar malicioso. Nossa! Acho que eu teria desfalecido se não fosse Eddie aparecendo diante de mim.

-Fila grande? – Perguntou ele.

-Hã?

-No banheiro.

-Ah sim! É, estava meio grande sim. Você achou aqueles dois?

-Sim, vamos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!