Ventoso, frio e úmido, assim ficou o galpão piorando ainda mais, os vampiros sobreviventes fugiram em disparada. Uns certamente se depararam com Bobby pois ouvia-se os gritos de desespero dos noturnos. Algumas velas que se mantinham acesas tremeluziam até apagarem-se. A vampira possuída ganhara um novo aspecto nefasto e dominador, abominável e o som de sua voz sobre-humana ecoou em cada canto sombrio daquele lugar.

—Enfim a família reunida. — A voz rouca e arrastada pesava naquele corpo de mulher um som masculino.

— Quem é você? O que quer de nós? — Sam tentava controlar o medo.

— Sou aquele que sentiu o gosto da carne de seu irmão, sou Alastair. E vim para acabar com todos vocês.

— Seu amaldiçoado, você não vai se safar. Eu juro que mato você! — O moreno olhou para Dean que estava de joelhos apertando o estômago. — Dean! O que há com você?

Dean olhou para seu pai e seu irmão com sangue em sua boca escorrendo. Sam aproximou-se rapidamente para ampará-lo. O loiro sentiu o corpo levitar, sentiu como se estivesse sendo suspenso por cordões invisíveis que cortavam seus pulsos e tornozelos. John observava o desespero de Sam e o sofrimento de Dean sem poder ao menos ajudar. Viu a faca cair do casaco de Sam enquanto o moreno investia contra Alastair.

— Solte meu irmão! O que você está fazendo com ele? Solte-o, por favor! — Os olhos do moreno corriam de Alaistar até o irmão semi-consciente. Não sabia como ajudar o loiro e isso o estava dilacerando por dentro.

— Seu irmão está marcado, não há como escapar. E você também pertencerá a nossa falange, será o líder! — Tanta convicção assustou o moreno que parou abruptamente.

— Você está louco? Jamais estarei ao lado de demônios, nunca! — O moreno gritava com determinação e desespero.

— Acalme-se garoto, é seu destino e ... — Alastair sentiu a faca penetrar em suas costas, um brilho dourado quase vermelho saía do orifício da faca que mata demônios da pele do amaldiçoado.

John aproveitara a distração do demônio e o acertou. Mas não foi o suficiente para acabar com a vida de Alastair.

— Sam ajude seu irmão, vamos sair daqui agora! — John juntou-se  aos filhos com a ajuda da jovem loira que a tudo assistia.

— Você não irão escapar, Dean Winchester é um homem morto é apenas questão de tempo! Seus estigmas acabarão com ele, independente do que possam fazer. Eu acabarei com você por tal afronta. — Alastair apontava para John. —  Acho que Deus está ao meu lado, por mais alguns centímetros você...você acertaria meu coração...não é engraçado?

— Não, não é! — Bobby surgiu descarregando sua espingarda com cartuchos recheados de sal e sangue de homem morto, deixando o corpo da vampira ainda mais fraco e o demônio saiu em uma fumaça negra pela garganta de Kate.

— Venham, vamos sair daqui, rápido! — O caçador mais velho tirou os demais da imobilização momentânea. — Ele vai voltar e temos que nos preparar para pegá-lo.

— Bobby, me ajude aqui. Dean está perdendo muito sangue. Temos que levá-lo para o hospital. — Sam dizia contendo as lágrimas.

— Cadê a garota? — John olhava ao redor. — Ela estava aqui agora a pouco...

— Ruby! Onde você está? — Sam gritou com o loiro pendurado em seu ombro.

— Vão indo. Eu darei uma olhada. — Bobby saiu em busca da garota, enquanto o trio chegava até o impala escondido.

Sam colocou o irmão no banco de trás, sentou no volante. John entrou logo em seguida viram o caçador voltar sozinho.

— Sinto muito, mas nem sinal da moça. Vamos, não há mais nada a fazermos aqui. — Bobby olhou para Sam com urgência no olhar.

— Vamos filho, Dean precisa de cuidados médicos. — John colocou a mão na perna do jovem que o olhou e consentiu.

— E você Bobby, vem conosco? — O moreno continha a voz trêmula.

— Vou segui-los Sam. Podem ir. — O caçador olhou para John, ainda não conseguia encará-lo sem sentir uma certa vontade de espancá-lo.

— Certo.

Sam acelerou e tomou a estrada. Olhou pelo retrovisor o irmão com os olhos semi- abertos, seu coração disparou em vê-lo tão quieto.

— Agüente firme, Dean. Estamos quase chegando. — Sam falava mais para si mesmo.

— Porque vocês vieram atrás de mim? Vocês correram um perigo muito grande, como me encontraram? —John tentava conter o nervosismo, sentia que estava perdendo o loiro novamente para as trevas.

— Encontramos a garota que você salvou, ela acabou vendo sua camionete virada e carbonizada...sinto muito pelo seu amigo.

— Pobre Elkins, não merecia um fim desses. — John olhava a pastagem amarelada sendo deixada para trás. — Obrigado filho, por voltarem por mim.

— Ainda somos uma família, pai. — Sam acelerava o impala.

— Você está com a colt? — John sentiu os músculos do jovem se retesar.

— Dean está muito mal e você está preocupado com a colt? — O moreno o encarou por alguns segundos.

— Esse demônio está nos caçando, Sam. Temos que nos precaver e...— Sam não agüentou tanta hipocrisia, pensava que seu pai havia aprendido a lição, pelo jeito enganara-se em pensar que as coisas poderiam se acertar novamente entre eles.

— Nos precaver? Com o quê? Utilizamos a última bala, não lembra? — O jovem voltou a olhar pelo retrovisor, seu irmão não estava mais acordado.

— A colt não é apenas uma arma que mata as criaturas, ela é mais que isso. — John sentiu os olhos do filho mais jovem o queimando.

— Como assim? O que você está querendo dizer com isso? ­— Sam encarou o pai momentaneamente.

— Ela é uma..... —Não houve tempo para John falar. Um enorme caminhão os acertou bem em cheio. Os ruídos do metal no chão e o impacto violento fizeram o impala ser arrastados por muitos metros. Dentro do caminhão os olhos negros do caminhoneiro olhava fixamente o carro dos Winchesters. John, Sam e Dean estavam imóveis, seus rostos sangravam enquanto a música continuava a tocar no impala.....

I see the bad moon rising

I see trouble on the way

I see earthquakes and lightnin?

I see bad times today

Don't go around tonight

Well, it's bound to take your life

There's a bad moon on the rise....