Savin me - Vol. I escrita por Ruby Luna


Capítulo 8
Cap 7 - Despertar..




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Cap 7 - Despertar..

[Jayme]

Eu olhava a sua fisionomia, estava ainda mais belo. Meu coração batia descompassadamente e sentia calafrios por sobre meu corpo. Eu sentia medo; sentia-me ameaçada por completa; eu tentava em não me aproximar, mas a dor aumentava quando ele se distanciava. Eu nunca me apeguei a alguém desta forma e como aquilo me incomodava. Parei diante dele ainda em silêncio sem saber o que dizer, porém ele o quebrara.

– Eu não sei mais o que fazer! Nunca senti isso por mulher nenhuma, nunca me perdi de amores por ninguém. É horrível o que sinto, não consigo ficar longe de você. É completamente piegas, ridículo e imaturo, mas estou a ponto de enlouquecer.

– Não diga nada! Não se comprometa com as palavras, não sabe o que está dizendo. Podes estar errado, sabia?

– Errado ou não, estou louco por você. Não meço as conseqüências, morrer por suas mãos ou com você. Melhor fosse viver. Mais não vamos nos negar!

Eu olhava atentamente, suas palavras me causaram impacto, ele estava sendo burro, pois na primeira oportunidade que descobrisse o que eu poderia fazer ele sumiria. Não aguentaria. Ele era vulnerável, pobre mortal que eu me apaixonara.

– Bom neste caso eu tenho que mostrar algo a você!

Eu precisava mostrar a ele o que eu era de verdade, porque parece que só desse modo ele irá cair na real.

Segurei em suas mãos, eu já começara a utilizar o meu poder de transfiguração o levando junto comigo.

[Coldplay – Paradise.mp3]

Em um ímpeto nós corríamos entre as árvores na velocidade da luz. Chegamos próximo ao riacho que cruzava a serra, soltei suas mãos e ele parecia fascinado.

– Incrível!

– Será mesmo!

Logo eu parei diante da água e comecei a levantá-la, ondas de água o envolvia sem triscar em seu corpo, em forma de redemoinho. Logo as fiz virar vapor. Ele estava perplexo, espantado! Eu me movi rapidamente a sua frente, e ele se aproximara para me beijar, mas ficou a ver navios, pois eu já me movimentara para trás, ao ponto dele ficar de costas para mim, logo coloquei minha mão em seu ombro. Ele continuava a ficar espantado! O joguei com toda a força para o alto com uma só mão. Ele ficara suspenso no ar. Eu parara a gravidade, eu podia notar o seu desespero. Logo fiz voltar lentamente para que ele não se machucasse, a meio metro do chão o soltei. E parei em cima dele.

–Ai! Hum! Doeu!

– Eu posso te hipnotizar, fazer você esquecer do que houve entre nós, posso fazer qualquer pessoa ter uma amnésia, fazer você esquecer da dor, não sentir nada, perder os seus sentidos.

– Você é maravilhosa!

– Não adianta mesmo! Eu sou uma anomalia e você ainda insiste em me querer?

– Cada vez que me mostra realmente quem é, mais eu fico fascinado por você, assumo os riscos, embora você ache prematuro, não negue, pois sei que sente o mesmo por mim. Consigo sentir quando te toco.

Ele se aproximava de mim, era sedutor, terrivelmente atraente. Eu não conseguia me conter, perdia as minhas forças emocionais perto dele. Porém me afastei antes que pudéssemos nos beijar.

– Acho que temos que voltar, estamos a 17 km da minha casa então, você deve fechar os olhos.

Ele me obedecera, segurei em sua mão e o levei a correr comigo, os humanos tinha essa vantagem, eram leves, os meus comandos sobrepujaram sobre os deles fazendo seu corpo ceder a minha energia que o envolvia e o levava junto comigo.

[Clive]

[Kings of Leon – Pyro.mp3]

A sensação era surreal, sentia uma onda de calor me envolver quando segurava suas mãos. Ela estava deslumbrante com aquele vestido branco, seda, setinho e rendas. Encaixava perfeitamente com seu corpo suave e perigosamente atraente. Ela emanava uma onda de calor, eu sentia uma forte energia tomar conta de mim. Eu levitava ao seu lado, sentia a sua força; eu ficava cada vez mais perplexo a descobrir de quem se tratava. Enquanto ela me conduzia de volta para sua casa abri meus olhos, eu via borrões, um medo de bater dentre as árvores me bateu em um instante eu virei meu rosto a fim de olhá-la.

Ela translucendia, era linda, uma energia emanava dela de uma forma extraordinária. Em fração de segundos chegamos a sua casa, meu coração palpitava e meu fôlego faltava. Eu estava extasiado com a sensação.

– É incrível, você é!

– Não precisa dizer nada Clive.

Ela havia me silenciado. Era rude o tom de suas palavras, eu já amava estar perto dela, como se não houvesse um tempo certo. Tudo parava, às vezes eu sentia parar. Adentramos a sua casa, ela me olhava fixamente, um olhar doce, forte e intenso ao mesmo tempo. Aquilo me prendia por inteiro.

– Clive, vou fazer um café para nós.

Eu observava atentamente ela colocar bule cheio de água no fogão. Ela era cuidadosa, parecia uma humana em seus cuidados, tão delicada, mas nunca desajeitada.

– Uma curiosidade me passa pela cabeça Jayme.

– O que é?

– Vocês se alimentam normalmente da nossa comida, elas não fazem mal a vocês?

– Não, eu passo por uma humana tranquilamente, me alimento da comida de vocês sem problema algum. É claro que de início era bem diferente para mim. No meu planeta nos alimentavam de uma vegetação parecida com a soja, ervas naturais de nosso planeta.

– Impressionante!

Logo ela me servira o café, o cheiro era agradável, o gosto era maravilhoso. Acho que não havia tomado um café tão gostoso assim em minha vida.

– Nossa! É refinado o gosto, puro o aroma tudo.

– Somos bons no que fazemos!

Ela piscara os olhos e sorria. Ela era linda, o seu cheiro misturado com o do café ficava ainda mais saboroso!

– Jayme! Precisamos ir até o seu novo cyber.

– Wow! É mesmo! Eu havia me esquecido, bom vou me aprontar e já desço. Fique a vontade.

[Alexandre Desplat- The Meadow.mp3]

Eu a analisava subir as escadas, não conseguia tirar os olhos dela, era tão linda que me tirava o fôlego. Eu quereria ficar com ela para sempre, beijá-la havia virado uma necessidade. Depois de longos dez minutos a vi descer da escada.

– Rápida!

– Olha que demorei! Costumo ser mais rápida que isso!

Desta vez não disse nada e abri a porta, ela saíra da varanda descendo as escadas seguindo a trilha a minha frente e eu a seguia. O sol já brilhava forte, provavelmente seria umas 10hs da manhã. Rapidamente entramos no carro ainda sem falar nada, olhamos um para o outro, embora eu queira muito beijá-la não ousaria naquele instante para não estragar o momento, mas logo ela quebrara o silêncio.

– Clive?

Olhei para ela fixamente assentindo com a cabeça aguardando a próxima indagação. Que veio logo em seguida.

– Você me surpreendeu!

Eu observava atentamente as suas palavras, sua boca a se movimentar, seu jeito, aquilo me hipnotizara de certa forma.

– Não se preocupou em eu ser de outro mundo, de ser uma “alienígena”, de poder matá-lo?

– Não é desmerecendo você, pelo contrário você é fascinante! Eu confesso que fiquei confuso no inicio ao saber sobre você, entretanto não me senti intimidado em lhe conhecer profundamente. Confesso que te desejei desde o primeiro momento que te vi, e ainda mais depois de saber quem era.

–Algo exótico?

– Não! É a minha necessidade, sinto medo!

– Medo! Eu sabia!

– Mas não este medo! Medo de ficar sem você, medo de te perder, é falta, é tudo. Me sinto dependente. Não cabem palavras para explicar.

Ela me observava atentamente, mas eu não me importava eu queria me entregar, a desejava profundamente. Mas em um ímpeto ela me beijara desta vez: era meigo o seu toque, sem luxúria, mas com desejo, puro desejo. Inocência seria a palavra correta para a ocasião. Eu me entreguei ao momento correspondendo na mesma intensidade. Quando nos faltou ar, paramos de nos beijar, e ela olhava pra mim intensamente. Logo quebrou o silêncio com uma voz entrecortada.

– Você é o meu perigo Clive!

[Back and Bat for lashes – Let´s get lost.mp3]

Não consegui lhe responder a altura, mas sorri para ela e ela retribuíra. Liguei o carro, e saímos da trilha direto para rodovia. O jeep estava em alta velocidade, e nós seguíamos como dois aventureiros na auto-estrada.

[Jayme]

Amava correr em alta velocidade com ele na rodovia, sua presença me fascinava, eu me sentia a vontade com ele, não havia perigo, nem medo. Às vezes um receio uma crise de consciência, mas quando estava ao seu lado me sentia confortável, como ele sentia a necessidade e a carência de estar ao seu lado, sentia alívio. Era esquisito e doloroso o sentimento, às vezes desconfortável, inacreditável viver aquilo, daquela forma.

Chegamos à cidade de Gramado, passamos novamente pelo parque das flores, e logo ele estacionara o carro em frente ao parque central que dava acesso a trilha do lago negro. Entramos no balcão que já estava sendo finalizado pelos arquitetos o novo ambiente. Meu cyber estaria pronto, assim como a minha biblioteca e livraria convencional, no entanto moderna. Tudo para os humanos não suspeitarem de nada. Humanamente fantástica, era assim que eu me sentia estando ao lado de Clive. Passamos o resto do dia a vontade, conversamos sobre muitas coisas humanas, sobre os lugares que havia conhecido que ele nunca conhecera. Até ele me lembrar de quem eu era.

– Jayme, você sempre falsificara documentos, nomes e nomes. Mais você deve ter um nome, sua origem. Você tem não é mesmo?

– Sim, eu tenho!

– Pode me dizer?

– Kriskal, ou Kruskal... Um Algoritmo que significa árvore de estratégia. É de origem Uraniana, veio de meu pai, que explica também o motivo pelo qual os caçadores ainda me procuram. Em meu organismo é produzido uma substância degenerativa, pode curar muitas doenças em nosso mundo.

– E no nosso?

– Pode matar!

Me levantei do banco da praça e segui rumo as flores, queira tocá-las, ele me acompanhara, e sussurrara em meus ouvidos.

– Não vamos falar disso!

Fechei meus olhos e apenas senti o toque das suas mãos por sobre o um rosto, me virando em sua direção e seu cheiro se aproximando juntamente com seus lábios que me beijaram suavemente.

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Notas finais do capítulo

Ps: Capítulo betado!