Cheguei em casa após um longo dia de trabalho. Gravei o último capitulo da novela e também mais de três musicas da banda hoje.

Comecei tirar as coisas da minha bolsa, mas tinha uma coisa que eu não tinha me lembrado de colocar lá. Um pequeno pacote de chocolate onde se lia com uma letra caprichada:

Obrigado por tudo que você nos ofereceu durante esses meses em que trabalhamos juntos. Foram os melhores dias da minha vida e também graças a você eu consegui encontrar a pessoa da minha vida.

Mais uma vez obrigado...

Mukai

É, o namoro do Mukai e do meu irmão estava indo as mil maravilhas, eles já estavam até morando junto. E como o meu irmão me mandava pelo menos um e-mail por dia, para conversar alegando que está passando tédio.

Quando abri a porta tive a surpresa de encontrar um Takahito dormindo com um garrafa de refrigerante vazia no chão.

- Takahito, eu já cheguei – eu passei a mão nos cabelos dele – Levanta e vamos pra cama.

- Você demorou pra chegar hoje hein – ele coçou os olhos e me deu um beijo na testa.

- Hoje foi o último dia da gravação da novela – peguei alguma coisa pra comer na cozinha – Então demorou um pouco mais por causa dos agradecimentos.

- Entendi – ele levantou do sofá, arrumando as roupas – Que horas são?

- Oito e vinte da noite – tomei mais um pouco de água.

- Desculpe entrar na sua casa sem a sua permissão – Takahito segurou meu rosto entre suas mãos – Mas eu tava com saudades.

- Eu também estava – abracei ele e abaixei a cabeça, eu teria que fazer aquilo – Vamos deitar na cama?

- Eu tô morrendo de sono.

 --//--

Acordei tarde na próxima manhã e me espreguicei ainda na cama mesmo. Havia sido uma ótima noite de sono. Depois de me espreguiçar, apalpei a cama atrás de mais um corpo, que não estava ali no caso.

- Bom dia – Takahito saiu do banheiro apenas com uma toalha na cintura – Como foi a noite?

- Foi boa – senti meu rosto corar um pouco ao olhar para o corpo bem definido dele.

- Gostou do que viu? - ele deu um risinho bobo, tentando me envergonhar mais – Desculpe, mas você sabe que eu gosto de te deixar envergonhado.

- Tudo bem – eu também dei o meu sorriso fatal – Será que a gente poderia ter uma conversa?

- Claro – ele tirou a toalha na minha frente mesmo e começou a se trocar – Espere só um pouquinho.

Abaixei a cabeça no mesmo instante que a toalha tocou o chão. Ele realmente só podia estar querendo me matar de vergonha e do coração.

- O que você gostaria de falar? - ele sentou do meu lado da cama e levantou a minha cabeça.

- É sobre a nossa situação – olhei fundo nos olhos dele, que no exato momento em que eu terminei de dizer perderam metade do brilho.

- Você quer dizer sobre nossa separação né? - ele abaixou a cabeça e as lágrimas começar a rolar – Eu já sabia que você ia querer ficar com o Shintaku.

- Eu não vou ficar com o Masashi.

- Não? - no momento em nosso olhos se encontram eu pude rever o brilho em seus olhos por apenas uma intante, pois logo ele me abraçou.

- Não – senti as lágrimas começarem a escorrer dos meus olhos – E nem com você.

- Oi? - Takahito me soltou do abraço com um rosto confuso – Como assim não vai ficar com nenhum de nós dois?

- Eu pensei bastante e percebi que o négocio não é ficar com um nem com outro – comecei a explicar calmamente, mas tenho certeza que eu vou acabar despedaçando o coração de duas pessoas que eu amo – Nós somos apenas amigos, eu nunca devia ter começado a te namorar e muito menos o Masashi.

- Quer dizer que tem outro a jogada além de nós dois? - os olhos começaram a derramar lágrimas de cristal.

- Não tem ninguém na jogada, como você fala – segurei o rosto dele entre as mnhas mãos e limpei as lágrimas – Nós não podemos confundir as coisas, por mais que eu goste de você o do Masashi eu só vou estar fazendo os dois, ou melhor, nós três sofrermos.

- Eu não me importo em sofrer, basta estar perto de você!

- Eu também não, mas como fica o Masashi? - olhei fundo nos olhos dele – por mais que eu queira ser feliz, eu não posso destruir a felicidade dele pra obter a minha própria.

- Você está certo, como sempre – mas nesse instante eu percebi uma coisa diferente, Takahito não chorava mais – E quer saber de uma coisa, eu acho que vai ser melhor assim e eu não vou mais chorar por causa disso.

- Obrigado – eu abracei ele forte e comecei a chorar – Você não sabe o quanto é importante pra mim a sua compreensão.

- Agora eu posso ter o meu último beijo?

- Mas é claro que sim.

Eu encostei os meus lábios nos do Takahito. Era realmente um sensação incrível, como os lábios dele eram quente e com gosto de hortelã.

- Eu te amo – ele disse depois de nos separarmos – E eu sempre vou te amar.

- Eu também – sorri feliz – Amigos?

- Amigos.