Não queria ter chegado acordada naquele lugar tão abominante. Assim que vi o hospital, entrei em choque e fui puxada até a sala do médico. Ele examinou o corte, enquanto eu por medo não conseguia me mover.Se tinha duas coisas que me apavoravam nessa vida eram elas, o mar, e agulhas, o que as pessoas estranhavam, pelo fato de eu não ter só uma, mais sim sete tatuagens (que no momento eram seis, por ser 2009, uma desapareceu, era ela foREVer, no meu pulso esquerdo, e se dependesse de mim eu até poderia voltar a tê-la, porém não pelo mesmo motivo), e um piercing no canto do lábio inferior, Pois é bem estranho para alguem que tinha medo de agulhas, mas eu realmente achava legal, tatuagens, piercings e etc.

Essa história toda só me lembrava uma amiga que eu tenho, ou tinha, enfim ela era bem contra quando o assunto era tatuagens, piercings, e tudo mudasse a forma original do ser humano. Sempre achei a maior palhaçada, morria de rir quando ela começava seus sermões, porque na maioria das vezes ela não falava coisa com coisa, e eu ficava tipo " o que o cú tem haver com as causas, Natalie?". E em meio a esse momento de nostalgia, medo e saudades, por mais que eu tivesse em estado de choque e não fizesse ideia de como mover um músculo do meu corpo, senti que um lágrima espara de meu rosto seguido por um sorriso. Quebrando o silencio, e todo o meu sorriso, o médico se afasta. enquando diz o que eu tanto temia escutar.

- Parece que vamos ter que dar alguns poucos pontos nisso! - Disse se virando de costas.

Sabe Aquele momento de pânico, que você está tão assustado que é como se fosse ficasse inconsiente, porém conseguindo enxergar tudo que se passa a sua volta?! Pois é era como eu me sentia, e o sorriso formado em minha fase segundos antes se desfaz, feito sal em água. Tento pensar em como, sair dali rápido, porém além de Brian ao meu lado havia também o médico, a poucos centimetros, sem contar com o fato de eu ter esquecido o basico, como me mexer.

Em um surto rápido, como um espasmo múscular, consigo acertar um chute no "ponto fraco" de Brian, fazendo o gemer, aproveito e o empurro, o mesmo caí no chão e rola de dor, me levanto e empurro, o doutor que caí em uma mesa chei a de papéis e um monte de coisa que eu não faço ideia do que se tratar. Olho para que ainda rola ao chão, sussuro "sorry!" e saio da sala. Corro, corro e corro, porém em certa altura começo a desconfiar que o tempo todo corri em circúlos. Quando de repente me deparo com Matt, me viro e tento correr pra mais longe dele possível, porém logo sinto duas mão envolverem minha cintura, e meus pés sairem do chão.

- ME SOLTAAAA! - Uma de suas mão foi a minha boca.

- Shiiiu! estamos em um hospital silêncio! - Me debatia tentando acertar "seu ponto fraco" assim como havia feito com Brian - Nem tente, para de agir como criança nem vai doer!

Ele tinha razão estava agindo feito uma criança, parei de me debater e deixei  que ele me levasse, enquanto lágrimas involuntárias escorriam pelo meu rosto. Ao chegar lá minha visão já estava completamente embaçada, e soluçava muito, Matt me soltou sentada na maca, ao perceber meu desespero Brian, segurou minha mão e sussurrou "eu vou estar aqui segurando sua mão, até o final, tudo vai ficar bem, eu prometo!", suas palavras me lembraram as de Jimmy no primeiro dia de toda essa confusão.

Uma enfermeira veio em minha direção, com uma injeção que deveria ser a anestesia, me encolhi, e apertei com mais força a mão de Brian, que já estava ficando vermelha, pela força da qual eu usava. Depois de alguns minutos senti meu corpo amolecer e acabei ficando inconsiente.

Acordo em um quarto totalmente branco, o que faz minha vista doer, e demorar um pouco a se acostumar, com a claridade, quando me acostumo, olho pro lado e vejo Brian sentado ao lado da cama enquanto dormia, percebo que ainda seguro sua mão, a aperto na esperança de que ele acorde. Seu sono deve ser leve feito uma pena, pois assim que aperto um pouco ele já acorda, e ao contrario do que eu imaginava, ele vira pra mim e sorri, um daqueles sorrisos que te faz esquecer como se respira.

- Desculpa, e-eu... - Tento falar mas sou interrompida.

- Tá o.k.! - Ele meche no celular, não sei exatamente pra que. minha cabeça lateja e levo a mão ao ferimento - Ainda dói? - Ele pergunta.

- Só está latejando um pouco!

Logo três seres e meio invadem o quarto, eram eles, Matt, Zacky, Jimmy e Jhonny.

- E ai, tá melhor? - Pergunta Matt

- Mais ou menos, isso foi traumatizante pra mim! - Respondo

- Bom, então vê se aprende a tomar mais cuidado! - Diz ele acariciando meus cabelos.

- Estamos sem tempo pra sermão, vamos Matt! - diz Syn grosseiramente.

Eu fico me perguntando onde foi parar o "eu vou estar aqui segurando sua mão, até o final, tudo vai ficar bem, eu prometo!", bom pelo visto foi só uma daquelas promesas da boca pra fora, o que particulamente me deixou meio abalada.

- Hey, fica sim não, Vick, eles foram mais você ainda te o Gordelícia aqui! - Disse Zacky acho que tentando ser meio sensual.

- Se enxerga gordo! Sem contar que eu tô ótima! - Ele me olhou com um olhar como se não acreditasse - Sério, quem precisa daqueles dois viados?! Eu quero mais é ir embora daqui!

- O.k., né, se você não me quer, o que eu posso fazer?!

- Oi, Victória como se sente? - Perguntou o médico.

- O suficientemente bem pra sair daqui! - Digo ríspidamente.

- Então, pode se trocar, porque foi pra isso mesmo que eu vim aqui!

- Escutaram né! eu já posso me trocar pra meter o pé daqui! Então SAIAM!!!!!

Me troquei e Jimmy foi dirigindo até chegarmos em casa onde entrei em meu quarto tomei um banho, me joguei na cama e me perdi em meus pensamentos.