Life Hates Me. escrita por dreamr


Capítulo 35
overcoming and recovering


Notas iniciais do capítulo

HEY HEY HEY, ACHO QUE JÁ TEM TUDO BOLADO E O FIM ESTÁ PRÓXIMO, HAHAHA ESPEREM MAIS UM POUCO!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/241550/chapter/35

– Eu precisava conversar com você...
– Hum? – dei um impulso para sentar no sofá e entrelacei minhas mãos (http://data.whicdn.com/images/34712798/215697_337811232975847_679758355_n_large.jpg).
– Vou para Nova York esta noite... E você sabe, como eu disse no hospital, eu não posso dar para ela um tratamento em casa. Por isso resolvi interna-la aqui e... – a interrompi.
– Você sabe que tá destruindo a vida dela né?
– Olha, não é fácil pra mim tudo bem? Mas eu tenho o livro lá e a minha empresária... – a interrompi novamente.
– Sei que não é da minha conta, mas quando você vai parar de se preocupar com a carreira e assumir sua filha?
– Como você disse, rapaz, não é da sua conta. Olha eu vou hoje e você ficará aqui com ela, tá?
– Nem precisa me pedir... É o que eu pretendo fazer mesmo... – voltei a deitar no sofá.
Ela juntou suas coisas e foi embora. Não tinha entendido muito quando a Lisa contou aquele dia no colégio... Mas essa mulher é mesmo capaz de trocar a filha pelo trabalho. Na cara dura, ainda mais na situação que a Lisa está.
O pior é que eu já esperei um mês para ver a Lisa, desde que ela chegou nessa clínica tudo o que tem feito é ficado no quarto o dia inteiro. Não dá mais, ainda mais agora que ninguém vai visita-la, já que antes era só a mãe mesmo.
Levantei do sofá e fui até o quarto da Lisa. Mais ou menos como um alarme, eu relei a mão na maçaneta e veio uma enfermeira irritante ao meu lado.
– Com licença rapaz? Você tem autorização?
– Para...?
– Só responsáveis da paciente podem entrar aí, ninguém mais.
– Acontece que... – levei a mão até a nuca. – Eu sou...
– Um responsável? – cruzou os braços e me olhou desconfiada.
– É... – não foi muito convincente.
– Sei... Venha garoto, por aqui.
Ela meio que me expulsou e me levou de volta à recepção. Quando virou de costas eu voltei para o percurso de volta ao quarto, ela viu e veio encher o saco de novo e disse que dessa vez ia ficar grudada na porta do quarto. E é, ela não saiu de lá, parecia uma segurança. Merda!
~ LISA POV ON.
Comida. A única coisa que posso pensar no momento. Tá vendo? Era isso que essa clínica queria Lisa, que você comesse e engordasse para “ficar saudável” e agora te trazem uma montanha de comida praticamente toda hora e isto está te viciando. Parabéns! Caiu no truque deles.
Eu não entendo, o que eles acham que eu tenho? Eu tenho anemia, simplesmente, dá pra tratar com medicamentos! Agora os meus... Ér, cortes? Primeiro que é problema meu e segundo que não é possível que eu estou numa clínica de reabilitação só por causa de pequenos cortes. Bulimia? Bom, foi o que a tal psicóloga que sou obrigada a ver todos os dias, me disse que eu poderia estar tendo. Na verdade ela quer que eu admita isso, mas por favor... Não! Eu posso ter todos os problemas, mas deixar de comer e vomitar para emagrecer? Nunca!
Alguém bateu à porta. Eu estava lavando a mão no banheiro, me virei para ver o relógio. Três horas em ponto, é... Só podia ser a Sarah, minha querida psicóloga.
– Pode entrar! – sequei a mão na toalhinha.
– Lisa, querida! – fechou a porta.
– Oi Sarah...
Sentei na cadeira de frente para a janela imensa que tinha no meu quarto. Era a melhor parte de tudo isso, ela era grande e me dava visão de toda a felicidade dos campos floridos e ensolarados lá fora. Já que eu ficava no primeiro andar eu ficava bem plana em relação ao campo lindo do outro lado da janela.
– Hoje faz um mês que você está aqui!
Balancei os braços e gritei um breve “yupi”.
– Ok, eu sei que isso não é fácil ou legal... Mas veja bem, eu sei que mais do que tudo isso... Você não gosta de mim!
– Hum... – suspirei. – Não é bem assim... Só acho isso tudo desnecessário, como te disse.
– Querida, isto só vai ser desnecessário quando você entender que os cortes nos seus pulsos não são coisas normais e simples “problemas seus”. São inaceitáveis e você tem que entender isto...
– Tá... – revirei os olhos.
– Mas eu vim só te avisar que hoje... – ela continuou a falar.
Mas eu parei de olhar para o seu rosto e passei a prestar atenção no gramado da clínica. Eu queria muito ir lá, mas tenho resistido esse tempo todo. Tudo bem que nas vezes que eu pedi, eles rejeitaram e disseram que eu devia permanecer aqui. Mas aquilo me chama todos os dias, eu respiro liberdade e mais do que nunca necessito dela. Só que algo me diz que a Dona Elizabeth está me controlando aqui dentro e isso me estressa ainda mais.

De repente, algo entra no meu campo de visão. Ele. Depois dizem que não é perseguição, isso não é possível... É alucinação? Efeito colateral de algum remédio? Pisquei o olho e ele continuou ali, sorrindo e acenando apoiado na janela. Coisa mais linda... Ah! Mereço!
– Justin? – falei em um tom baixo.
– Oi?
– É nada... O que você tinha dito? – meus olhos variavam entre a Sarah e o Justin.
– Que não vamos ter a sessão hoje...
– Ah é? Que ótimo! Se me dá licença... – a empurrei para fora do quarto.
– Nossa que pressa! Muito bom vê-la animada!
Anotou alguma coisa na caderneta dela e saiu. Voltei meu olhar assustado para a janela e ele permanecia ali com o mesmo sorriso entusiasmado.
– O que você tá fazendo aqui?
– Vim te visitar! – sorriu e colocou uma perna para dentro do meu quarto e começou a pegar impulso.
Deixei tudo de lado e decidi atender a uma das minhas vontades do momento, fui até a janela na qual ele estava escalando e o empurrei para fora. Ele se equilibrou e não caiu, mas me olhou feio.
– Que jeito normal de me visitar... – dei um sorriso falso de lado e pulei para fora da janela.
Me deu a mão e me ajudou a descer, embora que não fosse tão alta a janela. Nem um pouco na verdade, mas quando alcancei o chão tirei minha mão da dele e limpei minha roupa. Um simples ato de dar as mãos já me deu um tipo de choque interior que nem quero pensar... Uma recaída, talvez, que nem vou permitir.
Lembrei que estava descalça quando senti o delicado toque da grama em meus pés. Como eu ansiava por isso, só para me sentir viva novamente. Era uma sensação tão simples, mas tão importante para mim no momento. Eu quase saí correndo pelos campos, deixando meu cabelo e o meu vestido voarem. Mas não, isto seria muito clichê. Resolvi só andar passo a passo no meu tempo, e fui de olhos fechados apreciando a brisa refrescante que batia em meu rosto. Abri os olhos e vi todas aquelas enfermeiras com seus respectivos pacientes e eu sozinha e já podia sentir uma pontada de liberdade. Escolhi a maior sombra que tivesse debaixo de uma árvore e me sentei sob ela.
– Sentiu falta das suas sombras? – se sentou do meu lado.
– Eu gosto de sombra...
– Eu sei... Eu lembro aquele dia no colégio que... – tossiu forçado e parou de falar. – Escuta Lisa, eu estou realmente muito arrependido e eu me sinto um idiota com tudo isso.
– Olha, não estraga isso aqui para mim não, por favor.
– Não... É só que não era para acontecer tudo aquilo...
– Para! Eu estou tentando superar isso, não piora as coisas...
– Tudo bem! Desculpa... Não falo mais sobre isso.
~ JUSTIN POV ON.
– Ótimo! – sentada, agarrou os joelhos, deitou a cabeça para trás e fechou os olhos.
Comecei a ficar impaciente. Ela lá aproveitando o vento que pelo visto não sentia a muito tempo e eu aqui sem quase nem poder falar com ela.
– Vem, vou te mostrar um lugar!
Abriu os olhos e me observou.
– Que lugar?
– Um que eu descobri aqui, você vai gostar...
– Acho melhor não.
– É só um lugar... Relaxa! 
Levantei e estendi a mão. Óbvio que ela levantou e virou para o lado contrário, ignorando a minha mão. Fui na frente para ela me seguir e passando pela matinha que tinha lá no gramado da clínica, fui fazendo a trilha que eu tinha aprendido uns dias atrás. Quase mais de um mês parado na recepção? Não né... Tive que descobrir alguma coisa legal por aqui...



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

eu acabo até antes de 31 de dezembro, relaxxx



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Life Hates Me." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.