Três dias se passaram desde que eu conversei com Takahito. Ele foi mais compreensivo do que eu imaginava que ele poderia ser. Após aquele dia, nós não nos falamos mais, porém eu espero que não fique aquele clima péssimo de ex-namorados entre nós.

Minha próxima “missão” é falar com o Masashi e eu sei que vai ser bem difícil.

Nesse exato momento eu estava em um bar conversando com o Jun e com o Sho sobre o meu futuro.

- Eu acho que você umas fotos sexys – Jun disse, como se pedisse um doce para seu pai.

- Eu ia comprar mais da metade – Satoshi disse, entrando na nossa sala especial.

- E eu compraria o resto – Sho disse, com um belo sorriso no rosto.

- E eu bateria em vocês dois até perderem a consciência – acabei falando sem pensar, afinal todos os meu pensamentos estavam em Masashi.

- Sei que você nos ama – Jun disse divertindo-se com a cena.

E o silêncio se instalou no local. Talvez seja porque Satoshi entrou no lugar como se estivesse alí desde o começo ou o assunto ter simplesmente acabado.

- Bom, mas como você vai com os seus namorados? - Satoshi perguntou normalmente.

- Terminei com o Takahito ontem e pretendo terminar com o Masashi o mais rápido possível.

- Ou seja, você tá na época de expulsar todo mundo da sua vida e achar um novo amor certo? - Satoshi continuou a conversa como se os outros dois não estivessem ali.

- Claro que não – eu estava meio triste por ter que estar fazendo aquilo – eu não preciso de mais nenhum novo amor no momento.

- Então quem é esse tal de Takahashi Banri que está falando com você desde ontem por mensagens pelo celular? - Sho perguntou olhado o meu celular.

- Primeiro você me devolve o celular – eu peguei o celular da mão dele – e ele é só o meu amigo de escola.

- Só amigo de escola? - Satoshi olhou pra mim e pegou o celular.

- E meu namorado na época de faculdade – terminei de explicar.

- Parece que você já pegou a escola inteira hein – dessa vez foi o Jun que pegou o meu celular – Não teria uma foto dele aqui, teria?

- Acho que deve ter – disse pra ele, afinal meu celular já havia virado coisa pública.

- Qual desses? - Jun perguntou me mostrando uma foto.

- O que eu tô segurando a mão – eu disse meio envergonhado.

E o silêncio se instalou novamente. Jun deu uma risadinha quando viu a foto e passou o celular para Satoshi, que disse que era dos bons e passou o celular para o Sho, que fingiu não ligar pra foto, mas na verdade ele estava morrendo de ciúmes e depois devolveu meu celular.

- Você é um dos safados, isso sim – Jun disse por final.

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Cheguei em casa cansado depois de passar o tempo com os meninos.

Sentei na cama e comecei a tirar a roupa para tomar um banho quando o meu celular começou a tocar.

- Alô? - perguntei um pouco cansado.

- Oi, sou eu – Masashi disse com uma voz triste.

- Ah, oi – meu coração começou a bater rapidamente – quanto tempo, não é?

- É, fiquei com um pouco de saudades.

- Eu também estava.

E o silêncio se instalou.

- Bem, ontem o Atoda me ligou e me disse o que vocês conversaram.

Não conseguia falar nada. Eu não posso fazer nada nesse exato momento.

- Desculpa não ter te falado.

- Sem problema, mas o que ele disse é verdade?

- É – foi a única coisa que eu consegui responder naquele momento.

- Por que?

- Eu também não sei ao certo – eu sentei na minha cama – nossa situação estava muito estranha e eu não sei bem mais dos meus sentimentos.

- Eu ou o Atoda fizemos alguma coisa para você?

- Claro que não, são realmente os meus sentimentos que me disseram pra fazer isso.

- Entendo – pude entender bem que Masashi havia ficado triste depois que eu disse aquilo – muito obrigado por tudo até hoje.

- Nada, eu que tenho que te agradecer e muito.

- Então até qualquer dia desses.

- Até.

E então eu desliguei o celular. Não queria que essas conversa fosse por telefone, mas não estou em condições de conversar com Masashi pessoalmente.

Terminei de tirar as minhas roupas e fui tomar banho.

                                           --//--

Assim que saí do banho pude escutar a campainha tocando e corri para atender a porta.

Me surpreendi quando vi Sho parado na porta, com uma cara de quem tinha perdido o chão.

- O que foi Sho?

- Eu terminei tudo com o Masaki – ele disse quase chorando.

- Antes de mais nada entra – ele passou por mim e eu fechei a porta.

Sho estava acabado. Estava com a gravata mal feita, a camiseta toda amassada e com a cara de quem tinha bebido todas antes de vir aqui, sem falar do cheiro forte de bebida.

- Você bebeu?

- É claro que não, você acha que eu iria beber por causa do Masaki?

- Daria a minha mão esquerda por isso.

- Porque a esquerda?

- Porque eu sou canhoto, e porque você perguntou isso?

- Porque eu quis saber – Sho fez uma cara de bobinho apaixonado.

- Agora é melhor você tomar um banho enquanto eu faço um café pra você.

- Tá bom, mas aonde era o banheiro mesmo?

                                                  --//--

- Esse café tá amargo Yuu! - Sho disse manhoso.

- Ninguém manda você beber álcool como água - disse sentando ao lado dele no sofá – mas o que aconteceu de verdade?

- O Masaki está namorando com o Jun – Sho disse novamente triste.

- O-o Jun e o Masaki? - eu levei um pequeno susto, nunca pensei que aqueles dois fossem namorar um dia.

- Foi por isso que eu acabei bebendo além da conta.

- Você é bem bonzinho consigo mesmo por dizer que só bebeu um pouquinho – eu levantei do sofá e fui para o meu quarto arrumar a cama para dormir – então eu vou deixar você posar aqui essa noite.

- Não precisa, eu vou pra casa – ele se levantou e colocou a xícara de café em cima da pia – não quero te atrapalhar.

- Você sabe que não vai me atrapalhar nunca – eu voltei pra sala – passa a noite aqui, eu sei que você vai voltar pra casa e chorar a noite inteira - Sho ficou em silêncio – se for pra chorar, é melhor que tenha alguém pra te consolar, certo?

- Só você pra me suportar nessas horas – eu pude sentir os braços dele me envolverem em um abraço aconchegante – então vamos dormir.

                                                         --//--

Acordei no próximo dia com a campainha de casa tocando loucamente. Já era quase meio dia.

Assim que abria a porta,me surpreendi quando vi aquela pessoa.

Deve fazer mais ou menos uns 5 anos que eu não vejo ele, mas ele não via mudado nada dos tempos da faculdade.

Takahashi Banri, vestindo uma camiseta social com as mangas dobradas até os cotovelos, a gravata um pouco afrouxada estava parando na minha frente com um sorriso no rosto.

- Yuu-chan! - Banri disse com um sorriso no rosto – Quanto tempo não é?

- B-banri – meu coração começou a bater mais rápido – verdade, quanto tempo né.

- Ficou tão feliz de me ver assim é? - Banri riu e segurou o meu rosto entre suas mãos – quanto tempo que eu não seguro esse seu rostinho fofo.

Senti meu rosto esquentar instantaneamente, Banri não havia mudado nada desde daquele tempo.

- Ah, entra – havia esquecido completamente da cortesia – a casa não é das melhores, mas sinta-se em casa.

- Obrigado – ele entrou radiante e sentou no sofá – desculpe a roupa desarrumada, eu acabei trabalhando a noite inteira.

- Que nada – eu entrei na cozinha que ficava ao lado da sala – quer um café?

- Acho melhor não – ele veio atrás de mim – se eu tomar um gole de café agora eu vou ficar o dia inteiro sem dormir.

- Se já ficou a noite inteira sem dormir, que fique o dia também – eu disse entregando uma xícara de café pra ele – e como você soube onde eu moro?

- Perguntei pro Shintaku – nesse exato momento eu engasguei com o café – tudo bem?

- Tudo sim – continuei a tossir um pouco – fico feliz que você tenha vindo aqui me ver.

- Eu estava com saudades, afinal fazem mais de 5 anos não?

- Mais ou menos isso – terminei de tomar o café e resolvi ir acordar Sho.

- O problema é que eu não te esqueci durante esse tempo todo – ele se aproximou de mim – eu ainda te amo.

- Antes de mais nada, espera só um pouquinho.

- Tudo bem.

Saí da cozinha, e fui diretamente pro quarto. Após a noite anterior onde eu Sho conversamos até a madrugada, ele deveria estar muito cansado, mas já era meio dia e nós tínhamos que gravar um programa às duas da tarde.

- Sho, acorda já é meio dia.

- Me deixa dormir vai, eu tô com muito sono ainda.

- Se você não levantar agora, eu vou chamar o Nino – e no exato momento Sho levantou correndo para o banheiro para lavar o rosto e escovar os dentes – vou estar te esperando na cozinha – e então voltei para aonde Banri estava.

- Tem mais alguém aí?

- Sho passou a noite aqui.

- Oi? - Banri perguntou novamente, parecia ter se assustado – Sakurai Sho aqui?

- Sim – disse na maior tranquilidade – afinal eu sou um membro do Arashi.

- Você tá saindo com ele? - Banri perguntou seriamente.

- De onde você tirou isso? - e foi nesse exato momento.

Sho entrou saltitante na cozinha e me abraçou fortemente e selou nossos lábios. Não sei se ele ainda estava sobre o efeito da bebia, mas sei que foi um beijo gostoso.

- Bom dia, meu amor – ele disse sorridente.

- Foi daí que eu tirei a possibilidade – Banri se levantou da cadeira indo em direção a porta – que você seja feliz.

- Banri, espera!

E assim Banri se foi.