Voltamos para o gramado, eu sentei no mesmo lugar, coloquei os copos no centro da rodinha. Harry se sentou ao meu lado e fez o mesmo com a jarra. Dessa vez eu fiquei mais afastada dele, por precaução...

- Dorme aqui em casa hoje Cê?!! – Fernanda disse levantando a cabeça, pois estava deitada no colo do Zayn.

- Ahn... Pode ser, acho que minha mãe não vai ligar se eu passar uns dias com a minha amiga, que é quase minha vizinha.. – Falei rindo. – Daqui a pouco eu vou lá pra buscar minhas roupas.

Voltamos a conversar, sobre música, sobre eles, eles ficaram fazendo a capela de algumas músicas.

- Você mora aqui perto mesmo? – Perguntou Harry baixinho, só pra eu ouvir.

- Aham.. Ta vendo aquela casa ali. – Falei apontando. – É lá.

- Nossa é perto... – Ele disse olhando a distancia.

- Aham... Vai me visitar lá qualquer dia, quando sentir saudades. – Falei o empurrando com o corpo. – Brincadeira.

- Ué se você quiser... Eu vou... – Ele disse rindo.

Nós rimos, uma risada alheia, pois a nossa era por um motivo diferente da dos outros. Depois foi anoitecendo rapidamente, e eu falei pra Fernanda que ia passar em casa, e assentiu, e Harry, disse que me acompanharia, com a resposta de que, estava escuro e eu poderia ser  sequestrada, estuprada e largada no meio do mato. Todos nós rimos, não pela preocupação, mas pela grande vontade de ele querer ir comigo.

- Então... – Ele disse andando com os braços para trás e olhando pro chão.

- Então o que? – Eu perguntei.

- Não sei... – Nós rimos. – Vamos quebrar o gelo.

- Ta... Então, gosta de fazer o que?

- Muitas coisas... – Ele disse e depois ficou um silêncio, que assunto bom hein.

Chegamos na minha casa e eu gritei “MÃE TO INDO DORMIR NA CASA DA FÊ.” Ela veio até mim, e viu Harry, e começou a analisa-lo

- Namorado novo? Tava na hora né. – Ela disse rindo.

- Mãae!! Ele não é meu namorado, é amigo da Fê... To indo separar as roupas. – Falei subindo e Harry me seguiu.

- Juízo vocês dois ai em cima viu. – Ela disse.

- MÃAAE.

Terminei de subir as escadas, e Harry ainda estava atrás de mim, silencioso, apenas observava o meu quarto que era cheio de pôster de várias bandas, tinha deles até, mas era pequeno, tinha milhões de bandas, minha mãe nunca foi a favor deles na parede.

- Quarto legal. – Ele falou olhando tudo.

- Obrigada. – Disse correndo de um lado para o outro colocando as coisas na mochila.

Depois de um tempo eu consegui terminar de arrumar minha mochila, que ficou enorme de tanta roupa que eu coloquei. Estava pesadinha, mas eu conseguia levar, mas quem disse que eu levei?! Harry tinha feito questão de levar pra mim.... Será que ele não sabe disfarçar nem um pouco não?

Estávamos saindo da minha casa agora, e ele foi todo cavalheiro, abriu a porta pra eu passar, sabe toda uma cena de filme. Saímos e estávamos andando na calçada, quando solto um riso.

- O que foi? – Ele pergunta como se quisesse rir também.

- Nada... – Falei e ri mais uma vez.

- E qual é o motivo da risada então? Alguma piada? Eu estou sujo? – Ele perguntou se olhando, vendo a blusa, a calça, passando a língua nos dentes pra ver se sentia alguma folhinha de alface presa no dente.

- O motivo da risada é você... E o tanto que você é “discreto”. – Eu falei fazendo aspas no ar.

- Discreto? Porque? – Ele perguntou mas acho que já sabia da resposta.

- Porque?! Primeiro, você faz tipo, muita questão de me ajudar com a água, depois inventa uma desculpa esfarrapada de vir para a minha casa, dizendo que eu podia ser estuprada, largada e tudo o mais, e ainda, faz questão de levar minha mochila que nem pesada está, e ainda fica sendo todo cavalheiro... – Eu falei e ele fez uma cara de qual o problema. – Não que eu veja problema nisso, mas olha o tanto de coisa que você está fazendo por uma garota que você nem conhece direito... E se eu fosse uma bandida, das mais perigosas, se eu não fosse que você realmente acha que eu sou? Você poderia morrer. – Eu completei.

- Mas você não é nada disso... Se fosse já teria feito alguma coisa. – Ele disse olhando pra frente.

- E você? Porque não faz alguma coisa... Em vez de ficar com esse joguinho de agradar a garotinha? – Eu falei, sem pensar, e depois que eu falei, eu percebi que não foi a melhor coisa que eu falei na minha vida.

Fernanda POV’s

- A Cê ta demorando muito. – Falei, estava na sala, apenas eu e Zayn... Os meninos estavam em outra sala, um quarto para ser mais exata, onde tinham jogos, brinquedos, e etc.

- Vai ver ela e o Harry se perderam no meio do caminho. – Ele disse rindo.

 Ah... Acho que não, ela me disse que estava de rolo com o Lucas. Acho difícil ela ter alguma coisa com o Harry, sendo que o olho dela brilha quando fala dele. – Eu falei.

- Pelo menos ele vai largar do seu pé né... Ai seus olhos iram brilhar apenas pra mim. – Ele disse, colocando apenas o dedo em meu queixo e o levantando, para que meu rosto ficasse mais próximo do seu, e nossos lábios enfim se tocaram, com o beijo mais doce e gostos do mundo.

- Ei... Vocês dois... – Era Liam, com metade do corpo para fora. – Venham jogar com a gente... Ou vocês preferem um quarto. – Ele disse rindo. – Ai!! – Ele disse assim que Zayn jogou uma almofada, acho que ela tinha acertado seu nariz em cheio.

Nós nos levantamos e fomos até a sala de jogos, que tinha ganhado uma pintura nova, o que antes era um amarelo queimado desbotado, hoje eram duas cores vibrantes, uma era azul mas daqueles bem fortes e bonitos, a outra era um vermelho, vibrante, mas não tanto quando o azul, o contraste das duas ficava perfeito. Sem contar que as paredes estavam cheias de adesivos e em uma delas, havia um enorme painel, em que você podia desenhar... Minha mãe disse que tudo foi o Paulo. Nossa agora ele me surpreendeu mais ainda...

Harry POV’s

Cara, assim que ela disse aquilo, o meu movimento seguindo foi um pleno impulso do psicológico, mas eu também tinha que “defender” de alguma forma, e acho que desse jeito não foi um dos melhores. Só espero que ela não tenha ficado com raiva. Bem pelo menos eu não fiquei.

- Acho melhor voltarmos logo... Todos já devem estar preocupados.. – Foi apenas isso que ela disse, e disse séria, com a cara fechada.