Instinto Secreto escrita por Lucy


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Heey pessoal! Aqui está mais uma fanfic de Vampire Academy! Não está relacionada as outras fanfics, ok? Totalmente nova e espero realmente que vocês gostem!
Não esqueçam de deixar a opinião de vocês!
Beijos e até o próximo capítulo!



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Por incrível que parecesse era domingo. Já era o último domingo das férias. Ah! Férias acabaram e a tortura “St. Vladimir” iria recomeçar. Estava na casa dos Dragomir desde o início das férias. Lissa fez questão de voltar para sua antiga casa, prometendo não ficar cabisbaixa. Eric e Rhea Dragomir tinham falecido em um acidente de carro, no qual eu e Lissa saímos vivas, eu, misteriosamente. O irmão de Lissa, André, também tinha morrido. Desde o acidente nós não tínhamos voltado naquela casa, fomos para a Academia. Mas agora ela tinha teimado em querer passar as férias aqui. E nós passamos, foi legal, divertido, pena que acabou.

–Já está meio tarde para ficarem acordadas mocinhas – Disse Moira aparecendo na fresta da porta. Lissa e eu estávamos terminando de pintar as unhas. Moira trabalhava para os Dragomir desde sempre. Era uma dampira que tinha optado cuidar dos filhos ao invés de se tornar guardiã. Seu filho foi criado junto com os Dragomir, e agora era um dos guardiões da casa e de Lissa.

–Não é como se fôssemos crianças Moira – Disse Lissa passando o algodão para limpar o resto do esmalte que estava manchado em seu dedo – Mas já estamos indo dormir.

–Acho bom mesmo. Amanhã a estrada é grande até a Academia. Boa noite meninas – Disse ela fechando a porta atrás de si.

Lissa e eu conversamos por mais um tempo, até as nossas unhas secarem. Depois o sono nos venceu e acabamos dormindo.

–É nisso que dá! Quando eu falo que é para ir para a cama, e ninguém escuta! Vamos levantando! Rose e Lissa! Não vou falar outra vez! – Eu só conseguia ouvir os gritos de Moira e suas mãos sacudindo meu corpo. Levantei a cabeça apenas para dizer:

–Só mais cinco minutinhos, por favor. – Olhei para a outra cama e Lissa estava acordando.

–Você ficará aqui se não se levantar logo Rosemarie! – Com essa ameaça tão pesada levantei-me e fui me arrumar. Começando por um banho frio que era para despertar logo. Quando terminamos de nos arrumar descemos com nossas malas, Moira estava na porta com dois pacotes na mão. – Não dará tempo de vocês tomarem café aqui, então tomem – Disse ela estendendo os pacotes para nós – Uma boa viagem.

Entramos no carro e seguimos para a Academia. Eram exatas seis horas de viagem, sem trânsito já que a estrada para Montana era bastante tranquila.

Seis horas depois, com a bunda doendo de tanto ficar sentada, chegamos à St. Vladimir. Não tinha mudado nada! Nem um tiquinho. Só de pensar em ficar aqui dava uma dor. Parecia que estávamos na casa dos Dragomir a anos! Enquanto passávamos a maior parte do tempo aqui, na Academia. Mas tudo bem. Descarregamos as nossas malas e as deixamos na portaria com nossos nomes, que depois eles levariam para nossos respectivos quartos. Então, eu e Lissa seguimos para o grande salão. E assim que entramos tomo um choque de beleza.

Ele estava lá, nunca vira beleza tão natural como a dele. Era incrível. Ele era bastante alto, e não parecia ser tão velho. Com um pouco de sorte eu poderia tê-lo na maioria das minhas aulas. Usava jeans escuros e uma camisa igualmente escura, que estava um pouco apertada, marcando seus braços másculos; Seu rosto era fino e tinha um “que” forte de mistério. Seus cabelos eram na altura dos ombros, pelo menos pareciam ser, já que estavam presos em um elástico. Eu estava em transe, pois acordei para a dura realidade com Lissa cutucando meu flanco.

–Cuidado para não babar – Sorriu ela, e lhe mostrei a língua. O primeiro dia era sempre igual. Todos os alunos ficavam no grande salão da Academia, para que a diretora Kirova nos desse as boas-vindas. Depois todos iam para seus respectivos quartos, nos quais eram separados por alas: Moroi, dampiros, da menos idade para a maior. Ou seja, eu e Lissa não dividíamos o quarto. Pelo menos eu ficava com um quarto só para mim. O tumulto já estava grande e logo avistei minhas inimizades, que não eram muitas... Uma delas era Mia Rinaldi, que desde que namorou o irmão de Lissa, se achava a tal, e isso ela não era. No mundo moroi se dá muito valor a sua “classe social”. Divididos em morois nobres e os que não eram nobres. A família de Mia, era da parte “Moroi-Não-Nobre”.

Ela me avistou e soltou um risinho cínico para o meu lado, sorri da mesma forma e estava prestes a levantar o dedo do meio, quando a voz da diretora Kirova ressoou nos alto-falantes. E ela começou a falar das expectativas para o ano e aquele blá-blá-blá todo. Minha atenção, claro estava no novo garoto. Como sempre, a diretora nunca apresentava os novos professores, ela só fazia isso na sala de aula, e olhe lá. No final de tudo ela nos dispensou com uma “Boa noite e bem-vindos de volta”. Muitos alunos saíram pelo corredor que dava para os dormitórios, porém outros, como eu, foram para o refeitório. Todo aquele falatório tinha me deixado com uma fome terrível. Afinal de contas o dia era livre, as aulas só começariam de fato no dia seguinte.

–Pode ir à frente – Disse Lissa – Vou dar um pulo no dormitório. Já encontro você - Fiz que sim com a cabeça, e ela se foi. Na realidade eu sabia muito bem para onde ela ia... Tínhamos chegado ao início da noite, “o dia moroi”, então o salão estava bastante lotado. Esgueirei-me por entre as pessoas e cheguei ao balcão do refeitório. Ah! Quanta gordura! A comida daqui era sempre divina! Alcancei a bandeja e a enchi de coisas não saudáveis, pegando no final uma maçã. Passei pela multidão de pessoas e procurei por uma mesa menos cheia. Finalmente achei uma mais afastada, na qual estava meu amigo Eddie Castille. Ele acenou para mim a me ver e acelerei o passo na direção dele. Eddie se levantou e me deu um abraço daqueles, quase derrubando minha bandeja. Afastei-me dele, que fez uma cara descrente, coloquei a bandeja na mesa e voltei a abraça-lo.

–Senti sua falta Rosemarie – Disse ele. Eddie era a única pessoa que me chamava pelo nome completo, sem contar com minha mãe e com Moira, quando estavam zangadas.

–Sou obrigada a dizer o mesmo. Você fez falta – Disse afastando-me. Sentamos à mesa e comecei a comer enquanto Eddie falava. Ele começou me contando das férias que foi passar com a mãe. Faz tanto tempo que não vejo a minha. Sem contar os e-mails e as escassas ligações, eu quase não tinha contato com Janine. Vamos ver, eu a via duas vezes no ano, se tivesse sorte. Fui criada na Academia e pelos Dragomir. Eddie continuou a falar e me lembrei, repentinamente de uma coisa.

–Você nem foi para a festa que Lissa deu. Você prometeu que iria – Ele hesitou antes de responder.

–Tive uns problemas – Disse ele. Eu já estava prestes a perguntar o que tinha acontecido, mas Lissa chegou acompanhada do seu namorado Christian Ozera.

–Olá Rose! Quanta falta você não fez.

–É ótimo ver você de novo Christian.

–Parem vocês dois pelo menos por hoje. – Disse Lissa sentando-se ao meu lado. Continuei a comer o conteúdo da minha bandeja. Poderia não parecer, mas duas horas tinham se passado enquanto nós conversávamos, e o cansaço da viagem estava começando a me possuir. Soltei um grande bocejo e me levantei da mesa. Percebi que o refeitório, agora estava praticamente vazio.

–Acho que já vou dormir. Vejo vocês amanhã – Soltei um beijo para eles e me virei. Já estava a bons trinta passos mais longe quando Eddie me alcançou.

–Não queria ficar de vela – Disse ele andando ao meu lado. Lissa sempre dizia que nos dois, Eddie e eu, formávamos um belo casal, e acho que ele também pensava isso. Andamos em silêncio para o dormitório. Quando chegamos ao meu quarto, que era primeiro que o dele, ele segurou meu punho, e me puxou contra si. Não deu tempo para reagir, sua boca já estava na minha. Não retribuí o beijo, e afastei seu corpo do meu.

–Eddie... Por que você fez isso? Já deixei claro, que de você eu só quero a amizade, mas acho que se você não entende isso, provavelmente nem sua amizade, irei querer mais... – Disse séria. Os braços cruzados sobre o peito. Ele baixou o olhar, e depois de um minuto voltou seu olhar ao meu.

–Desculpe-me Rose. Eu não deveria ter feito isso – Disse ele já se afastando. Eu ia chama-lo de volta, mas achei que seria melhor deixar para lá.

Entrei em meu quarto, que nos últimos meses permanecera intacto. Vi que minhas bagagens estavam já num canto m meu quarto. Amanhã eu arrumaria tudo. Hoje tudo o que eu queria era deitar e dormir. Despi-me e fui logo tomar banho. Foi rápido, mas o necessário para me relaxar. Puxei as cobertas e me deitei, acabando por ter um sono tranquilo.

Acordei no dia seguinte com as batidas incessantes na minha porta. Levantei com mais coragem que uma preguiça atravessando uma estrada. Ao abrir me deparo com Lissa, que ao ver meu estado, me empurrou para dentro do quarto.

–Você quer se atrasar? Sabe que horas são? – Gritou ela. Dei de ombros e ela esfregou o relógio de pulso na minha cara. – São 15h. Isso significa que temos uma hora e meia para tirar essa sua cara de zumbi – Disse ela já me empurrando para o banheiro. Arrumei-me rapidamente, uma calça jeans e uma blusa em V preta.

Então, seguimos pelos corredores da Academia, que já começava a ficar movimentada.

–Qual sua aula agora? – Perguntei a Lissa.

–Russo II. Sinceramente, não sei para quê ensinar essa matéria. Estamos em Montana, Estados Unidos – Disse ela reclamando enquanto parávamos em frente a sua sala. – E você? – Que aula tem agora?

–Treinamento – Disse revirando os olhos – Deus queria que não seja o Stan. Não mereço aquele professor mais um ano que seja. – Despedimo-nos e segui para minha sala, que para minha sorte ficava no final do corredor. Entrei na sala e a costumeira bagunça estava instaurada. Alunos sentados em cima das mesas, e mal tinha começado o dia a sala parecia um lixão, cheia de bolinhas de papel. Procurei uma banca vaga e a única estava bem na frente, ao lado da parede. Sentei-me e dei risadinhas para quem me cumprimentava.

Alguns minutos tinham se passado, ninguém mais tinha entrado na sala, mas momentos depois, aquele carinha tinha chegado. Sorte múltipla! Ele era da minha sala! Porém, percebi que todos tinham se calado quando ele chegou. Percebi também que ele tinha se sentado à mesa do professor. Então era isso. Ele não era aluna, e sim professor! Nossa! Ele parecia tão novo... E tinha moral. Porque todos ficaram bem quietinhos. Ele anotou alguma coisa numa folha e se levantou voltando-se para nós.

–Bem... Boa tarde – Disse ele. Sua voz era grave e grossa. Apesar de bem sério, ele parecia bastante tímido. – Sou Dimitri Belikov, e sou o novo professor de treinamento de vocês. – Treinamento, se você não sabe é uma matéria, apenas para dampiros, já que apenas estes se tornavam guardiões. E hoje em dia, eram poucas as mulheres que se tornavam guardiãs. A sala era praticamente tomada por garotos, contando comigo eram apenas sete garotas naquela turma. Dimitri voltou a falar – Espero que o antigo professor de vocês tenha feito muita aula prática. Eu, em minhas aulas, raramente fico em sala de aula. Todas, praticamente todas as minhas aulas serão no centro de treinamento. Aula práticas – Disse ele encarando cara um de nós. Estávamos todos ferrados. Stan praticamente nunca ia para o centro de treinamento, ele só aplicava em sua maioria, a teoria. Que de acordo com ele, era o que importava. Como se eu fosse papear com um Strigoi, ao invés de lutar. Parei de pensar em Stan e observei meu novo professor. Ele estava falando algo, mas minha atenção estava nele físico, ali na frente. Seu cabelo estava preso num elástico como ontem e, quando ele se virou de costas para a minha direção, pude ver as marcas molnija em sua nuca. Eram pequenas e eram muitas. Pelo momento rápido, contei apenas quatro, que já era uma quantidade enorme. Pelo visto ele era um excelente guardião. Voltei a prestar atenção ao que ele falava.

–Teremos e não me engano, cinco aulas na semana. E se precisarmos, se eu ver que vocês necessitam, teremos aulas no final de semana – Disse ele. Todos começaram a reclamar, mas foram interrompidos pela chegada de Alberta, coordenadora dos guardiões do campus e dos professores responsáveis pelo treinamento.

–Vejo que já está se familiarizando com sues alunos, Guardião Belikov – Disse Alberta, um sorriso brincava em seus lábios. Dimitri concordou com um aceno. – Bem, como vocês podem ver, Dimitri Belikov será o novo professor de vocês.

–Por que o Guardião Stan saiu? – Perguntou alguém no fundo da sala.

–Ele saiu em missão. Belikov tem um ótimo histórico e aposto que vocês vão adorá-lo. – Ele pareceu surpreso pelos elogios. Pelo menos eu, já estava o adorando. – Então é isso pessoal, sejam educados com o novo professor, e Belikov, não tenha medo de pegar pesado. – Disse ela. Ele deu um pequeno sorriso e assentiu. Alberta já estava saindo quando, notou minha presença. Baixei a cabeça rapidamente, mas de nada adiantou. Ela iria fazer aquilo. – Guardião Belikov, aposto o meu dedo mindinho que você já conheceu a Guardiã Hathaway – Disse ela, e pude ver que ele concordou. - Então, aqui está Rose Hathaway, filha de Janine. – Disse ela dando uma tapinha em minhas costas. Sorri completamente sem graça.

–Não sabia que Janine tinha uma filha – Disse Dimitri. AH, que legal! Minha existência é nula para os conhecidos da minha mãe. Bom saber.

–Ao longo do ano você poderá conhecer Rose. Cuidado com ela. Gosta de arrumar problemas. – Dizendo isso ela saiu. Pude ouvir as risadinhas em toda a sala. Incrível como adorar comentar a minha boa reputação para as pessoas! Dimitri deu uma olhada em mim, e baixei a cabeça, provavelmente minhas faces estavam em chamas. Ele continuou a falar como seriam suas aulas até o final da mesma. Quando o sinal tocou todos saíram apressados e resmungando. Pelo jeito o Professor Dimitri tinha feito alguns inimigos. A sala já estava mais vazia, então me levantei para sair.

–Senhorita Hathaway? – Chamou Dimitri. Fechei os olhos frustrada. Daria tudo para ser invisível. – Poderia vir aqui, por favor? – Pediu ele. Virei-me e fui até sua mesa. Ele estava sentado, as costas repousavam nas costas da cadeira. As pernas, provavelmente estavam esticadas por baixo da mesa. Seus braços estavam cruzados fortemente sobre seu peito. Parei em frente a mesa e esperei – Não sabia que Janine tinha uma filha. – Isso ele já tinha deixado bem claro. Balancei a cabeça e levantei uma das sobrancelhas, mostrando que não estava nem aí. – Você tem o jeito da sua mãe, são muito parecidas – Falou ele. Eu precisava alfinetar.

–Então a conhece muito bem, certo? – Enfatizei o muito, e deixei que ele tirasse as conclusões que quisesse.

–Passei um bom tempo com sua mãe. – Disse ele me encarando, deixando que eu tirasse as conclusões, de sua afirmativa. Esperto ele. E muito bonito.

–Poso fazer uma pergunta? – Perguntei e ele balançou a cabela em concordância – Quantos anos você tem? – Ele soltou uma risada baixa.

–Quanto você me dá? – Vejamos... Ele aparentava ter no mínimo vinte anos. Mas, sei lá, ele era experiente, então poderia ser trinta, ou vinte e sete... Os caras de hoje são velho, mas parecem novos... – Uns vinte e seis? – Perguntei fazendo uma careta de dúvida. Ele deixou escapar outro riso.

–Tenho vinte e quatro. Pareço mais velho?

–Não sei... – De repente olhei para o relógio e vi que estava cinco minutos atrasada para a próxima aula. – Desculpe, mas tenho que ir. – Disse e saí, praticamente correndo para a outra sala. Ao entrar, a professora me olhou com um olhar sério, repreendendo-me.

Uau! Ele tinha vinte e quatro anos! Que saúde hein!

O dia passou voando e logo tinha tocado o sinal da última aula. Fui para o refeitório com o propósito de comer algo bem gorduroso. Fui para a fila e peguei uma fatia de torta de chocolate e panquecas, sentei sozinha em uma mesa afastada e avistei Lissa sair da sala onde ficavam os fornecedores.

Ela olhou ao redor e logo me encontrou.

–Hey! Como foi o seu primeiro dia de aula? – Perguntou ela.

–Sabia que aquele carinha, o lindo e gostoso de matar de ontem, você se lembra? -Perguntei e ela concordou com um aceno – Ele é o meu novo professor de treinamento – Disse e ela arregalou os olhos verdes e abriu a boca. – Pois é, e ainda conhece minha mãe. E ele ainda alegou que não sabia que Janine tinha uma filha. Acho que eles tiveram um caso ou algo assim.

–E quantos anos ele tem? – Perguntou ela, interessada.

–Vinte e quatro.

–Uau. Ele é... Não parece que tem essa idade.

–Pois é. Ele ainda me chamou para conversar quando a aula terminou, mas nada de interessante. – Disse logo, antes que ela desse um piti. Terminei de comer enquanto ela falava do seu dia, e que a maioria de suas aulas eram com o Christian, e que pelo horário teríamos apenas três aulas juntas na semana. – Vou ao centro de treinamento falar com a Alberta.

–Iria com você, mas marquei com o Christian de passar a noite com ele... – Sorriu ela envergonhada.

–Ok, tudo bem. Até depois então. – Fui andando com passos apressados até o centro. O frio estava intenso, e eu ansiava por entrar no centro. Quando chego me deparo com meu novo professor, e não com Alberta.

–Dimitri? Quer dizer, Guardião Belikov? – Eu sempre esquecia as formalidades. – O que está fazendo aqui?

–Rose?! Se você esqueceu, sou seu professor... E aqui é o centro de treinamento. A pergunta certa, seria, o que você está fazendo aqui? – Disse ele cruzando os braços. Reparei nele. Ele não usava as roupas formais de professor. Usava uma regata e calças estilo moletom. – Já deu o toque de recolher, você deveria estar no dormitório.

–Eu sei. Vim falar com a Alberta. Cheguei ontem e ainda não tive a oportunidade de conversar com ela, a não ser aquele encontro na sua aula...

–Não poderia ter deixado para falar amanhã? Você vai se meter em encrenca com os guardiões do dormitório – Disse ele, encarando-me.

–Alberta sempre me leva de volta. Mas enfim, ela está ou não está? – Falei irritada. Depois percebi que minha voz tinha se elevado um oitavo. – Ah! Desculpe-me, Alberta é como uma mãe para mim, foi ela e Rhea Dragomir que praticamente me criaram... Preciso pelo menos dar um “oi”.

–Tudo bem, eu entendo. Mas sinto muito, ela saiu faz nem uma hora. Acho que vai demorar. – Disse ele descruzando os braços e colocando as mãos nos bolsos da calça. – Ah! Já ia me esquecendo, ela deixou isso para você – Disse ele, entregando-me algo. Era um envelope. Depois eu abriria.

–Obrigada. Bom, já que ela não está, vou voltar e me encrencar com a segurança do dormitório. Boa noite Belikov. – Disse virando-me, mas ele falou.

–Espera. Eu te levo. Já estava saindo daqui mesmo... E não custa nada livrar você de uma bronca, mas não vai se acostumando com isso. – Nossa nunca que tive um professor tão bonzinho. Se fosse o Stan, teria deixado eu me ferrar.

–Tudo bem, vamos. – Quando concordei, ele vestiu uma jaqueta estilo cowboy, que deixava ele com certo charme. Colocou a mochila nas costas e se pôs ao meu lado. Andamos em silêncio pelo campus. Até que ele começou a falar, um assunto não muito agradável para mim.

–Então, você ver sua mãe com frequência? – Perguntou ele, olhando para mim. Demorei a responder.

–Não, na realidade... Sabe, eu sei que ela é muito ocupada e essas coisas, mas não custava nada me dar um pouco de atenção. Se muito, eu só a vejo duas vezes no ano. Então não, eu não a vejo com muita frequência, mas isso não importa. – Eu disse voltando a encarar o chão, os olhos ardendo. – Não custava nada também, ela dizer que tinha uma filha não é...

–Eu a conheci.

–É você já disse isso. – Falei sem paciência. – Conhece ela há muito tempo?

–Trabalhei com ela por três anos. – Uau!

–E ela NUNCA falou de mim? Nossa, estou me sentindo muito amada.

–Não fique assim. Nosso relacionamento era apenas físico.

–Isso é uma maneira mais sutil de dizer que você comia minha mãe?

–Ah meu Deus! Não Rose! Você entendeu tudo errado! Ela foi minha mentora, e nós trabalhamos juntos nas missões. Trabalhamos juntos, só isso. Nossa!

Eu queria me enterrar. Eu merecia isso.

–Ah sim! Desculpe-me então... Deve ser por isso que você é todo sério... Tão linha dura.

–Ei! Nem sou assim tão chato. Estou indo te livrar de uma bronca, esqueceu?

–Ah é verdade! Vai ver você é um pouquinho legal... – Disse, e pude ver um sorriso brotar em seus lábios. Quando chegamos ao dormitório, ele voltou ao ar sério e falou com a guardiã que estava ali.

–Então, boa noite Rose.




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