– Rosie, você tem que parar com isso, fica sonhando com o gostosão, mas nunca faz nada! Essa tensão sexual vai acabar com a sua concentração no escritório!

– Bella, que ridículo, nada vai acabar com a minha concentração, só você falando no meu ouvido o tempo todo. O que você quer que eu faça? Me jogue em cima dele? Aliás, eu não quero nada com ninguém, tanto faz se ele é o Poseidon dos meus sonhos... Não tenho tempo para relacionamentos. - Eu já estava ficando irritada, Bella sempre insistindo nesse assunto sem pé nem cabeça. Ela acha mesmo que eu vou me jogar em cima do Cullen? Pessoa que nem ao menos fala-me um 'Bom dia'?

Estávamos a caminho do escritório no carro de Bella, pois o meu bebezinho ainda não tinha chego da revisão anual, o que só ajudava Bella a me atazanar cada vez mais.

– Eu ainda acho que você tem que bater na porta dele, por favor Rose, ele deve ser um Deus na cama! Se eu morasse no apartamento do lado do dele, eu já teria ido pedir uma xícara de açúcar... É isso, não tem forma melhor de pedir sexo sem compromisso, sem se acusar!

– Oh meu Deus, Isabella pare de falar idiotices e acelere esse carro, pois eu quero chegar no escritório hoje... Como se eu fosse fazer isso!

. . .

Hoje eu devo estar apinhada de trabalho, não consegui terminar de ler alguns processos ontem e hoje minha chefe disse que vai me encaminhar um caso que foi exigência do contratante que eu trabalhasse nele, quem deve ser para querer tanto que eu atue no caso?

Cumprimentei todos meus colegas pelo caminho e entrei na minha sala, a pilha de papéis já estava na minha frente e com um rápido muxoxo, me concentrei em todas as cláusulas daqueles milhões de papéis.

– Legalmente loira.

– Fala Benjamim... - Falei desanimada, Benjamin era um amigo de escritório que não se cansava de me comparar com o filme que tem uma loira advogada como personagem principal.

– A chefinha está te chamando, algo sobre uma cliente.

– Okay, eu já estou indo...

. . .

Bati na porta da minha chefe e ouvi uma voz me mandando entrar.

– Queria falar comigo Srta. Heart?

– Sim Srta. Hale, sente-se. - Disse a moça de uns quarenta anos, sentada na cadeira atrás da grande mesa no centro da sala. Srta. Heart, ou melhor Meredith Heart, era a filha do dono do 'Elizabeth Edwards Law Firm'. Apesar desse nome, ela não tem coração, ou ela o esquece em casa todo dia. Séria, orgulhosa e amargurada, nunca casou, não tem filhos e vive de mal humor.

– Recebemos a ligação de uma cliente, uma cliente de uma família que usa nossos serviços desde o começo do Elizabeth Edwards, e ela exige que o caso seja advogado por você.

– Qual é o caso? - Ela me olhou com olhos de repreensão por tê-la interrompido

– Se parar de me interromper, posso terminar de falar!

– Perdoe - me

– Claro, claro - Disse ao mesmo tempo em que abanava a mão direita representando descaso

– A Sra. Alice Meyer quer entrar com um processo de divórcio...

– Mas, casos como esse são mandados para Srta. Swan. Não é a minha...

– Você acha mesmo que eu não sei! EU organizo esse lugar, eu sei como ele funciona! Sra. Meyer pediu que fosse você no caso. Acha que não é capaz, Srta. Hale? - Os olhos de deboche da megera me davam nojo. Ela é sua chefe, Ela é sua chefe. Repetia o meu mantra mentalmente para não fazer nenhuma besteira.

– Sim, eu sou capaz, me perdoe pelo meu abuso.

– Okay. Mandei a Sra. Meyer para sua sala, converse com ela, resolva o seu caso e não se esqueça, a família dela é preciosa demais para esse escritório, faça alguma besteira e está no olho da rua!

– Sim Srta. Heart, com licença.

. . .

– E ai, como foi com a LostHeart? - Benjamim estava me esperando do lado de fora da sala, o apelidinho carinhoso que demos à ela nunca caiu tão bem.

– Ela me deu um caso de divórcio! Aquelazinha sabe muito bem que a minha área não é essa! Argh, mas que raiva!

– Calma Elle Woods, fica calma.

– Não começa com os apelidinhos não, tá Benjamim! Deixa eu ir porque a Sra. Meyer já está me esperando. E você, aprenda a não ser tão fofoqueiro!

. . .

Entrei na minha sala e vi uma moça sentada em uma das cadeiras que ficavam na frente da minha mesa. Ela era pequena, não por estar sentada, mas porque era baixa mesmo, e tinha cabelos curtos. Se virou logo que ouviu a porta abrir. Era bonita e tinha feições delicadas, abriu um pequeno sorriso para mim e se apresentou.

– Olá, você deve ser Rosalie Hale, meu nome é Alice Meyer. - Estendeu a mão e eu logo apertei

– Isso mesmo, muito prazer. Srta. Heart me disse que você exigiu que eu seguisse com o caso...

– Isso mesmo, uma pessoa te recomendou.

– Ah, claro, vamos falar do caso, é divórcio, não é?

– É sim, não aguento mais meu marido.

– Fale-me mais... - Pedi que continua-se, precisava saber de tudo.

– Elton, meu marido Elton Meyer, ele é um crápula! Não aguento mais aquele homem encostado nas minha costas! Ele não trabalha, fica em casa o dia todo, não faz nada, bebe o dia inteiro com os amigos de copo e ainda tenho que chegar em casa e arrumar a sua bagunça, porque ele não move um músculo para tentar me ajudar! Eu quero o divórcio, mas ele me disse que nunca vai assinar nada se não levar algo em troca, aquele safado...

– A interrompi, ela já estava muito nervosa, com os olhos saltados. Levantei e peguei um copo d'água para ela.

– Acalme-se, não só precisamos fazer um acordo com ele, não sei dar uma quantia em dinheiro...

– Estou disposta a pagar qualquer coisa para vê-lo bem longe da minha vida!

– Isso é bom, vamos marcar uma audição com ele para negociarmos, vocês ainda estão morando na mesma casa?

– Não, eu o expulsei de lá, não aguento nem olhar mais para a cara daquele desgraçado.

– Okay, vamos mandar um telegrama o informando da 1ª audição, se ele não aparecer, o divórcio será aprovado independente do que ele quiser.

– Me sinto até mais aliviada, muito obrigada Srta. Hale.

– Não agradeça ainda, agradeça no fim da audição.

– Claro, tem razão, adeus Srta. Hale.

. . .

– Você acredita nisso, Bella? Ela me deu um caso de divórcio! Divórcio! Isso não é a minha especialidade, é a sua!

– Bella e eu estávamos dentro do carro voltando para casa, Bella dirigia rápido pois, ela tinha que se arrumar para algum tipo de encontro.

– Não fique assim tão raivosa, é só um caso, e ela mesma disse que é uma família importante, foi só por isso.

– Ela ainda teve a cara de pau de me ameaçar! Mais que raiva!

– Calma loira, não é o fim do mundo.

– Eu sei, é que eu já estou no meu limite. - O carro tinha acabado de entrar na garagem do prédio.

– Já te disse que isso é falta de sexo? - Disse risonha - Se você fizesse sexo, não estaria tão estressada.

– Eu vou te ignorar e ir para o meu apartamento, okay? - Eu disse, a caminho do elevador. Ouvi um grito de Bella quando a porta do elevador já estava fechando.

– Aproveita e faz uma visitinha para o Poseidon!

. . .

Como eu estava cansada, hoje o dia foi pesado. Sai do elevador e me dirigi à porta de minha casa, até que o ouvi.

– Boa noite Srta. Hale.

Oh meus Deus, Poseidon estava falando comigo!