Eu ainda podia escutar aquela voz ecoando no fundo da minha cabeça, a voz de Matsumoto Jun.
- Prazer, Matsumoto-san – fiz uma pequena reverência em sua direção – você me dá um tempinho no banheiro com o Nino?
- Todo que você quiser – ele me disse sorrindo, senti a minha face corar.
Sorri para ele no mesmo momento em que eu carregava Nino para o banheiro, de uma forma não muito educada.
- Posso saber o motivo principal de você ter me feito vir aqui e ter trazido Matsumoto Jun aqui?
- Ter te trazido aqui foi para conversar com você e te conhecer melhor! – ele disse sorrindo para mim – e o fato de ter trazido o Matsujun foi porque ele anda muito sozinho e precisa realmente se divertir, e nessas horas nada melhor que uma boa comida e uma bela companhia para se alegrar.
- E essa bela companhia seria eu?
- Mas é claro, teria uma companhia melhor do que novos amigos?
- Claro que sim – eu disse a ele – as pessoas que a gente gosta, e tenho uma certa impressão que nós não vamos nos dar muito bem.
- Deve ser só impressão, tenho a sensação que vocês vão se dar muito bem.
- Se você acredita nisso, vamos voltar para a mesa.
E desse jeito nós voltamos para a mesa onde Matsumoto esperava lendo o cardápio.
- Voltamos e desculpe a demora Matsumoto-san – eu disse educadamente.
- Não foi nada, nem demoraram muito – ele disse simpaticamente – vão querer o que para comer?
E assim foi passando o tempo, comemos e conversamos bastante aquela noite, até que chegamos ao assunto em que eu queria que nunca chegasse.
- Então você foi escolhido para entrar na banda? – Matsumoto me perguntou sorrindo como sempre.
- Foi – eu disse – mas já dei a minha resposta, que o Nino já sabe.
- Antes que você pergunte, é não.
- NÃO? – Matsumoto falou um pouco alto demais, de modo que algumas pessoas pararam de comer para dar uma pequena olhada para nós.
- É sim, essa é a minha resposta Matsumoto-san – eu disse educadamente.
- Mas porque? – ele me perguntou.
- Desde que eu era pequeno todo mundo me dizia que eu tenho muito talento, mas nunca quis ser famoso, sempre quis ser apenas o que eu sou hoje um atendente de um barzinho que se chama “Arashi”.
- Isso é realmente surpreendente – ele disse meio abobado – porque alem de você ter todos os padrões da agencia e ter uma boa voz.
- Obrigado – senti meu rosto corar de novo, ele realmente tinha o dom para isso.
- Realmente ele daria um bom cantor – disse Nino – a voz dele ia combinar com a voz do Leader.
- Bem observado Nino-chan! – Matsumoto disse – realmente você seria um ótimo cantor Sunohara!
- Obrigado, mas eu acho que a minha resposta continua sendo não – eu disse com muito cuidado – com certeza seria uma honra trabalhar com vocês dois e com os outros, sempre fui fã desde 10 anos atrás uma ótima banda com muitos bons cantores, pessoas que eu admiro muito.
- Nós agradecemos muito por você ser nosso fã Yuu-chan – Nino disse sorrindo – mas só porque você não vai entrar na banda não quer dizer que nós não podemos deixar de ser amigos e sair para jantar ou mesmo para ir no karaokê não é?
- Mas é claro que não Nino! – Matsumoto disse – antes de qualquer coisa, você não me ensinou o seu telefone – ele me disse sorrindo.
- Ah sim – eu peguei o meu celular e ensinei a ele o meu numero assim como ele me ensinou o dele – agora sim.
- Só falta vocês se chamares pelos apelidos agora! – disse Nino feliz da vida – vai chamar ele de Matsujun mesmo ou vai dar outro apelido?
- Bem, eu vou chamar ele de Yuu-chan mesmo – Matsumoto disse sorrindo, me fazendo corar um pouquinho.
- Então eu vou te chamar de... – eu disse pensando um pouco – Jun-chan – eu disse olhando para ele e vi uma cena que nunca pensei que veria na minha vida, Matsumoto Jun estava com o rosto corado por uma coisa que eu disse – pode ser?
- Claro que pode, só que nunca ninguém me chamou assim – ele me disse sorrindo um pouco corado ainda – mas pode chamar assim sim.
- Agora sim vocês são amigos!
- Agora sim somos amigos – eu repeti baixinho para mim mesmo, não era fácil de acreditar que eu sou amigo de um ídolo de adolescência.
- Bem, eu tenho que ir logo para casa que amanha eu tenho que acordar cedo para ir trabalhar – eu disse.
- Então vamos embora – e desse jeito nós fomos embora.
- Bem, minha casa a para lá – eu disse assim que saímos do restaurante.
- Certo então, amanhã eu te ligo! – Nino disse feliz – tenha uma boa noite!
- Pra vocês também – eu disse a eles, e desse jeito terminou mais um dia da minha humilde vida.