Free To Fly escrita por Lizzy Panelli


Capítulo 3
Quem separa quer casa


Notas iniciais do capítulo

Oi galerinha linda que comenta*--*
Eu sei que demorei bastante para postar o capitulo,mas estava sem inspiração!
Particularmente eu não gostei muito desse capitulo,não ficou como eu gostaria, mas precisamos dele para dar uma sequência para a historia...
Espero que gostem e não esqueçam de deixar reviews *--*
P.S. ESTÁ SEM REVISÃO ENTÃO PODE TER ERROS DE ORTOGRAFIA!



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Andava sem rumo por um Olimpo vazio.As lágrimas continuavam a cair e a inchar meus olhos.E As malas começavam a pesar em meus braços, nunca tinha carregado tanto peso por tanto tempo em minha vida.Resolvi parar para descansar em uma pracinha no centro do Olimpo e coloquei – ou melhor joguei – as malas no chão e me sentei no único banco que havia ali.

Ele ficava bem no meio de um circulo de flores brancas, que dançavam majestosamente ao toque do vento calmo.Foi então que reconheci o lugar.Foi ali, exatamente naquele lugar, que dei meu primeiro beijo em Zeus e foi ali também que ele me jurou amor eterno com as rosas de testemunha de nosso amor.

Não devia ter parado naquela praça.Aquilo me trazia lembranças de dias felizes e as mágoas dos dias ruins.Por que tinha que ser assim? E sem perceber mais e mais lágrimas saíram. Tudo que nunca chorei durante minha eternidade resolveu cair de uma só vez e junto nessa noite – na noite que tinha que ser forte.Coloquei meu rosto em cima de meus braços e os coloquei no encosto do banco.

– Por que choras linda dama? – ouvi alguém dizer de modo gozador perto de meu rosto.Me levantei e dei de cara com dois enormes olhos verdes me encarando com um ar curioso.Era Poseidon, sempre Poseidon….

– Ora, por nada…. – disse tentando enxugar as lágrimas – Só as coisas de sempre….

– Tipo Zeus e suas amantes? – perguntou se sentando ao meu lado no banco.

– Exatamente! Nunca em todo os meus mais de 3 mil anos eu tinha chorado por isso.Eu gritava, ficava com raiva, ficava sem falar com ele….Mas nunca, nunca derramei uma única lágrima! Mas agora, que estou cansada de tudo e decidida a mudar, choro como criança me culpando por ter dado errado em meu casamento….

– Só que a culpa não é sua, nunca foi.Está para nascer esposa mais fiel e perfeita do que você. – disse o deus segurando em minhas mãos.Dei um sorriso tímido e continuei a falar.

– Mesmo assim, sei lá,me acho a errada.E agora aqui estou eu, abandonada ao sereno em um banco desconfortável sem nenhum lugar para passar a noite.Enquanto ele deve estar lá dentro rodeado de ninfas o consolando.Aposto que ele vai se divertir a noite todo – respondi triste com o pensamento.

– Não duvidaria nada – disse ele entre risos.

– Mas agora já não me importo com que ele faça, Zeus é livre.Assim como eu.Agora o que mais me interessa é arrumar um cantinho só meu e longe de tudo isso para que eu consiga seguir em frente.

– Sem problemas.Você pode passar uns tempos comigo lá no Oceano. – disse Poseidon malicioso.O repreendi com o olhar – Sem chances né?!Então o jeito é eu ajudar você a arrumar uma casinha.O que me diz?

Pensei um pouco.Até que uma casa no mundo dos mortais viria bem a calhar agora, não?!Seria uma boa maneira de me adaptar a um novo estilo de vida e uma boa oportunidade para entender como eles vivem.

– Está bem, você pode me ajudar! Mas só aceito porque não tenho muita experiência no mundo dos homens.Caso contrário nunca o deixaria ficar perto de mim.– disse me levantando.

O deus dos mares se levantou também e se encarregou de carregar minhas malas, já que eram muito pesadas para uma dama.Estávamos andando em silêncio, lado a lado, até os portões do Olimpo.Estava cansada e o que mais queria era ter uma boa noite de sono bem longe dali, de Zeus e de meus problemas.Quando estávamos quase saindo o vejo se abaixar e pegar algo pequeno no chão.

– Pegue Herinha é para lhe dar sorte daqui para frente. – disse me estendendo um trevo de quatro folhas tão verde quanto seus olhos.

Quando fui pegar o trevo nossas mãos se tocaram e por um instante ambos sentimos um pequeno choque percorrer nossos dedos.Isso foi um pouco estranho e clichê de mais para o meu gosto.Mas mesmas assim peguei o trevo.

– Algo me diz que isso só me trará azar isso sim! – murmurei para mim mesma.

Poseidon me deixou em um hotel próximo ao Olimpo, para caso de me arrepender e voltar para casa.Difícil me arrepender, mas já que ele preferiu assim….

Marcamos de nos encontrar na manhã seguinte para procurar minha tão sonhada casa.

Quando cheguei no confortável quarto fui direto me deitar na cama macia.Meu corpo estava todo doloridos, minhas pernas inchadas e estava morrendo de fome.Relaxei o corpo e tentei pegar no sono.Só que os pensamentos não queriam me largar.Eu estava sozinha em um lugar estranho e rodeada de hospedes estranhos e eu não gosto nem um pouco de coisas estranhas.Todo aquele ambiente e aquela situação me incomodava e tirava meu sono.Mas eu teria que aprender logo a conviver com isso, pois essa era minha nova realidade.

Mas ao decorrer da noite me pegava pensando de novo e de novo em Zeus e no que ele estava fazendo ou como estava reagindo com tudo isso que custei a dormir. Deviam ser 3:30 da manhã quando finalmente consegui pregar o olho.

Acordei toda assustada pensando que tinha perdido a hora de meu encontro com Poseidon.Tinha dormido mais do que o normal – ainda estava cansada.Liguei logo para o serviço de quarto a fim de pedir que me trouxessem meu café no quarto e foi direto para o banheiro tomar um relaxante banho quente, para que pudesse acordar de verdade.Demorei pouco mais de 20 minutos pensando na vida lá em baixo e quando sai me deparei com uma cena nada agradável.

Um homem deitado – todo relaxado – em minha cama e ainda por cima comendo meu café.

– O que você está fazendo aqui? – gritei tentando me cobrir já que estava apenas de toalha.

– Oras, tomando café com você!Não posso Herinha? – respondeu um Poseidon fingindo inocência.

–Não, não pode! E além disso você deveria estar em sua casa.Ainda não são nem dez horas.

– Deveria, mas resolvi ficar para tomar conta de você.Nunca se sabe o que passa na cabeça de certas pessoas…. - ele estava olhando fixamente para mim, como se examinasse cada centímetro de meu ser.

– Não preciso de “babá” Sei me virar muito bem sozinha. – eu já estava ficando irritada.

– Precisa sim, florzinha! E como precisa…. – disse Poseidon baixinho voltando a comer meu café.

Peguei minhas roupas e fui me trocar no banheiro.Não acreditava que ele ainda está aqui me vigiando.Era demais para minha cabeça.Quando voltei ao quarto tive que tomar a contragosto o café junto do bonitão.

Era 13:00 e eu e Poseidon já estávamos na rua esperando uma corretora de imóveis que ele tinha entrado em contato.Seu nome era Ally e tinha a missão de me mostrar todas as casas de bom gosto disponíveis para compra.E ai dela se não me agradasse.

A primeira casa que ela nos mostrara ficava em um bairro de enormes casarões, todos da mais fina arquitetura.A casa disponível igualmente -senão até um pouco maior – que as demais.

Era toda pintada em tons de cinza e tinha um grande e majestoso jardim na rente.Me lembrava muito aquelas casas antigas que habitam o imaginário das pessoas velhas.Por fora a cara era realmente muito bonita, só que por dentro era praticamente um museu. Haviam estátuas espalhadas por todos os cômodos. Algumas eram até engraçadas, pois retratavam deuses gregos. Não conseguem imaginar como Poseidon ficou feliz quando achou a sua.

Haviam também diversos replicas de quadros famosos misturados a sua arquitetura antiga, etc.Definitivamente essa não seria minha casa.Quem em sã consciência quereria uma estátua de Poseidon te olhando toda hora?! Estava procurando uma casa normal e não uma replica de um templo antigo.Queria algo bem longe de minhas raízes gregas, queria algo que me fizesse sentir como uma mortal. Por tudo isso a casa foi reprovada e recusei o contrato!

A segunda casa era menor e mais simples a primeira vista. .Mas assim que abri a porta percebi que essa também não seria meu novo lar.

Tudo que a outra casa tinha de antiga essa tinha de moderna.Aparelhos de última geração espalhados por todo lado. TVs ,aparelhos de som e vídeo games estavam sempre espalhados pelo local.Tudo dentro do perímetro da casa era comandado por computadores.E o pior de tudo era que eu não sabia mexer nem na metade dessas coisas.Como poderia comprar um lugar onde eu acabaria sendo engolida viva por todas essas tecnologias.Então recusei mais uma casa.

Recusei, recusei, recusei e recusei várias casas que Ally nos mostrou ao longo do dia.Poseidon já estava ficando cansado de ver e andar por tantas casas.E minha impaciência aumentava por não achar uma casa que me agradasse.

Finalmente Ally nos mostrou a última casa.Era um apartamento simples e de tamanho médio,perfeito para quem viveria sozinho.Era tão aconchegante e ‘normal’ que acabei me apaixonando por ele.E além disso tinha um enorme terraço com uma maravilhosa vista da cidade.Foi amor a primeira vista.Estava decidido essa seria minha casa.Com certeza seria!

Fechamos o acordo e ficou combinado que poderia me mudar a hora que quisesse.O apartamento já era meu. só que resolvi redecorá-lo primeiro antes de me estabelecer lá.Queria dar minha cara para aquele lugar. Claro que contaria com a ajuda de meu “babá” para essa difícil tarefa, ele nunca admitiria ficar de fora.

Enquanto o deus dos mares conversava com Ally e combinava os últimos detalhes, resolvi ir até o terraço e admirar a minha bela vista.

Me sentia tão feliz por ter um lugarzinho só meu, que mal podia conter tanta felicidade.Esse era apenas o primeiro passo de muitos que eu daria em busca de minha liberdade.

Estava tão concentrada observando a bela lua de Ártemis que nem percebi quando Poseidon se sentou ao meu lado no chão.

– Ei, acabo de descobrir que o Olimpo está um caos sem você.Estão pensando até em convocar uma reunião com todos os deuses para ver se acham alguma solução.Mas isso está um pouco difícil de arrumar já que Zeus não sai de casa desde sua saída…. - ele falou cauteloso.

– Logo eles se acostumam com minha ausência e tudo voltará a ser como antes.Eles só precisam aprender a se vira sozinhos. E quanto a Zeus, ele logo arranjará alguém para amparar sua dor e também voltará ao normal.– disse sem nenhuma emoção.

– Tomara que você esteja certa, Zeus está realmente triste com tudo isso e sabemos como ele fica quando está triste.E aquela família é louca de mais para ficar sozinha e sem controle.Seria um caos!

Não dei muita importância para o que ele dizia,mas sabia que era tudo verdade.Os deuses não podiam ficar sozinhos sem nenhuma ajuda, sempre brigavam se isso acontecia.Mesmo tendo a deusa da sabedoria lá eles nunca agiam com muita sabedoria quando se juntavam.Isso era algo realmente preocupante.Mas resolvi não dar muita importância para isso no momento.Quem sabe mais tarde eu começasse a me preocupar sobre isso….

Permanecemos em silencio por alguns minutos observando a lua até que Poseidon me tirou novamente de meus pensamentos.

– Vamos embora? Já está tarde para “crianças” ficarem fora da cama.

– Agora titio? Não podemos ficar mais? Vai, deixa só mais um pouquinho…. – disse fazendo biquinho de birra.

Poseidon riu de minha cara.Eu tinha entrado na brincadeira dele e isso o agradava.Ele me puxou pelo braço e me levou pelas escadas até o térreo.

Pegamos um táxi até o hotel, onde ele fez questão de me levar em segurança até a porta de meu quarto.

– O que você pensa que está fazendo,mocinho? – perguntei o parando na hora que ele ia entrar no quarto.

– Botar você pra dormir, oras! – disse ele com cara de inocente.

– Nem pensar, garoto! Pode ir dando meia-volta e indo para o seu quarto.

– Mas nem um pouquinho? – sacudia a cabeça como um não em resposta – OK, mas eu volto pra tomar café aqui! – disse me dando um beijo na bochecha.Naquele momento uma eletricidade percorreu meu ser.Devo ter corado um pouco, já que nenhum homem me beijara no rosto antes de Zeus.Eu só conhecia os lábios de Zeus tocando minha pele e sentir um toque diferente fez com que eu corasse.Poseidon provavelmente percebera porque deu um leve risinho malicioso e saiu.

Fechei a porta rapidamente depois disso e entrei correndo no banheiro. Liguei o chuveiro e fui para baixo dele pensando em Poseidon e no dia que tivemos.

Nosso dia juntos, de qualquer forma, foi muito divertido e me fizera muito bem.Estava precisando me distrair e foi o que aconteceu.Ele tinha me ajudado de uma maneira que nunca poderia agradecer.Quando estava com ele parecia que os problemas sumiam e eu não me sentia mais tão mal.

Acho que estou começando a ver o deus dos mares como um amigo e não mais como o galinha do Olimpo.

‘’O fantástico da vida é estar com alguém que sabe fazer de um pequeno instante um grande momento…’’


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam?
Mereço reviews? A sua opinião é importante para mim *o*



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