Capitulo IV – Almas separadas

                Edo – Japão – Primavera de 1608

                - Sakura-sama? – chamou uma das servas a porta do quarto da jovem Haruno, mas nada foi ouvido de dentro do quarto – Sakura-sama? Sua mãe a esta chamando. – insistiu a mulher

                - O que houve? – perguntou Neeya, a futura serva da jovem Haruno, que passava pelo corredor carregando uma bandeja de chá

                - Sakura-sama não me responde e nem abre a porta. – disse a serva olhando sua companheira de trabalho

                - Deixe que eu cuide disto, leve este chá para os visitantes. – disse Neeya entregando a bandeja com cuidado para a mulher

                - Sim. – disse saindo em seguida carregando o chá

                - Sakura-sama? – chamou antes de abrir a porta do quarto de sua jovem e futura senhora – OH! Pelos deuses! – exclamou a serva ao ver o quarto escuro e ouvir gemidos que provavelmente eram de Sakura

                Ela se aproximou da jovem Haruno encontrando-a deitada no tatame de seu quarto e ao tocar-lhe a testa a serva se deu conta de que ela estava suando frio. Saiu desesperada em busca de socorro.

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                Sakura estava deitada enquanto sentia um pano gelado lhe tocando a testa, não sabia se estava delirando de febre ou se o que estava ouvindo era real, mas se sentia triste por não poder ver a seu noivo, o pedido havia sido oficializado e agora ela se tornaria uma Uchiha em apenas 1 mês.

                - O atrevido daquele filho do Uchiha Fugaku quer ver a Sakura a todo custo. – disse a voz masculina do pai de Sakura

                - O que faremos? – ela ouviu a voz de sua mãe dizer – Se eles descobrirem que Sakura esta doente podem desistir do casamento.

                - Trate de fazer a febre dela abaixar, mulher! – disse ele elevando um pouco a voz – os dois se instalaram num dos quarto, eu os convenci que já esta tarde para ver Sakura hoje, então amanhã de manhã antes de voltarem para Musashi, Sakura deverá encontrar o moleque.

                Logo a noite se passou devagar entre devaneios que ela via Sasuke a chamando com a mão estendida a sua frente e outros momentos de realidade que via sua mãe preocupada em fazer a febre da filha cessar para que o idiota do Uchiha a visse pela manhã. Já era tarde da madrugada quando a febre de Sakura começou a abaixar finalmente e ela dormiu profundamente.

                - Sakura? – chamou a Senhora Haruno – Acorde! – disse ela tocando a testa da filha, suspirando aliviada ao sentir que ela não tinha febre – O jovem Uchiha deseja vê-la.

                - Uhum... – Murmurou ela incomodada, mas ao assimilar o que a mãe havia dito ela abriu os olhos lentamente – Sasuke-sama esta aqui? – disse com cuidado para não chamá-lo de maneira intima como havia o chamado a duas semanas atrás enquanto trocavam carícias intimas e também como o chamava em meio a alguns devaneios durante a noite de febre, “Sasu” pensou ela.

                - Não me olhe com essa cara. – disse a mãe de Sakura irritada – Você irá vê-lo e fingirá estar bem.

                - Tudo bem! – disse ela se sentando com dificuldade

                Neeya a ajudou a se vestir, passando também uma camada de maquiagem no rosto e nos lábios pálidos dela, logo quando percebeu estava sendo carregada para o jardim onde observou Sasuke sentado em um banco à espera dela e seu pai junto com o Senhor Uchiha estavam conversando um pouco afastado. Sakura se aproximou lentamente dele, quando ele percebeu a aproximação dela se virou para encará-la.

                - O que você tem? – perguntou ele vendo-a de maquiagem completa pela primeira vez – Por que usa esse pó?

                - Mamãe disse para eu usar. – disse ela com a voz fraca se sentando um pouco distante dele

                Sasuke encarou o horizonte em silêncio um pouco constrangido e sem saber o que dizer, não haviam se visto desde seu ultimo encontro na fronteira que acabou com os dois deitados no chão, suados e felizes. Ele a observou pelo canto do olho, notando que o corpo dela havia ganhado um pouco mais de curvas, mas notando que ela estava um pouco abatida e se preocupou.

                - Sakura? – chamou ele recebendo um olhar dela e logo observou que os olhos verdes dela estavam um tanto opacos – Você esta bem? Esta se sentindo mal? – perguntou preocupado – Eu machuquei você aquele dia? Eu sou homem, então eu não sei...

                - Sasuke-kun. – chamou Sakura suavemente sorrindo para ele – Aquele foi o melhor dia da minha vida. Eu fiquei feliz de saber o quanto você gosta de mim

                - Oh! Sakura! Não me preocupe assim com esse olhar serio. – disse ele tocando de leve a mão dela notando logo a quentura que vinha dela – Sakura? Você esta quente. Esta com febre! – disse ele tocando a testa dela depois de se certificar que o pai de Sakura não estava os olhando

                - Não se preocupe, Sasuke-kun. – Disse ela tirando a mão dele de sua testa e sorrindo de leve disse – É só um resfriado. Logo deve passar.

                - Você tem certeza? – Perguntou ele olhando-a preocupado

                - Sim. – disse ela olhando nos olhos dele – Daqui um mês eu estarei aqui de pé esperando você para nos casarmos.

                - Eu segurarei suas mãos com força e nunca mais a soltarei. – disse ele se levantando para ir embora – Melhore logo Sakura-dono.

                - Sasuke-sama! – chamou ela com a voz baixa, mas o suficiente para ele ouvir

                - Qual o problema, Sakura-dono? – questionou Sasuke voltando a se sentar ao lado de sua noiva agora – Esta se sentido muito mal?

                - Eu estou bem! – mentiu ela e então o olhou carinhosa – Sasuke-kun? Algumas vezes eu penso que nossas almas eram uma só no passado e agora desejam voltar a ser como antes. – continuou Sakura olhando para suas mãos enquanto as juntava – É por isso que me sinto tão atraída por você, Sasuke-kun. – murmurou logo ao desviar seu olhar de suas mãos, mas vendo o olhar frio dele, sentiu seu rosto corar, ainda bem que estava usando pó, mas mesmo assim se envergonhou logo se curvando e se desculpando – D-desculpe Sasuke-kun.

                - Não. Tudo bem. – disse ele fechando os olhos pensativos e logo voltou a abri-los continuando a falar – Se nossas almas eram uma só, elas ficarão juntas. – e se levantando do banco ele olhou o horizonte antes de continuar a falar – Não importa o quão longe nossas almas estejam, ou quantas vidas elas tenham atravessado... Com certeza elas ficaram juntas.

                - Sasuke-kun... – murmurou Sakura espantada nunca imaginou que ele falaria algo como isso para ela

                Logo Sasuke se virou com um meio sorriso para ela e os dois se olharam fixamente dentro dos olhos um do outro, felizes.