Instinto Secreto escrita por Lucy


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!!! Como eu disse, quando postei "E se fosse na livraria", que estaria de volta para concluir Instinto Secreto, aqui estou eu! Mil desculpas pela demora, e espero que curtam esse novo capítulo!
Boa leitura!



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Era sexta-feira, o clima estava um caos: uma chuva torrencial vinha caindo desde quarta-feira, e com ela ventos fortes, raios e trovões. Uma verdadeira tempestade. E essa tempestade não só estava lá fora; uma semelhante estava dentro de mim.

Eu tinha ligado o aquecedor do quarto, mas não parecia surtir efeito algum. Minha pele estava fria, meu estômago estava se embrulhando, minhas unhas não existiam mais: os visíveis sintomas da ansiedade.

No começo da semana aquela terrível situação tinha acontecido. Dimitri tinha espancado o Adrian por ciúme e por consequência de seus atos, havia sido expulso da Academia. Mesmo longe, quando digo longe quero dizer que ele não estava dentro da área escolar, ele conseguia ter um efeito abrasador sobre mim e completamente persuasivo. Meu ex-instrutor e amante, tinha me mandado um bilhete, no qual estavam escritos um endereço e horário. Ele queria que eu fosse encontra-lo. O final de semana tinha chegado e eu ainda não tinha me decidido.

Depois do que aconteceu entre eu e Dimitri, fiquei certa de que o mais sensato seria tirá-lo da minha mente; esquecer dos momentos deliciosos que passamos, tirar a palavra “amante” do meu vocabulário e vê-lo somente quando necessário nas aulas e trata-lo como apenas um professor, que era o que tinha de ter acontecido desde o princípio. Mas não, minha mente era completamente contrária às minhas decisões, vai entender... Eu teimava em pensar nele; em pensar o que ele diria para mim quando fosse encontra-lo. O que nós faríamos. E se eu não fosse? Poderia perder muita coisa.

Esse era o lado safado e de apetite sexual exaltado que eu tinha.

Eu estava sentada na cama, as pernas cruzadas meditando sobre o assunto, pensando que estava prestes a enlouquecer, quando uma batida me fez pular de meu estado meditativo. Ao abrir a porta me deparo com Lissa. Dei espaço para ela passar, e ela logo sentou na cama.

–Que cara de velório é essa? – Provavelmente era a cara que eu estaria no meu velório.

–Ai Lissa, eu não sei mais o que faço!

–Você já sabe a minha opinião sobre isso; já falei pra você que não entraria nesse assunto de novo. – Eu tinha dito tudo à Lissa, ela esta totalmente a par da minha situação; consequentemente, ela também sabia sobre o bilhete que Dimitri havia me enviado e reagiu de maneira totalmente negativa dizendo que se eu fosse ao encontro dele daria abertura para outros futuros. Era isso o que eu realmente esperava.

–Se fosse com você? E se o Christian fosse expulso da Academia e você estivesse loucamente apaixonada por ele? Você não iria?

–A expressão correta para o seu caso é “loucamente obsessiva”. Isso é doente Rose.

–Amar não é doença alguma. – Disse derrotada sentando no chão à sua frente. – Mas, você não respondeu a minha pergunta. E se fosse o Christian?

–Mas não é – Respondeu ela séria.

–Perguntei “e se fosse?”. Eu já sei que não é ele. E responda de maneira correta, por favor.

Ela pareceu se contorcer internamente. Deitou-se na cama e respondeu:

–Eu iria sim ao encontro dele. Estaríamos “loucamente apaixonados” – Disse ela levantando os braços e fazendo aspas no ar – Como você disse. Ficar longe dele seria tortuoso demais, um suplício. – De repente ela sentou-se na cama – Mas o Christian não espancou ninguém por ciúme.

–O coloque na mesma situação do Dimitri, Lissa. Ele espancou alguém por ciúme, foi expulso e mandou um bilhete pra você – Às vezes ela era bem lerda. – Essa é a situação. Mas agora eu já sei a sua resposta independentemente de hipótese alguma. Você iria, e vai ser exatamente isso que farei. Eu irei me encontrar com ele.

Ela ficou sentada na cama me encarando como se eu fosse um bicho muito estranho, mas depois se levantou e se juntou a mim no chão, envolvendo-me em seus braços.

O Difícil era sair da porra da Academia. Era sábado à tarde, o mundo dos Moroi estava prestes a se levantar. A tempestade não tinha dado trégua em um único momento do dia, e parecia que não iria me ajudar a fugir. Lissa estava comigo para o caso de precisar usar compulsão em alguém. Estávamos vestidas com capas de chuva preta, perto dos portões laterais da academia, onde o fluxo de guardiões era menor. Pensava eu que quanto mais chuva e vento, menos guardiões estariam a postos nas guaritas, mas me enganei.

–Mas que droga! – Exclamei espantada com minha burrice – Vai ser ótimo se eu sair, claro, mas como vou chegar lá? Andando? Nessa chuva? – Esse ataque de burrice eu nunca tive, sério.

–Pensei em tudo e já está tudo certo. Quando você conseguir sair, vai andar até a bifurcação – Que bom que não era tão longe – Lá tem um carro esperando você. É um amigo que fiz na época que fugimos, mas ele só vai deixá-la onde você precisar, pra voltar você vai ter que se virar.

–Não, tudo bem, eu me viro. O importante é chegar lá. – Lissa tinha uma boa mente para planos de fuga. Saímos andando em direção a guarita e logo um guardião nos interceptou. Lissa tomou a frente e falou com ele baixinho, fazendo ele retornar de onde tinha vindo. – O que você fez? – Cochichei chegando perto dela.

–Apenas observe – Disse ela. Ficamos paradas perto da guarita enquanto o guardião entrava na salinha e falava com os outros, que pareciam estar tão enfeitiçados quanto ele. Depois de um momento ele retornou, e abriu os portões. – Prontinho. Vá logo antes que o mundo vampiro desperte – Disse ela sorrindo e mostrando as presas, as mãos em garras. Dei um abraço apertado nela e saí andando, portão a fora.

–Até mais! – Gritei para ela que acenou um “tchauzinho”. Os poderes de Lissa tinham ficado cada vez mais fortes com o passar do tempo; agora eu não me surpreendia mais com o que ela era capaz de fazer. Saí andando pela lateral da estrada, encolhida o máximo que podia, protegendo-me da chuva e dos ventos avassaladores. A bifurcação era perto o bastante para ir andando e quinze minutos depois eu estava lá, assim como o carro que Lissa tinha dito. Bati no vidro do lado do passageiro e ouvi a porta sendo destravada. Entrei no carro e olhei para meu motorista. Era o Trey. O humano que tínhamos conhecido na época que fugimos; ele morava no mesmo prédio em que estávamos. Era um bom rapaz. – Trey! Como você está? – O abracei e ele retribuiu o abraço, logo se afastando e nos levando para longe da academia.

–Estou ótimo. Fiquei surpreso quando a Lissa pediu minha ajuda, pensei que nunca mais fosse ver vocês de novo. – Sorriu ele – Está com o endereço aí? – Perguntou ele e lhe entreguei o papel no qual estava anotado o endereço que Dimitri me dera. – Ah sim, sei onde fica. – Conversamos coisas comuns; coisas que se conversam quando não vemos alguém há algum tempo. O local que Dimitri indicou era um complexo de casas fofinhas vitorianas que eu nunca tinha visto na cidade, até porque ficava em uma área afastada. Trey me deixou na frente do condomínio e se despediu de mim.

–Muito obrigada Trey! Fico te devendo essa! – Disse enquanto ele acenava e ia embora. Olhei para a guarita do condomínio que era bastante alta. Toquei no interfone e a voz que saiu do alto falante era gélida.

– Identifique-se.

–Rose Hathaway, eu vim ver o guar... Vim ver Dimitri Belikov. – O bom era que eu não sabia se ele ainda usava esse nome... Mas pelo menos aqui não era um lugar pacato. Os portões do condomínio se abriram e a voz gélida falou novamente.

–O Senhor Belikov está hospedado na sétima casa à direita. É só a senhorita seguir em frente. – Entrei no condomínio que era bastante simples com um toque de sofisticação. Todas as casas seguiam um padrão de construção vitoriano, com um jardim na frente e um ar de liberdade.

A sétima casa à direita era de um azul escuro intenso com detalhes em branco. O jardim estava impecavelmente bem cuidado e meu coração parecia ter dado uma acelerada nada básica. Eu achava que ia enfartar enquanto andava pela estradinha que levava à porta. Toquei a campainha sem hesitar e esperei. Ouvi passos fortes se aproximando da porta e meu coração pareceu finalmente desacelerar as batidas e derreter quando ele abriu a porta e se revelou.

–Olá Rose – E aqueles lábios sorrindo para mim era o que eu mais queria.


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Notas finais do capítulo

Bom gente, espero com todas as minhas forças postar o capítulo onze nesse próximo final de semana! Então espero vocês!
Mil beijocas e até mais!