Capítulo 34: “O que aconteceu?”

- Aceitei seu convite. – ela me respondeu, deixando-me mais estupefata que eu já estava.

- O que aconteceu? – eu disse. Tinha que ter acontecido alguma coisa, ela não sairia do lado de Klaus por nada.

- Isso é uma longa história.

- Nós temos a eternidade. Conte-nos. – eu disse, sentando-me a frente dela. Nate sentou-se ao meu lado e Peter do outro. Henry ficou em pé, de braços cruzados, e Aileen e Ellen ficaram sentadas em outro sofá.

- Bom, tudo começou após que você foi embora... – começou ela. – Klaus se tornou obsessivo, e está viciado em seus híbridos. No dia seguinte, quando você partiu, eu meio que “sequestrei” Damon, uma longa história que depois eu te conto. Mas isso não interessa, nós descobrimos que havia ainda doze estacas de carvalho branco. E Stefan matou Finn. – ela disse e eu fiquei surpresa. – Alguns dias depois, Esther foi me visitar. Ela disse que estava morrendo, e que queria “se redimir” por tudo que ela fez a mim.

- Isso é estranho, vindo da Esther. – eu disse

- Mas isso não era verdade. Ela se apoderou de meu corpo, e o usou para criar um novo Original. – disse Rebekah

- Um novo Original? Isso é impossível. – disse Nate.

- Não para ela. Ela usou o Alaric, e ele tem uma estaca de carvalho branco, que é indestrutível. Ele não pode morrer, nem ao mesmo com a estaca. Ele está caçando todos os Originais. – disse Rebekah.

- Onde está Niklaus? – eu perguntei. – Ele veio com você?

- Não, eu parti sozinha. Nik não queria partir sem a duplicata, e eu o deixei em Mystic Falls. – ela disse

- Bom, então... – eu me levantei e comecei a falar, mas uma fisgada em meu peito me fez parar. Meu coração começou a doer como se estivesse parando contra sua vontade. Caí de joelhos, com a mão em meu peito, e depois caí no chão, me contorcendo e gritando de dor.

- Bella! – ouvi as vozes de meus irmãos, se aproximando de mim. Eu não estava vendo nada, meus olhos se reviravam e eu me debatia, querendo que a dor insuportável parasse.

E por fim, parou.

Relaxei ainda no chão, respirando fundo e me acalmando. Sentei-me e olhei para meus irmãos e Rebekah que me fitavam preocupados.

- O que diabos foi isso? – eu perguntei, ainda fraca pela dor para me levantar. Peter e Nate me levantaram e me puseram no sofá. 

- O que foi isso? – perguntou Rebekah mais para si mesma.

- Não faço a mínima ideia. – respondeu Nate, não sei se para mim ou para ela.

- Você também sentiu? – eu perguntei a ela, que assentiu.

- Sim, mas não tão forte como você, apenas uma fisgada. – ela me respondeu

- O que está acontecendo? – eu perguntei mais para mim mesma.

Nesse instante, o celular de Rebekah começou a tocar.

- É o Elijah. – ela estranhou, e atendeu em seguida. – Elijah.

- Você sentiu? A fisgada, você sentiu? – falou a voz de Elijah do outro lado da linha. Vi Ellen retesar-se minimamente.

- Você também sentiu? – perguntou Rebekah, olhando para mim.

- Sim. E Kol também. – ele disse

- Ele está com o Kol? – eu perguntei em voz alta.

- Essa é a Bella? – ele perguntou

- Sim, eu estou na casa dos irmãos dela, e ela está aqui.

- Olá a todos. – ele saudou. – Rebekah, o que foi isso?

- Eu não sei, Bella também sentiu, só que muito mais forte.

- Era como apertassem meu coração, o forçando a parar de bater. – eu disse.

- Espere... Onde está Klaus?

- Deixei-o em Mystic Falls, por quê? – perguntou Rebekah.

- Eu tenho que ir.

- Espere... Elijah! – disse Rebekah, mas ele desligou.

- O que faremos agora? – eu perguntei a ela.

- Você não fará nada. – disse Nate. – Você subirá para seu quarto e descansará, eu aposto que vocês gastaram mais de meio milhão de dólares hoje.

- Mas que mentira, Nate! Apenas gastamos uns duzentos. – disse Aileen, parecendo ofendida.

- Duzentos mil, não é? – ele disse e ela ficou sem graça. – Vamos, Já que Rebekah ficará aqui, irei mostrá-la o quarto de hóspedes. – disse Nate, nos conduzindo até a escada.

Entrei em meu quarto, tirando minhas roupas e entrando no banheiro. Tomei um longo banho quente, e mal desliguei o chuveiro, algum tipo de visão me ocorreu.

Eu vi Klaus, sendo segurado por aquele híbrido Tyler e Damon, e Stefan estava com, eu acho, os dedos em garra, enfiados no peito de Klaus. Logo após, vi sua pele ressecando, e ele acorrentado, como Mikael estava, dentro de um caixão. Logo após, eu vi Alaric, enfiando uma estaca no peito de Klaus.

E apenas estava assistindo, não podendo fazer nada para impedir.

A visão acabou, e eu me vi escorada no chão, com batidas insistentes em minha porta, e vozes gritando meu nome.

- Bella! Bella! – as vozes gritavam. Levantei-me meio zonza, envolvendo-me com uma toalha e destrancando a porta para eles.

Logo Aileen, Ellen, Nate e Peter invadiram meu banheiro.

- O que aconteceu? O que aconteceu? – eles perguntavam todos juntos.

- Ouvimos um barulho, e vinha do seu quarto. Você está bem? – perguntou Aileen.

- Sim. Sim. Eu estou. Mas há alguma coisa errada. Eu... Tem alguma coisa errada. Muito errada. – eu disse.

- O que? O que tem de errado? – perguntou Nate.

- Esperem, pelo menos me deixem vestir um roupão, encontro com vocês. – eu disse, e acho que só ali foram perceber os meus trajes. Eles foram para fora rapidamente, e eu me sequei e prendi meus cabelos em um coque alto, colocando meu robe de seda negra, e saindo do banheiro.

Encontrei todos ali ainda, Peter e Nate estavam em pé, olhando Nova Iorque por minha janela, e Ellen e Aileen estavam sentadas em meu sofá. Todos olharam para mim quando eu saí.

- Muito bem. Agora explique: O que há de errado? – disse Nate, virando-se para mim. Sentei-me na cama e todos eles ficaram em minha frente.

- Nate, se lembra de quando éramos crianças, e eu meio que tive uma visão de que você cairia daquela árvore, que você estava escalando? E depois, quando eu previ que haveria uma cobra perto do berço de Aileen. E também quando eu previ que os vizinhos quase achariam a nossa caverna em uma noite, e que era para nos mudarmos para outra?

- Sim, é claro. Você simplesmente parava o que estava fazendo e ficava com os olhas vagos, murmurando alguma coisa. E depois você caia, e voltava ao normal. – ele disse, gesticulando com as mãos. Eu me levantei, e comecei a andar de um lado para o outro.

- Então, isso eu fazia até quando nós tínhamos mais ou menos, oito anos. Eu perguntava para mamãe o que acontecia comigo, mas ela dizia apenas que eu era especial, e que papai me explicaria quando eu crescesse. Depois começou a diminuir as visões, até que parou completamente. Eu me senti aliviada, pois eu não queria me sentir uma anormal. – eu olhei para Nate - Mas quando me transformei em vampira, quando nos transformamos em vampiros, começou a mudar. Eu tinha essas visões novamente, mas eram por meio de sonhos. Eu sonhava com uma cena, que eu estava presente, seja uma cena que aconteceu e eu não vi, seja no presente, que estava acontecendo e eu não estava presente, seja no futuro, algo que ia acontecer. Ou uma mistura dos três. – eu dizia isso, ficando cada vez mais nervosa. Eu não acreditava que aquilo estava acontecendo novamente.

- O que isso tem a ver? – perguntou Ellen

- O que tem a ver, Ellen, é que eu estou começando a ter essas visões novamente.