Justin segura aquelas fotos, sem acreditar. 
– Fomos observados esse tempo todo? - Ele olha novamente e se irrita. 
Dentro do tal buraco entre a floresta, encontramos centenas de fotos e gravações da nossa noite anterior. Sinto-me envergonhada, vendo tudo o que fizemos, e pensando que um outro alguém, além de Justin, me viu nua. 
Justin revira o resto do espaço, escuro e pequeno com uma fraca lâmpada para iluminar, e encontra alguns gravadores. Ao apertar Play, ouço as palavras e sacanagens que ele me disse, claras como a água. 
– Nós temos que nos livrar disso, antes que publiquem e seja tarde demais! - Sem pensar, ele começa a rasgar as fotos, até que somos surpreendidos por uma escuridão.
– Teve algum problema na lâmpada? - Eu pergunto olhando para cima. 
– Não! Fecharam a porta! - Ele corre em direção à saída, e bate a mão contra a porta de ferro que bloqueiam nosso caminho . 
Ando desesperadamente, procurando uma outra saída. As lagrimas caem pelo meu rosto, e sinto uma falta de ar começando a nascer em mim. 
– Sophie! Fique perto de mim. - Diz Justin. 
– Espere! Eu encontrei alguma coisa! - Eu digo enquanto Justin me encontra e eu passo a mão por uma pequena passagem na parede. - Isso deve dar em algum lugar! 
Nós nos abaixamos um pouco, e começamos a passar rapidamente pelo pequeno espaço que havia na parede. Justin vai nas frente, e segura minha mão durante todo o caminho. 

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Depois de alguns minutos andando, minha garganta já esta praticamente seca, e nossos corpos cansados. Mas algo nos motiva a continuar: uma luz em nossa direção, e o som da chuva aumenta. Era sinal de que estávamos próximos do fim da caminhada. 
Aceleramos, e chegamos até uma rampa íngreme, que dava para uma porta de Madeira.
– Melhor você ficar aqui, não sabemos o que há do lado de fora! - Ele me diz, e eu espero enquanto ele sobe e abre a porta surpreendido. Nós dois saímos, e observamos a praia. 
Tínhamos atravessado toda a praia por uma espécie de passagem planejada, e voltamos para onde tudo começou. A chuva tinha diminuído, e eu olho para a porta de Madeira em nossos pés, coberta de areia. 
– Alguém pretendia nos surpreender, e iriam conseguir. - Ele diz chateado. - Eu já volto! - Justin entra na casa da praia, e após vestir uma camisa e uma calça, arrasta para fora, um armário que estava na sala, depois o coloca em cima da porta. - Agora a passagem é impossível!
– Sim! Mas eles ainda tem as fotos e as gravações. - Eu lembro. - Em breve o mundo inteiro saberá o que aconteceu aqui! O que a mídia vão falar de você? E suas fãs? 
– Você tem razão! Eu vou ter que voltar lá! - Ele arrasta o armário para longe da porta, e eu o impeço. 
– Não Justin! É pergoso demais, você não sabe quem eles são. - Eu digo inutilmente. 
– A carta do meu pai está guardada entre as suas roupas, no nosso quarto, proteja-a se acontecer alguma coisa! Eu já volto! - Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ele já havia decido, voltando à ilha. 
Eu corro para o quarto, e entre os vestidos que Justin trouxe para mim. Seguro-a com força, me contendo de curiosidade e medo. Eu sempre quis saber onde esta o tesouro de Justin, mas ele nunca abrira a carta. 
Visto um vestido amarelo praiano, e sento-me sobre a cama, esperando Justin. 
Rezo o pouco que sei, e peço loucamente para Justin ficar bem. 
Após um tempo, corro pela casa e pela praia, até encontrar entre as madeiras da parede, uma pequena luz vermelha piscando. Passo minha unha entre a Madeira, e retiro uma pequena esfera escura. Sim! Era a câmera que eu procurava! 
Depois de algum tempo encontro mais algumas pela praia e pelo resto da casinha. 
Tudo isso me assusta! Ser observara sempre me assustou! 
Sento-me novamente na cama, após esmagar todas as câmeras com meu pé, e me agarro a carta. Até que algo começa a brilhar na bolsa de Justin. Corro para pegar e percebo que é o celular de Justin. O número de Joe aparece na tela. 
– Joe, nós não temos tempo! Foram instaladas câmeras na praia toda, fomos fotografados e gravados. - digo rapidamente sem deixá-lo falar. - Um pouco mais para trás da praia há uma ilha onde encontramos fotos e áudios, Justin está lá tentando acabar com essas imagens, mas temo que essa historia acabe mal! Você tem que nos ajudar! Eu estou aqui na casa da praia, venha o mais rápido possível! 

0O0 

Em alguns minutos, meu coração já saía pela boca, quando Joe chega com a limusine nada discreta. 
– Onde ele está? - Ele me pergunta, enquanto sai correndo do carro. 
– Ele voltou pra lá, nós encontramos essa passagem na areia. - Eu mostro a pequena porta para ele e enquanto avançamos a procura de Justin, ele me explica tudo: 
– Esses dois ex-dançarinos do grupo de Justin se chamam Robert e Mário. São extremamente perigosos, pois fazem parte de um grupo secreto, que usa o dinheiro do roubo para a compra e venda de drogas. - Ele diz enquanto segura uma lanterna para iluminar o caminho. - Se não chegarmos a tempo, Justin pode sofrer graves consequências. Um dos integrantes desse grupo, já participou do FBI, por isso são especialistas em armas e formas de guardar arquivos, e protege-los muito bem. Me impressionei muito ao saber que vocês encontraram essas fotos É um esconderijo profissional, e muito bem feito. 
O caminho vá se estreitando, até que ouço a voz de Justin, aliviada por ele estar vivo, mas preocupada por seus gritos, que pareciam estar sendo abafados por alguma coisa. 
Quando chegamos na sala onde encontramos as fotos, Justin esta amarrado em uma frágil cadeira de Madeira, e um homem com a roupa preta segura uma arma em sua cabeça. Mais a frente, outros dois homens observam-o e provocam-o. 
– Você não tem mais escolha! - O mais alto grita. - Ou você me mostra aonde esta a carta, ou consequências gravíssimas acontecerão à sua namoradinha! - As veias de seu pescoço pulsavam conforme ele aumentava o volume de sua voz. 
O outro, mais baixo, se aproxima de Justin e puxa seu cabelo. - Onde esta a carta? - ele grita mais alto que o anterior. 
– Solte ele! - Joe diz com sua voz grave e firme, fazendo os quatro.(os três bandidos e Justin).
Logo Joe avança para cima dos homens de preto, mas o mais próximo de Justin coloca a mão sob o gatilho fazendo Joe parar. 
– Nao se atreva... - Joe mal consegue completar a frase, e sua cabeça se move levemente pelo nervoso.
– Eu nao vou fazer isso! - diz ironicamente, ainda com a arma na cabeça de Justin e o dedo esta prestes a atirar. - É só ele me entregar a carta! 
O rosto de Justin suava, e estava muito vermelho. Suas roupas estavam jogadas e rasgadas ao seu lado, e seu corpo estava machucado, arranhado. 
Permaneço atras de Joe, enquanto os bandidos nos provocam.
– A carta ou a vida dele! - O mais alto, quem eu penso ser o Robert por ter ouvido algum deles dizer isso. 
– Espere! - O outro, quem eu penso ser o Mário. Ele observa o celular em sua mão. - A carta está com ela! 
Os bandidos avançam para cima de mim, e ao mesmo momento, Joe se coloca na minha frente. 
Enquanto os quatro brigam, corro para desamarrar Justin e nós saímos correndo pelo mesmo caminho de onde viemos. Eu seguro sua mão, e praticamente o puxo, pois seu corpo está machucado e cansado. Os dois choramos e corremos até voltarmos para a praia. Digo para Justin correr para a. Limusine, enquanto eu vou até o quarto e pego nossas roupas e a carta na maior velocidade possível. 
Corro para a limusine e pego um remédio na minha bolsa, depois passo pelos machucados de Justin. Ao tocá-lo me lembro da noite anterior. Nossos corpos unidos como se fossem um só, e agora estão separados pela desgraça. 
Justin nao diz nada. Só fecha os olhos e murmura alguma coisa. Parece estar rezando por Joe, por isso faço o mesmo. 
Em alguns minutos ele pega no sono, e Joe entra rapidamente no carro. 
A viagem se inicia em alta velocidade e não ouso perguntar qualquer coisa ou olhar para trás. Nós paramos em um hospital, que, após Joe contar tudo o que estava ocorrendo, foi protegidas com centenas de policiais, seria impossível alguém entrar. 
Justin é levado para um quarto, onde repousa após alguns exames. Por sorte, nada de grave ocorreu. 

0O0

Duas semanas depois do ocorrido se passaram. Os dançarinos foram presos e Justin e eu estamos descansando de tudo em um maravilhoso hotel, no centro de Canadá, onde estamos tendo noites maravilhosas. Ontem namoramos pela primeira vez, desde que chegamos aqui. Mas nada se compara à noite que fizemos amor por toda a praia. 
Sinto uma súbita vontade de voltar ao lugar mas sei que é impossível... 
Olho para o calendário a minha frente, enquanto Justin toma banho, e então levo um susto. 
Será??