A Emboscada escrita por Lana


Capítulo 16
Cap. 15 - Triste derramamento de sangue inocente.


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Agradeço os comentários do capítulo anterior, eu adorei =D
Créditos pro Lovely Ghost Writer, por ter me ajudado (muito) com esse capitulo.
Boa Leitura



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Capitulo 15


“Triste derramamento de sangue inocente.”



Pouco tempo depois de Annabeth parar de soluçar, consolada por Megan, o delegado chamou-a mais uma vez. Àquela altura o depoimento de ambas já fora colhido, e os exames periciais devidamente feitos e obtidos os resultados. Provavelmente David Marshall a solicitara neste instante para meros procedimentos formais.

– Para instauração do inquérito precisamos da assinatura do seu representante legal, pelo fato da senhorita ainda ser menor de idade, Annabeth. – Ele disse com a voz compreensiva, entendo o trauma que se instalara na garota após os acontecimentos de horas atrás.

Megan Armstrong não deixou que Annabeth respondesse, na verdade, ela interferiu antes que a garota fizesse qualquer menção de proferir qualquer resposta que fosse.

– Sr. Marshall, eu sou irmã dela. O responsável é o pai, Frederick Chase, mas Annabeth veio passar as férias de verão comigo, com autorização expressa dele. – ela usava um tom oponente, decidido ao convencimento.

– Entendo, mas onde está o documento? – estava claro que o delegado apenas estava cumprindo sua função. Megan estalou os dedos e a atmosfera do local instantaneamente se tornou um pouco mais densa, onde tudo agora se movia quase em câmera lenta e parecia estar sujeito ao controle da filha mais velha da deusa da sabedoria.

– O senhor sabe que isto não é necessário. É só olhar nossa extrema semelhança, e muitos até diriam ser eu a mãe da garota. Se não for pedir muito, poderia nos liberar? Annabeth sofreu intensos abalos psicológicos hoje, portanto, precisa descansar. – disse, calma.

Marshall pareceu pensar um pouco. Durante esse meio tempo, Megan pareceu duvidar se a névoa estava mesmo funcionando, já que das outras vezes que usara, os humanos nem sequer relutavam em fazer o que lhes eram pedido. Para seu alívio, ele concordou.

– Oh, claro que sim. Desculpem-me pelo transtorno de segurá-las por aqui por tanto tempo, mas era necessário. Serão informadas do andamento do inquérito até o fornecimento da denuncia para instauração de ação penal. A justiça será feita, querida Annabeth Chase. – ele sorriu.

– É o que eu espero. Obrigada por tudo. – Annabeth respondeu baixinho antes de se retirar, seguida pela irmã e por Arnold.

Seria melhor que tivessem ficado sob a custódia policial.


***

Já passavam das vinte horas quando chegaram ao topo da montanha, local onde se endereçava a pousada dos Armstrong. Tudo estava estranhamente quieto e Megan franziu o cenho com tal situação, não na frente de Annabeth, que desde o ocorrido encontrava-se quieta demais para uma filha de Atena.

Os hóspedes pareciam ter se cansado de esperar pela volta dos anfitriões e, ao que parece, se recolheram mais cedo que o de costume. O saguão estava mal iluminado e o atendente descansava sua cabeça sob o grande balcão de mogno. Embora estivesse com um mal presságio, Megan balançou negativamente a cabeça a fim de dispensar os pensamentos ruins e acreditar que tudo estava na mais perfeita ordem.

Grande engano.

Antes que pudessem deixar o cômodo de entrada, um pequeno ruído chamou a atenção de Annabeth, que parou abruptamente e virou-se na direção do barulho. Megan, que estava mais adiante notou a ausência da garota e voltou para busca-la, no mesmo instante em que as luzes se acenderam e o sorriso macabro de Kurt ofuscasse a visão das duas.

Ao olharem em volta, elas perceberam que grande parte dos hóspedes estava ali, servindo de reféns com inúmeros monstros horrendos em seu encalço. Alguns jaziam desacordados no chão formando um tapete de corpos inconscientes aos pés das criaturas que deveriam povoar o Tártaro a essa hora.

Com uma criança de aproximadamente cinco anos no colo e a mão agarrada no pescoço da mesma, Kurt sibilou palavras ásperas aos ouvidos de quem quer que estivesse no local, ladeado por seus comparsas Canadenses.

– Não pensou que se livraria de mim tão fácil, não é Annabeth? Pra uma filha da deusa mais sábia do Olimpo, você deveria ser mais racional e saber que o ódio nunca acaba, pelo contrário, aumenta cada vez mais. Deveria ser óbvio que eu estaria a sua procura. – ele sorriu cada vez mais, com os olhos fumegando de satisfação pelo terror que provocava em todos ali. Os grunhidos dos mortais pareciam ser música aos ouvidos de Kurt.

Annie estava paralisada. Olhava a situação em volta e imaginava a que ponto a loucura de Kurt havia chego, envolvendo até os simples mortais em sua escabrosa vingança. Mal podia acreditar em tudo estava acontecendo no momento e pior, ela nem tivera tempo de se recuperar do susto anterior.

– Por que você teve que envolve-los nisso? Aliás, até hoje ainda não entendi o motivo de tanto rancor. Eu não te fiz nada. Solte-os. – ela disse, inevitavelmente trêmula.

– Se eu os envolvi nesta história a culpa é toda sua, que não aceitou seu destino de bom grado. Agora, eles sofrerão por uma escolha errada vinda de sua parte. – Kurt mal cabia dentro de si de tão sorridente que estava. Exibia o sorriso satisfeito para todos que estavam ali, o que ajudava a espalhar a onda de pânico pelo local.

Megan estava aterrorizada. Ela havia acabado de presenciar um estrangulamento diante de seus olhos. Fora do campo de visão de Annabeth, um monstro agarrou o pescoço de um adolescente e o asfixiou, em seguida jogando violentamente seu corpo inerte no assoalho. Mesmo depois de tanto tempo sem ser atacada, Megan não deixou de reconhecer a criatura maligna à sua frente: corpo de mulher e cauda de serpente, a mãe de todos os monstros revelava sua natureza mortífera, Equidna.

Percebendo a gravidade da situação e lendo rapidamente as intenções de Kurt, Megan não hesitou em puxar Annie pelo braço e sussurrar em seu ouvido.

– Ele quer você. Ninguém terá salvação se continuar aqui Annabeth... Fuja! Seguindo reto, na segunda porta à esquerda, há equipamentos de esqui e snowboard que você pode usar pra descer rapidamente a montanha e alcançar Aspen. Vá, eu posso distraí-lo até que você tome distância. – Megan disse com a voz autoritária.

Annabeth pareceu confusa. Ela sabia que o destino de muitas pessoas agora dependia de si, e talvez Megan estivesse certa, fugir seria a melhor opção. Contudo, Kurt mudou seus planos, mais uma vez.

– O que quer que tenha planejado cairá por terra, querida Annabeth. Você têm duas opções: siga o conselho de sua irmã e deixe que todos esses inocentes morram, ou se entregue e consequentemente os liberte. A escolha é sua, e eu já provei não ser piedoso. – Kurt pronunciava tais palavras com intenso asco na voz. Vez ou outra olhava para Megan e seu semblante endurecido declinava, mas nada que o fizesse desistir de provocar uma chacina.

Annabeth manteve-se firme contendo a vontade de chorar. Seus nervos estavam à flor da pele e as expressões de desespero das pessoas envolta, especialmente o rosto choroso da criança no colo de Kurt a fizeram decidir sem sequer pensar uma segunda vez. Olhou para Megan com gratidão e pesar sob as pálpebras, e em seguida tomou uma grande lufada de fôlego.

– Não os mate. Eu me rendo. – ela suspirou. Kurt enlanguesceu o sorriso, fazendo a fenda chegar próximo as suas orelhas. Imediatamente soltou a menininha assustada e se encaminhou até a filha mais nova de Atena no recinto. Amarrou firmemente as mãos de Annabeth e segurou-a imobilizando seus membros superiores.

Megan abaixou os olhos enquanto os gritos dos simples humanos ecoavam a plenos pulmões no local. Ao que Arnold conseguira decifrar, a névoa mais uma vez distorceu a percepção dos humanos que acreditavam ser reféns de assaltantes e potencialmente sequestradores.

Kurt se voltara pra saída arrastando Annabeth e escoltado pelos dois lestrigões, não antes de virar-se e dar uma ordem à trupe de monstros que ainda seguravam os mortais.

– Eles presenciaram coisas demais para que fiquem vivos, portanto, mate-os. Todos eles, sem qualquer exceção. – Kurt parecia explodir dentro de si. Sem dúvidas havia se transformado em um monstro sociopata e completamente cego e sedento por sangue.

Annabeth começou a se debater e gritar por clemência, na tentativa vã de se soltar e impedir o genocídio que estava prestes a ocorrer. Os monstros estavam empunhando armas de pontas que exterminariam dolorosamente todos os que estavam retidos no local, que tentavam a todo custo se livrar da morte. Megan corria desesperadamente tentando evitar a morte dos que estavam mais próximos de si, até ser capturada também.

– Não, eu me entreguei! Deixe-os livres. – ela suplicou.

– Tolos. Sempre, irremediavelmente tolos. Vocês, meio-sangues, acham que com suas atitudes heroicas podem salvar o mundo... quanta inocência. As coisas não são do jeito que acontecem nos contos de fadas minha cara, e vocês não podem salvar a todos, são um bando de inúteis.

Annie continuava furiosa brigando contra a força do mortal que a raptara mais uma vez. Kurt jogou uma Annabeth totalmente descontrolada em suas costas e caminhou a passos largos em direção à cabana que novamente serviria de cativeiro para a filha de Atena, e que agora também tinha mais uma “hóspede” – Giovanna, a filha não reclamada de Poseidon.

A única coisa que Annie poderia fazer era clamar por ajuda divina, já que estava impossibilitada de fazer qualquer outra coisa. Ela não sabia, mas naquele exato momento as Caçadoras de Ártemis adentraram o local surpreendendo todos, e com suas aljavas repletas de flechas, reduziram a pó os monstros que cumpriam á risca as ordens do vingativo Kurt.

Sem demoras, as garotas que juraram ser virgens eternamente começam os primeiros socorros entre os humanos feridos, enquanto Arnold que se machucara levemente telefona para pedir socorro médico e policial. Eles procuravam restabelecer a ordem do local, mas infelizmente haviam cinco mortos depositados ao chão, e nada mais poderia ser feito por eles, que apenas herdariam o descanso eterno nos campos Elíseos.



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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Comentem por favor... ah, e os leitores fantasmas poderiam aparecer né!?
Bjs



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