Ela desceu, fechei a porta e ficamos nos olhando. Eu estava de costas para a rua e ela estava de costas para o carro. Ela ficou envergonhada, suas bochechas coraram e se tornaram muito vermelhas. Olhou para baixo, tentando desviar o meu olhar e encostou no carro. Me aproximei e ela levantou o rosto, me fitando.
~ LISA POV ON.
Eu não sei o que estava fazendo ou porque não dizia “Ok, tchau Justin! Até amanhã!” eu não conseguia, meus pés me prendiam ali, foi parecido com a vez que nós nos trombamos. Eu não sabia o que falar, não sabia se simplesmente saía, enfim. Comecei a sentir meu coração acelerado e um calor percorrendo todo o meu corpo. Estávamos parados, com os corpos muito próximos. Ele ergueu o braço e levou a mão ao meu rosto, acariciando-a suavemente com o polegar. Eu inclinei levemente minha cabeça ao encontro de sua mão. Ele sorriu. Aquele sorriso que eu posso nunca ter percebido, mas que me derrete. Minhas pernas cambalearam um pouco, mas não deu pra perceber. Sorri.
~ JUSTIN POV ON.
Aquele sorriso dela foi como um impulso para mim, então levei meus braços a sua cintura, os apoiando levemente e a puxei para perto de mim. Estávamos com os narizes encostados e ela soltava uma suave respiração pela boca. Encostei meus lábios levemente nos dela, e eles começaram a se movimentar juntos, como se fossem feitos um para o outro. O frio na barriga me assustava. Eu não tinha toda essa delicadeza ao beijar uma garota, como estava tendo com a Lisa. E esse frio na barriga nunca me atingira, era como se fosse meu primeiro beijo. Então pedi passagem para a minha língua e ela concedeu, elas começaram a “dançar” em perfeita harmonia. Ela levou suas mãos a minha nuca e acariciou meus fios, levemente. Fazendo-os se arrepiarem.
~ LISA POV ON.
Permanecemos ali o que me pareceu uma bela eternidade, e não me incomodei, eu simplesmente não queria que isso acabasse. Mas percebi que o ar faltava, então afastamos nossos lábios e depois de uns segundos voltamos a nos beijar, dessa vez senti como borboletas na minha barriga. Elas não paravam e era como mil ao mesmo tempo. Porém durou pouco, nos afastamos e eu mordi meu lábio inferior. O Justin sorriu e provocou mais um sorriso meu, então selamos com um último selinho e nossos corpos se distanciaram.
Eu não conseguia e nem queria falar nada, qualquer palavra estragaria esse momento.
Mas eu tenho que falar alguma coisa, já que ficamos parados sem qualquer ação durante um tempo.
– Brigada Justin... por tudo! – sussurrei e novamente mordi meu lábio inferior.
Geralmente mordo o lábio quando estou assim, nervosa com um garoto.
Ele fitou minha boca e sorriu, se dirigiu a ela e deu uns 5 selinhos rápidos.
– Até amanhã ursinha! Boa noite!
– Boa noite! – sorri.
~ JUSTIN POV ON.
Nos afastamos totalmente e ela foi embora. Olhou umas 3 vezes para trás e sorriu. Entrei no carro e olhei novamente para ela, entrando no prédio. Fui ligar o carro então rápidos flashbacks de seus lábios encostando nos meus tomaram conta. Eu não sei como ou porque, mas esse beijo mexeu comigo. Eu odeio sentir isso por uma garota, fico totalmente besta e vulnerável a ela. Parei os pensamentos e liguei o carro e fui para casa. Cheguei lá, abri a porta com a minha chave. Estava tudo apagado, minha mãe deve ter dormido. Deitei na cama e outros flashbacks vinham. Eles inundavam minha cabeça, chacoalhei um pouco pra ver se me concentrava em outra coisa, mas não. O que era estranho e me perturbava, afinal é a Lisa, uma menina estranha, na verdade diferente e meio incompreendida. Ela é linda, não posso mentir, mas não é o meu estilo. É só minha... Amiga.
– Lisa Tyler realmente mexe comigo. – confessei bufando.
Isso soava estranho na minha voz, ainda mais do que na minha cabeça. Mas como eu disse, eu me sentia vulnerável a ela.
~ LISA POV ON.
Abri a porta de casa e encontrei a Rachel de camisola, ao lado da janela, sentada.
Levei um susto e bufei.
– Ai credo! Incrível como sempre é a primeira que eu encontro!
– Bonitinho ele...
– Oi? – fiquei meio aterrorizada de pensar que ela assistiu a cena toda.
– Ah Lisa por favor, está tarde para bobagens! Eu vi vocês! Bonitinho ele!
Sorri feito uma boba.
– É... Quero dizer, como você sabe? Estava olhando de uma janela...
– Estamos no terceiro andar, não é tão alto assim. E por favor, abaixa a guarda um minuto! Você beijou o cara, bonito ele tinha que ser... As vezes você... Tem bom gosto! – acho que vi um misero sorriso abrir no canto de sua boca.
– Brigada... Eu acho. – sai da sala, nem ela estragaria meu humor.
Fui para o meu quarto, fechei a porta e recostei nela. Deslizando até sentar no chão, coloquei uma mão sobre minha testa.
Como isso aconteceu? Quero dizer, ele é meu pandinha. Meu amigo, acho que nada mais. Nunca pensei no Justin como alguém mais que isso, nunca nem me imaginei o beijando.
Quero ver com que cara vou olhar pra ele amanhã, não sei... Agora só não quero perder nossa amizade, ela tem sido tão importante nos últimos dias.
Meus pensamentos vinham como uma bomba e vários ao mesmo tempo. Decidi tomar um banho e deitar.
~ NICOLE POV ON.
Acordei, fiz minha rotina matinal e fui para o colégio. Ontem a noite foi simplesmente... é... diferente pra mim, nunca pensei que o Chaz pudesse mexer comigo. Não nos beijamos nem nada depois do restaurante, foi estranho, mas preferi. Recomeçar nossa história de um jeito mais romântico. O pior foi ver a Lisa ali. Foi estranho, me senti péssima. Afinal sempre a critiquei por estar dando mais atenção para o Justin ultimamente. E olha só pra mim. Nem contei a ela que estava saindo com o Somers, fiquei simplesmente sem reação ao encontrar com ela ontem. Mas hoje acho que tudo voltará ao normal, espero.
Cheguei no colégio e encontrei a Lisa sentada, nas últimas carteiras, meio pensativa, com um brilho nos olhos.
– Bom dia! – sorri.
– Ei amiga! – sorriu de volta.
– Tudo bom?
– Ótimo, é...
– Hum, o que aconteceu ontem hein? – sentei do seu lado.
– Ué, achei que tinha ido jantar contigo!
– Lisa, sem ironias. – fiquei séria.
– Tá, digamos que... Beijei o Justin. – sua voz se tornou meros sussurros.
– Você o que? – arregalei os olhos.
– É! – fez cara pensativa e olhou para o nada. – E ao mesmo tempo que me sinto feliz, me sinto culpada.
Cara, eu não podia acreditar que ouvi isso. Tá, vou voltar a pagar de mãe ou qualquer coisa assim. Mas o Bieber não presta, e continuo com as minhas deduções de que ele não presta.
Enquanto a Lisa me explicava os detalhes, eu me desliguei um pouco e olhei de relance para o lado, percebendo que a Brooke ouvia a história e que parecia ter ficado com ódio.
– Lisa... – fiz tom de preocupação. – Ele não presta!