Uma hora já passou.
            Justin já tentou usar o celular, mas o sinal está corrompido. Todas as portas estão trancadas, e um estranho frio surge pela casa.
            O rosto de Justin fica cada vez mais vermelho conforme ele vai se estressando. Ele puxa a parte da frente do cabelo, irritado.
            - Você acha que ele está bem? – Pergunto com um pouco de medo de atrapalhá-lo, enquanto ele vasculha por toda a casa, procurando pistas.
            - Eu espero que sim. – Nós entramos em seu quarto, e em menos de 30 segundos, todas as gavetas e roupas foram revistadas. – Nada! – Ele joga a mochila de Joe no chão, mais irritado. Ele senta-se na cama e suspira. – Eu já revirei toda a casa e... – Ele para por um segundo.
            - Você não está pensando em voltar lá para cima está? – Sento-me ao seu lado.
            - É uma alternativa. – Ele vasculha o chão, e encontra a pasta que estava no andar de cima. – E agora... – Ele retira um papel de dentro. – Nós temos isto! – Ele me mostra uma planta do andar de cima, e várias imagens com legendas do funcionamento do tal lugar apertado e escuro.  

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            - Você quer mesmo fazer isso? – Eu pergunto, enquanto estamos parados em frente à porta escura.
            - Nós não temos escolha. Se ele estiver aqui, nós temos que ajudá-lo! – Determinado, ele abre a porta, segurando os papéis com a outra mão. Uma forte rajada de vento balança nossos cabelos. – É melhor você ficar aqui porque...
            - Não! – Eu o interrompo! – Eu vou junto com você!
            Ele consente calado. Nós subimos pela escada, e ligo a lanterna que trazia, iluminando o caminho.
            Ao chegarmos no “segundo” andar, ilumino os papéis que Justin joga no chão. Ele analisa as anotações que para mim são confusas.
            - Eu acho que estamos no caminho certo... – Ele se levanta o máximo que consegue pela altura do teto. – Tem algo por aqui! – Ele avança, apalpando o teto.
            - O que exatamente você está procurando? – Pergunto tentando ajudar.
            - Isto! – Ele puxa uma pequena corda grudada entre as madeiras que formavam um teto. O bloco de madeira puxado despenca. – Encontrei. Vem! – Ele se pendura no buraco formado, e com forca avança para o tal lugar, acima do teto. Após subir, ele me puxa.
            Quatro paredes cinzas formavam um pequeno corredor, desta vez mais altas, permitindo que ficássemos em pé. O chão está marcado por pegadas negras, feitas por pés diferentes. Ao final do corredor, um buraco nos levava a uma escada.
            - O que você acha? – Eu pergunto.
            - Nós temos que descer. – Ele segura minhas mãos. – Não se preocupe, nós conseguimos!
            Depois de um rápido beijo ele segue em frente, descendo os degraus em espiral que pareciam nunca ter fim. A largura da escada vai diminuindo e encosto as mãos nas paredes para conseguir descer.
            A única luz que nos ilumina, a da lanterna, apaga de repente.
            - O que aconteceu? – Ele pergunta assustado.
            - A pilha deve ter acabado.
            - Tudo bem... – Ele segura minha mão. – Vamos juntos.
            Continuamos descendo por alguns minutos. Devemos estar em algum tipo de porão, muito bem escondido.
            Sinto fortes dores em minha cabeça, e conforme os segundos vão passando, o calor vai aumentando e a entrada de ar é mínima. Meus olhos vão perdendo a visão aos poucos, até ficar totalmente cega.

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            Abro os olhos em uma familiar sala branca.
            Justin está olhando para meus olhos enquanto segura minha mão, enquanto Joe e Ryan esperam ao seu lado. Logo reconheço que estou na casa de Ryan.
            - Sophie! – Justin sussurra para mim. – Você está me ouvindo? Está bem?
            - Sim... Eu acho... – Respondo me sentando, enquanto coloco a mão na cabeça demonstrando dor. – Joe! Você está bem? O que fizeram com você?
            - Se acalme! Foi apenas um susto. Eles me desmaiaram, e me deixaram trancado em uma sala. Por sorte consegui sair a tempo de encontrar Justin te segurando no colo. – Joe explica.
            - Não foi apenas um susto! Eles podiam ter te machucado e...
            - Sophie, se acalme! – Justin senta-se ao meu lado. – Não se preocupe com nada agora, pense na sua saúde. Sua pressão caiu por causa do calor, e consegui entrar em contato com Ryan, que veio nos buscar. Parece que vamos ficar aqui por um tempo.
            - Espero não incomodar. – Digo educadamente.
            - De forma alguma! – Ryan me responde.
            Algumas horas depois, nos acomodamos nos espaçosos quartos de Ryan. Enquanto coloco minhas roupas nas gavetas, Justin bate na porta do quarto escolhido para mim.
            - Posso entrar? – Ele pergunta abrindo a porta.
            - Claro! – Eu digo. Ele entra e senta-se ao meu lado.
            - Você está melhor? – Ele pergunta.
            - Sim, já estou bem melhor.
            - Ufa! Eu fiquei muito preocupado com você!
            - Mesmo? – Eu pergunto.
            - Muito mesmo! – Antes de poder respondê-lo ele me beija. Sua língua passa por minha boca enquanto ele abraça meu pescoço, me levando para mais perto dele. Minhas mãos passeiam por sua cintura e nós dois deitamos na cama.
            Trocamos algumas vezes de lado, até que ele tira sua camisa.
            - Vocês não vem jantar, porque... – Ryan vem em direção a porta e para ao perceber. – Estou interrompendo alguma coisa?
            - Não, nós já estávamos indo. – Justin responde, ficando vermelho de vergonha. Ele coloca sua camiseta de volta e desce as escadas rapidamente. Ryan continua parado em frente à porta.
            - Posso te perguntar uma coisa? – Ele diz.
            - Sim. – Digo com um pouco de medo de seu tom.
            - Você e Justin estão namorando?
            A pergunta me acerta como uma faca no peito. – Err..... Eu.... Acho que não... Ainda não temos nada definitivo.... Ele nunca me pediu em namoro, então acho que não. Pra que você quer saber?
            - Nada... – Ele mantém seus olhos fixos em mim. – Eu só vim dizer pra você ficar bem á vontade aqui, como se a casa fosse sua.
            - Tudo bem... Obrigada! – Digo enquanto ele me olha com um olhar diferente. O que ele quer comigo?
            Jantamos calado, enquanto cada um pensa no ocorrido hoje, mas Ryan continua olhando para mim fixamente me deixando sem graça.
            - Conseguiu guardar todas suas roupas? – Justin pergunta, chamando minha atenção.
            - Sim... – Digo baixo. Minha mente continuava em Ryan.
            Porém meus pensamentos só se confirmaram quando, no meio da noite, Ryan entra em meu quarto.
            - Está acordada? – Ele pergunta.
            - Sim. – Digo baixo para não acordar Justin e Joe, por mais que estejam do outro lado da casa. – Não consigo dormir desde o dia em que toda essa história começou!
            - Não se preocupe. Justin tem tudo sobre controle! – Ele senta-se perto de mim. – Mas eu queria falar sobre você. – Ele se ajeita na cama. – Você realmente gosta do Justin?
            - Mas é claro que sim! Eu era grande fã dele, e poder beijar ele é um sonho.
            - Mas você não tem vontade... Eu sei lá... De experimentar outro tipo de beijo?
            Meus olhos se arregalam.
            Em um piscar de olhos, as mãos de Ryan já estavam em volta de meu corpo, e ele estava deitado ao meu lado, como Justin havia feito. Por mais que eu tento resistir, suas mãos me apertam de modo sufocante, porém confortável.
            Nossa línguas se entrelaçam, e ele desce até meu pescoço, lambendo-o e beijando-o.
            - Ryan, eu não me sinto confort... – Ele coloca o dedo em minha boca, me calando.
            - Não fala nada! Só sinta! – Ele beija minha boca novamente. Suas mãos descem até minha cintura e ele levanta minha camiseta.
            Eu hesito.
            - Ryan, não!
            - Calma! Eu sei que você e o Justin já fizeram isso, ele me contou. Que problema tem você experimentar comigo?
            Suas palavras me calam, e ele terminha de tirar minha camiseta e abre o zíper da calça. Volta a me beijar, e termina de tirar a calça esfregando as pernas, só para não desgrudar sua boca da minha. Suas mãos passam pela minha barriga e vão até o zíper da minha calça, desabotoando-a. Ele tira a camiseta e deita-se ao meu lado.
            - Vem aqui! – Ele segura meu braço e me coloca em cima dele. Suas mãos apertam meu pescoço, fazendo minha boca grudar em seus ombros, depois em seu peito, sua barriga, até chegar em sua box, onde eu paro. – Calma! Só faz um carinho!
            - Eu não posso! – Saio de cima dele, e coloco minhas roupas rapidamente. – Eu amo Justin, e eu peço que você não se meta mais entre nós dois! – Digo, mesmo parecendo um pouco dura.
            - Eu já sei o que é! – Ele se levanta e vai até a porta. – Você quer segurança não é? Quer que o Justin não descubra de forma alguma não é? Mas eu tenho a solução! Eu acho que tenho alguns preservativos no meu quarto, eu vou pegar e já volto! Fique aqui! – Ele sai correndo até o quarto, não me deixando ao menos falar.
            Preciso acabar com isso logo! Termino de colocar minhas roupas, junto as dele e jogo para fora do quarto no corredor. Logo depois, tranco a porta e fujo para os cobertores.
            Como pude permitir por tanto tempo?
            Rezo para Justin não descobrir e...
            - Quem é você? – Ouço do lado de fora do quarto. – Ei! Calma! O que foi? – A voz de Ryan parece tensa, mas não consigo identificar com quem ele quer falar.
            Me levanto rapidamente e giro a chave do quarto freneticamente, mas ela está emperrada.
            Após alguns segundos, um forte grito!