The Story Of Us escrita por Gabriela, Bárbara


Capítulo 36
It's Gonna Be Till The End Of Time


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo! Se estiver alguém lendo, espero que você goste muito!



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Med’s POV

Acordei cedo demais e, apesar do sono que ainda estava presente, não consegui voltar a dormir. Ver aquele homem ao meu lado, dormindo numa plenitude me fazia querer observá-lo para sempre. Zayn estava com um olhar calmo, que raramente aparecia em seu rosto. Sereno. Como se não existissem milhões de garotas correndo atrás dele.

Eu sorri com esse pensamento

— Você não raspou minha sobrancelha não, né? - ele murmurou. - Sua cara está engraçada.

Ele se espreguiçou e me abraçou ao final do movimento.

— Não, ainda não! - cochichei. 

Lentamente, nos levantamos. Um braço esticado aqui. Uma perna esticada ali. Os corpos acordando bem devagar.

Ao sairmos, nos deparamos com Allice e Harry como verdadeiros bárbaros devorando quase tudo que havia numa mesa com um café da manhã perfeito, que eu não sabia como tinha brotado.

— Gente, da onde brotou isso? - perguntei, me servindo de dois croissants, algumas frutas, ovos mexidos e bacon.

— Hm… - All terminava de engolir a comida. - Teve uma troca de turno, pouco antes de acordarmos, aí os seguranças trouxeram tudo isso! Sim, eles pensaram em tudo. Impressionante, né? - All disse ao ver minha cara de surpresa.

— É surpreendente, pra ser bem sincera! - Me virei para Zayn. - Eu espero que o padrão apenas melhore, viu? Se vocês fazem isso em uma despedida, imagina o que vão preparar para o dia dos namorados...

Os meninos se entreolharam com sorrisos amarelos. Eu conseguia ver o que se passava nas mentes deles, como se fossem fazer uma reunião para elaborar desde já as coisas para as próximas datas comemorativas.

— Eu acho que antes de pensar no dia das namorados a gente tem que pensar no agora e agora a gente tem um dia 100% planejado pra passar com vocês… - Harry disse se levantando. - E eu tenho certeza que vocês vão amar! - ele estendeu a mão para All, que prontamente a segurou.

Zayn imitou o gesto do amigo e me levou em direção ao carro que viemos noite passada. A diferença, no entanto, é que agora não tínhamos a presença de três seguranças. Durante o percurso fomos sós. E isso foi perfeito.

— Eu acho que podíamos ligar o som! - comentei depois de já ter ligado o aparelho. Conectei meu celular no bluetooth do carro e pus para tocar uma playlist que All e eu tínhamos feito.

No modo aleatório, a primeira música trazia o toque inconfundível de What Makes You Beautiful. Todos nós rimos e antes que a voz de Liam começasse a cantar os primeiros versos, All e eu nos entreolhamos. Havíamos feito inúmeras apresentações daquela música durante faxinas. Em algum momento incorporamos as fãs que ainda existiam dentro de nós e cantamos desafinadamente aquela música.

— Ainda bem que eu me apaixonei por você antes de te ouvir cantar! - Harry disse para Allice, enquanto tampava e destampava os ouvidos.

— Vocês tiveram sorte de presenciar esse momento épico! - Ela rebateu empinando o nariz.

— Muita sorte! Não é todo dia que Meredith e Allice fazem uma performance gratuita! - eu completei.

— Eu não consigo imaginar o porquê! - Zayn soltou uma das mãos do volante para acariciar as orelhas.

— Vocês são péssimos! - All cruzou os braços e se afastou de Harry que aproveitou a próxima música para se redimir.

Curvas para a direita. Curvas para a esquerda. Subidas. Descidas. Estrada de chão. Alguns buracos desviados. Demorou cerca de meia hora até entrarmos numa mata fechada e em poucos minutos Zayn parou o carro.

— Agora a gente anda! - ele disse abrindo a porta do carro e saindo.

— A gente anda quanto, mais ou menos? - perguntei, já sentindo as pernas reclamarem.

Tá, Med. Você acabou de acordar e precisa fazer exercícios, essa é a hora!

— É coisa de uns dez minutinhos. - Harry respondeu, havia pegado a mão de All e começou a andar no que parecia ser uma trilha, só parecia.

Alguns poucos minutos depois, ainda estávamos no meio da mata, que não era fechada, mas não havia sinal de que pararíamos ou que havia algo de extraordinário chegando.

— Já fazem umas duas horas que estamos andando! - reclamei. — Se vocês forem nos matar, acho que agora é uma boa hora, se não essa caminhada vai me matar nos próximos cinco segundos.

— All, porque você nunca me disse que sua amiga era assim? Molenga? - Zayn reclamou.

— Sabe as letras miúdas? Você chegou a lê-las? - All respondeu e Zayn a olhou confuso. — Você pelo menos sabe das letras miúdas?

— Ele não sabe das letras miúdas! - eu afirmei veemente.

— Ele não sabe das letras miúdas! - All concordou comigo.

— Zayn, como que você não sabe das letras miúdas? Nós sempre ficamos atentos à isso! - Harry fez uma uma expressão de decepção.

— Que droga de letras miúdas! Parem com isso. - ele reclamou, enquanto iniciava uma caminhada numa árvore caída que funcionava como ponte. - Graças à Deus, estamos quase chegando.

— Vocês sabem que a gente vai dar uma estrela na avaliação de vocês, né? A gente caminhou por vinte minutos até agora! - Allice disse seriamente, com os braços cruzados.

— Se vocês andassem um pouco mais rápido, a gente teria chegado no tempo certo. - Harry retrucou. 

— Tá bom, velhotas reclamonas. Nós chegamos! - Zayn disse, em um suspiro de felicidade.

E assim, do nada, saímos de árvores, galhos, matos e folhas caídas, e fomos para uma cachoeira, havia poucos espaços planos, mas no maior deles estava uma cesta grande de piquenique, com uma toalha quadriculada, branca e vermelha. Que clichê.

A cachoeira era linda. Com uma queda d’água enorme. A água estava transparente e alguns peixinhos nadavam perto das pedras. 

Para a nossa sorte, o dia estava quente, um quente gostoso, que te faz querer entrar numa cachoeira de água transparente 

— Como queríamos que tudo fosse uma surpresa, não falamos nada sobre roupas… - Harry começou dizendo.

— Por isso, bem ali, - ele apontou na direção da cesta. - tem uma sacola com roupas de banho, caso queiram se trocar. Não se preocupem, a gente fica de costas pra vocês se trocarem.

— Gente… i-isso é… surreal! - tentei falar, mas estava sem palavras. Zayn apertou minha mão e imediatamente o abracei, finalizando o ato com um beijo.

 

All’s POV

 

Algo ali, naquela cachoeira, era muito familiar. Não sei se era parecida com outras que fui no passado ou se eu havia visto em um sonho, mas a sensação de já ter estado lá era imensa.

— Aqui tem só alguns lanches para não morrermos de fome até o almoço, bastante água, para manter vocês hidratadas e é isso. - Harry me explicou.

— Como vocês descobriram esse lugar? - perguntei deslumbrada. - É lindo, por sinal.

— Um mágico nunca revela seus truques… - ele respondeu com um ar zombeteiro. — Agora vem, vamos aproveitar enquanto ainda está calor.

Segurando sua mão, começamos a entrar na água. Gelada. Meu corpo inteiro se arrepiou, o que eu entendi como um erro. Med e Zayn já estavam aproveitando a água, quando me viram contorcer de frio, logo em seguida encheram as mãos e jogaram em mim.

— Meredith eu vou te matar e vai ser afogada! - pulei na água e fui atrás dela, mas pouco tempo depois estávamos apenas nadando para aproveitar o lugar.

Aos poucos meu corpo se adaptou à temperatura da água e a experiência só melhorou, principalmente depois de lembrar onde eu estava.

Fui nadando rumo à queda d’água. Ao lado dela havia algumas pedras que, se você já tivesse ido lá antes, você saberia exatamente onde pisar.

— All o que está fazendo? -Harry perguntou, mas eu estava concentrada demais para pensar em respondê-lo. — All? Allice, cuidado, essas pedras são escorregadias!

— Amiga? - Med chamou.

Finalmente terminei de escalar, com um sorriso triunfante no rosto.

— Relaxem, eu conheço essa cachoeira como a palma da mão!

— Como assim? Você já veio aqui? - Med perguntou, enquanto eu voltava para a minha busca.

— Sim! Eu vinha aqui quase todos os dias, durante aquele verão que você e sua mãe foram para Atlanta.

— Mas isso faz uns dez anos! - exclamou.

— Não achamos que você lembraria… - Harry comentou, ele havia nadado para perto de onde eu estava.

— Quem nos contou sobre esse lugar foi a Maria. - Zayn explicou.

Alguns passos para perto de uma árvore de caule robusto consegui achar a corda enrolada nele. O nó na ponta ajudou na busca. Aos poucos fui desenrolando, até não sobrar volta alguma. Olhei em direção ao galho em que estava presa. Dei uns dois puxões fortes, para me certificar que ele aguentaria o peso.

Todos me olhavam.

— Então, quem quer ser o próximo? - falei. Em seguida me apoiei sentada no nó. Balancei um pouco antes de me soltar dentro da água.

Quando emergi, já estava sendo levada por eles para o lugar onde havia subido.

— Primeiro: ensina a gente o seu atalho, porque eu não quero dar a volta! - Med disse entrando na frente dos meninos, já se posicionando para subir.

Expliquei para eles umas duas vezes, só para garantir que não iriam escorregar feio. E logo fizemos um revezamento de pulos.

 

—Como você consegue lembrar desse lugar que você veio há dez anos, mas não lembra qual a chave que abre a porta da sua casa? - Med perguntou. Estávamos sentados na toalha quadriculada, a festa estava vazia há uns vinte minutos.

— Como assim você não lembra qual a chave abre a porta de casa? - Zayn questionou, já rindo junto com Harry.

Eu dei de ombros e começamos a rir.

— Acho que a minha memória é seletiva… - argumentei.

— Espero que seu HD não esteja cheio, - Harry disse batendo o dedo na minha testa. - porque você vai ter que guardar cada momento que nós passarmos juntos!

— Awn! - suspirei. — Isso foi tão…

— Brega! - Med concluiu. Nós duas caímos em gargalhadas. — Nunca na minha vida, eu pensei que Harry Styles fosse do tipo que dizia coisas bregas pra uma namorada.

— Olha… eu sou obrigada a concordar com ela! - Zayn se manifestou, levantando as mãos, tentando tirar o dele da reta.

A cara de tristeza em Harry amoleceu meu coração.

— Foi meio brega, mas não se preocupa, nossos momentos eu guardo em outro lugar! - falei baixinho em seu ouvido. As mãos estavam apoiadas perto de seu coração, que batia rapidamente depois do que eu disse. Provocativo, ele disse:

— Depois eu que sou brega, né? - com um sorriso, ele me beijou. Sabe quando você sente algo diferente em um beijo? Esse tinha essa diferença.

Quantos mais o tempo passava, percebíamos que as horas estavam acabando. Se tudo fosse um sonho, bem… ele estaria chegando ao seu fim.

 

Às 13h, estávamos no carro, andando em uma estrada conhecida que nos levaria direto para o rancho do Seu João. 

— Eu não acredito que o Seu João e a Dona Maria foram capazes de participar dessa surpresa toda! - Med disse surpresa.

— Eu quero só ver o que esses dois vão falar quando confrontarmos eles! - disse séria.

Os meninos apenas riram, como se compartilhassem do mesmo segredo.

 

A medida que fomos chegando perto da casa, o cheiro da comida invadia mais e mais o carro. 

— Gente, cês tão sentindo esse cheirinho? - Med disse. — Minha boca está enchendo d’água!

— Nós pedimos para eles capricharem, já que hoje é um dia especial! - Harry respondeu, com um sorriso largo, de orelha a orelha.

— E qual é o cardápio? - perguntei.

— Bom… isso nós deixamos por conta deles né! - Zayn começou a explicação. - Eles conhecem o paladar de vocês BEM melhor que nós.

— É, isso é verdade! - Med e eu concordamos.

 

Assim que entramos na casa, fomos recebidos por Zeus, o cão pastoreiro que quase sempre sumia. Tinha pelagem preta e branca, com a típica bandana vermelha no pescoço. Logo em seguida, dona Maria surgiu, secando as mãos no pano de prato que estava pendurado em seu ombro esquerdo, os braços largamente abertos para nos receber com um abraço vieram a nosso encontro.

— Olá, minhas queridas? Como vocês estão? - ela beijou a mim e Med na bochecha. — Como foi na cachoeira? Você se lembrou de lá, minha querida? E vocês rapazes? - ela se dirigiu a Harry e Zayn. — Fizeram uma boa viagem até aqui? Olha como estão magros, o que andam dando para vocês nesse hotel?

“Olha, ainda bem que vocês entraram na vida dessas meninas, é a segunda vez em menos de uma semana que elas vêm nos visitar! Isso é raro. Só aconteceu coisa parecida quando elas tinham uns catorze anos, que não queriam ir embora… Agora?! Humpf! Se elas aparecem duas vezes por mês eu já olho pro céu, porque é certeza que vai chover…”

Eu ganhei Hades quando tinha essa idade. Um potrinho com uma pelagem preta curta. Logo de cara nos demos bem. O único problema que tivemos foi quando eu decidir o seu nome. Naquela época eu estava tão submersa na mitologia grega e Percy Jackson, que tudo o que ganhava recebia o nome de um deus ou semideus. E todos os finais de semana eu implorava para vir todo final de semana. Durante aquele ano, eu vi Hades crescer de pertinho.

Uma das minhas melhores lembranças.

— Maria! Pare de tagarelar deixa eles responderem pelo menos uma das suas perguntas, meu amor! - seu João entrou na casa, pela porta da cozinha, barulhento, com suas botas tamanho 46 e cinto de ferramentas. — Allice! Meredith!! Vocês cresceram desde a última vez que vi vocês? Aposto que sim!

— Olha só quem está fazendo perguntas agora! - Maria resmungou indo em direção à cozinha.

— A cachoeira estava uma delícia! - respondi, enquanto todos nós íamos para perto da cozinha.

— A Allice lembrou da cachoeira! - Harry disse.

— A viagem até aqui foi tranquila! - Med respondeu.

— E nós comemos muita porcaria no hote, dona Maria. - Zayn respondeu com um sorriso sem graça.

— Viu só, João? Eles responde todas as minhas perguntas. Todas! - Maria disse apontando uma faca pra ele, antes de cortar um milho.

— Ah, Maria! - João começou a engasgar com o que ia dizer e por fim decidiu mudar de assunto. - Antes de irmos almoçar, eu tenho uma coisa muito séria para falar pra você, Allice.

— O que? Pra mim? Como assim? - arregalei meus olhos.

Todos estavam atentos agora, mas Maria tinha um sorriso maroto nos lábios, quase imperceptível.

— Erh… bom, eu realmente não sei como te dizer isso, mas… - ele começou.

— Ah João, você enrola demais, meu Deus do céu! - Maria reclamou.

— Maria! Estou tentando fazer um suspense aqui! - ele respondeu, mas com um sorriso.

— Gente o que é? - Med estava claramente preocupada e curiosa, assim como todos nós.

— Então… - retomou seu João.

— Você vai ser avó! - Maria finalmente falou.

— Maria!!! - seu João disse, bravo. Sua esposa lhe respondeu com uma cara que dizia “o quê?!”. — Da próxima vez, não me peça para fazer drama e suspense para eles se você for entregar a notícia assim!

Eles começaram a discutir sobre como deveria ser feito um suspense e qual o momento certo pra falar, para que a pessoa não perdesse o interesse.

O resto de nós nos entreolhávamos, confusos.

Eu? Avó? Mas como assim?

Com licença! - Zayn começou. — Vocês podem, por favor, nos explicar como a Allice vai ser avó?

— Há umas três semanas, o Hades fugiu do cercado que deixávamos ele durante o dia e voltou um dia depois. Não fizemos muito alarde, afinal de contas, ele voltou, são e salvo. - seu João explicou.

— Aí ontem, nossos vizinhos, os Kallowey, vieram aqui. Eles compraram uma égua linda! Branca com cinza! - dona Maria continuou. — Acontece que seu cavalo é muito danadinho e emprenhou a pobre da égua! Agora você vai ser avó!

Absorvemos toda aquela história durante uns cinco segundos até cairmos na risada.

— Que cavalo mais sem vergonha esse seu, amiga! - Med disse, ajudando dona Maria a por a mesa.

— Eu nunca imaginei que seria avó tão cedo! - ri, enquanto colocava os pratos.

Com a mesa, enfim, posta, percebemos qual seria nosso almoço, o famoso frango com milho da dona Maria. Aquela comida tem gosto de infância, de saudade. Cada um se serviu e o que se seguiu foi um longo silêncio.

Med e eu nos olhávamos a cada garfada, em uma conversa que lembrava dos muitos verões, primaveras, outonos e invernos que passamos aqui. Aquela comida tinha memória!

— Dona Maria, se nada der certo na sua vida, a senhora pode vender essa sua comida! Está divina. - Med falou, beijando os dedos.

— Ah minha querida, comida boa não tem preço! - ela respondeu, aparentando uma felicidade completa pelo elogio.

— Mas eu ainda vou ter uma conversinha com vocês dois, viu? Que história é essa de querer pregar uma peça na gente? Vocês não eram assim! - falei, apontando o garfo para eles, que riram e trocaram olhares cúmplices.

— Só estamos colocando em prática o que víamos você e Med fazerem com nosso pobre Todd! - Maria disse.

 

Narradora

 

Harry e Zayn olhavam atentamente para o relógio que havia na parede da sala. Ainda faltavam duas horas.

Nos momentos que se seguiram após o almoço, todos ainda estavam sentados à mesa, relembrando histórias antigas, tão antigas, que faziam parte da infância de Maria e João, de como ela havia sido prometida à outro e casou escondida com seu atual marido, mas isso é história para outro momento.

Allice e Meredith contaram, então, aos meninos sobre as aventuras mais marcantes que elas tiveram e eu posso jurar que oitenta por cento delas ocorreu aqui, no rancho.

— Teve o dia em que fomos a uma feira, no município aqui perto. Acho que íamos comprar algumas sementes para a horta e enquanto eles estavam na vendinha, All e eu ficamos esperando na caminhonete. Um cachorrinho, a coisa mais linda, veio em nossa direção. Não tinha coleira, nem nada… - Meredith contou.

— O tempo todo que ficamos esperando, esse cachorro não saiu de perto. Depois de um tempo, vimos o seu João e a Maria voltarem. Ai escondemos o cachorro atrás de umas caixas que tinha na caminhonete e voltamos para casa. Demos a ele o nome de Barry. Esse dois ficaram muito bravos com a gente, mas depois começaram a amar o cachorrinho… - Allice continuou.

— Até que dois dias depois o dono dele bateu aqui na porta, procurando por ele.

— Essas duas juntas é sinônimo de confusão, viu rapazes? - Seu João alertou rindo.

Os garotos continuavam maravilhados pelas histórias que estavam sendo contadas, ficaram tão inertes que quase perderam a noção do tempo.

— Nós estamos adorando ouvir sobre vocês, mas está na hora da nossa última surpresa! - Zayn disse se levantando. Foi em direção à Meredith, segurou suas mãos e a beijou, calmamente, mas seu coração estava acelerado.

— Mas antes! - Harry foi em direção à Allice. - Vocês vão ter que usar isso aqui. - ele mostrou uma venda preta para a namorada, que tinha dúvida na cara.

— Vocês sabem que se alguma coisa acontecer com a gente, o seu João tem uma espingarda e vai atrás de vocês, né? - Allice disse em um tom brincalhão.

— Não se preocupem, minhas meninas! - seu João apareceu, dando um beijo na testa das meninas. — Quando eles me contaram dessa surpresa, essa foi a primeira coisa que eu falei à eles! - o velho sorriu.

Seu João não tinha uma espingarda guardada, mas tinha um amor tão grande por aquelas meninas, que era capaz de qualquer coisa para mantê-las seguras. As duas amigas de infância, que se tornaram irmãs, para ele e a esposa eram como as filhas que nunca tiveram.

Receosas, Allice e Meredith deixaram que fossem vendadas. Segurando-as no colo, foram em direção aos estábulos, onde Hades e Caramelo estavam devidamente selados.

— Vocês meteram o Caramelo e o Hades nessa também? - Meredith perguntou.

— É por uma boa causa! - Zayn sussurrou no ouvido dela. O gesto a fez arrepiar e sorrir.

Harry liderou o caminho, segurando Allice com carinho e um pouco de medo que ela fosse cair, mas era mais fácil ele, com os desvendados, cair do cavalo, do que ela.

Poucos minutos depois, eles chegaram ao local. Ao ver que Hades havia parado, Allice sentiu a segunda familiaridade do dia.

— Você não fez isso! - ela sussurrou para Harry.

— Por favor! Não tira a venda, você vai gostar da surpresa. Eu prometo! - ele sussurrou de volta e a beijou lentamente.

— Tá bom! - a garota sorriu e respirou fundo.

Andaram em meio aquele mato amarelado, até um lugar onde só o que havia era um campo de flores rasteiras, que davam a sensação de serem abraçados pela mãe natureza.

— Bem vindas a última parada do dia! - Zayn disse, pomposo, estava posicionado atrás de Meredith, a segurando pela cintura.

As duas tiraram as vendas ao mesmo tempo. O sol estava se pondo no horizonte, lento como se estivesse com preguiça de ir ou como se tivesse ouvido os pedidos de dois casais apaixonados que só queriam mais horas juntos. 

— Eu sei que tudo tem acontecido rápido demais. Que temos muito problemas e um longo caminho pela frente. Mas estando aqui, agora com você, eu sei que conseguiremos, sabe? - Zayn se aconchegou no ombro de Meredith. — Eu não posso prometer que vamos durar para sempre ou que conseguimos passar por todos os empecilhos, porque eu não sei se conseguiremos, o que eu sei e o que eu posso te prometer agora é que eu vou dar o meu melhor pro nosso nós dar certo e eu quero muito que dê certo! - o rapaz falava com os olhos fechados e a testa encostada na de Meredith, que tinha os olhos fechados, mas banhado em lágrimas.

— Você realmente guardou o melhor pro final né? - ela disse com um sorriso bobo e o beijou desesperada e apaixonadamente.

O tom alaranjado tomava conta do céu e fez com que os quatro se sentassem para apreciar aquele evento.

— No dia em que viemos aqui, percebi que bem mais na frente de onde ficamos tinha esse campo aqui, que agora, dá até uma vista melhor do pôr do sol, e ali ó, dá pra ver o rancho. - Harry apontou.

Allice estava imóvel, como se tivesse perdido todos os sentidos. Algo em sua garganta a impedia de dizer o que queria e se dissesse não terminaria antes de cair no choro.

— Eu nunca te agradeci direito por tudo, porque eu acho que eu não conheço uma palavra que possa dizer tudo o que eu quero. - Harry voltou a falar.

— Me agradecer? Você… Harry… você virou minha vida de pernas pro ar! Não é todo mundo que consegue conhecer, sair e beijar o ídolo. - ela riu, supresa por ter conseguido falar.

— Você me deu a chance de me apaixonar por você e por isso eu agradeço. Não foi o simples fato de você ter nos ajudado a fugir das fãs ou mostrado a cidade pra gente… eu não sei explicar porque eu me apaixonei, eu só me apaixonei. Obrigado por me mostrar isso.

Havia tanta coisa mais que ele queria agradecer, que aquela foi a maneira que Harry encontrou de agradecer pelo o que Allice representava agora em sua vida.

 

Uma semana. Sete dias. Isso foi o bastante para que uma reviravolta acontecesse na vida de quatro pessoas. De um lado, uma paixão repentina e do outro, um amor que estava lá desde o início.

Hoje era o último dia do que, para aquelas meninas, foi um sonho realizado. Havia tanta incerteza naquele momento, que ficava até difícil se concentrar no que estava acontecendo. Aquele fim de tarde, fim do dia, fim de Harry, Allice, Zayn e Meredith?


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Notas finais do capítulo

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