Mistakes Of The Love escrita por LittlePhoenix


Capítulo 11
Capítulo 10




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O dia amanheceu chuvoso e fresco, mas infelizmente a chuva não levou os meus problemas embora. Me levantei, me troquei e desci para tomar café. O salão principal estava vazio. Devia ser bem cedo ainda, então fui até a cozinha buscar comida para os dois marotos.

Cheguei na sala precisa e eles ainda estavam dormindo. Deixei a comida em cima da mesinha de centro que tinha lá e fui embora. Nesse meio tempo, quando voltei para o salão principal, já havia chegado algumas pessoas. Rose era uma delas, estava sentada na mesa da Grifinória lendo um livro e comendo ovos mexidos, ela sorria.

— Bom dia. – Falei me sentando de frente para ela.

— Bom dia – Ela falou levantando os olhos dos livros e olhando para mim, sorriu e depois voltou a se concentrar na sua leitura.

— Onde estão os outros? – Perguntei me servindo de ovos e bacon.

— Devem estar descendo – Falou sem tirar os olhos do livro.

— Eu tenho que falar com você, Ro. – Falei um pouco séria, ela baixou o livro, o fechou e colocou sobre a mesa me olhando preocupada.

— O que houve? – Perguntou.

— Bom dia – Falaram Alvo, Hugo e Roxanne chegando de repente e se sentando conosco. Fiz um sinal para Rose, avisando que conversaríamos depois e respondemos o bom dia deles.

Percebi que Alvo também estava um pouco sorridente demais para o normal e, estranhamente, quando se sentou ao lado de Rose ficou vermelho da cor do meu cabelo, ele evitava olhar muito para ela. O salão foi se enchendo de estudantes de todas as casas e os professores foram chegando também, inclusive Severo Snape.

— Aquele ali na mesa dos professores não é... – Começou Alvo meio assustado apontando para onde Severo se sentava.

— É, sim, ele mesmo. Severo Snape – Respondi mordendo o canto dos lábios.

— E você poderia me dizer o que raios Severo Snape está fazendo aqui?! – Perguntou Rose indignada se segurando para não surtar. – E por que ninguém, além da gente, parece achar isso estranho?

— Ele não estava, meio que tipo assim... MORTO?! – Questionou Roxanne.

— Era sobre isso também que eu queria falar com vocês – Falei apontando para Rose que estava na minha frente e para Roxanne que estava do meu lado.

— E a gente não pode saber? – Perguntou Hugo, referindo-se a ele e a Alvo.

— Tem uma coisa que não... – Falei.

— Você vai me explicar isso agora! – Falou Rose se levantando e indo para a porta. Eu, Roxanne, Hugo e Alvo nos levantamos também para irmos atrás dela. – Vocês dois ficam. – Falou parando subitamente e apontando para Alvo e Hugo.

Me virei para eles.

— Eu explico depois a parte do Severo.

Eles assentiram meio decepcionados.

— Até mais.

Fomos andando e entramos em uma sala de aula que estava vazia. Fechamos a porta para ninguém escutar nossa conversa.

— Sou toda ouvidos. – Falou Rose se sentando em uma mesa, Roxanne também se sentou.

Então comecei falando sobre a detenção, sobre Severo ter aparecido lá e como achei que aquilo tinha uma ligação com a perda de memória de Tiago. Falei sobre Sirius, sobre eu estar apaixonada por ele e que tinha sido por isso que terminei com Escórpio.

Quando acabei, elas ficaram um tempo em silêncio.

— Deixa eu ver se eu entendi. – Falou Roxanne – você está apaixonada pela “versão mais nova” do padrinho do seu pai?

— É – Confirmei – É isso ai.

— Lili, - começou Rose – Você já parou para pensar que esse seu “romance” pode estar ajudando a mudar as coisas do passado também?

Não, eu não tinha pensado nisso.

— Mas eu não consigo parar de pensar nele... Sei lá, eu sei que é errado. Mas ele me faz sentir melhor, gosto de estar com ele.

— Mas ele é o padrinho do seu pai! – falou Rox – Ele é, tipo, uns cinquenta anos mais velho que você!

— Eu sei... – Me sentei em uma cadeira que achei atrás de mim – Vocês não sabem como é estar apaixonada pela pessoa mais errada possível.

— Eu beijei o Alvo. – Confessou Rose de repente.

— Oi?! – falei confusa. Por que raios ela estava falando isso naquele exato momento?

— Eu sei que não tem nada a ver com o assunto, mas eu precisava contar isso pra vocês.

— Como assim, Rose? – Perguntou Roxanne.

— Eu estava na biblioteca com ele ontem à noite, fazendo o dever de poções, quando nós nos beijamos. Foi muito de repente. – Ficamos em silêncio, não tinha muita coisa para se dizer sobre aquilo – Desculpa por mudar de assunto assim, gente, pode continuar, Lili.

— Você gosta do Alvo, Rose? – Perguntei, ela pensou por um tempo.

— Não sei – Ela deu de ombros, parou um pouco – Mas esquece isso agora, o fato é que você tem que acabar com esse seu relacionamento com o Sirius, Lili. Pode não resolver cem por cento as coisas, mas já vai ajudar um pouco.

Pov’s Hermione Weasley.

Fazia anos que eu não usava o vira-tempo, mas quando se tem dois compromissos praticamente no mesmo horário, é preciso. No entanto, mesmo eu não usando-o eu o carrego sempre comigo, seja no bolso do meu casaco, ou na minha bolsa. Só que, por motivos desconhecidos, ele não estava em lugar algum e isso estava começando a me preocupar.

— Rony, querido, você viu o vira-tempo? – Perguntei entrando na cozinha, onde Rony estava sentado tomando uma xícara de café.

— Não está no seu casaco? – perguntou.

— Não, já revirei quase todos os lugares possíveis, mas não estou achando nenhum sinal dele. – Falei me sentando na frente dele.

— Pode estar na casa da minha mãe, mande uma carta para ela. – Ele falou, coloquei um pouco de café para mim em outra xícara.

— Acho que vou precisar aparatar até lá, porque preciso dele para usar hoje.

— O que achar melhor, amor. – Falou. Ficamos em silencio por um pequeno tempo.

— E se as crianças tiverem pegado? – perguntei preocupada.

— Então daremos uns bons tapas neles.

— RONY WEASLEY! Sabe que não sou a favor da agressão!

— Então conversaremos com eles até aprenderem a lição. – Falou com uma voz polida.

— Que engraçado, Rony – Falei revirando os olhos – Você não muda mesmo. Isso é sério!

— Calma, Mione, eles não pegaram seu vira-tempo. Eles nem devem saber que você tem um, nem devem saber o que é um ou muito menos que existe uma coisa dessas!

Então alguém bateu na porta, era uma batida desesperada. Fui até lá e a abri, me deparando com Harry e Gina, ambos com um olhar preocupado e desesperado. Gina segurava um exemplar do Profeta Diário.

— Olá, aconteceu alguma coisa? – Perguntei abrindo espaço para eles entrarem. Fechei a porta atrás de nós e os acompanhei até a cozinha, os dois ainda não haviam dito uma palavra sequer.

— Gina? Harry? – Rony se levantou da mesa – O-oi... aconteceu alguma coisa?

Gina colocou o jornal na mesa, vimos uma manchete impossível.

“Entrevista exclusiva com o famoso ex-jogador de quadribol, Sirius Black.

Ontem, o incrível e lendário artilheiro Sirius, dos Montrose Magpies nos cedeu uma entrevista exclusivíssima.

— Por: Lilá Brown”

Isso era impossível, Sirius está morto há mais ou menos vinte e seis anos. Nenhum de nós conseguia acreditar no que estava lendo, estávamos todos em choque, ninguém falou nada... Como tudo aquilo podia acontecer? A não ser que alguém voltasse para o passado e impedisse Sirius de morrer, não era... Espera.

— O vira-tempo. – Pensei alto.

— O que? – perguntou Harry.

— O vira-tempo que estava comigo. – Falei e todos tiraram os olhos do jornal e olharam para mim – Ele sumiu, alguém deve ter pegado e voltado para o passado, mudando alguma coisa que fez Sirius “reviver”.

— Mas quem será que pegaria o vira-tempo assim do nada, Mione? – Perguntou Rony.

— Pode ter sido alguma das crianças. – Falei – Vamos ir até Hogwarts falar com eles.

— Se bem que eu já tenho uma suspeita de quem pode ter sido – Falou Gina cruzando os braços.

— Eu também – Falou Harry.

Na verdade, parecia que nós quatro já tínhamos uma suspeita, a mesma suspeita.

— Tiago – falamos em coro.

Pov’s Lilian Luna.

Já era hora do almoço e eu e Escórpio ainda não tínhamos nos falado. Estava indo para o salão principal almoçar, depois que terminasse ia levar comida para os garotos, que já deviam ter acordado e acabado com a que eu levei de manhã. Não tinha visto Tiago o dia inteiro, nem mesmo na aula de Defesa contra as Artes das Trevas. Mas então ele apareceu andando pelos corredores, parecendo meio perdido. Ficava olhando e andando para todos os lados como se procurasse alguma coisa, mas sem saber o que.

— Tiago? – Chamei, ele se virou pra mim me olhando como se tentasse me reconhecer.

— Te conheço? – Perguntou se aproximando um pouco de mim.

— Sou Lilian, sua irmã. – Falei, ele ficou pensativo por um tempo, mas depois sorriu.

— Claro! Lilian! Desculpe, tive um lapso de memória. – Ele olhou em volta – Onde é que estamos mesmo?

— Em Hogwarts, nossa escola. – Falei preocupada, ele estava perdendo mais memória. Estava sumindo.

— Claro, claro. – Eu o abracei o mais forte que consegui, não queria perder o meu irmão. Ele retribuiu o abraço. Talvez ainda desse tempo de salvar as coisas.

— Senhores. – A voz de Filch falou atrás de mim, soltei Tiago e me virei para ele. – Poderiam me acompanhar? A Diretora quer vê-los. – Eu assenti, Tiago o olhava como se tentasse reconhecê-lo também.

— Quem é você? – Perguntou Tiago. Filch bufou e revirou os olhos sem paciência.

— Só pode estar de brincadeira. – Falou irritado – Vamos logo!

Acompanhamos ele, mas percebi que ele não nos levava para a sala da Diretora, ele nos levava direto para a sala de poções.

— O que fazemos aqui? – Perguntei – Não ia nos levar para a diretora?

— Ela me pediu que os trouxesse aqui – ele abriu a porta.

Entramos e lá estava a diretora McGonagall, só que não sozinha. Ela estava acompanhada da tia Mione, do tio Rony, da mamãe e do papai. Eles estavam de costas para nós olhando para Alvo, Rose, Roxanne e Hugo, que estavam sentados um do lado do outro com cara de culpa.

— Podem entrar queridos – falou mamãe olhando para nós – e sentem-se, por favor.

Eu e Tiago nos sentamos ao lado de Hugo.

— O que aconteceu? – Perguntei. – E por que estamos na sala de poções?

— É que aqui é melhor do que a minha sala para conversarmos. Não tinha espaço para todos. – Falou McGonagall.

— E acontece que o vira-tempo da Hermione sumiu. – Falou papai, eu gelei na hora. – E hoje, pela manhã, quando fomos olhar o jornal havia uma entrevista com um jogador de Quadribol chamado Sirius Black – Tudo bem, essa eu não sabia.

— Não acha estranho, Tiago? – Falou mamãe – Coincidência, não?

— Eu? – Perguntou Tiago – Por que tudo tem que ser sempre minha culpa? – Acho que por um momento ele recuperou a memória.

— Porque você herdou “o espírito maroto” de seu avô. – Falou papai.

— Mas eu nem toquei no vira-tempo da tia Mione. Pergunta pra Lili o que foi que aconteceu! – Ele falou apontando pra mim. Ele só recupera a memória pra me ferrar, né?

— Lili? – Questionou tia Mione surpresa.

— É, a própria. – Falou Tiago e todos olharam para mim.

— É, fui eu quem pegou o vira-tempo. – Falei – Mas não foi de propósito! Ele deve ter caído no meu malão de Hogwarts, não sei como. Fui ver o que era e acabei indo para o passado... Mas agora eu já estou de volta e estou cuidando para consertar tudo o que aconteceu! – Falei quase chorando.

— Mas o que exatamente aconteceu, querida? – Perguntou tia Mione com a maior calma possível.

Abri a boca para responder, pronta para contar tudo o que tinha acontecido, ou quase tudo, mas a porta se abriu de repente e Pontas, Almofadinhas e Pirraça entraram rindo. Mamãe, papai tia Mione e tio Rony se viraram para ver quem era. Eu apenas fechei os olhos desejando que eles fossem embora antes dos quatro se tocarem quem eram. Primeiro veio o silêncio.

— É... Eu acho que não foi uma boa virmos zoar com o Ranhoso... – Ouvi Sirius falar. Tiago ao meu lado prendeu a respiração. Todos já sabiam quem eram eles.

— Pa-pa-pai? – Gaguejou meu pai. E eles tinham descoberto também.


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