Savin me - Vol. I escrita por Ruby Luna


Capítulo 9
Cap - 08 - O DESCONHECIDO..




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Cap - 08 - O DESCONHECIDO..

[Clive]

[Alexandre Desplat- The Meadow.mp3]

Eu precisava pensar em uma saída, uma saída em que pudéssemos ficar juntos, sem pecado, sem medo de pertencermos um ao outro. Eu precisava pensar em uma solução, em uma maneira dela confiar plenamente em mim.

– Jayme, eu preciso voltar para o hotel, tenho que rever outras documentações e contatar o senhor Dinne. Terei que deixá-la por algumas horas, você se importa?

Eu observei atentamente sua expressão, ela era singela.

– Um pouco, pode deixar eu aguento!

Não aguentei e sorri, ela juntamente comigo, olhamos um para o outro por longos minutos e me despedi com um beijo intenso. Como era dolorosa a sensação de me afastar, estar ao seu lado havia virado uma necessidade. Entrei no jeep e fui em direção ao hotel, onde paguei minha diária e fui diretamente para meu quarto, reorganizei toda a documentação, não me saí da cabeça uma forma de me unir a ela, eu estava disposto a me casar com ela. Liguei para o cartório e peguei o endereço, eu necessitava tomar uma atitude drástica.

– Boa tarde em que posso ajudá-lo senhor?

–Bom, quero marcar meu casamento.

– Oh sim! Eu tenho essas datas disponíveis. Quais delas o senhor tem preferência?

– O mais rápido! Se possível por esses dias!

– Bom, temos na sexta que vem, serve para o senhor?

– Tudo bem!

– Trouxe as documentações?

– Claro! Claro! Aqui estão.

A juíza e a secretária olhavam atentamente toda a documentação, regularizava todos os documentos e me emitira o comprovante de comparecimento. Peguei todas as autenticações, para regularizar e emitir conforme o solicitado. Já estava tudo completamente encaminhado.

Voltei para o hotel, para arquivar toda a documentação, eu precisava me unir a ela, eu estava completamente inconsequente, afinal se eu fosse me unir a ela, teria que viver com ela, então precisaria falsificar algumas documentações minhas caso desse tudo errado ou certo. Se eu morresse não a incriminaria, ou se sobrevivesse, já seria o seu advogado particular mesmo. Mais de qualquer forma esta parte já estava adiantada mesmo. Não havia com o que se preocupar, eu precisava ganhar tempo, tempo para convencê-la, tempo para persuadi-la a ficar comigo, pertencermos um ao outro.

Resolvi ir até o shopping olhar algumas alianças, fui até um ourives e mandei gravar nosso nome, e a frase: Amor. Pois era um sentimento que jamais havia sentido por mulher alguma. As alianças eram lindas, ficariam perfeitas.

[Jayme]

[Alexandre Desplat- The Meadow.mp3]

Estar longe de Clive me perturbava, parecia séculos de saudade, uma forma exagerada de colocar as palavras, mas elas caiam bem com a situação, pois era exatamente o que eu sentia. Meu Cyber já estava funcionando, os arquitetos haviam finalizado tudo, a inauguração aconteceria amanhã e eu iria promover um coquetel. Já havia contratado a maior parte dos funcionários e eu estaria no administrativo.

Eu sentia uma ansiedade tomar conta de mim, e logo eu percebia que a falta que eu sentia, era do Clive, que tomava conta de meus pensamentos constantemente. Chegava a doer só de pensar em perdê-lo, era uma sensação que me incomodava. Consegui finalizar todas as pendências daquele dia árduo, a tarde já caia, o que restavam era só finos raios de sol alaranjados naquela tarde fria de inverno. Desci até o parque das flores, onde havia combinado de encontrar Clive, e lá estava ele a me esperar. Lindo. Eu me aproximava dele sorrindo e observando a retribuição de seus olhares que me encantavam a cada momento. Ficamos sem dizer nada por alguns segundos, pois não era preciso de palavras para expressar o que sentíamos.

Ele se levantara do banco e me abraçara pegando em minha cintura. Ele beijava carinhosamente minha boca e descia por sobre o pescoço e chegava a minha orelha, parava e sussurrava:

– O que acha de te levar para casa agora?

– Uma boa idéia!

Seguimos para o carro e depois de algumas horas sem dizer nada um para o outro chegamos a minha casa, onde eu podia ser realmente quem eu era de verdade.

– Lar doce lar...

– Linda mesmo, mais não mais que você...

– Essa relação nossa já está ficando séria demais! Não acha Clive?

–Agora você disse como uma completa humana que não quer compromisso!

Ele dizia olhando para mim e pegando em minha cintura com um olhar malicioso e um sorriso torto!

– E as mulheres humanas se comportam assim?

– A grande maioria posso lhe afirmar!

Nos beijamos ardentemente, por alguns minutos, quase perdemos o fôlego, mas antes que começasse a esquentar incontrolavelmente me levantei e me afastei dele. Eu podia ver o desejo queimando em seus olhos.

– Acho melhor preparar alguma coisa para comermos! – Falei rapidamente para mudar de assunto.

– Não! Eu já vou indo, não se preocupe comigo.

– Mais agora? Você mal chegou!

– Eu sinto em lhe dizer mais terei que me ausentar daqui por alguns dias, mas aparecerei no coquetel amanhã, só não virei aqui. Preciso terminar de organizar algumas documentações, já que você exigiu para o senhor Dinne que eu fosse seu advogado particular e que ficasse ao seu dispor por tempo indeterminado! Eu preciso me adiantar com algumas coisas...

– Tudo bem, tentarei sobreviver por esses longos dias.

Ele sorria e me beijara ardentemente, e saber que não teria sua presença aqui comigo por praticamente uma semana me deixava maluca!

[Clive]

[Alexandre Desplat- The Meadow.mp3]

Os dias passaram lentamente, ocorrera tudo bem com o coquetel de Jayme, tudo estava saindo como o planejado. Passei em sua casa, e fiz um caminho com velas perfumadas e pétalas de rosas vermelhas e brancas, tudo para aquela noite ser especial.

Finalmente o grande dia havia chegado! Fui até o Cyber de Jayme para encontrá-la, mas antes passei em uma floricultura e comprei rosas brancas, a que ela adorava. Não queria chegar de mãos vazias, além da caixinha em meu bolso.

– Boa noite, madame!

Eu podia decifrar a sua expressão de saudade estampada em seu olhar. Ela estava ainda mais linda, paralisada no tempo.

– Boa noite, doutor! Em que posso ajudá-lo?

– Preciso de você está noite e não aceito não como resposta.

– Bom, acho que isso é um problema que posso resolver!

– Eu quero te levar em um lugar, não quero que me faça perguntas. Apenas confie em mim.

Entramos no carro e seguimos para o cartório da cidade, não havia expressão em seu rosto, ela ainda estava sem entender nada. Embora estivesse vestida casualmente com roupas de frio, estava linda, pois seria uma surpresa e tanto. Parei o carro diante o estacionamento do cartório e olhei fixamente em seus olhos.

– Jayme, você deve está se perguntando o porquê de estarmos aqui na frente deste cartório, não é mesmo?

– É, não entendi o motivo de estarmos aqui as 17hs. Por acaso veio pegar alguma documentação? É isso não?

– Bom, eu arrumei uma emboscada para você!

Eu adorava a sua expressão de mistério no olhar, ela conseguia ficar ainda mais linda.

– Hum! O que foi?

– A hora é agora, Jayme eu assumo os riscos de ficar com você, e ser seu pra sempre, serei direto. Você aceita casar-se comigo?

Ela me olhava atentamente, era intenso e profundo, um oceano de sentimentos fluíam no mistério de seu olhar, parecia imprevisível, eu não estava preparado para o não. E naquele momento eu temi.

– Casar com você?

– Sim!

– Bom, isso vai demandar tempo... Eu me caso com você, se é o que quer tanto, podemos marcar a data.

–Jay, eu já cuidei disto e a trouxe aqui para concretizarmos!

– Você já marcou a data sem me consultar?

– Vem comigo!

Descemos do carro e entramos no cartório. A juíza estava a nos esperar, a sua fisionomia era estática, encantada, linda para variar. A coloquei diante de mim e comecei a fazer os votos, tirei as alianças do bolso e selamos com um beijo.

[Jayme]

[30 seconds to mars – L490.mp3]

Eu não tinha reação para aquela ação. Ele havia me sabotado, e me deixado desnorteada de felicidade, ele estava tão lindo com aquela camisa branca e calça jeans, e palito preto, com um jeito casual e traquina de se portar, me persuadindo da forma mais sórdida e baixa que nenhum humano jamais ousou em fazer comigo. Mas diante daquela situação, eu não tinha escolha, teria que ceder, não podia negar, era o que eu queria, e saber que ele havia cuidado de tudo me deixara um pouco aliviada, atormentada, apaixonada, pois ele estaria entregando a sua vida a mim naquele momento, sabendo que podia morrer em minhas mãos, e mesmo assim assumiria aquilo da forma mais inconsequente possível. Após selarmos os nossos votos, colocamos a aliança e nos beijamos docemente. Ele sussurrara em meus ouvidos.

–Vamos embora?

Eu assenti com a cabeça, naquele momento eu era sua esposa e pertencia a ele, a minha escolha era segui-lo, e isso era inevitável!

Entramos em seu jeep, seguimos viagem para agora a nossa casa, uma sensação mórbida tomara conta de mim, não era paz, nem medo, dor ou qualquer sentimento que eu pudesse identificar. Um fogo me consumia naquele momento, alegria ou dor, eu estava anestesiada de qualquer realidade, seguimos mais uma vez sem dizer nada um para o outro.

A noite já havia caído, a floresta estava escura, a única luminosidade que vinha era de minha casa, e que eu me lembrasse não havia deixado nada aceso. Entramos na varanda e ele abrira a porta para mim, eu fiquei estática ao contemplar todas aquelas velas acesa e um caminho de pétalas feito por ele.

A casa estava quentinha, a noite estava gelada, o inverno estava intenso e prometia neve ou uma forte geada. Ele fechara a porta atrás de mim e colocara seu paletó na arara da porta, também tirava o meu casaco e lá colocava também. Eu não conseguia pensar em nada naquele momento, logo ele estendeu as mãos a mim, me conduzindo ao quarto, e lá estava posto uma pequena mesa cheia de frutas afrodisíacas e um leve banquete. Sentamos no chão um de frente para o outro e nos deliciamos silenciosamente. Eu não conseguia permanecer da mesma forma sem dizer absolutamente nada sobre os riscos que ele corria, eu precisava impedi-lo.

– Clive? – Ele olhava atentamente para mim, era intensa a sua expressão, mas ele assentiu com a cabeça a minha indagação.

– Eu não posso deixá-lo correr esse risco, não quero que morra!

– É uma decisão minha embora te envolva nisso, eu decido correr os risco, eu te amo e te quero como minha mulher, o que você é agora.

Ele se aproximara de mim e me olhara nos olhos, ele me persuadira, eu era sua refém, escrava o que fosse, não tinha mais argumentos para tentar convencê-lo ao contrário, eu teria que correr os risco e ceder. Perder, para que ele ganhasse. Eu já não tinha mais escolhas.


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Notas finais do capítulo

Ps: Capítulo betado!