Savin me - Vol. I escrita por Ruby Luna


Capítulo 5
Cap.04 – Descoberta..




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Cap.04 – Descoberta.

[Claude Debussy – Clair de lune.mp3]

[Clive]

Eu a observava, ela tinha realmente um ar sinistro. Um jeito misterioso.

Desde a primeira vez que a vi fiquei perplexo com sua beleza, ela era a mulher mais bela que já conheci. Ela era segura, olhos impenetráveis e profundos, eu observava as suas curvas, a tonalidade de sua pele, oliva. Cor de jambo. Com um leve toque avermelhado, seus olhos cor âmbar, cabelos em um mogno envelhecido, era estonteante, sua boca perfeitamente desenhada. Lábios carnudos, olhos grandes. Seu corpo me atraia de uma forma que me incomodava, como se desejasse pelo toque de minhas mãos. Curvas desenhadas, perfeitas, o seu quadril e as suas pernas grossas me levavam a delírio ao vê-la caminhar. A suavidade de sua pele, pêssego. Eu queria mordê-la, ela transmitia um calor, uma espécie de fogo. Ela me prendia, me dominava só no olhar. – O que era que eu estava pensando, eu era um advogado, início de carreia, um pobre e infeliz mortal que não tem onde cair morto.

Não podia desperdiçar a chance que o senhor Dinne havia me dado, resolver o caso de sua cliente ímpar, que lhe dava grande lucro, a cliente potencial dele. Não poderia falhar.

– Preciso focar no que é interessante! Tenho que ligar para o senhor Dinne.

– Pode falar Hanks!

– Doutor, consegui finalizar a transação que me pedira, fechamos conforme o combinado, sem desagradar a senhorita que agora atende pelo nome de Jayme Cooper.

– Ótimo! Você me saiu melhor que a encomenda! E ela?

– Bom está satisfeita, uma moça muito gentil. Tem um jeito estranho.

– Moça! Para de piada, mais velha que minha bisavó!

– Como?

– Esquece, meu caro!

– Mas... mas qual o motivo da piada?

– Você ainda tem muito que aprender meu caro, mais diante do sucesso que tem acometido em meu escritório, sei que mais cedo ou mais tarde vai ficar sabendo de alguma coisa mesmo, pois bem, não vou esconder de você que é a minha cliente mais antiga e sinistra. Acho que notou alguma coisa.

– Acho estranho querer morar longe de todos!

– Ela é maligna, extraterrestre. Sei lá o que quiser chamar. Mais ela não é deste mundo!

– O senhor bebeu doutor?

– Ah! Acho que o sigilo fica entre nós meu caro, não é a minha intenção expô-la desta forma, mas eu tenho certos receios de tratá-la pessoalmente, então lhe enviei. Mas se você não notou nada de diferente, esquece tudo o que eu disse, e continuar a trabalhar comigo sem dúvida com o tempo vai descobrir.

– Eu vou desligar! Até mais doutor!

Eu desliguei o telefone sem ouvir o senhor Dinne se despedir; mas ele enlouquecera? Deveria estar de pileque, mas não me estranharia nem um pouco o seu jeito peculiar. Talvez algumas coisas fizessem sentido com o que o senhor Dinne dizia. "Comecei a olhar a documentação e analisar com muita cautela"
comecei a entender toda a falsificação de nomes. Decidi ligar para Ketry, minha ficante e secretária do senhor Dinne.

– Que saudade amor!

– Oi tudo bem Katry?

– O que foi que está acontecendo? Tem demorado por ai?

– São negócios querida e o senhor Dinne me pediu para ficar mais um tempo para preparar a papelada da senhorita Bradon.

– Ah sim! Ela é sinistra, e linda! Aposto que ficou em choque quando a viu!

– Nem tive tempo para sentir tesão por ela querida!

– Então e quando nós teremos aquele encontro quente como o da ultima vez?

– Bom, depois combinamos o local certinho. Na verdade, desculpe ligar assim a essa hora da noite mais preciso que mande em meu email toda a documentação da senhorita Bredon, preciso analisar e rever umas documentações. Tem possibilidade?

– Você só pensa em trabalho! Mais é claro que eu faço se prometer me recompensar por esse serviço extra depois.

– Com maior prazer amor!

– Certo! Em alguns minutos está em sua caixa de email!

– Obrigado doçura!

– Beijos quentes.

Katry me tirava do sério: era uma mulher linda, sensual, me fazia delirar em nossos momentos quentes, mas nunca a amei, sempre foi uma paixão quente, atração com sedução. Era diferente, não uma coisa que duraria por muito tempo, até mesmo porque ela já estava entrando na rotina e eu me sentia sufocado com ela.

Logo recebi o email de Katry. Lá estava todos os dados, todos os arquivos. Ao analisar todos os documentos fiquei encabulado, arquivos de 42 anos atrás, falsificações e falsificações, documentos antigos, estilos e tudo mais. Mas a sua beleza e o seu ser sempre da mesma forma, como se o tempo estivesse parado para ela. Puxei todos os seus arquivos, nomes, endereços. Nunca mais de 10 anos no mesmo lugar, às vezes as datas diminuíam. – mas afinal o que ela era? Quem ela era? Fiquei estático ao descobrir tudo aquilo, endereços e nomes. Eu precisaria de mais tempo, teria que descobrir do que se tratava, colocar algumas coisas no lugar, ter algum sentido, fazer algum sentido!

– Jayme, Jayme. Você não me escapa! Vou descobrir o que você é.

[Jayme]

[Claude Debussy – Clair de lune.mp3]

A presença dele me deixava tonta, e organizar toda a minha mudança, pegar algumas roupas, acho que era necessário mudar de visual. Eu tinha que esquecê-lo. Não podia me dar ao luxo de pensar em um humano. Desci até a recepção e peguei um cartão de um ótimo cabeleireiro, e fui.

Logo fui bem recebida pela jovem humana, que me conduzira até o lavatório e mexia em meus cabelos. Decidi deixar avermelhados em um tom chocolate sem tirar a tonalidade de meu cabelo, sabendo que duraria pouco, pois a energia queimaria a cor trazendo a naturalidade de volta. Cortei meus cabelos na altura dos ombros. O resultado ficara melhor do que o esperado, a minha beleza ajudava bastante. Segui em algumas lojas e comprei roupas da moda. Precisava me portar como humana, eu tinha um bom gosto. Enchi o carro de compras e compras, tudo, toda a moda feminina, sapatos, lingeries, meias, roupas, casacos. Eu estava me comportando como uma humana. Eu tinha todos os olhares enquanto chegava a meu carro. Eu adorava aquilo, às vezes me sentir o centro das atenções era bom, o restante eu detestava. Cheguei ao hotel paguei minha diária, e pedi para encerrar a conta, pois iria embora naquele instante. Arrumei todas as minhas malas, coloquei-as dentro do carro. E segui para minha nova casa, eu não avisei ao Clive, era desnecessário, eu entraria em contato depois ele saberia, eu teria que vê-lo no outro dia para terminar com a assinatura de toda a documentação.

Confesso que senti alivio ao chegar a minha casa, longe de tudo e de todos. Longe do perigo que sentia correr perto de Clive, ele me deixava maluca. Era necessário ficar longe, ao menos por algumas horas que passaria rápidas. Horas que me faziam delirar de desejo de poder tê-lo como meu.

[Clive]

[Lenine – Silencio das estrelas.plyback-lyrics.mp3]

Liguei para o celular de Jayme, mas só se encontrava fora de área, liguei na recepção e pedi o telefone de seu quarto, mas o recepcionista me avisara que estava vazio. Um frio em meu estômago seguido de uma forte ânsia me acometeu. Uma grande dúvida surgiu. – Será que ela havia fugido? Porém diante das circunstâncias me lembrei que ela poderia muito bem ter ido para sua casa, considerando a idéia de que ela havia saído com malas.

Me vesti pois aquela noite estava fria, muito fria, desci rapidamente, baseando pelo horário que o recepcionista havia me dito que ela saíra dentro de uma hora ela chega e eu consigo me adiantar na rodovia. Entrei no jeep e corri em alta velocidade.

A estrada estava vazia, então me adiantei bastante. Estacionei o carro em uma trilha escondida que me dava acesso a um atalho entre a serra, peguei uma lanterna e segui mata adentro, pude avistar as luzes da casa ligada. Uma movimentação. Eu a vi andando de um lado para o outro na varanda, colocando as malas dentro de casa, descendo do carro e colocando-as dentro de casa, ela era rápida, a velocidade da luz.

– Sabia que tinha alguma coisa estranha, como o senhor Dinne havia me falado!

Ela se movimentava rapidamente, correndo em uma velocidade que pudesse cortar o tempo, parecia um raio, mas ela estava diferente, aquilo me impressionava!

Logo ela percebera um ruído e parou. Correu a dez metros de distância de mim, eu pude ver seu rosto perfeito. Andou, girou lentamente e logo voltou para varanda. Acionou o alarme de seu carro, fazendo um eco, logo adentrou a casa e fechou a porta. Eu podia vê-la se movimentar dentro da casa, logo tentei me aproximar da casa sem que ela em percebesse ou sentisse minha presença. Corri e consegui chegar à varanda, os passos leves, mas as tábuas eram traiçoeiras, logo dei um passo em falso e fui atacado por um golpe que me derrubara a 3 metros me causando um impacto e dor nas costas. Eu não podia acreditar, a força era destrutiva, era esmagadora. Logo a vi com olhos vermelhos em cima de mim. E ela cintilava furor, Era linda. Perfeita!


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