The Last Tear escrita por Emis


Capítulo 9
Capítulo 8 - Animal


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demoraaaa!!!



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Ouvi pessoas falando.

–Será que ela está bem? - Era a voz de uma mulher.

–Não sei, ela desmaiou de repente. - Gabriel respondeu.

Fui abrindo os olhos, que estavam se ajustando á luz daquele quarto.Não era o quarto do Keith, devia ser algum outro que não estava sendo usado porque não tinha nada ali, só uma cômoda, a cama e uma cadeira com uma escrivaninha ao lado da cama.

–Como... - Eu tentei perguntar, mas parei e olhei o que estava ao meu lado. - Que merda é essa?!

Deus do céu, cada vez mais eu encontrava coisas mais bizarras que as outras. Primeiro foi a descoberta de que elfos existiam e agora isso.

–Achou bonitinho? - Keith falou brincando. Eu não tinha prestado atenção, mas ele estava o mais longe possível de mim, perto da porta.

–Se ele não morder, ele até que é bonitinho. - Respondi.

Sério. Com o tamanho das garras e da boca, não tinha como não se assustar. Era enorme e, eu sabia que se corresse aquilo me pegaria com certeza então fiquei imóvel, só observando.

–Ele não morde. - A mulher falou, colocando sua mão próxima á minha. - Pode tocar.

–Não, tudo bem. Já encontrei todo tipo de coisa, mas isso é algo incrível e eu não quero apostar minha mão para saber se estou sonhando ou não. - Falei recuando quando ela pegou minha mão.

–Leo. - Keith o chamou, depois assobiou para o animal que foi até ele.

–Vocês não têm medo de ter um LEÃO, aqui ? - Perguntei observando o Keith, que brincava com o animal.

–Não, ele é manso, não morde ninguém. só algumas exceções, de quem ele não gosta. - A mulher falou.

–E quem são? - Perguntei.

–Alguns elfos ou humanos e, ele detesta demônios e filhos das trevas. - Keith respondeu, ao invés da mulher, com quem eu estava conversando.

–Ótimo, vou precisar fazer amizade com mais um animal agora. - Não sei se os outros entenderam, mas o Keith entendeu porque ele sorriu.

–Você está bem? - Gabriel perguntou.

–Sim, estou. - Respondi, depois me virei para olhar a mulher que era morena e tinha os cabelos castanhos escuros. - Quem é a senhora? - Só tinha lembrado de perguntar agora.

–Eu sou a Karen, Karen Hazelwood e você? - Ela tinha a voz suave, igual a de uma mãe conversando com um filho.

–É humana. - Keith me provocou. Revirei os olhos.

–Keith!- Ela olhou para ele, fazendo uma cara de brava. Mas ele nem ligou e continuou acariciando o leão.

Ela se virou, querendo a minha resposta.

–Eu me chamo Kate. - Falei. - Você poderia me ajudar?

–Claro. - Respondeu atenciosa, esperando que eu falasse. - Com o que?

É, com o que? Essa era a pergunta que eu me fazia o tempo todo, desde que o Keith mencionou o nome dela, quando estávamos comendo. O que ela iria fazer, quando não sabia o que estava acontecendo e, que nem eu, que vi tudo desde o acidente até agora sabia ao certo o que estava acontecendo? Principalmente comigo.

–Primeiro quero saber, por que tem um leão aqui? - Aquilo não me tranquilizava. Ele era lindo, com os pelos claros e os olhos azuis iguais aos do Keith, que pareciam ser cinzas. Mas, o tamanho e as garras dele. Não! Eram os olhos, os olhos que me deixavam com medo. Era a mesma sensação que eu tinha quando a Laura estava morta. Era o mesmo vazio. Eu odiava aquilo. Odiava me sentir como se não tivesse nada, nada de precioso, nada de valor, nada com que eu me importasse e, estivesse ao ponto de ser jogada de um penhasco, sem esperança alguma. Eu simplesmente odiava ter que sofrer a morte de alguém. Essa era a sensação que o leão me passava. Um frio, ele era frio, parecia não ter emoção alguma.

–Ele não é assim. - Keith respondeu como se tivesse lido a minha mente, mais uma vez, igual a quando eu chorei, ele entendeu e me respondeu. O problema era, como que ele respondia o que eu queria ouvir? - Ele só não gosta de confiar nos outros. - Falou.

–Mas, por que ele está aqui então? - Olhei confusa.

–Porque ele não tem um lugar para ir. - Gabriel respondeu. - Nós o encontramos abandonado, quando ele era pequeno e o criamos, como parte de uma família.

–Ou, vocês podiam ter deixado o leão na floresta, porque ele é um LEÃO! - Fiquei indignada. - Ele podia ter se virado sozinho. - Apontei para o animal.

–Ele estava machucado, não podíamos deixá-lo sozinho. - Karen respondeu. - E é um bom caçador. Sempre nos ajuda a encontrar demônios e filhos das trevas.

O leão andou até mim. Ele era lindo, parecia ser um rei seguindo em direção ao trono.

Incrível. Foi a coisa mais incrível que eu já vi. Ele abaixou a cabeça para que eu fizesse carinho nele. Então o fiz. O pelo dele era tão macio que eu quis apertá-lo. Mas que bom que não o fiz, senão teria levado uma bela de uma mordida, provavelmente.

–Ele gostou de você. - Karen disse.

–Isso é bom, certo? - Falei ainda passando a mão no leão.

–Sim, isso é bom. - Ela sorriu.

–Só toma cuidado para não ameaçá-lo. - Keith falou. - Ou, para não chutá-lo porque ele morde. - Ele deu um sorriso, um belo de um sorriso, então eu entendi o recado. Ele não estava falando do leão, ele estava falando dele e, que era para eu tomar cuidado com ele.

Droga! Eu tinha me esquecido! A aposta! Merda. Ele vai devolver tudo o que eu fiz com ele com a aposta!

Filho da mãe! Vou ser escrava! E não a escrava de um humano, mas a de um elfo, o que faltava. Ser a escrava de um elfo. É...E eu fui logo escolher um elfo tirano, que adora matar e ser violento, fora que tem a mesma essência que eu.

Fingi estar com dor na cabeça.

–O que foi Kate? - Karen perguntou preocupada. - Você está bem?

–Sim, estou. Só me sinto cansada. - Respondi. - Eu devo ter levantado muito rápido e me deu uma tontura.

–Então deite-se. - Ela segurou o meu braço, me ajudando a deitar.

–Obrigada. - Dei um sorriso.

–De nada. - Ela devolveu o sorriso e depois se virou. - Vamos meninos, é melhor deixá-la descansando.

O leão e o Gabriel foram atrás dela, seguindo-a até a porta, mas o Keith só se levantou e andou até mim, ficando a centímetros da cama, depois se curvou.

Ainda bem que a Karen e o Gabriel não estavam no quarto senão eu jurava que eles fariam algum cometário sobre o que o Keith estava fazendo, pelo modo como ele se curvo, ao lado da cama, dava a impressão de que ele estava me beijando.

–Não se esqueça. Eu tenho uma memória boa e posso te contar tudo o que vi, antes de você desmaiar. - Ele murmurou no meu ouvido. Eu corei. Não por sentir algo por ele, mas porque eu me senti envergonhada. Envergonhada de perder aquela aposta.

–Vai embora! - Peguei o travesseiro que estava segurando e o joguei, em direção ao Keith. Como sempre, ele desviou e o travesseiro acertou a parede, ao lado da porta.

–Eu vou, mas eu volto, porque eu sei que você não consegue resistir á minha presença, longe de você. - Disse sorrindo, depois abriu a porta e saiu.

–Argh!! - Me frustrei.

Agora que eu perco todos os meus neurônios!

Depois de ter me acalmado,peguei no sono e dormi.

–Filha! - Era uma mulher me chamando. - Filha, você deve sobreviver.

Eu abri os olhos e estava em uma floresta, onde estava escuro e eu me escondia atrás de um arbusto, com a mulher ao meu lado.

Ela tinha os traços fortes, os cabelos ondulados, castanhos escuros e os olhos azuis. Mas, ela não me lembrava a minha mãe, muito menos o meu pai para me chamar de "filha".

–Quem é você? - Perguntei, mas minha voz não saía.

Ela me olhou com um rosto triste.

–Tudo bem. - Ela forçou um sorriso, depois me abraçou. - Um dia, você se lembrará.

Se lembrará do que? Quem era ela? O que estava acontecendo?

–Não se esqueça, eu te amo. - Falou em lágrimas, depois colocou a mão em minha cabeça e começou a falar em latim igual ao Keith quando desbloqueou a visão do Nate. - Dominus...

A mulher desapareceu e virou um pássaro. O mesmo pássaro que eu sonhei quando estava com o Nate.

–Você, começou a despertar. - O pássaro disse depois virou pó.

Acordei toda suada, com o leão lambendo a minha mão e o Keith na porta, me observando.

Eu levantei e limpei a mão no lençol.

–Eu dormi por muito tempo? - Perguntei, arrumando os cabelos, que estavam embaraçados.

–Não, eu vim te chamar para jantar, mas parecia que você estava dormindo muito mal. - Ele disse.

–E você nem me acordou?

–Não. Se eu te acordasse você iria ficar brava e tentaria me bater ou, me chutar.- É, ele tinha razão, eu odiaria se ele me acordasse. Principalmente quando eu estava querendo saber o que era aquele sonho e o que eu precisava lembrar. Mas, eu não bateria nele por esse motivo. Eu não sou tão violenta assim.

Reparei nas minhas roupas e elas estavam um trapo. Eu estava toda suada e com a jeans manchada, cheia de sangue e um pouco rasgada.

–Será que tem como você me arrumar uma roupa? - Perguntei.

–Você está pedindo demais, humana. - Ele sorriu, me provocando.

–Eu não devia ter perguntado. - Me arrependi de fazer a pergunta e olhei para o chão.

–Vêm. - Ele falou. - Vamos até o meu quarto. Vou ver se tem alguma coisa para você vestir.

–Ótimo. - Disse. - Eu preciso de um banho.

Nós entramos no quarto dele e ele foi logo procurar alguma coisa que servisse em mim, porque como sou menor, sua camisa é um vestido em mim.

–Toma. - Ele me deu uma camiseta branca. - Essa encolheu, pode ficar.

–Bom, agora eu preciso de uma calça. -Falei.

–Isso você pede para a Camila ou para a Karen, porque minhas calças não servem em você. - Ele respondeu e eu fiz uma cara de nojo, só imaginando a camila me dando uma das roupas dela. E, a Karen é muito magra para eu usar uma de suas roupas. O meu corpo tem mais curvas e não é tão magro quanto o dela, que parece ser de uma modelo de tão magra que é.

–Não, é melhor eu não pedir para nenhuma das duas. - Falei alto.

–Então veste só a camisa. - Ele deu um sorriso malicioso.

–Se for assim é mais fácil você me atacar que o leão. - Eu olhei para ele depois para o leão, que estava ao meu lado, deitado no chão.

–Eu não vou te atacar. Ainda mais quando sabe se defender. - Sorriu intimidante.

–Ainda bem que você é muito bem informado. - Andei até o banheiro.

–Apesar de que não seria tão difícil te imobilizar. - Eu senti a risada dele atrás de mim, depois senti uma de suas mãos agarrarem as minhas e ficarem presas, atrás de minhas costas.

–Me solta, Keith! - Resmunguei, tentando sair de seu aperto.

–Foi fácil, fácil. - Ele riu. - Tenta sair.

Eu tentei chutá-lo por trás, mas antes, ele me virou, me fazendo ficar contra seu corpo.

Argh! Eu não estava aguentando mais, então pensei em chutar o ponto fraco dele, bem no meio das pernas.

Mas ele percebeu o meu movimento e me soltou, depois se afastou.

–Você está louca?! - Ele perguntou.

–O quê? Eu estou prevenindo que não tenha mais um elfo igual a você no mundo. - Sorri. - Vou tomar banho e não me perturbe.

Eu bati a porta do banheiro e liguei o chuveiro, deixando a água escorrer, depois me olhei no espelho. Eu estava horrível. Meu rosto estava pálido e tinha marcas de cansaço embaixo dos olhos, tirando algumas cicatrizes por causa do acidente.

Entrei no chuveiro e me senti aliviada. Eu estava cansada demais para pensar nos acontecimentos da semana.

Eu só relaxei. Relaxei enquanto podia, porque eu sabia que daqui para frente, nada seria como era antes.

(Esse é o Leo*.* Lindo.né?)



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Notas finais do capítulo

Obrigada pelo apoio leitoras!!!