Capítulo 35: “Assim como em minha visão.”

- Bella! Bella! – gritou Rebekah, entrando em um rompante em meu quarto.

- O que houve? – eu perguntei a ela.

- É o Klaus. – ela disse.

- O que tem o Klaus? – eu perguntei. Não queria falar muito desse assunto.

- Elijah acabou de me ligar, e depois Damon. Eles querem que nós  busquemos o corpo do Klaus. – ela disse e eu engasguei com minha própria saliva.

- Klaus está morto? – eu perguntei, sentindo a dor em meu peito esquecida nessas últimas horas aumentando.

- Não! Ele está ressecado. Como você disse que Mikael estava. – ela disse e eu me lembrei da visão.

- Viram? Eu disse que tinha alguma coisa errada. Eu vi isso. – eu disse para meus irmãos. – Mas, Rebekah. Se minha visão estiver correta... – ela abriu a boca para perguntar, mas eu a cortei – Longa história. Espere o filme. Voltando, se minha visão estiver correta, temos que pegar o corpo do Klaus rápido, pois seu professor de história está atrás dele. – eu disse e seus olhos se arregalaram.

- Espero-te no carro. Vista alguma roupa, rápido! Temos que chegar a Mystic Falls ainda hoje. – ela disse, saindo de meu quarto às pressas.

Busquei uma roupa rapidamente, e acabei vestindo uma calça jeans escura, uma blusa de mangas preta, e uma jaqueta de couro, preta também. Eu estava a perfeita Dama de Negro.

- Espere, você irá com ela? – perguntou Nate, enquanto eu saia de meu quarto, já pronta. Todos me seguiram.

- Eu não tenho escolha Nate. Se Klaus morrer, eu ficarei bem pior que dias atrás. Eu sinto isso. – eu disse, entrando no elevador. – Vejo vocês daqui a alguns dias! – eu disse, dando um tchauzinho, enquanto a porta do elevador se fechava.

Encontrei-me com Rebekah já dentro do carro e partimos.

*****

- Muito bem. Onde Klaus está? – eu perguntei a ela.

- Damon disse que eles estavam em um depósito, alguns quilômetros ao norte fora do estado. – ela disse. Nós já havíamos chegado ao estado da Virginia, e estávamos quase na fronteira.

- Então estamos quase chegando. – eu disse.

- Ali. – ela apontou.Estacionamos o carro de um modo que desse para colocar o caixão do Klaus dentro e descemos de elevador no “depósito” para encontrar Damon.

O elevador apitou quando chegamos ao andar, e saímos, procurando Damon

- Damon! – nós chamamos quando não achamos. – Damon, onde você está? – nós chamamos novamente, andando pelos corredores.

Olhamos de um lado para outro, e continuamos procurando.

- Damon, não tem graça. – eu disse.

Chegamos a um corredor onde todas as “garagens” estavam abertas, com os cadeados retorcidos e caídos no chão. Olhamos uma para a outra, estranhando, quando uma mão tapa as nossas bocas e nos puxa para a lateral.

- O que? – eu tentei dizer.

- Shh. Rebekah, Isabella. – sussurrou uma voz que eu reconheci sendo a de Damon. – Não temos muito tempo. Alaric está aqui. – ele disse e nós entendemos de imediato.

Fomos para onde o corpo do Klaus estava escondido e pegamos seu caixão, o levando até o carro.

Quando estávamos prestes a colocar o caixão no carro, Alaric entrou em nossa frente, mais maquiavélico do que eu lembrava, nos pegou e bateu com nossas cabeças na lataria do carro, nos jogando para longe. Eu e Rebekah caímos espatifadas no chão, e vi Damon sendo jogado também.

Nós nos recuperamos e vimos Alaric abrir o caixão de Klaus, puxando a estaca de carvalho branco de suas vestes.

- NÃO! – eu e Rebekah gritamos juntas, desesperadas.

- Não! – gritou também Damon. Deve ter descoberto que se algum Original morrer, toda a sua linhagem morre. E Klaus fez a linhagem de Damon.

- NÃO! NÃO! – nós gritávamos ainda mais desesperadas, tentando levantar.

E Alaric cravou a estaca no peito de Klaus. Assim como em minha visão.

- NÃO! – eu e Rebekah dissemos, já as lágrimas desciam por nossos rostos. Damon estava em nossa frente, em choque, tentando nos segurar para não avançarmos em Alaric.

- Não! Não! – nós duas gritávamos. O corpo de Klaus começou a pegar fogo, e seus olhos já estavam fechados. Nós tentávamos nos soltar de Damon, mas ele nos segurava.

Alaric tirou a estaca do peito de Klaus, fechou o caixão e apontou para nós duas.

- Próxima. – ele apontou para Rebekah.

- Meninas, corram. Corram! – disse Damon, nos soltando.Nós corremos desesperadamente em busca de nossas vidas. Saímos do depósito, mas Alaric ainda estava atrás de nós.

- Vamos! – eu disse, de algum modo aumentando a velocidade em que minhas pernas corriam.

Nós corremos, sem parar, até chegar em Mystic Falls. E eu captei o cheiro de Elijah, perto de onde nós estávamos.

Chegamos à floresta e ele estava virado de costas. Percebendo nossa presença, ele se virou.

- Ele se foi, Elijah. – disse Rebekah. Eu nem estava com forças para falar alguma palavra – Não havia nada que eu pudesse fazer para impedir. – disse Rebekah. Apoiei-me em uma árvore, descendo lentamente até que atingi o chão. A dor em meu peito insuportável, como se abrissem um buraco.

Rebekah abraçou Elijah chorando. Eu chorava também, de dor, de desespero. Eu soluçava alto, minha cabeça abaixada, olhando o chão. Minhas lágrimas molhavam a terra embaixo de mim.

Elijah também chorava abraçado à irmã. Estávamos sozinhos agora. Eles se separaram e Elijah disse:

- Tyler Lockwood está morto, mas o resto sobreviveu. Disseram que Klaus criou a linhagem deles.

- Achei que fosse. – disse Rebekah

- Não fui eu, não foi Kol. – disse Elijah

- Não fui eu, Elijah. – disse Rebekah.

- Nem eu. Nem meus irmãos. – eu disse, atraindo a atenção deles para mim. Agora eu já estava com a cabeça encostada no tronco da árvore, olhando diretamente para eles.

- Foi o Niklaus, tenho certeza. – disse Rebekah

- Então como eles estão vivos?

- Não faço a menor ideia. – disse Rebekah

- Temos que fugir. Alaric virá atrás de nós. – disse Elijah

- Eu não quero fugir. Já passei toda a minha vida fugindo – disse Rebekah

- Rebekah, o caçador virá atrás de nós. – disse Elijah.

- Não se o caçador estiver morto. – disse Rebekah e eu entendi o que ela pretendia, e Elijah também.

- Rebekah... Temos um acordo. – disse Elijah

- Nós tínhamos um acordo com eles. Klaus está morto, o acordo foi rompido. – ela disse e desapareceu.

- Isabella. – disse Elijah, abaixando-se e ficando de minha altura. Eu ainda estava sentada no chão, as lágrimas ainda desciam por meu rosto.

- Algum dia vai parar, Eli? – eu perguntei, com a voz chorosa, me referindo à dor que eu sentia.

- Eu não sei. – suspirou - Eu não sei. – ele disse e me abraçou.

Chorei em seus braços, enquanto ele me confortava, acariciando meu cabelo.

- Venha, vamos para casa.