Nossos Vizinhos: Os Addams escrita por TheSecretWriter


Capítulo 4
As bombas do Garoto-biscoito


Notas iniciais do capítulo

Espero mesmo que vocês gostem desse capítulo, guys! Enjoy! :D



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Era tarde quando ele se levantou. Quase meio-dia. Enquanto escovava os dentes, começou a ouvir explosões. “Wandinha e Feioso.”, pensou. Correu para o quarto e olhou pela janela. Os irmãos estavam no quintal. “Estranho. Eles nunca saem. Bom, vou lá dar um oi”.

Joey vestiu o casaco, e saiu correndo pela cozinha, pegou um sanduiche, deu um beijo na mãe e saiu. Quando chegou do outro lado da rua, o garoto parou em frente ao portão. Wandinha e Feioso pareceram não notar sua presença.

– Oi! Gente! – ele gritou, e começou a acenar.

– Ótimo. Seu amigo dos biscoitos está aí. – disse Wandinha para Feioso.

– Oi Joey! Entra! – ele gritou.

– O que vocês estão fazendo?

– Fazendo o funeral desse pobre gato – respondeu Wandinha, secamente, sem nem olhar para Joey.

– Mas ele está vivo.

– Exato. – respondeu a garota, com um estranho brilho nos olhos.

Geralmente quando ela falava com Joey, ele recuava, assustado. Mas hoje não. Ele se sentou ao lado dela para a cerimônia. Wandinha olhou para ele, um tanto indignada com a reação do garoto, mas continuou.

– ... E amaldiçoe esse animal, tendo sua alma como oferenda. Que ele sofra eternamente em suas mãos! – disse Wandinha, e enterrou o gato, ainda vivo – Pobre animal. – ela completou, esboçando um sorriso no rosto.

O silêncio tomou conta da cena.

– Bateu uma fome. O que será que tem para comer? – disse Feioso, quebrando o silêncio.

– Toma. Pega esse sanduiche. – disse Joey, lhe entregando seu café-da-manhã – Ei, Wandinha, ainda vai me explicar sobre as bombas?

– Claro, garoto dos biscoitos. Para te ensinar, eu quero que você me observe. Geralmente o Feioso me ajuda, mas hoje você é meu aprendiz. Vai ter que fazer tudo o que eu mandar. Está disposto a correr o risco? – ela sorriu, desafiadora.

Ele olhou bem nos olhos dela, e sorrindo de volta, disse:

– Aceito o desafio.



No andar de cima, Wandinha lhe mostrou a bancada com o material que iam usar. Ela começou a explicar o que teriam que fazer, e que se ele errasse uma só coisinha, milimetricamente, a casa toda iria pelos ares.

– Deve ter acontecido umas três vezes – ela explicou.

Logo, eles começaram a misturar uma porção de coisas, e amarrar e puxar, e Wandinha falava e filosofava sobre bombas e destruição. Joey estava maravilhado. Nunca havia feito experiências como aquela.

Então ele percebeu que estava pela primeira vez a sós com Wandinha. Seu rosto começou a corar.

– Que foi? – ela perguntou

– Não nada. É só que... – ele começou a gesticular. Joey tinha essa mania. Gesticulava com as mãos quando ficava nervoso.

– Tá, não interessa. Segura isso aí! – ela disse. Mas já era tarde. O pavio que Joey segurava entrou em contato com a mínima faísca que Wandinha tentava produzir, causando uma enorme destruição – Qual é o seu problema?! Eu mandei você segurar!

O cômodo em volta deles estava inteiro danificado com a explosão. Seus rostos e roupas estavam todos pretos.

– Joseph, seu inútil! – ela esbravejava.

Joey soltou um risinho.

– O que foi?

– É engraçado quando me chama de Joseph. Parece minha mãe. – disse ele. Wandinha mudou levemente de expressão – Mas eu gosto.

– Ok, então, garoto dos biscoitos. Vamos começar de novo. Se não conseguir dessa vez, é melhor você desistir. – ela disse. Joey percebeu que o rosto pálido da garota adquiriu um leve tom rosado. Ele a havia feito corar.



– Pronto! Terminamos! – ela disse – Garoto dos biscoitos, até que você não é assim tão abobado. Vamos no jardim explodir isso aqui.

– Vamos!

No jardim, Wandinha disse para que Joey ficasse atrás de uma árvore, a alguns metros da bomba. Ela acendeu o pavio e correu para junto dele.

– 3

– 2

– 1!

A explosão causou tanta fumaça que levaram alguns segundos para conseguir voltar a enxergar. Na área em que estava a bomba, agora só havia uma cratera enorme.

– Ótimo, mais um buraco no jardim. Agora posso enterrar o Feioso de novo. – ela disse.

Ele nem ouviu o comentário. Estava tão surpreso com o resultado, que nada mais o abalava. Ele ficou mudo por alguns segundos.

– Viu? Eu te disse. Bombas feitas em casa são melhores.

– Agora vamos fazer uma experiência. Quantas das minhas bombas são necessárias para fazer o mesmo estrago da sua? – ele perguntou, desafiador.

– Gosto do seu jeito de pensar, Garoto-biscoito.

– Eu devo ter algumas no meu quarto. Chame o Feioso e venha comigo.



Em minutos, eles estavam na casa de Joey.

– Tudo aqui é tão... Normal. – disse Wandinha, enojada.

– Oi amor! Esses são seus novos amigos? – perguntou a mãe, chegando na cozinha.

– São. Esse é o Feioso e ela a Wandinha.

– Ah, a garota de quem sua irmã sempre fala! Prazer, amor.

– Não sou um amor – ela disse, fria.

– Entendo – disse a mãe – Bom, crianças, eu vou deixar vocês sozinhos. – ela caminhou na direção de Joey e lhe deu um beijo na testa, e cochichou em seu ouvido – Ela até que é bonita! – e saiu, sorrindo.

– Arrg... MANHÊ! – ele gritou, bravo, corando – Bem, vamos lá para cima, não é?

Ele abriu o alçapão e ajudou Wandinha a subir.

– Nossa! Maneiro o quarto. Parece nossa casa, só que do outro lado da rua! – dizia Feioso.

– Interessante. – ela disse, enquanto observava as paredes pretas e marcas de explosões pelo quarto. Ela parecia satisfeita quanto à decoração – É aqui que você dorme?

– É. Faltou um quarto para mim e eu vim para cá. A gente se acostuma. Pronto. A caixa de bombas é essa aqui. Podemos voltar.

– Depois a gente podia decapitar mais algumas bonecas antes do jantar. – disse Wandinha.

– Seria ótimo! – disse Joey, com uma estranha vontade de voltar àquela casa da qual tinha tanto pavor.

– É, Garoto-biscoito, você não é tão irritante quanto parecia.

– Ela não costuma elogiar alguém tanto assim. Aproveite – cochichou Feioso no ouvido de Joey.

Aproveite. Aquela palavra ficou ressoando na cabeça de Joey o resto do dia.



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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo? O que deveria acontecer a seguir? Comentem! :D