NEW YORK

POV BELLA

Aquele era, sem duvida, o melhor beijo da minha vida. Por mais que fosse um beijo violento, era cheio de desejo. As mãos de Edward agarravam minha cintura forte, onde eu sabia que ficaria marcado, e a outra puxava meus cabelos em direção à sua boca. Quando suas mãos desceram e pararam na minha bunda, fui puxada para seu colo sentando em cima de sua ereção, o que fez nós dois gemermos juntos. Minhas mãos foram para seus cabelos, enquanto eu sentia as suas apertando meus glúteos, quase descobertos graças a minha saia.

Quando seus dedos traçaram um caminho perigoso por baixo da saia, minha consciência pareceu voltar e em um segundo desci de seu colo interrompendo o beijo, ofegante.

–Nossa, isso foi...

–Insano. -Completei a frase de Edward antes que ele pudesse dizer qualquer coisa que me iludisse.

Ele me olhou confuso e logo me expliquei.

–Somos colegas de trabalho, ou melhor, você é meu chefe. Não podemos misturar nosso relacionamento profissional com outra coisa.

–Eu não ligo pra isso.

–Mas eu ligo. Todo mundo sabe que quando se mistura as duas coisas, nunca dá certo.

–Não dá certo porque as pessoas não fazem dar certo. Já eu, pode ter certeza que farei o possível e impossível, para dar certo.

Ofeguei surpresa por suas palavras.

–Edward, isso não faz sentido. Não faz nem uma semana que a gente se conhece.

–Tempo não significa nada. Não quando se trata de você, Isabella.

Eu não podia me envolver com ele, não emocionalmente. Eu sabia que era loucura, mas só Deus sabe o quanto eu desejo voltar para o colo daquele homem viril e voltar a beijá-lo como se minha vida dependesse daquilo. Mas a razão gritava que eu iria me ferrar, e muito se o fizesse.

–Voce não me quer. -Ele disse abaixando o olhar, o que me deixou totalmente aflita e desejei poder me socar por infligir, o pouco que fosse, de dor a ele.

–Eu não disse isso. -Segurei seu rosto entre minhas mãos. -Eu quero, só acho que estamos indo rápido demais.

Ele sorriu e me puxou para sentar ao seu lado no sofá.

–Tudo bem, eu posso ser paciente.

Então nossos lábios voltaram a se tocar, mas agora, de forma calma. Podia sentir a maciez de seus lábios contra os meus, suas mãos passeavam entre minha cintura e as minhas puxavam levemente seus revoltos cabelos.

Eu podia passar a vida beijando Edward Cullen.

[…]

–Você o que? -Edward perguntou antes de soltar uma gargalhada alta, me fazendo rir junto.

–É serio, e não foi engraçado. -Cruzei os braços e tentei ficar com cara de brava.

–Voce escorregou e caiu em cima do cocô de um Golden Retriver, que é enorme, na frente de todo mundo na 5ª avenida!!! Eu queria ter visto isso.

–Sou traumatizada com cocô de cachorro até hoje. -Continuei com minha cara brava.

–Ei, tira esse bico lindo daí. -Ele disse me dando um selinho rápido, automaticamente, abri um sorriso. -Bem melhor.

–Voce já trabalhou em lanchonetes, bibliotecas, passeava com cachorros e agora é assistente pessoal de um engenheiro. Tem um currículo e tanto em. -Ele disse enquanto mexia em algumas mechas de meu cabelo.

–Nem me fale, mas foram boas experiências. Pelo menos, posso dizer que já vivi muita coisa.

–Com certeza viveu. -Ele riu e começamos a nos beijar, de novo. A tarde inteira foi assim, entre conversas e beijos. Não que eu pudesse reclamar.

Quando ele começou a aprofundar mais o beijo, seu celular tocou, nos despertando.

–Já volto. -Ele disse e se levantou indo para o corredor atender.

E como a curiosidade matou o gato, algum dia iria me matar também. Querendo saber com quem ele falava, afinal, aquele era seu celular pessoal, só pessoas muito importantes tinham aquele numero – o que me fez pensar que, eu não tinha – então me levantei de sua cama e sem fazer barulho fui para atras da porta e consegui ouvir apenas resquícios da conversa.

–Voce não tem ideia Alice, ela é perfeita. –Ele disse rindo.

Sorri com suas palavras, será que era de mim que ele falava?

–O vovô vai amar ela, com certeza, ela é o tipo de mulher que ele sempre disse que eu precisava. Não tenho duvidas de que ele vai aprová-la.

Lembrei de quando ele disse que a opinião do avô era muito importante. Meu peito inflou ao saber que ele, possivelmente, me apresentaria à sua família. Isso quer dizer que eu não era só mais uma.

–Tudo está dando certo. Você vai ver. Preciso desligar, depois te ligo. Beijos.

Corri, sem fazer barulho, para a cama e me sentei rapidamente e fingi estar mexendo nas unhas.

–Desculpa a demora, era minha irmã. -Ele disse sentando ao meu lado.

–Sem problemas, foi rápido. Acho que vou embora, está escurecendo e não gosto de andar sozinha de noite.

–É claro que não, eu te trouxe aqui e vou te levar pra casa.

–Não Edward, você esta doente. Não quero que faça esse esforço todo.

–Então pelo menos, deixe eu pagar um taxi. Não vou deixar você pegar um ônibus ou andar com esses saltos até sua casa.

Sorri diante de sua preocupação e assenti.

–Tudo bem, mas só dessa vez.

Levantei e estava colocando meu salto, quando senti sua presença atras de mim e seus braços rodando minha cintura.

–Na próxima, eu não deixo você ir embora. -Ele sussurrou em meu ouvido, fazendo todos meus pelos se arrepiarem e minha calcinha, instantaneamente, ficar molhada.

Respirei fundo e me virei, passei os meus braços por seu pescoço e o beijei.

–Vem, vou ligar para um taxi conhecido. -Ele disse assim que nos separamos e me puxou para a cozinha, onde pegou o telefone e logo chamou um taxista.

Não tinha visto ele pegar a carteira, mas a abriu e tirou uma nota de 50 dólares e estendeu pra mim. Até a minha casa, daria no máximo uns 30 dólares, mas ainda assim, aceitei seu dinheiro e pensei que amanha posso devolver o troco.

–E eu não quero o troco de volta. -Olhei para seu rosto, surpresa por ele ter adivinhado o que eu pensava.

–Já te conheço, Dona Isabella. -Sorriu de lado e beijou a ponta de meu nariz antes de se virar discando o número do taxi no celular.

[…]

Assim que fechei a porta de meu pequeno apartamento, encostei-me na porta suspirando alto repassando todos os acontecimentos do dia. Senti um sorriso largo estampar meu rosto, involuntariamente.

Era possível? Não foi tudo um sonho? Eu realmente tinha beijado Edward Cullen? Era bom demais pra ser verdade!

Tomei um banho longo e me deitei, ansiosa para acordar. E naquela noite, eu sonhei de novo com meu chefe.

[…]

Assim que cheguei a empresa, já sentia meu coração bater mais rápido. Não sabia como ele me trataria hoje. Será que seria carinhoso? Ou fingiria que nada aconteceu? Sentia minha cabeça girar com tantos pensamentos, tantas alternativas do que poderia vir a acontecer. Cumprimentei Jéssica e abri a porta vendo Edward na frente da janela ao celular. Assim que entrei ele se virou e me deu o sorriso torto mais lindo que eu já tinha visto. Eu falei isso mesmo? Preciso parar de pensar como uma adolescente que está no seu primeiro relacionamento.

Sorri de volta e ouvi o final da conversa, sem querer. Mentira, foi querendo mesmo.

“–Não se preocupe vovô, eu irei.

…

–Sim, vou convidar ela. Eu te aviso. Manda um beijo pra vovó.

…

–Eu também. Tchau.”

Convidar quem? Para o que? Olhei para Edward enquanto ele colocava o celular sobre sua mesa e vinha em minha direção.

–Desculpe por isso. Era meu avô. -Ele colocou as mãos em minha cintura.

–Sem problemas. -Sorri e apoiei minhas mãos em seu peito.

Ele sorriu e se aproximou e me deu um selinho e disse:

–Bom dia.

–Muito bom dia. -Disse ainda extasiada por estar em seus braços, inebriada pelo cheiro maravilhoso de seu perfume.

Ele deu uma risada baixa e me dei conta do que havia falado e corei.

–Adoro essas bochechas vermelhas. -Edward disse beijando minha bochecha.

Nos separamos e fui para minha mesa e ele sentou-se em sua cadeira dizendo:

–Tenho um almoço hoje e depois uma reunião com um amigo. Não voltarei para a empresa de tarde. -Disse digitando em seu iPhone. Assenti, chateada por não vê-lo mais durante o dia. -Porém, quero que vá jantar comigo.

Olhei-o com as sobrancelhas levantadas, surpresa por seu pedido.

–Já que não vou estar ao seu lado durante a tarde, vou ter que te roubar de noite.

Ri alto e concordei.

–Ótimo, vou te buscar às 20h.

[…]

Como Edward havia me dito antes, assim que deu o horário e almoço ele se foi, não sem antes me beijar –e que beijo- e não voltou mais.

Como não queria um simples lanche, fui até um restaurante próximo e infelizmente, vi a ultima pessoa que eu queria.

Mike Newton, meu ex.

–Bella! Mas que surpresa te ver aqui.

Péssimo surpresa.

Coloquei meu melhor sorriso no rosto, tentando não soar falsa disse:

–Oi Mike. Como você está?

–Ótimo! E você? Trabalhando?

–Sim, estou no meu horário de almoço.

–Pena que eu já almocei, se não poderíamos almoçar juntos, quem sabe relembrar os velhos tempos.

–É, que pena. -Eu tinha quase certeza que soei muito irônica. Mas que se dane, não fui eu que trai alguém.

Me lembro até hoje de ter pego ele e uma vadia qualquer transando na cama dele.

–A gente se vê por ai. -Ele disse e atravessou a rua.

–Eu espero que não. -Disse baixo e revirei os olhos seguindo para o almoço e já pensando no jantar, com Edward.

POV EDWARD

–Voce tem que ver, cara. Ela tá caidinha por mim já. -Disse rindo alto.

–Edward, você tem certeza que quer fazer isso? -Emmet me perguntou, revirei os olhos e bufei impaciente.

–É claro que sim, porra! Ou eu arrumo uma mulher ou a presidência vai pro Aro ou qualquer lixo daquela empresa. Nosso vô deixou bem claro os termos para eu me tonar CEO da The Cullens! –Queria gritar, mas como estávamos em um restaurante, segurei o tom.

–Tudo bem, você quem sabe. Só não sente pena dela? Quer dizer, você tá sendo a merda de um cafajeste com a coitada.

–Cafajeste? Eu estou deixando a vida dela um pouco mais legal, ela vai ter grana, fama e de quebra, uma marido bonitão. O que mais uma mulher pode querer?

Emmet me olhou como se eu fosse um louco, não dava pra ter esse tipo de conversa com ele, já que meu irmão era totalmente apaixonado por sua esposa, Rosalie. Que era um puta mulherão! Que ele nunca me escute falando isso.

Eu sabia o que tinha que fazer, e eu iria até o fim. Nunca me importei com quem eu magoava, não ia ser com aquela morena sonsa que isso ia mudar.