Savin me - Vol. I escrita por Ruby Luna


Capítulo 4
Cap.03 – Atormentada..




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Cap.03 – Atormentada.

 [Carter Burwell – Love death  birth.mp3]

Era intrigante a forma como ele me olhava, me causava perturbação, eu não podia me prender a ninguém, pois era perigoso, e viver da forma que vivia, me fazia querer distância dos humanos, pois eles eram perigos eminentes.

– Senh... Jayme, já que gostou da casa, acho que já podemos ir. Pois ainda temos que passar no balcão que comprou, tem que assinar as papeladas o mais rápido possível. Tem que me liberar também.

Eu permanecia quieta, não gostei da frase “Tem que me liberar também”. Ela me incomodava, a frase me machucava de certa forma. Eu não queria que ele se afastasse, embora o sentimento ainda fosse prematuro e houvesse apenas dois dias que o conhecia, aquilo me deixava indignada, eu podia me permitir aquilo.

– Tudo bem! Podemos ir então!

Ficamos em silêncio por longos minutos, até entrarmos na trilha mais aberta estávamos quase chegando ao carro e logo ele quebrara o silêncio.

– Jayme?

Assenti com a cabeça olhando em sua direção esperando o que viria, o que iria indagar naquele momento quebrando o silêncio.

– Poderia me responder a uma pergunta íntima?

Olhei desconsertada pela indagação sugerida, e espantada, mesmo querendo dizer ‘não’ a minha curiosidade não me permitia dizer ‘não’, querendo saber o que ele queira me perguntar.

– Sim! O que é?

– Bom, por quê decidiu morar tão afastada da cidade e da rodovia, você praticamente desapareceu do meio da população, e digo se vier acontecer alguma coisa ninguém saberá, pois está completamente afastada de tudo e todos, vivendo no meio do nada. Por quê isso?

A sua pergunta me encabulara, fiquei surpresa pela curiosidade, e chateada por não saber lhe dar a resposta conveniente. O senhor Dinne, nunca entrara em detalhes e finalidades para os fins que eu precisara dele. Ele também sabia de quem eu me tratava, embora não soubesse o que eu era me comparava com um monstro, ou com um ser maligno, sem saber pela ignorância de quem eu era realmente. Ele sabia que não era humana. Mais em minha cabeça se passava: o que eu responderia a ele? Como? De que forma sem que ele soubesse de quem eu me tratava? Mas eu podia simplificar a situação com uma resposta vazia.

– Não gosto de gente!

– Certo, e você espere que eu acredite nisto que acabou de me dizer?

– E porque não acreditaria?

– Digamos que eu seja mais esperto do que imagina.

– Então, o que sugere?

– Ainda são coisas não concretas, fontes de algumas pesquisas, então fica no ar o mistério que você acha que guarda em segredo!

– E quanto a ética trabalhista?

– Ética! Quem vive a base da ética neste país?

Logo ele soltara uma gargalhada, e entrou no carro, me fazendo rir sem graça alguma, me fazendo ficar sem graça diante da piada de mau gosto!

– Fica tranqüila, era só uma brincadeira. Nada de grave. Mais que você carrega um ar de sinistra, ou até mesmo um segredo sinistro, isso eu lhe garanto com toda certeza.

Em meio a toda a brincadeira de mau gosto que ele soltava, e palavras que haviam sentidos, eu me divertia entrando no clima. Passaram-se horas até chegar à cidade, paramos em um restaurante, almoçamos e logo fomos ao galpão que ficava em frente ao parque das flores próximo ao lago negro. A vista era linda o lugar era perfeito e o negócio era singular. Literalmente a fachada necessária que eu precisava para me esconder. Assinei toda a papelada que ele me solicitara, fechei os negócios, e observava a forma como negociava tomando partido de toda a documentação e finalizando a transação. Ele era incrível, possuía um encantamento nato, era excelente, brilhante a palavra correta, ele me despertava certo interesse, e aquilo me tirava do sério, me incomodava.

– Senhorita, está tudo ok! Os negócios foram fechados e creio que amanhã mesmo pode começar a montar a sua biblioteca. Preciso só passar algumas coisas para o despachante, nada que demore tanto assim, creio que ficarei aqui ainda por mais duas semanas, e se precisar de ajuda com mais alguma coisa é só falar!

– Você é competente, melhor que a encomenda. Fico agradecida mesmo!

– Que isso é o meu trabalho! Vamos?

– Ah, claro!

Seguimos para o hotel. Ficamos em silêncio por longos minutos, ao chegar nos despedimos e cada um foi para o seu quarto. Eu estava sentindo alívio, conseguira tudo com grande facilidade. Sem falar em sua competência. Clive se mostrara brilhante e eu não podia negar isso. Eu também não podia negar que estava encantada com ele. Era lindo, inteligente, um homem, maravilhoso. – O que eu estava pensando? Como podia pensar daquela forma? Eu não era humana e não podia me permitir sentir aquilo por humano nenhum. O que estava acontecendo comigo?


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