Notas Suicidas escrita por Pu_din


Capítulo 19
Anotação n°18


Notas iniciais do capítulo

Uma frase que resume esse capítulo: tudo simplesmente irá mudar (para melhor? pior?...so vai sber se ler :x)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/24205/chapter/19

Eu não estava muito disposto a trabalhar naquele dia, e fiz questão de faltar. Não fiquei com culpa, afinal eu nunca faltava, e eu poderia usar a desculpa da doença daquele outro dia. O que eu queria era dar uma volta pelo bairro. O dia estava nublado, mas estava um bocado admirável. Então tratei de andar até o centro da região.
As ruas estavam consideravelmente movimentadas, e pessoas caminhavam de um lado a outro, algumas parecendo perdidas, outras com pressa para chegar ao trabalho... Só eu era um inútil, mas, às vezes, é bom não prestar pra nada.
Os carros passavam rapidamente pelas vias, e o fluxo aumentava perto da avenida principal, onde havia um bosque arborizado, e em frente dele, uma bela catedral, em que eu sempre fazia questão de parar de cara com a fachada dela e admirá-la. Era extremamente bela.
Cheguei à entrada do bosque, a fim de entrar e tomar um ar, um sorvete, talvez, mas a igreja atraiu meus olhos, principalmente pelo movimento dentro dela. Era difícil vê-la cheia. Decidi, então, atravessar a avenida e entrar no grande templo.
Aquela igreja era enorme, e com vitrais que me atraiam particularmente. Eram lindos. Olhei para o altar e vi um estranho aglomerado de pessoas em trajes negros, todos com expressões tristes. Assustei-me, pois percebi que se tratava de um funeral. Eu odeio enterros, todos me lembram da minha querida mamãe Anne. Nunca vou me esquecer do dia em que tentei acordá-la naquela caixa assombrada, e não a vi despertar. Foi um choque. Mas o problema é que eu sou um tanto indiscreto, e quis me misturar com as outras pessoas. Nem iam me perceber, afinal eu estava com o mesmo moletom preto de sábado, então fui até lá sem medo.
O caixão não estava lacrado, mas não me atrevi de encarar o tal morto. Joguei meu olhar para outro canto da igreja, mas uma mecha de cabelo me soava familiar naquele caixão. Pensei estar delirando, e olhei mais uma vez. Aquela mecha. Aquela mechinha...
Aproximei-me do caixão ansioso, subindo os poucos degraus que o separavam da multidão. E na medida em que fui subindo, os relevos do rosto do morto se tornavam mais claros, mais assustadores. E quanto mais fui chegando perto, mais meu coração aumentava a velocidade das batidas. Parei há poucos centímetros do caixão, e quase enfartei. Era uma extraordinária menina em um ordinário estado.
Era a minha querida Hayley.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Segunda tem mais ;X