Life Hates Me. escrita por dreamr


Capítulo 36
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Notas iniciais do capítulo

a demora para postar se resume a: falta de tempo e de criatividade.
mas nem sei se existe alguém querendo mesmo que eu atualize então...



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Quando chegamos ele estava do jeito que eu esperava, para mim era uma das coisas mais lindas que eu já tinha visto. Olhei para Lisa com um sorriso estampado em seu rosto e seus olhos brilhavam ao observar toda a paisagem.
- Meu... Deus! Nem parece que isso aqui fica naquela clínica...
Concordei e a levei até o pequeno píer que tinha no centro do imenso lago. Sentamos e um ganso sozinho passou nadando por ali e acompanhamos ele, tentando chamar sua atenção. Aquele momento tinha ficado bem de filme, mas qualquer coisa para fazer minha princesa esquecer os problemas dela pelo menos uma vez na vida.
Ela começou a balançar os pés e a forçar a ponta dos dedos para baixo, acho que para tocar o lago. Eu fiz o mesmo, só que eu sou maior e consegui tocar bem fácil. Fiz um movimento brusco e sem querer, juro, chutei água nela. Pelo menos até a altura de seu colo. Me fuzilou com os olhos e gelei.
- Desculpa, eu... Na verdade eu só queria... É sério! Não foi de propósito.
Ela começou a rir daquele jeito puro e alto, como nos velhos tempos. Isso me relaxou para algumas coisas, mas eu simplesmente não entendi a graça.
- Você precisava... Precisava ver sua cara dizendo isso! – disse entre risadas.
Soltei uma risada nervosa.
- Você precisava ver a sua cara quando eu joguei água! Deu medo!
- Ouch! – dei um soco no ombro dele.
Permiti-me rir mais, acima de tudo eu e a Lisa éramos amigos, melhores amigos... E nada mudaria isso, porque sempre tivemos uma amizade muito forte e que nasceu do nada. Ou quase do nada.
Ela começou a se soltar no começo e agir como minha amiga de antes, mas então parou e se retraiu parando de dar risadas e até de tocar em mim. Eu não me surpreendi porque foi isso que ela fez antes e continuou fazendo por mais de um ano, que tive que passar longe dela. 
Resolvi ficar quieto e esperar ela tocar em algum assunto, mas nada... Ao invés disso ela balançava o vestido para seca-lo e amarrava o cabelo em um coque.
Eu estava ficando com frio e veio um sol forte, deitei no píer e apoiei as mãos na testa. Percebi que ela deitou ao meu lado porque ouvi um barulho, retirei as mãos dos olhos/ da testa e olhei para o lado. Ela virou para mim e sorriu, um sorriso lindo e inocente. Retribui o sorriso e beijar aqueles lábios era o meu maior desejo, porém eu sei que eu não posso fazer isso... Só que meus sentidos falaram mais alto e eu cheguei mais perto de seu rosto, ela rapidamente desviou o rosto e levantou.
O clima ficou pesado por um bom tempo. Permanecemos quietos, eu deitado absorvendo o pouco calor que ainda tinha e ela sentada olhando para o horizonte que significava algumas árvores e a ponta do prédio da clínica lá ao longe.
- Tá ficando frio... Vou voltar... – esfregou os braços para “se esquentar”: 
- Ér... É, eles devem ter ficado preocupados com você...
Sibilou alguma coisa parecida com um “hum” como se não se importasse com o que eu tivesse dito ou se alguém teria ficado preocupado. É, eu consegui estragar outro momento bom, a gente estava de boa... Só relaxando e eu fui rápido demais, de novo... É só que alguma coisa dentro de mim não consegue mais esperar, é como tê-la perto, mas não perto o suficiente e isso é torturante. 
~ LISA POV ON.
Sabia que o Bieber ia tentar alguma graça ou estragar tudo quando tudo o que eu peço é... Paz. Pedi para ele não tocar no assunto e pelo menos isso ele atendeu, mas tentar me beijar quando eu abro um pouco as portas não foi nada legal. 
Ele deitou no píer e me deu vontade, já estava cansada de ficar sentada. Quando ele virou para olhar eu só... Eu não sei... Tudo ali estava em perfeita harmonia, o sol batendo no rosto dele e aqueles dois olhos brilhantes me observando... Me fizeram sorrir. Estava tudo bem até este momento eu até estava mais calma em relação a ele, até ele tentar algo mais e querer me beijar. Só para estragar tudo outra vez...
Levantei e fui embora, esperava que ele fizesse questão de me acompanhar ou me pedisse para esperar por ele... Mas não. Ele só concordou e disse “tchau”, pude ir embora sozinha e adorei isto. Não sei, mas ele tinha ficado muito cuidadoso em relação a mim desde o namoro e não era mais natural e debochado como antes... O que eu sentia muita falta.
Segui a trilha que fizemos para chegar e continuei seguindo pelo campo da clínica, agora vazio, sem nenhum paciente ou enfermeira. Deve ser a hora do lanche... Cinco horas da tarde. Segui até minha janela e pulei de volta, não tinha ninguém no quarto, só uma bandeja com o suposto lanche que eu deveria pegar no refeitório. Estranho... Mas bom de uma certa forma, pois não sei quem pode ter trazido esse lanche sem dar chilique e contar para a clínica toda que a paciente não estava no quarto. Quero dizer, eu nunca saio daqui e todo o mundo sabe disso... Então porque esta pessoa trouxe o lanche para mim e ficou quieta? Pelo menos eu acho que ficou.... Mas ninguém veio reclamar nem me procurar, então...
Sentei na cama e comi, liguei a TV para me acompanhar e depois de tudo fui tomar um banho. 
[...]
No dia seguinte, despertei com o sol. Incrível este lugar sem qualquer vestígio de tecnologia, onde eu não posso ser acordada por um despertador, mas sim pelo lindo e natural... Sol. E sinceramente, eu amo isto! Não passo mais boa parte do tempo digitando alguma coisa no celular ou mexendo na internet. Nunca fui das mais viciadas, mas de qualquer jeito...
Levantei, dei uma boa bocejada (daquelas que parecia que eu estava jogando a alma para fora) e fui fazer minhas higienes e tudo para ver se eu saía hoje deste quarto. Quando me aprontei, abri a porta e vi algumas pessoas andando pelo corredor, rindo e conversando. Aproveitei que ninguém veio me ver desta vez e saí, ninguém inclui a psicóloga Sarah que insiste em "bater um papo" comigo toda manhã e toda tarde também.
Não sabia para onde ir, eu estava tecnicamente sozinha ali, pois não conhecia ninguém a não ser a arrumadeira do meu quarto que nem se quer deu as caras nesses corredores. Continuei andando e fazendo um tour pelo lugar que habito há um mês e mal conheço.
- Lisa? Lisa... Tyler? - ouvi me chamarem e virei em direção à voz.
- Sim?
- Querida... - a enfermeira se aproximou. - Resolveu sair do quarto hoje?
Assenti.
- Mas que ótimo! Esperamos esse dia há tempos...
Olhei meio assustada, não sabia se ela falava isso para tentar ser gentil ou se eles se importavam mesmo se eu saísse ou não. A ideia de ter a rotina controlada me aterrorizou.
- Jura?
- Sim, sim... Venha, chegou bem na hora da aula de artes... Se é que dá para chamar assim né!
Empurrou-me pela cintura até uma sala bem colorida e cheia de quadros pendurados. Era óbvio que os quadros não eram profissionais e sim de alunos... Mas eram até que bem bonitos, eu nunca faria nada nem parecido. Agora fala sério né? Aula... De artes numa clínica? Até aqui?
Entrei na tal sala, meio desconfortável, mas eu decidi encarar o "mundo" afora do meu quarto, ou seja, a clínica... Então vou enfrentar uma aula de artes né, fazer o que.
- Oi, - uma menina tímida aproximou-se. - Você é a garota do 66?
Hesitei na resposta, meu número é 202, não é? Para falar a verdade, nunca olhei para a plaquinha da minha porta, mas eu lembro de ouvir algumas pessoas ao meu redor falaram que este era o meu quarto. Pelo menos... Ah é! Esse era o número do meu quarto no hospital! É que são tantos os "maravilhosos lugares em que eu me hospedei nessas férias", são tantos os números dos quatros... Que eu até me confundo.
Enquanto eu tentava pensar, calcular e responder à ela, eu balançava a cabeça afirmando e negando simultaneamente e repetidamente. Feito uma louca, acabei assustando ela e fiquei sem responder nada com certeza.
- Ai, desculpa! Você deve ser muda né? Como a Charlotte! Desculpa! - apontou para uma senhora sentada no canto isolado da sala que deve ser a Charlotte e saiu.
Ótimo! Mal cheguei no lugar e já sou interpretada como muda! Tudo bem, pelo menos não vou ter que tentar me enturmar por enquanto.
- Bom dia borboletinhas, hoje vamos... Ora, ora, vejam quem resolveu sair do casulo e desabrochar as asinhas! 
Abaixei a cabeça, pois seu olhar e de toda a turma recaíam sobre mim e fui achar um lugar em qualquer mesa. Achei uma vazia e sentei, não é que eu seja anti-social ou rejeite a companhia das pessoas. Mas desde pequena as pessoas rejeitam a minha companhia e então, a mesa vazia se tornou minha melhor amiga. Pois é, meio que me acostumei e prefiro assim. Sem dramas mais.
- Bom dia Lisa! - repetiu a professora de um jeito menos... Poético?
Sibilei um "bom..." e as pessoas me olharam para ver se saía um som e então a muda aqui estaria milagrosamente curada. Não sabia o que responder, se entregava a minha fala e tirava a máscara de muda ou...




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Notas finais do capítulo

bjbj



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