Radio Rebel escrita por Snapelicious


Capítulo 3
II


Notas iniciais do capítulo

Ooi gente! Adorei que vocês comentaram. Desculpe pelo atraso, ultimamente acho que estou escrevendo tão mal.
Enjoy!



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-Você ouviu a Radio Rebel ontem à noite? - perguntou Dorcas – Foi realmente inspirador. Por isso que decidi ser eu mesma hoje. Sem fingimentos.

-Quer fazer o favor de parar de falar desse programa? - pedi – E você estava fingindo quando disse para o professor Binns que você fez o tema de Português.

-Vai dizer que você não escuta a Radio Rebel? - perguntou Remus – É simplesmente o melhor programa da rádio!

-Vocês estão falando do quê, afinal? - perguntou Sirius, confuso – De rádios, professores ou de palhaços?

-O único palhaço aqui é você, Black – disse Marlene McKinnon, se aproximando por trás.

O garoto fez uma cara de “WTF?”, mas logo voltou para seu almoço.

-Temos que conversar sobre o trabalho, Lily – disse Marlene – Tenho algumas boas ideias em minha cabeça.

-Isso quer dizer que você não tem nada – falei, antes que pudesse me controlar. Jane Urie deu uma risadinha, mas parou ao ver o olhar assassino de Marlene. Nossa, que medo! O máximo que essa daí vai fazer é nos rabiscar com o esmalte.

-Depois da aula, no auditório principal – disse Marlene, me olhando com raiva – E não falte.

Ela saiu rebolando, me deixando parada igual a uma idiota. Ótimo, agora tenho que gastar me precioso tempo tentando aguentar a pessoa mais irritante da escola inteira.

-Pelo o menos não é na casa dela – comentou Remus – Sei lá, entrar na toca do inimigo nunca é bom.

-A não ser que seja para queimar todas as roupas dela – disse Dorcas – Por que ninguém teve essa ideia até agora?

-Deve ser porque eles tem medo de morrer? - falei. O sinal tocou – Vamos, mais uma sessão de tortura.

-Ah, não! - exclamou Dorcas, quando entrávamos na sala – Eu queria que você fosse lá para casa para ouvirmos a Radio Rebel. Mas você vai estar com a víbora.

-Ah, droga – resmunguei. Mais problemas.

-E não é? - continuou Dorcas – Eu tinha esperança que pudéssemos ficar juntas, você poderia dormir lá em casa, meus pais estão viajando, e a casa ficaria só para nós...

-Eu acho que os pais dela não são os únicos que estão viajando – murmurou Sirius atrás de mim.

-A única diferença é que ela viaja na maionese, não em Portugal – respondi.

Você que aguentou minha história até agora percebeu que eu tenho um dom para piadinhas sem graça. E quando as pessoas riem, não sei se é de mim ou é comigo. Isso é uma coisa que talvez nunca saberemos.

Os pais de Dorcas viajam toda a hora. E em compensação por passarem pouco tempo com a filha, eles trazem presentes incríveis de todos os lugares que eles vão. Claro que lembrancinhas não compensam a falta que os pais fazem na vida de uma garota, mas os presentes são muito legais. Quando Dorcas ganhou seu terceiro notebook, resolveu dar um para mim, e é por causa daquela belezinha que eu consegui criar a Radio Rebel.

Faço o programa no meu quarto, e trasmito para a rádio por meio do meu notebook. Claro que isso tudo vai mudar, por que Zac vai me levar hoje em um estúdio para começarmos o programa. Depois da aula. É. Por isso que eu estou ferrada.

Ah, droga! E o pior é que eu não posso pedir ajuda, porque ninguém pode saber em hipótese alguma que eu sou a rebelde da rádio. Eu ficaria popular! E isso seria o fim da minha vida.

-/-

-Você está bem? - perguntou Zac – Parece procupada.

É, eu vim. Mas falando sério, se você pudesse escolher entre realizar um sonho e obedecer a patricinha da sua escola, que pelo o jeito você odeia, o que você faria? Óbvio que iria atrás do seu sonho. Isso é o que provavelmente a rebelde da rádio diria.

Mas eu sou a rebelde da rádio, não sou? Na verdade, eu estou começando a achar que não. Elly é diferente de mim. Ela tem voz.

Foi assim que eu resolvi criá-la. Eu tinha feito um blog com meus pensamentos, mas como Lily Evans, e fiquei deprimida ao ver que nem um ser vivo tinha lido. Eu fiquei por horas deitada, pensando “É, Lily, você é uma fracassada. Aceite isso. Você nunca será como Marlene McKinnon. Você nunca terá voz”.

Lily Evans pode ser uma fracassada. Mas Elly com certeza não é.

-Estou bem – respondi para Zac – Só um pouquinho nervosa.

-Vai passar – afirmou – Afinal, esse lugar passará a ser sua segunda casa.

A SLAM FM é aterrorizante. Os corredores são intermináveis, e nas paredes estão pendurados quadros de programas que fizeram sucesso. Imagino que a Radio Rebel um dia tenha um lugar na parede. Zac me levou até uma sala, e dentro dela estava o paraíso dos “sem voz”. Havia uma grande mesa de gravação, poltronas confortáveis e paredes com quadros e capas de discos das minhas bandas favoritas.

-Oh, meu Deus... - suspirei.

-Legal, né? - disse Zac, animado – Daqui que sairá o seu programa.

Respirei fundo. O pânico não me abandonou.

-Preciso tomar um ar – falei, e saí correndo. Entrei na primeira porta que vi pela frente e dei de cara com uma garota, que derrubou seu copo de café de susto.

-Ah, de novo não! - ela reclamou. Babulciei alguma coisa que nem eu entendi, e me atirei em uma cadeira.

-Eu sou um fracasso – resmunguei.

-Foi só um café, tudo bem... - ela começou.

-Não é isso...

De repente, comecei a soltar todos os meus problemas, desde McKinnon até James Potter, da minha timidez até a Radio Rebel.

-E agora Zac me fez apresentar meu programa na SLAM, mas ninguém pode descobrir que sou eu, se não... Minha vida está acabada.

-Uau – exclamou ela – E eu achava que tinha problemas demais. Só... Respira – fiz o que ela pediu – Acalmou?

Fiz que sim com a cabeça.

-Ótimo. Não se preocupe, eu vou te ajudar a ser a rebelde da rádio, e também não vou contar seu segredo para ninguém. Vamos fingir que eu sou sua melhor amiga aqui na rádio, e você vai se sentir muito melhor – deu um sorrisso de agradecimento, mas naquele momento eu não podia falar nada – Eu sou Cami. E acho melhor irmos, seu programa irá começar em três minutos.

Levantei-me de um salto e corremos para o estúdio, onde Zac aguardava.

-Dois minutos – avisou, saindo – Boa sorte!

Cami se posicionou na sala ao lado, de onde ela me colocaria no ar. Podia vê-la pelo vidro. Sentei-me e vi a luz vermelha em cima da mesa piscar. Uma, duas, três vezes. Estou no ar.

Eu sou Elly, e essa é a Radio Rebel, agora na SLAM FM. Notei que alguns de vocês estão tentando descobrir quem eu sou. E peço que não façam mais isso. Algumas vezes é necessário ficar no escuro, mesmo que for para mudar o mundo. Fiquem agora com Rooftops, The Lost Prophets. Solte a voz. Grite bem alto. Seja ouvido”.

A luz apagou e Cami fez sinal de positivo com as mãos na outra sala. Senti meu bolso vibrar, e vi que meu celular tocava.

-Alô?

Evans! Onde você está?”

-Marlene?

Não, é a vovózinha! Era para ter nos encontrado no salão há uma hora!”

-Eu sei, é que... Meio que não deu...

Meio que não deu? Quem você pensa que é para faltar os ensaios?” Cami fazia sinal para mim desligar o telefone. A música estava acabando, e eu já ia entrar no ar. “Como se já não bastasse aquele inútil do Spencer Smith, agora você vem com...”

-Desculpe, Marlene, mas eu tenho que desligar.

Desliguei o telefone na cara da garota na mesma hora que a luz piscou pela terceira vez.

Ás vezes eu me surpreendo com o mundo. Não deveria ser um lugar feliz? Porque na maioria das vezes não é. Atualmente o conceito de felicidade está ligado diretamente a quem é popular.”

O celular vibrava em meu bolso. Agradeci a Deus por ter colocado ele no silencioso. Mas acho que Marlene está querendo me matar.

Se você não for, parabéns, sua vida se tornará um pesadelo nas mãos de quem tem poder. Então vamos sofrer juntos! Na verdade, acho que o mundo está precisando é de um grande abraço em conjunto. Começe abraçando quem está ao seu lado, e espalhe alegria. Alguma coisa podemos fazer para mudar o mundo. Por que não começar agora?”.

Eu me surpreendo com o que sai de dentro de mim ás vezes. Essa ideia de mudar foi realmente inspiradora, admito.

Mas se eu estou dizendo para os outros mudarem, por que eu não começo por mim mesma? Mandar a McKinnon calar a boca iria ser, com certeza, uma coisa que não se vê todo o dia. Mas dessa vez não vai servir.

Que tal... Começar por alguém melhor? Por exemplo, James Potter?


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Notas finais do capítulo

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