Savin me - Vol. I escrita por Ruby Luna


Capítulo 6
Cap.05 – Paixão.


Notas iniciais do capítulo

Galera desculpe os erros, algumas coisas passam despercebidas mais lá vai mais um capitulo... Espero que gostem é o maior que já postei até hoje!!!



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Cap.05 – Paixão.

[Jayme]

[Lenine – Silencio das estrelas.plyback-lyrics.mp3]

Eu colocava as malas dentro da minha nova casa, eu não conseguia parar de pensar no Clive: como aquele belo rapaz me atraíra tanto assim, mas de repente eu ouvi um barulho suspeito. Temi que me olfato não estivesse muito bom, avancei alguns metros a mata densa. Não avistara ninguém, comecei a girar cautelosamente em posição de ataque, mas eu não sentia cheiro de ninguém, a tensão deveria ter prejudicado o meu olfato. Logo senti um cheiro esquisito, pude ter a certeza que ele funcionava bem, caminhei à esquerda e pude ver um tamanduá, era cheiro de animal silvestre. – Não era possível que eles haviam me encontrado aqui, os caçadores de Urânia se camuflarem assim, eram espertos mais a esta altura teriam me atacado.

Eu não podia vacilar, voltei para varanda, travei o carro com impressão de baixar a guarda e me adentrei a casa fechando as portas. Comecei a levar as malas para o meu quarto, mas ouvi passos na varanda de minha casa, poderia ser um espião de Urânia, entrei em posição de ataque e joguei a ameaça a três metros sem pensar duas vezes, saquei minha adaga e olhei para ameaça. Eu não podia acreditar! Era Clive, eu estava ajoelhada em cima dele com a adaga apontada para seu pescoço. O analisei por alguns segundos, eu tinha que pensar em uma saída, rápida, não era possível que ele tinha me visto daquela forma, eu era um monstro, preste a atacá-lo, fazê-lo em pedacinhos. Sua respiração estava ofegante, ele exalava um cheiro diferente.

– Wow! Você está diferente, cortou o cabelo!

– O quê? – Sua colocação havia me espantado, diante daquela situação, ele podia morrer e perguntava se eu havia cortado meu cabelo?

– O que você está fazendo aqui Clive? – Eu continuava em cima dele, o toque da sua pele me causava uma eletricidade que me machucava, um forte desejo de matá-lo me consumia naquele instante. A paixão por matá-lo, o meu instinto assassino começara predominar em mim, eu me sentia ameaçada por ele, eu olhava em seus olhos e estavam chocados. Antes que eu fizesse alguma bobagem me levantei e estendi as mãos a ele.

– Bom, ai... Eu não vou mentir, posso muito bem inventar qualquer coisa, mas agora o que me cabe diante desta situação é dizer toda verdade.

Eu o analisava tirar toda as folhas do seu corpo e limpando a terra que estava em seu casaco e calças.

– Então, eu fiquei curioso a seu respeito. Você é misteriosa, morando longe de todos, com uma alta percepção. Então puxei todas as suas documentações e vi que você é antiga.

Eu baixara a minha guarda analisando cada movimento que fazia, olhando furiosamente para ele, meu olhar estava tenebroso, com desejo de estraçalhá-lo, fazê-lo em pedacinhos. Eu comecei a odiá-lo por querê-lo tanto.

– Quer dizer então que estava me espionando?

– Eu não diria isso, soa muito invasivo, como quebra de sigilo, digamos que seria uma investigação mais aprofundada.

– Com autorização de quem? O senhor Dinne tomara coragem e a audácia para fazer isso?

– Não, ele não tem nada haver com isso!

– Eu sugiro que entre!

– Como quiser!

Baixei minha guarda e adentramos a casa, tentei ser receptiva mais ainda mantinha meu tom rude!

– Sente-se. – Estendi minhas mãos indicando a poltrona da sala de estar.

– Jayme, eu serei bem direto, você não é humana, você está entre nós desde antes deu nascer. Consta documentações suas de 42 anos atrás e você continua da mesma forma, agora eu posso entender o receio do senhor Dinne tratar com você. Eu exijo saber!

Me levantei do sofá e caminhei em sua direção e comecei a encará-lo com o meu olhar mais tenebroso e sombrio.

– Você exige saber? Quem você pensa que é? Um mortal estúpido e sórdido.

– Belas palavras as suas!

Me afastei, olhei a janela e vi que ele se levantara e caminhava em minha direção.

– Jayme, você é uma anomalia, um ser maligno? Porque está aqui?

– Eu vou matar você. – Me aproximei dele, com um ar ameaçador e me surpreendi com o tom de sua voz.

– Eu não tenho medo de você.

Ele segurava em meus braços que se chocaram com o calor de suas mãos, era um toque másculo, que provocava um desejo desconhecido em mim. Sem hesitar o ataquei, empurrando contra parede o imobilizando e olhando diretamente em seus olhos.

– Você não tem medo de mim?

– Não.

– Eu posso matar você! Não sabe quem sou. – Ele me intrigava, era corajoso, me deixava impotente.

– Eu sei que não vai!

– Eu já matei pessoas, e o que te dar esta certeza que não o mataria?

– Já teria me matado!


Logo o soltei e voltei ao meu lugar, sentei no sofá e o deixei ainda parado encostado na parede, eu percebia seus movimentos, ajeitava sua roupa ao corpo e caminhava com olhar de desdenho, observando a casa, os detalhes, e vendo o seu jeito de se comportar diante de mim. Eu não dizia uma palavra se quer esperando o que ele diria.

– Eu a invejo por ter escolhido esta bela casa, embora seja afastada é linda. Um lugar lindo no meio do nada.

Eu continuava em silêncio ainda o observando, intrigada com seu jeito, com a forma das coisas, de como ele se comportava naturalmente como seu eu não representasse ameaça alguma, como se eu não tivesse o ameaçado. Mas logo ele fora indiscreto e indelicado, me surpreendendo.

– Confesso que estranhei vir tão rápido para cá. Eu tentei falar com você em seu telefone, mai só dava fora de área, liguei na recepção do hotel e me disseram que havia saído de mala e cuia, deduzi então que tivesse vindo para cá.

– E o que queria comigo?

– Eu tentei falar com você, pois fiquei impressionado com o que vira em seus documentos, eu tentaria sugar alguma coisa de você, extrair lhe investigar, mas assim que descobri que havia saído do hotel vim direto para cá, estacionei jeep há alguns metros e vim explorando a mata densa. Vi as luzes da casa acesa e corri há alguns metros, e a vi se movimentando na velocidade imprescindível, você se translucendia, era fantástico ver aquilo. Confesso que fiquei chocado, espantado. Como? Era real? Tudo se encaixava, era verdade, então tentei me aproximar da casa e fui atacado por você e agora estou aqui querendo saber à verdade. O que você é.



[Clive]

[Lenine – Silencio das estrelas.plyback-lyrics.mp3]

Enquanto eu a indagava, observando seu olhar intenso, seus detalhes, como ela conseguia ser tão monstruosamente linda. Perigosamente atraente, me deixava louco só de sentir seu cheiro, ter tocado seus braços era uma pele suave aveludada, quente, seus olhos vermelhos cor rubra, era linda. Talvez ela me odiasse naquele momento por ter descoberto de quem se tratava.

Não era humana, era devastadoramente atraente e maravilhosa. Eu estava perdidamente apaixonado por ela, como ser atraído fatalmente por uma... Eu ousasse dizer, uma mulher mais naquele momento eu não sabia de quem se tratava. Logo o som rouco saíra, sua voz era linda, eu me perdia em admiração. Ela era fantástica.

– Confesso! Não sou humana, vivo neste planeta a 4 séculos. Não sou desta galáxia, nem de planetas próximos. Estou a 7 séculos de sua galáxia 1 século além da via láctea. O nosso sistema solar é de 3 grandezas, o de vocês é de 5.

– Você é uma alienígena?

– Me chame do que quiser! E entenda como quiser, mas meu corpo é este, meu planeta é o 6 do nosso sistema solar: Kriony. Vocês não são os únicos que estão no universo!

– E por quê está aqui?

– Ouve uma guerra em nosso planeta, fugi para este planeta, pois seriam mais trabalhoso de me encontrarem. Sou uma fugitiva. Houve um tempo em que nosso planeta vivia em paz. Nosso povo, todos harmônicos, sem guerras, um bom lugar de se viver. Regíamos um satélite, como a lua de vocês. Urânia, nosso satélite natural, um pequeno povoado, que também viviam em harmonia com nosso planeta, meus pais eram conselheiros da corte suprema do nosso reinado. O braço direito do rei de nosso planeta.

“Mas uma grande epidemia começou assolar o povo de Urânia, e eles precisaram de nossos recursos para achar a cura, era uma doença que atingia suas peles, parecida com o lúpus, que vocês dão o nome. Mas era fatal e rápida, em pouco tempo atingia todas as pessoas, as matando de uma forma tenebrosa. Ela destruía a pele e o interior das pessoas de Urânia, as mutilando de uma forma fatídica.

“Logo descobriram um minério que era extraído de nosso planeta, e se misturado com o nosso sangue trás a cura, um remédio eficaz. Digamos que somos um povo de uma beleza extraordinária, então o nosso mineiro foi se esvaindo e a epidemia começou a se alastrar novamente, então alguns de Urânia começaram a se rebelar assassinando alguns de nós e logo começara a guerra. O rei decretara o exílio do povo de Urânia. Um erro. Eu fazia parte do corpo que socorria o povo de Urânia, a medicina aqui no mundo de vocês. Utilizávamos os mesmos métodos.

“Mas tudo mudou quando mataram meus pais, era uma traição. O povo de Urânia matou o nosso povo, tentando a cura, capturou alguns como escravos para conseguir fazer o cruzamento das espécies, uranianos com o povo de Kriony, trazendo assim a cura perpétua, mas haviam poucos com a mesma linhagem.

[Claude Debussy – Clair de lune.mp3]

“Meu pai era Uraniano, minha mãe Krionictica. A combinação perfeita. Logo alguns de nosso planeta conseguiram a travessia do portal e então eu fugi com alguns remanescentes para o planeta de vocês. Achamos estar seguros mais um ledo engano, logo conseguiram a travessia também e encontraram alguns de nós aqui, alguns foram mortos outros capturados, restam poucos.”

– Nossa! E eles? Vocês mantêm contato com eles?

– Nos encontramos de tempos em tempos. Estão pelo mundo, no meio dos humanos, notoriamente um povo lindo. Eu andei pelo mundo todo, vivi fugida dos caçadores de Urânia, mateis alguns humanos que representavam ameaças. Não sou eterna, não tenho prazo de validade, não posso ser morta por humanos. Até mesmo porque tenho sentidos mais aflorados que a natureza de vocês. Um corpo mais resistente. Também temos um instinto assassino, posso estraçalhar você se eu quiser.

Ela se levantara e pôs se andar pela sala de estar e a olhar pela janela, eu estava perplexo e fascinado por ela, pela sua origem. Por quem ela era, pela sua beleza.

– Mas vocês nunca envelhecem?

– Não, nossas células não envelhecem, temos um desenvolvimento rápido, nascemos e temos nossa infância até os 13 anos, após esta idade nosso desenvolvimento acelera, e paramos aos 22 anos para vocês. Nosso tempo é contado diferente. Não envelhecemos, nossos poderes afloram, ficam melhores.

– Desde quando conhece o senhor Dinne?

– Trabalhei com o avô dele, ele tem um império herdado é claro! Kendrick era um remanescente, ele me ajudara muito aqui e o tempo que passamos juntos ele explorara os humanos, ele conheceram Gefrey, o avô do senhor Dinne, e foram anos de prestações de serviços. Precisávamos nos camuflar na sociedade de vocês, e fomos passando pela geração do senhor Dinne.

“Logo Kendrick foi morto pelos caçadores de Urânia e vivi em uma caverna por anos. Logo depois de não me sentir ameaçada voltei à ativa, procurei o pai de Dinne, mas ele havia se matado com a queda da bolsa de 1929. Falido, suas ações perdidas, Dinne era um recém formado e estava transtornado, o conheci com a sua idade, ele se apaixonara por mim, mas eu precisava de seus serviços e então ele achara que eu era uma bandida e me ameaçara. Logo me revelei ser alguém perversa com ele o machucando e mostrando para ele que eu podia ser o mau. Com isso mantendo o seu sigilo e recebendo os seus serviços, sempre o pagando e o recompensando.”

– Nossa! É... É surpreendente... Fantástico! E você, você sempre falsificando documentação nunca foi encontrada?

– Eu vivo fugindo, mais sou esperta e os caçadores não conseguem me pegar. Minha ultima opção foi o Brasil, vim para esta região, pois eles iriam se cansar de certa forma para me achar. Moro afastada para não representar perigo à sociedade caso eles apareçam, e eu sou perigosa também, aqui no meio das árvores não preciso me esconder. Sou quem sou.

Perplexo, eu me sentia assim, poderia passar horas com ela, conversando e descobrindo o seu ser, e nutri minha paixão por ela. Passamos a noite conversando, ela me contando o que era e as curiosidades de seu planeta, uma mutante linda. Eu ficaria com ela ali para sempre só admirando a sua beleza, só sentindo o seu cheiro, recebendo as informações que ela me dava, o seu ser interessante. Eu amava aquilo, ouvir aquilo. Tudo sobre ela.


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