Don't Leave Me. escrita por Céu Azul


Capítulo 1
-Just Ignorant People.


Notas iniciais do capítulo

Ok, ta aí o primeiro cap da fic. E como vocês já me conhecem sabem que esse cap é mais para vocês conhecerem a personhagem e tals (;

E já sabem néh... ignorem qualquer erro xb

Boa leitura flores :D

—____________

Aviso:
Este capitulo foi revisado e os erros detectados foram corrigidos de acordo com o conhecimento da escritora. Se encontrar algum erro, por favor avise.



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CAPITULO I

Just ignorant people.


Seus olhos cor de mel me fixaram, ele realmente estava a olhar para mim.


E como eu sabia? Bem, eu estava a olhar para ele.

O seu cabelo preto escorria-lhe pela testa parcialmente suada, sua t-shirt azul escuro colava-lhe ao corpo, deixando apenas uma margem de duvida se realmente o seu corpo era, o que aparentava ser. Ele estava sereno tendo as suas mãos quietas nos bolsos da sua calça jeans preta. Porque sempre que ele me olhava, ele não via meus olhos!? Meu corpo era sempre seu ponto focal.

Seguia o caminho dos seus olhos com os meus, queria ver até onde ele queria ou teria coragem para chegar. Apesar de que não me sobrava margem nenhuma de duvida de que ele percorreria todo o meu corpo com o menor pudor. Afinal, era do “grande” Henriq que estávamos a falar.

Mel!

–Hmm. -Desviei meu olhar do seu para olhar Betty.

–Vamos, já tocou! –Ela me alertou.

–Desculpe, estava distraída. - peguei na minha mochila e nós caminhamos até nossos armários escolares.

Porque o meio do ano é tão chato?

–Vamos?- Betty me perguntou já pondo os seus livros na mala.

–Sim. –respondi. Iria ter Biologia, seca! Apesar de que eu realmente classifico assim todas as disciplinas que tenho.

Adentrei na sala em passos rápidos. Se caminhar demasiado devagar... todos os olhares caem sobre mim. Na verdade, se qualquer pessoa andar demasiado devagar a atenção das pessoas paira sempre sobre ela.

Procurei uma mesa vaga e me sentei, Betty sentou mais atrás. Nós não podemos nos sentar juntas... Ordens da diretora, pelos vistos nós duas juntas “atrapalhamos” a concentração da turma.

Como se a turma tivesse alguma concentração...

Não demorou muito e o professor entrou na sala, fazendo todos passarem de falar, para cochichar. Realmente a aula foi um pleno tédio. Prefiro aulas práticas de Biologia ao ouvir o professor tagarelar sobre o sapo que dissecamos na semana passada.

Se já observamos, não precisamos que o professor repita o que vimos!

Quando finalmente tocou, fui a primeira a sair da sala. Estava aflita para ir a casa de banho. Tenho mesmo que parar de beber água à toda a hora.

Corri para a casa de banho e entrei na primeira cabine vazia que encontrei. Suspirei de alívio quando finalmente pude me livrar daquela sensação “apertada”.

Alguém gemeu. Revirei os olhos, porque simplesmente não esperam pelo final das aulas e depois fazem isso em casa, ou na esquina ou onde quiserem... Mas logo na escola?

Dei duas pancadas na porta da cabine ao lado, para se aperceberem de que tinha alguém aqui. Mas isso não os fez parar!

Gente nojenta...

Fui lavar as mãos e me olhei ao espelho, eu tinha um olhar cansado, eu não estava dormindo nada à semanas, por causa dos estúpidos-testes-idiotas!

Uma das cabines abriu-se, eu não iria olhar, mas quando reparei que era a cabine de onde vinham os gemidos a curiosidade agiu por mim. Virei-me para ver quem era, e não me surpreendi nem um pouco.

Susanne saiu da cabine e me olhou de relance. O rapaz demorou um pouco, pelo barulho deveria apertar o cinto das suas calças, e não sei dizer se fiquei surpreendida ou não. A verdade é que toda a gente sabe a fama que Henriq tem, mas eu nunca a tinha comprovado com meus olhos. Para não falar que não ligo a boatos, e mesmo que sejam verdadeiros... têm s-e-m-p-r-e uma pinga de mentira.

Susanne saiu dali mais depressa do que uma gazela a fugir de um leão, mas Henriq não parecia preocupado. Ele se dirigiu calmo até os lavatórios e começou a lavar suas mãos calmamente.

–Sabes que isto é a casa de banho das raparigas, certo?- falei. Odeio gentinha como ele. Sempre se acham os maiores, ficam com todo esse ar superior como se fossem alguém para tê-lo.

.-Acho que é obvio... Já que tu estás aqui.- ele falou, como se não fosse nada .

–Pois... o problema é por quê que TU estás aqui . –Desliguei a sua torneira e Henriq me fitou com raiva e começou a se aproximar de mim.

Tenho que admitir, fiquei com medo.

–Bem, eu acho que sabes o porquê de eu estar aqui... Mas... Se quiseres, posso te mostrar de uma forma mais física. –a sua expressão de raiva passou rapidamente para uma expressão maliciosa. -Sabes, é que até estas com sorte.Hoje Susanne não estava nos seus melhores dias e... eu realmente não me sinto satisfeito.

–Vê se isto é físico o suficiente para ti, idiota!- Minha mão foi diretamente para o rosto de Henriq, acertando-lhe certeiramente num estalo bem dado. Que raiva!

Saí de ao pé dele apressada, agarrei a minha mochila e saí da casa de banho em passos largos e firmes.

Senti meus pulsos serem apertados me forçando a parar de andar e me virar no sentido contrário.

–Hey garota, quem você pensa que é!?- Henriq me olhava com raiva.

–Uma pessoa BEM melhor que você!- Retribui o mesmo olhar.

–Se você voltar a repetir a gracinha...- ele ameaçou.

–Vai fazer o quê? Bater-me? OU VAI ME VIOLAR? –gritei a última parte, chamando a atenção de todos para nós .

olhavam-nos incrédulos. Na verdade todos deveriam perguntar o que Henriq teria a ver comigo. Pessoas da sua “classe” não se misturam com pessoas com a minha classe... Ou seja... Sem classe alguma.

Henriq não me respondeu. O seu ato foi o de me puxar dali para fora do pavilhão escolar, me levando ate atrás dele contra a minha vontade.

–Me solta garoto!- gritei retirando o meu braço do seu alcance , bruscamente.

–Você é loca? -ele gritou.

–Ainda não tinha percebido!?- o olhei sínica.

–Sabe que isso nos pode arranjar problemas!?- ele ia falar algo, mas o interrompi com as minhas falsas palmas.

–Oh... Surpresa!Afinal o menino mauzão se importa se tem problemas ou não?- ri-me.

–Mas o que estás a falar?! Eu só não estou a fim de fugir de novo daquela sala solitária de castigos. Começa a tornar-se demasiado repetitivo. Eu não gosto de rotina. –ele me olhou desafiador.

–Ah... Então deve ser por isso que não repete figurinha! Ah... Eu agora percebi. -o gozei.

–Olha aqui... Não queira se meter comigo. –Henriq apontou seu dedo na minha direção próximo a meu rosto.

–Por quê? Você vai fazer o quê? Vai manchar minha reputação?- o desafiei

–Olha que isso é bem fácil de fazer!

–Pois... Mas fique sabendo que eu to me pouco importando para o que essa gentinha dessa escola imprestável pensa ou não pensa!-cuspi tudo na sua cara.

–Não seja por isso! –ele me desafiou.

–Olha sabe o que eu acho!? Eu acho que você é só mais um rapaz com medo do mundo, que se esconde atrás dessa farsa de durão player que você tanto tenta manter real. Mas olhe aqui, você não engana ninguém! –Disse firme.

–E quem é você para falar?! Você também não está vestindo essa sua farsa de menina que não se importa com nada?! Poupe-me, a menina assustada aqui é você! A garota sem pais, que vive com a tia que lhe acolheu, porque ela ficou órfã. E de um dia para o outro ela ficou ignorante com o mundo! Não julgue os outros com o que você também é! –Sim... Isso magoou, ele tocou no meu ponto fraco. Porque eu sempre ficava sem resposta quando alguém dizia isso?

Meus pais morreram faz nove anos, num acidente de automóvel. Nove anos que eu estou vivendo com minha tia Samantha, irmã mais nova da minha mãe. Na verdade a nossa diferença de idade não é tão grande assim. Ela tem 29 anos e eu tenho 17, nós parecemos mais irmãs que outra coisa.

Ela teve que mudar sua vida por minha culpa, quando eu vim para aqui ela estava no auge da sua vida. Saindo para a balada toda noite, acordando pedrada na manha seguinte ir para a faculdade, voltar tarde e voltar para a balada. Essa era a vida da minha tia antes de eu vir morar com ela.

Mas as outras minhas tias já tinham seus casamentos e seus filhos, (não precisavam de mais uma despesa) esse foi o argumento que usaram para não ficar comigo. E bem... Minha madrinha, ela não vive aqui, e acharam que seria um choque muito grande eu ir morar para o Japão com aquela idade.

Então não restou outra hipótese se não a minha tia se acostumar com a ideia de ficar com uma criança, quando nem ela própria tinha filhos. No inicio ela ficava repetindo todo dia “é por sua causa que eu já não saio” ou “eu tive que mudar minha vida por você” e coisas desse gênero. Nessa altura eu nunca tinha desejado tanto meus pais de volta. Mas acho que a medida que nós duas fomos crescendo nós nos entendemos, afinal ela já não precisa tomar mais conta de mim.

Eu tive a obrigação de crescer depressa. Quantas vezes ela não se esqueceu de me ir buscar a escola, ou de fazer o jantar, ou mesmo se esqueceu de mim em casa sozinha. A verdade e que muitas crianças ficavam em casa sozinhas com aquela idade, mas eu não estava habituada a esse tipo de vida.

Mas eu cresci, só que me tornei numa pessoa fechada e reservada, na verdade eu estou sempre no meu mundo observando a ação das pessoas. Que a cada dia me enoja mais.

Sim Henriq tem razão eu realmente sou uma menina assustada. Sempre fui.

Mas eu não mantenho nenhuma farsa, essa realmente sou eu. Não me importo com o que dizem por que eu não tenho ninguém a quem agradar sem ser a mim mesma. Não tenho os meus pais para ter o objetivo de eles terem orgulho em mim e no que eu faço. Eles não estão aqui para aplaudir os meus atos. Então eu só faço coisas que me agradem. Essa sou eu.

Tenho meu grupo de “amigos”, ou melhor, dizendo companheiros. Não me classifico como amiga de ninguém. Eu parei de me afeiçoar às pessoas, não quero perder mais ninguém que eu ame, então eu não vou amar ninguém.

Não sou a garota que teve montes de namorados ou coisas desse gênero, eu simplesmente não sou uma garota normal. E eu sei que poderia ter lidado com a situação de outra maneira. Mas... Este é o caminho mais fácil, e eu não tenho o por quê de me esforçar.

Muita gente me classifica como uma garota revoltada, mas eu não sou isso, muita gente é assim só por opção e a cada dia o meu caso se a próxima a isso, eu sou assim por opção, no inicio foi devido a morte de meus pais sim, mas agora já não, eu não preciso mais disso. Mas eu quero ser assim, me sinto bem desse jeito.

Para não falar que eu não sou uma pessoa sombria nem nada disso. Visto-me como todas as outras raparigas da minha escola, ouço o mesmo tipo de musica (cada um com o seu gosto, claro), eu saio, danço, faço tudo o que eles fazem só me exponho e os vejo de outra maneira.

Eu não falei nada, na verdade eu não tinha o que responder a Henriq, eu não tinha resposta para calá-lo. Por mais que os anos passem este assunto parece que nunca vai morrer dentro de mim. E a cada dia isso me parece afetar mais.

–Não vai falar nada!? Não me diga que toquei na ferida!-ele riu, apertei meus punhos, eu estava me controlando. Como ele pode ser tão frio!

–Você não sabe nada sobre mim. Então não fale do que não sabe!-gritei, ele riu mais ainda.

–Ah então... Mesmo depois de esses anos todos, a menina ainda chora por causa da mamãe e do papai!-ele me zoou, eu não pude me conter, minhas lagrimas começaram a descer. Isso doía, ele não sabia como. Tem a vida perfeita, com seus pais e seus irmãos. A mim me sobra apenas uma tia, já que o resto da família pouco quer saber de mim.

–Porque não fala de uma coisa que já sentiu!? –o olhei, não me importei de estar a chorar! –Só porque você tem a sua vida perfeita não quer dizer que possa fazer troça da vida dos outros! Você realmente é muito imbecil!Morra!-eu gritei, virei as costas e comecei a caminhar para longe desse idiota.

Limpei as minhas lagrimas, e fui em direção ao refeitório apressada, já que de certeza que metade da minha hora do almoço já devia ter desperdiçado com aquele retardado. Avistei meus amigos sentados numa mesa afastada. Fui buscar a minha refeição, e me aproximei da mesa.

–Oi. -falei antes de sentar.

–Onde tava? A gente teve te procurando. -Lilly falou.

–Eu tava lá fora.

–Eu soube do barraco que houve com o Henriq... o que se passou? -essa escola está cheia de uma cambada de fofoqueiros sem vida.

–Ele estava na casa de banho das raparigas... -eu falei.

–Foi só isso?-John perguntou, esperando por uma continuação. Tenho a certeza que os rumores que eles ouviram eram bem mais entusiasmantes que a minha historia.

–Eu o questionei o que ele estava a fazer lá, e ele me respondeu com a maior lata! Então eu lhe dei uma chapada. -contei sem importância enquanto saboreava o meu bife, enquanto que eles arregalavam os olhos pela minha ação.

–Você virou louca? –Betty me questionou boquiaberta.

–O que tem? – a olhei.

–O que tem? Você pergunta o que tem? Você acabou de pregar uma chapada ao Henriq Brown... –Lily anunciou o seu nome como algo mágico.

–Ele é só uma pessoa. -eu argumentei.

–Que pode estragar a sua vida na escola para sempre!-Lily completou a minha frase, que para ela estava inacabada.

–Como se eu me importa-se! Melhor! Como se eu tivesse vida alguma aqui.

–Isso é verdade. –John concordou comigo.

–Vamos mudar de assunto?!-pedi impaciente.

–Ok... Então o que querem fazer este fim de semana? -Betty perguntou entusiasmada.

–Estudar. –falei sem humor.

–Mel! Não brinque!-Betty riu.

–O que tem em mente? -John perguntou.

–Vai haver uma festa na casa do inimigo mortal de Mel. Dizem que vai ser legal. Os Srs.Brown vão de viagem de negócios. E eles vão aproveitar e dar uma festa na piscina. –Betty informou-nos do plano.

–Eu alinho. –Lily concordou na hora.

–Eu também. –John confirmou.

–Eu depois vejo. –falei. Não sei se estava com paciência para ir. Para não falar que seria na casa daquele retardado.

–Então pronto. Fica assim! -Betty sorriu.

–A que horas é essa porra? –Lily perguntou.

–Acho que é por volta das 22 horas.

O sinal nos interrompeu. Todos nós levamos as nossas bandejas para o seu devido lugar e nos dirigimos para as nossas salas. Peguei o caminho mais longe para o pavilhão, e por azar quando cheguei já aula tinha começado.

–Desculpe professor, posso entrar?-perguntei ao Sr.Williams.

–Sim Mellany entra.

Entrei rapidamente e me apressei para sentar no único lugar vago. Tentei prestar atenção a aula e as seguintes também. E quando finalmente aquele dia tinha acabado suspirei de alivio ao me levantar da cadeira.

Caminhei até a saída da escola e esperei por Lily já que íamos pelo mesmo caminho. Sentei-me num banco cá atrás e olhei o céu que se encontrava carregado. Boa! Vai chover e eu não estou nem agasalhada nem com guarda-chuva.

Avistei Lily e a chamei.

–Vamos? – a perguntei.

–Ah desculpa Mel, mas é que eu vou com John para casa. È que vamos passar pelo shopping ainda... Se quiser pode vir, depois ele te deixa em casa. –Ela se desculpou.

–Não, tudo bem. E obrigado, mas eu vou passar... Então tchau, até amanha. –mandei um beijo no ar para ela e segui o meu caminho com pressa.



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Notas finais do capítulo

Entao o que acharam?

Madem reviews dizendo o que acham da fic!

—Sei que nem todas queriam essa, mas tive que optar pela maioria entao... espero que mesmo assim gostem todas da historia.

beijos (:



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