Mistakes Of The Love escrita por LittlePhoenix


Capítulo 19
Capítulo 18




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Vários seguranças começaram a entrar pela porta da sala. Olhei para Sirius que estava ao meu lado, ele e Tiago se entreolhavam e pude perceber que estavam segurando as varinhas discretamente.

— Quando eu disser já. – Sussurrou Tiago para nós. Olhei para ele desesperada. “Tá, quando você disser já a gente faz o que?”. Percebi então que todos atrás de mim começaram a preparar as varinhas.

— Nem pensem nisso. – Disse um dos seguranças. – Expelliarmus! – nossas varinhas voaram para a mão deles. Os seguranças começaram a vir até nós. Olhei novamente para Sirius, desesperada. Ele deu um sorriso de canto de boca, eu revirei os olhos. Sabia o que ele estava pensando e isso me irritava. “Relaxa, gata”.

Nós fomos levados para uma sala no Departamento de Execuções das Leis da Magia. Era uma sala simples, havia apenas uma mesa com alguns pergaminhos e uma pena em um tinteiro e algumas cadeiras onde nós estávamos sentados, na mesa um segurança estava sentado lendo o Profeta Diário. Havia também alguns candelabros com chamas, que iluminavam a sala. Não sabia o que estávamos esperando, nem o que iam fazer com a gente, mas sentia as lágrimas se formando nos meus olhos e o desespero crescendo no meu peito.

Rose estava sentada do meu lado e parecia estar concentrada, provavelmente pensando em um jeito de sairmos dali. E do meu outro lado estava o senhor Sirius Black, jogado na cadeira, descontraído, como se estivesse no Três Vassouras bebendo uma cerveja amanteigada.

— Sirius. – Sussurrei.

— Diga, Lilindinha. – Falou um pouco mais alto do que deveria.

— Silêncio. – Pediu o segurança com uma voz firme, abaixando o jornal para nos olhar e depois voltando a lê-lo.

— Como vamos sair daqui? – Sussurrei novamente.

— Confie em mim, gata. – Respondeu também sussurrando.

— Isso era tudo o que eu não queria ouvir. – disse voltando a olhar para frente. Ele deu novamente aquele sorriso típico do Sirius.

— Como quiser.

— Silêncio! – Exclamou novamente o segurança.

Sirius pegou discretamente um papel do bolso e escreveu alguma coisa nele com uma pena. Depois dobrou-o até se transformar em um aviãozinho e jogou-o para Tyler, que estava na ponta da fileira de cadeiras. Tyler leu o bilhete, olhou para Sirius e fez que sim com a cabeça. Sirius se transformou em cachorro e ficou encostado na parte da frente da mesa do segurança, de modo que ele não pudesse ser visto pelo homem. Tyler foi discretamente e se sentou no lugar de Sirius. O que eles iam fazer?

— Que isso, cara? Perdeu a noção? – Perguntou Tiago para Tyler com um tom irritado.

— O que? Eu não fiz nada! – Falou Tyler para ele.

— Com não?!

— Hey, parem vocês dois! – Falou o segurança baixando o jornal, mas os dois começaram a discutir feio. Então o segurança foi até eles para segurar a briga. Foi quando eu reparei que ele usava um crachá com o seu nome: “Ralph McLange”. Sirius passou por debaixo da mesa e voltou a sua forma humana. Começou a procurar algo nas gavetas, que deduzi serem as nossas varinhas. E finalmente encontrou.

— Petrificus Totalus! – gritou apontando a varinha para o segurança, que caiu de costas no chão. Tyler e Tiago pararam de discutir. Eles bateram as mãos como um toque.

— Muito bom, Almofadinhas! – Falou Tiago para Sirius.

Sirius pegou todas as outras varinhas e começou a devolvê-las para nós.

— Não disse para confiar em mim? – Ele falou me entregando a minha varinha e piscando.

— E agora? – Perguntou Hugo. – Qual é o plano?

— Vamos sair duelando com os seguranças loucamente. – Respondeu Sirius. Nós todos olhamos para ele assustados.

— O que?! – Gritou Rose.

— Brincadeira, só vamos pôr a capa da invisibilidade e sair.

Nós nos acomodamos novamente sob as capas da invisibilidade, da mesma forma de quando viemos. Fomos até a porta, Sirius apontou a varinha para a fechadura.

— Alohomora. – A porta destrancou. Sirius abriu uma frestinha. Não havia ninguém ali. Saímos correndo e fomos para o elevador. Tinham alguns seguranças no caminho, mas eles não podiam nos ver. Só perceberam que tinha alguma coisa errada quando a porta do elevador se abriu sozinha e ele foi embora sem ninguém dentro. Chegamos, por fim, ao nível do Átrio.

— Como vamos embora? – Perguntei a Sirius.

— Do mesmo jeito que chegamos. – Respondeu como se fosse óbvio. E, de certa forma, era.

Fomos até o local aonde a cabine telefônica tinha nos deixado, mas Sirius parou bruscamente, o que nos fez esbarrar nele.

— O que foi? – perguntou Roxanne.

— Bloquearam a saída. – Falou a voz de Tiago, ao nosso lado.

— E não tem outra saída? – Perguntei.

— Podemos aparatar. –Falou Sirius. – Mas eu ainda não sei.

— Nem eu. – Falou Tiago. – Algum de vocês sabe?

— Eu sei... – falou Tyler. – Mas não sei se consigo levar todos.

— Não temos opção, todas as passagens estão fechadas, até o pó de flu e mesmo que estivessem abertas não teríamos uma lareira para ir. – falou Tiago.

— Certo... – Falou Tyler. Tiramos a capa.

— Olha eles ali! – Gritou um segurança do outro lado do átrio.

— Rápido! – Gritou Tiago. Todos formamos uma roda e colocamos as mãos juntas no centro.

— Para onde vamos? – Perguntou Tyler.

— Fiquem parados! – Gritou um dos muitos seguranças que estavam vindo em nossa direção.

— Para o lugar onde fica a cabine telefônica que entramos. – Respondeu Sirius.

Foi bem rápido. Senti como se um anzol puxasse meu umbigo. Foi horrível, mas logo estávamos na rua onde ficava a cabine telefônica. Cai no chão, meio tonta. Sirius saiu correndo para a lata de lixo e olhou no local onde tínhamos colocado nossas vassouras.

— Elas sumiram. – Falou Sirius.

— O que? – Questionou Alvo indo até onde estava Sirius.

— As vassouras, elas sumiram. – Repetiu Sirius.

— E agora? – perguntou Escórpio. – Como vamos voltar para Hogwarts?

Nós nos entreolhamos com a mesma pergunta em mente. Como vamos voltar para Hogwarts? Tyler disse que não conseguiria levar todos nós a uma distância tão grande, quase morreu só nos levando a alguns metros para cima. Não tínhamos mais as vassouras. Nem sabíamos fazer uma chave de portal. Estávamos perdidos. Não tinha mais nada para acontecer de ruim na minha vida. Nos sentamos na calçada pensando o que íamos fazer agora. Foi então que quase tive um infarto. Um ônibus roxo berrante de três andares surgiu do nada. No seu para-brisa estava escrito com letras douradas “Nôitibus Andante”.

— Mas é claro! – Falou Alvo se levantando. – O Nôitibus! Basta estender a varinha e ele vem. - Já tinha ouvido falar nele.

— Bem-vindos ao Nôitibus, - Falou um rapaz magricela, loiro, com os olhos escuros e o nariz comprido, saindo do ônibus. – Meu nome é Patrick Staine. A passagem custa onze sicles, mas por catorze você leva um chocolate quente e por quinze um saco de água quente e uma escova de dentes colorida. – Nos entreolhamos, ninguém tinha trazido dinheiro algum.

— Bem... - Falou Escórpio vasculhando os bolsos. – Tenho cinco galeões aqui.

— Com quatro galeões dá para comprarmos sete passagens e ainda sobre oito sicles. – falou Rose. – Duas pessoas vão ficar.

— Posso aparatar até Hogsmeade e levar mais alguém comigo. – falou Tyler.

— Você carrega cinco galeões no bolso? – Perguntou Tiago.

— Para emergências.

— Por exemplo essa. – Falou Rose. – Vai ser muito útil agora. Vamos.

Escórpio entregou os galeões para o cobrador e todos entraram. Eu fiquei por último com Tyler.

— Eu fico então. – Falei dando de ombros.

— Não! Eu fico! – Falou Sirius, quase dando um salto mortal de dentro do ônibus.

— Calma, não tem problema, vamos chegar todos no mesmo lugar. – Falei.

— Então, sem problema! Pode ir! – Falou me empurrando para dentro do Nôitibus,

— Deixa de frescura, Almofadinhas, entra nesse ônibus e vamos logo! – Falou Tiago irritado. Sirius revirou os olhos.

— Ok. – Ele entrou no ônibus cabisbaixo.

A porta se fechou e o Nôitibus Andante foi embora como um raio. Então ficamos eu e Tyler. Ele olhava fixamente ainda para a direção onde o ônibus tinha desaparecido. Não se mexeu nem falou nada. Tinha o olhar vago, o que eu estranhei.

— Tyler? – Chamei. Ele me olhou como se tentasse me identificar. O mesmo olhar do meu irmão Tiago quando começou a perder a memória. Isso me preocupou.

— Sim? – Falou me olhando como seu eu fosse uma estranha que encontrou na rua.

— Vamos?

— Vamos aonde?

— Voltar para Hogwarts, Tyler. Se lembra? – Ele mexeu a cabeça como se estivesse acordando de um transe.

— Claro! Certo. Vamos então.

Ele estendeu o braço e eu segurei nele. Senti novamente aquela horrível sensação de um anzol puxando meu umbigo. Estávamos em Hogsmeade. O vilarejo estava vazio e escuro, diferente dos dias de passeio.

— Agora temos que ir andando até Hogwarts. – Falou Tyler que já parecia estar normal.

Começamos a andar em silêncio. Na minha mente, passavam inúmeras coisas, inclusive, onde estaria o vira-tempo. Existem um milhão de lugares que ele poderia estar. Isso nunca ia dar certo. Nem em sonho íamos achar o vira-tempo.

— Calma Lili, vamos conseguir achar o vira-tempo. – Falou Tyler tentando me acalmar, provavelmente percebendo a minha cara desanimada.

— Já nem sei mais. – Falei dando de ombros. – Penso em desistir. Já tinha desistido na verdade, mas depois que o Sirius foi falar comigo eu tive alguma esperança. Esperança que eu não tenho mais agora.

— Não pode desistir assim.

— Posso. Depois de tudo o que eu já fiz, posso sim. Quem sabe se eu desintegrar desse mundo eu não consigo ficar em paz um pouco! Já cansei! – Falei muito irritada. Ele me olhou meio assustado com o jeito que falei. – Desculpa, não é culpa sua. – Falei mais calma. – É que já rolou muita coisa.

— Relaxa, nós vamos te ajudar. Tudo vai dar certo, linda. – Falou segurando minha mão carinhosamente, mas logo a soltei e nós continuamos a andar em silêncio até chegarmos em Hogwarts.

Quando passávamos pelo Salgueiro Lutador, vimos várias pessoas saindo da passagem secreta. Tínhamos esquecido da passagem secreta.

Todos juntos subimos para a sala precisa pela passagem secreta do campo de quadribol e fomos dormir. Rose achou melhor descansarmos, depois pensaríamos como achar o vira-tempo. Eu não consegui pregar os olhos, então fui tomar um ar na torre de astronomia.

— Perdeu o sono? – Perguntou alguém se sentando ao meu lado.

— O que foi, Sirius? – Perguntei meio seca, meio desanimada.

— Só pensei que poderíamos ficar bem. – Falou me entregando um lírio laranja. – Principalmente agora que sabemos que a culpa é sua.

Dei uma leve risada.

— Onde conseguiu esse lírio?

— Na estufa. – Peguei então o lírio e quando toquei nele, o mesmo começou a se modificar, até se transformar em uma fênix que voou um pouco em volta de nós e depois se desfez em cinzas que caíram na minha mão e voltaram a se transformar na flor.

— Que lindo.

— Eu sei fazer outras coisas além de azarar o Ranhoso e pegar detenção. Por mais que essas duas sejam as minhas preferidas. – Eu ri.

— Eu queria que as coisas fossem simples. Queria que estivesse tudo bem, mas nada está bem. – Eu fiz uma pequena pausa. – Às vezes eu me sinto dentro de um pesadelo que não acaba nunca. –Eeu encostei a cabeça no ombro de Sirius e ele me abraçou. – Está tudo uma catástrofe, desde que aquela porcaria daquele vira-tempo da minha tia caiu na minha bolsa. Parece que só nasci para destruir a vida daqueles que eu amo. É até bom eu deixar de existir agora, a vida das pessoas vai ser melhor.

— A minha não. – Ele disse. Foi então que fez um “plim” na minha cabeça.

— É isso! – Falei me levantando de um salto.

— O que? – Perguntou Sirius confuso.

— Se eu não existo mais, nunca peguei o vira-tempo da tia Mione então ele ainda está lá.

— Se fosse assim, eu e Tiago não teríamos te esquecido?

— Não! Não sei... Sei lá, o espaço tempo é confuso. Pode ser que eu esteja errada, mas pode ser que não! É a única ideia que temos agora. Não tenho mais nada a perder mesmo.

— Certo. – falou se levantando.

— Vamos falar para os outros! – Falei indo para a escada, mas Sirius me segurou pelo braço.

— Não vai acordar todo mundo. Amanhã pela manhã falamos para eles. Calma.

— Certo.

— Vem, vamos só relaxar um pouco agora. Você está precisando.

— Não vai me jogar no Lago Negro de novo, não é? – Ele riu.

— Não, só vamos nos sentar aqui.

Nós nos sentamos novamente e ficamos observando o céu estrelado. Agora estava mais empolgada que antes e a esperança voltou a tomar conta de mim. Tínhamos uma chance.


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