The Last Tear escrita por Emis


Capítulo 8
Capítulo 7 - O alvo


Notas iniciais do capítulo

Hey gentee...demorei para postar, sorry!



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Só podia ser brincadeira. A droga do arco parecia ser feita de chumbo!

Nós estávamos no 4°andar, onde parecia ser o andar da tortura. Só tinham quartos com equipamentos como facas,arcos, flechas e outras coisas que eu desconhecia.

Eu estava com o Keith e o Gabriel, que me acompanharam até uma sala de treinamento. Eles pegaram os equipamentos para que eu os colocasse. Camila tinha dito que era perda de tempo me ver sendo humilhada.

–Você vai perder, sabia? - Ela disse enquanto estávamos no elevador.

–Um dia, eu posso até perder. - Eu estava confiante quando falei. - Mas, hoje não. Ainda mais uma aposta como essa, com essa coisa. - Apontei para o Keith.

–Elfo. - Ele disse. - Pode me chamar de majestade, também.

–Claro, a majestade dos insetos. - Dei um sorriso nada amigável.

–Por um lado não sou a "majestade" dos humanos, algo que não seria nada bonito. Imagino os porcos sendo comparados com vocês. - Ele riu. - Principalmente agora que achei uma, quando estava na cozinha. - Aquela cena em que eu estava comendo a maçã não foi nada legal, eu sei, mas me chamar de porca?! Agora ele me irritou.

–Você nunca se cansa de você mesmo?! - Cerrei os punhos, me segurando. Ele deu de ombros. - Você me irrita.

–Eu não ligo. Quem se irrita são os fracos, eu estou acima disso. Eu provoco. - Respondeu, sorrindo de lado. - E quando falo que não perco é porque nunca, na minha vida, eu perdi.

–Viu? - Camila falou para mim.- Quando se aposta com ele não é nada fácil de se ganhar, principalmente com o ego.

–Você já fez alguma aposta com ele? - Perguntei.

–Já e perdi. - Ela me olhou rindo. - Você não devia fazer uma aposta como essa se está claro que vai perder. - Falou quando a porta se abriu.

–Como que eu perderia se só preciso segurar o arco e atirar? - Perguntei para ela, que não me respondeu e só deu um sorriso. - Você não vai ver se eu ganho? - Ela estava saindo do elevador.

–Não, isso é perda de tempo e eu já sei o resultando. - Ela riu. - Você vai perder.

Os dois me olharam.

–O que?! - Perguntei irritada.

–Nada, mas deveria ouvir as palavras de Camila. - Gabriel disse. Ele tinha estado quieto, só observando.

–Você também pensa que eu vou perder?! - Perguntei. Até o Gabriel achava isso? E olha que eu tinha a esperança de que ele era o mais legal dos três. Ele não me chamava de humana igual ao Keith e nem me tratava com arrogância igual a Camila.

–Talvez, não sei, mas nunca vi uma humana usando um arco. Principalmente alguém que nos visse, Kate. - Ele disse.

–Certo, então confie em mim, eu não vou perder. - Falei mais para o Keith que para o Gabriel.

O Keith riu.



Eu estava com uma luva de couro preta, que o Keith havia me dado. E, um protetor para um dos braço, do mesmo material que a luva e o mesmo tom de cor.





–Se você perder vai ser minha escrava por uma semana. - Ele disse levantando a mão para que eu a apertasse, como uma forma de acordo.



–Ótimo, então o mesmo serve para você. - Apertei sua mão e ele deu um sorriso, um bem diabólico, depois foi pegar o arco.

Era um arco longo, que eu nunca havia visto.Eu só usava aqueles que eram recurvos quando acampava com meu pai e ele tentava me ensinar, mas eu nem ligava e só aprendi o básico sabe, pôr a flecha no arco e depois puxar para atirar. Esse não, era diferente, parecia ser arco de índio. Não tinha apoio para a flecha e só contava com a força e a concentração para colocá-la na corda.

Me ferrei. Agora não tinha outro jeito,depois de ter falado tudo aquilo na frente deles.

–Eu só vou te mostrar uma vez, então presta atenção. - Ele estava se posicionando. - Você vai acertar o alvo, em qualquer um dos pontos. Mas, só vai ter três chances para atirar. Se você não conseguir acertar o alvo nessas três tentativas então perde a aposta. - Ele atirou a flecha como se fosse uma coisa fácil e acertou bem no meio do alvo, tirando um 10 se estivesse competindo.

Concordei com a cabeça. Ele me deu o arco e eu quase que chorei na hora. Era muito pesado e eu nem sabia como iria segurá-lo com uma das mãos. Apesar de ser feito de prata, parecia ser feito de chumbo. A flecha também, não era uma flecha simples, era feita de prata e ambos o arco e a flecha tinham escritas, que agora eu sabia, eram em latim.

–Merda. Vocês não podiam ter feito algo mais simples e mais leve? - Resmunguei.

Os dois riram do meu comentário.

–Para que? Os arcos simples são fracos e não resistem, e flechas normais não matam coisas anormais, só as de prata. - Keith disse rindo. - Quero ver você ganhar agora.

–Eu também. - Murmurei baixo para eles não ouvirem. Mas, eu acho que o Keith ouviu porque ele deu um sorriso.

Tentei endireitar o arco com a mão esquerda, segurando-o firme e alto, enquanto me posicionava, da mesma forma que o Keith fez, colocando primeiro o pé esquerdo na frente e depois o direito atrás, fazendo com que meu corpo ficasse de lado, como se eu estivesse surfando.

Eu estava concentrada e com a flecha na mão, mas o arco era tão pesado que meu braço estava perdendo forças, fazendo-o tremer. Eu não conseguia entender, como que eles levantavam o arco tão facilmente? Parecia ser fácil para eles, ainda mais aquela vez que eu vi o Keith atirar no demônio. Ele foi tão rápido que nem parecia ser pesado. Só eu, claro, uma pessoa normal achava que o arco de um elfo era simples. A estúpida humana, como o Keith dizia, sabia muito sobre elfos e seus arcos, lógico, e ainda fazia uma aposta com um deles. Ótimo, agora não tinha volta.

Eu não saberia o que fazer se não conseguisse levantar o arco na hora de atirar. Pus a flecha no arco, mirando o alvo que devia ter uns 20m de distância de onde eu estava até ele, para a minha infelicidade. Ainda bem que eu sabia o básico de como usar um arco, graças ao meu pai quem me ensinou.

Só o que me faltava! O arco não era só de prata, ele tinha uma corda que parecia ser feita de ferro de tão duro que era puxá-la. Encarei o Keith com raiva. Ele me deu um sorriso, se divertindo muito com a minha infelicidade depois de eu perceber que o arco não era uma coisa simples.

Eu estava pronta para atirar, me concentrando ao máximo para fazer o meu braço ficar parado. Ele estava tremendo. O arco era pesado, eu já havia falado. E, merda. Eu soltei a corda, fazendo a flecha acertar onde?!

–A Karen não vai gostar nada disso. - Keith falou balançando o dedo, reprovando e rindo.

É, não dava para acreditar, mas a flecha ficou presa no chão, não sei como, mas ficou. Eu só havia soltado a corda e a flecha foi parar no chão. Merda! Não era nem perto do alvo! Era a alguns metros de mim, sabe, quando você dá uns 8 passos? É, eu acertei só isso, o chão.

–Você só pode estar brincando. - Falei. - Como que eu fui acertar o chão se eu estava mirando o alvo? E, o alvo para mim era reto. - Eu fiquei inconformada com aquilo.

–Só agora você foi perceber que esse não era um arco simples? - Keith disse, apreciando cada momento da minha derrota.

–É claro que esse não era um arco simples, o que eu estava pensando, é o arco de um elfo, certo? - Era uma pergunta retórica, então dei um sorriso forçado.

–Continua. - Gabriel falou.- Talvez você acerte da próxima vez. - Ele estava tentando me encorajar, algo que não estava dando certo, porque a cada momento eu sentia que iria perder, ainda mais com o Keith me dando aqueles sorrisos de " você vai ser minha escrava" e isso me perturbava mais ainda. Eu nunca seria escrava dele, pelo amor de deus, eu me mataria ao ter que fazer isso.

Não tem como ser escrava dele, nunca! Imagina, ele me pediria cada coisa absurda que eu nunca fiz na vida por um homem, como lavar seus pés ou dar comida na boca dele e ainda me chamaria de escrava. Só o que faltava, me chamar de "escrava", além de "humana". Ele me daria uma dor de cabeça dos infernos e com certeza eu não aguentaria e brigaria com ele.

Certo. Me concentrar. Sem o Keith na cabeça. Concentração.

Peguei a próxima flecha, respirando fundo antes de colocá-la no arco. Mirei novamente no alvo e puxei a corda, segurando forte para que não soltasse.

Fui analisando onde seria o ponto certo para atirar e, achei. Soltei a corda com os olhos fechados, só abrindo-os depois.

Era brincadeira, certo? Só podia ser algum truque de mal gosto.

–Quem foi?! - Larguei o arco nervosa.

Olhei para os dois que não entenderam nada sobre o que eu me referia.

–Você ficou louca ou perdeu alguns neurônios? - Keith perguntou.

–Nem um e nem outro. - Sorri não gostando nada da brincadeira. - Você virou mágico por acaso? - Perguntei arrogante para ele.

–Não preciso, nasci com dons que nem mágicos têm. Seria pura humilhação me comparar com mágicos que na verdade nem sabem fazer truques de verdade. - Ele sorriu.

–Ah é...Então foi você! - Me aproximei dele, ficando furiosa.

–Eu o quê? - Keith levantou uma sobrancelha. - Sou culpado por ter nascido assim? Me desculpe se no seu 'mundo' não tenha alguém como eu, no mesmo nível que deus.

–Não, idiota. Eu estou falando daquilo. - Apontei para a flecha que havia atirado. Ela estava ao lado da outra, no chão. Dá para acreditar? Ao lado da outra, exatamente ao lado. - Você pôs alguma mágica no arco, não foi?

Só para aumentar minha raiva ele olhou para o Gabriel e os dois começaram a rir.

–Eu estou falando sério. - Peguei sua gola.

–Olha, por que nós colocaríamos algum truque ou mágica em um dos arcos que nós usamos? - Ele perguntou sorrindo. - Você acha que somos idiotas?

–Sim, vocês são idiotas, principalmente você. - Apontei para ele, soltando-o. - Por que eu não consigo atirar no alvo então?!

–Bom, primeiro que você está usando o arco de um elfo e segundo que você é uma humana. - Respondeu como se eu fosse uma criancinha. - Deu para entender? "Nunca mexa nas coisas que não lhe pertence".

–Não. Eu não entendi nada e só pelo fato de eu não ter acertado em nenhuma dessas duas vezes, eu vou ter que acertar na próxima e, se você arranjar mais algum truque, eu te mato. - Falei ameaçando-o.

–Então tenta. - Disse e riu, dando gargalhadas.

Eu peguei o arco com raiva. Muita raiva mesmo. Eu senti que a corda iria se quebrar dessa vez.

Me concentrei com a flecha posicionada no arco, olhando precisamente no alvo e puxando a corda que nem parecia ser tão forte quanto era. Fiquei um bom tempo me concentrando para me acalmar. A emoção de ser a última flecha estava me pressionando. Fiquei tensa, com as duas mãos suando embaixo das luvas.

Eu sabia que dessa vez iria acertar o alvo. Quando estava pronta para soltar a flecha, minha cabeça começou a doer, a doer muito e logo eu perdi a concentração, me fazendo perder o equilíbrio, como reflexo à minha dor eu soltei a corda e a flecha se foi.

Eu perdi. Eu sabia, eu tinha errado o alvo, mas minha cabeça começou a doer, mais e mais , até eu me ajoelhar e sentar no chão, fechando os olhos e colocando as mãos na cabeça.

–O que foi?! - Ouvi o Keith e o Gabriel falando em uníssono ao meu lado. - Você está bem?! - Perguntaram.

Não respondi, porque desmaiei.


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Notas finais do capítulo

Então, O que acham que vai acontecer?