NOVA YORK

POV BELLA

Assim que chegamos à cobertura, as portas do elevador se abriram e uma sala enorme e maravilhosa surgiu. A sala dele era, com certeza, maior que meu apartamento inteiro.

–Meio exagerado, não? -Edward brincou enquanto tirava o paletó e gravata jogando-os no sofá.

–Um pouco, mas muito bem decorada.

–Obrigado. -Ele disse enquanto pegava de minhas mãos minha bolsa e a colocava junto de seus pertences em cima do sofá. -Minha mãe decorou. Ela é a melhor decoradora de todas.

Ele sorriu parecendo orgulhoso ao mencioná-la.

–Ela é demais! Já vi alguns dos trabalhos dela e...

Não terminei de falar, pois uma mulher baixinha de uns 60 anos se aproximou de nós curiosa, olhando pra mim.

–Olá Emily. Bella, está é Emily, minha segunda mãe, basicamente, já que ela sempre cuidou de mim. -Passou os braços pelos ombros de Emily e continuou -E Emily, esta é Isabella, minha... amiga.

Sorri diante de suas palavras e logo estendi a mão para a mulher que me olhava sorrindo.

–É um prazer, querida. -Ela pegou minha mão e me puxou para um abraço.

–O prazer é meu, pode me chamar de Bella.

– O que faz aqui tão cedo, Ed? Aconteceu alguma coisa? -Ela perguntou colocando a mão em sua testa, assim como eu havia feito, parecendo como uma mãe preocupada.

–Acho que peguei uma virose. Não é nada demais, só preciso descansar.

–Precisa de algo?

–Não, acho que só de algum remédio para dor de cabeça.

–Vou providenciar agora mesmo. -Ela disse e foi rapidamente para a cozinha.

–Vem. -Ele disse para mim e estendeu sua mão, que logo peguei e subimos a escada e chegamos ao seu quarto.

Era gigante também. A cama enorme me dava muitas idéias, tinha uma porta ao lado direito que dava para o closet e do lado tinha o banheiro.

–Vou colocar uma roupa mais confortável. Pode tirar os saltos, o casaco. Fique a vontade.

Ele foi para o closet e eu fiz o que ele havia dito. Tirei o casaco, colocando-o em cima de uma poltrona e coloquei meus saltos ao lado, no chão. Fiquei reparando nos detalhes do quarto. As paredes tinham papel de parede azul marinho, tinha um TV de plasma enorme na parede em frente a cama e alguns quadros espalhados pelas paredes, cujo eu não fazia ideia de quem eram os pintores.

–Bella?

Me virei para ver Edward saindo de seu closet com uma calca de moletom preta e uma regata branca. E até assim ele ficava gato.

–Belos quadros.

–Obrigado. Não faço ideia de quem são, minha mãe que comprou. -Ele contou e riu.

Antes que pudesse dizer algo, Emily entrou novamente no quarto com um copo d'agua na mão e um remédio na outra.

–Aqui esta Edward. -Ela disse colocando o comprimido e o copo nas grandes mãos de Edward.

–Obrigado Emily, não sei o que seria de mim sem você. -Ele a bajulou e tomou o remédio.

–Seria um perdido na vida. -Ele respondeu, fazendo nós três rirmos. -Já avisei para Kate não vir incomodar você.

–Ah, obrigado. -Eles trocaram um olhar cúmplice, me deixando confusa.

–Com licença. -Emily disse deixando o quarto.

Edward sentou na cama e deu uns tapinhas ao seu lado.

–Voce devia dormir um pouco. -Disse, sentando ao seu lado.

–Não estou com sono. E não vou deixar você aqui sozinha, eu te convidei agora vou te dar atenção.

–Se você diz. Mas não me importo se quiser dormir, de verdade.

–Eu sei que não. -Ele sorriu. -O que acha de fazermos uma brincadeira?

–Brincadeira? Não estamos meio velhos pra isso? -Perguntei rindo.

–Com certeza, não. Vamos, eu te faço uma pergunta e você me faz outra. Assim podemos nos conhecer melhor.

–Por mim tudo bem.

–Ok. Eu começo.

Levantei uma sobrancelha, fazendo-o rir.

–Onde seus pais moram? -Ele me perguntou.

–Minha mãe mora em Phoenix, junto com seu marido. E meu pai mora em Washington, com sua noiva.

–Oh, então eles são separados. -Não era uma pergunta.

–Sim. Faz um bom tempo já.

–E você morava com quem, antes de vir para cá?

–Hey, pensei que fosse minha vez de perguntar!

–Voce pode fazer duas perguntas seguidas agora.

Ri alto e respondi:

–Na verdade, antes de vir para cá eu estava em Massachusetts, estudando em Harvard. Mas antes disso eu morava em Washington, com meu pai.

–Entendi.

–E você? Onde seus pais moram?

–Aqui. Um pouco mais afastados da loucura de Nova York.

–E você se dá bem com eles?

–Muito. Eu queria poder ter mais tempo com eles.

Sorrio diante do jeito que ele fala de seus pais.

–Harvard então. Quer dizer que minha assistente pessoal é muito inteligente?

Gargalhei jogando a cabeça para trás.

–Pode se dizer que sim. Me formei com honras até. Mas você também não é muito diferente. Pelo que eu me lembro, você disse Yale.

–Pois é, sou bem inteligente.

–E modesto.

Passamos mais um bom tempo conversando sobre a faculdade, até que sua pergunta me surpreendeu:

–E você tem namorado?

–Ah, não mais. -Ele já tinha insinuado uma vez sobre eu ter um namorado, por que esse interesse?

–É serio? Quer dizer, você é bonita, simpática e é tão fácil conversar com você.

Corei com suas palavras. Como ele podia achar tudo isso de mim?

–Obrigada Edward, mas acho que ele não pensava o mesmo que você.

–Bom, então ele é um babaca.

Sorri, totalmente sem graça e olhei para os desenhos da colcha de sua cama.

–Não precisa ficar assim, só estou dizendo a verdade.

Olhei em seus olhos e agradeci.

–Queridos, o almoço esta pronto. Por que não vem para a mesa? -Emily entrou após duas batidas na porta.

–Estamos indo, Emily.

–Há quanto tempo ela trabalha pra você? -Perguntei enquanto íamos para a mesa.

–Minha vida inteira. Antes de eu nascer ela trabalhava para meus pais, quando eu nasci ela virou minha baba, e quando vim morar sozinho, ela me acompanhou. Como eu disse, minha segunda mãe.

–Ela é um doce.

–E ela gostou de você. -Ele sorriu para mim enquanto sentávamos um de lado para o outro.

Outra garota apareceu, mais nova, uns 20 e poucos anos e bonita. Vestia um avental e carregava uma panela.

–Olá Edward. Se tivesse me falado que não se sentia bem, eu teria cuidado de você com o maior prazer. -Ela disse se abaixando para por a panela na mesa, ao mesmo tempo que seu decote ficava praticamente na cara de Edward.

–Não preciso dos seus cuidados, Kate. Bella esta aqui pra isso. -Edward sorriu para mim enquanto colocava sua mão em cima da minha na mesa.

A tal Kate me olhou, ou melhor, me analisou e pela careta, não foi com a minha cara.

[…]

Após o almoço, que estava delicioso, nos sentamos no sofá e Edward colocou em um canal qualquer, onde passava algum filme de ação – a julgar pela luta que se desencadeava e pelo maravilhoso Jason Statham – e voltamos a conversar.

–A The Cullens é antiga? Eu sei que é da sua família, mas faz muito tempo isso? -Perguntei.

–Sim, meu tataravô abriu a empresa quando tinha 30 anos, ou seja, faz muito tempo. -Ele riu. -Depois meu avô assumiu a diretoria e eu sou o próximo da fila.

–Uau, seu pai não quis trabalhar na empresa?

–Não, ele disse que sempre foi apaixonado por medicina, salvar vidas era o que ele queria, não ficar sentado atras de um computador o dia todo. -Disse, usando um pouco de sarcasmo no final, já que era exatamente aquilo que ele fazia.

–E você? Sempre quis a The Cullens, ou tinha outro sonho?

–Na verdade, eu nunca tinha pensado no meu futuro ou no que eu gostaria de fazer, até que passei o verão trabalhando com meu avô e graças a ele, comecei a gostar de engenharia civil.

–Voce parece ser bem ligado ao seu avô.

–E sou, meus pais sempre viajavam nas férias, eu e meus irmãos acabávamos ficando com meus avós. Mas eu com certeza, era o que mais passava tempo com meu avô. E hoje, sabendo de tudo que ele já fez pela The Cullens e pela família, sou seu maior fã. Acho que me importo mais com a opinião dele do que a do meu pai.

–Isso é tão meigo. Nunca fui ligada aos meus avós. Por parte de mãe, eles moram na Europa e por parte de pai, bom, eles são meio rabugentos e eu tinha um pouco de medo da minha avó. -Confessei rindo.

Ele riu junto e se aproximou um pouco. Nossos rostos estavam perto demais. Eu definitivamente, podia beijar aqueles lábios. Mas parece que Edward pensou o mesmo antes de mim, pois quando percebi: nossos lábios estavam grudados.