Savin me - Vol. I escrita por Ruby Luna
Cap.01 – Mudanças.
Corri até uma reserva próxima. Eu não estava muito arrumada, ao menos havia calçado meu tênis.
Fui em direção ao caixa eletrônico mais próximo e olhei meu saldo. Meu saldo era de 387 milhões, era muito dinheiro para um humano, o que diria para mim, ter acumulado tanto assim. Eu não era apegada assim a nada, então não fazia diferença, mas era o necessário para me manter como nômade. – de lugar em lugar.
Ser um nômade havia virado a única opção para mim, pois era caçada pelos Uranianus. Caçadores malditos! Não podia subestimá-los, embora fosse mais ágil que eles, não podia me arriscar; eu precisava seguir viagem para algum lugar onde eles não me encontrariam.
Eu acabara de entrar em uma loja de conveniência e peguei um catálogo sobre cidades. Comprei algumas coisas... Porcarias de humanos! Eu já me comportava como um deles e passava despercebida, eu já tinha até as minhas preferências.
Peguei um táxi e segui rumo ao hotelzinho de quinta na beira da estrada. Eu não precisava viver com luxúria e glamour, pois isso era muito transitório para mim. Eu sempre vivi como um nômade mesmo! Eu não tinha nada a reclamar, mas admirava a vida humana. Como eles eram apegados a coisas absurdas? Como poderiam viver daquela forma? Eu nunca me acostumara com isso, embora vivesse como uma deles.
– Bom dia senhorita! Em que posso ajudá-la?
– Bom, eu quero uma estadia.
–Para quantos dias?
– Apenas poucas horas. Você possui algum quarto disponível?
– Sim.
– Ótimo! Quanto é a estadia?
– 100,00 a diária! Mas como a senhorita irá ficar poucas horas posso lhe fazer um menos.
– Tudo bem! Vê o que dá e eu já acerto tudo com você.
– Deixe me acompanhá-la até o quarto!
– Obrigada!
– Aqui está! Qualquer coisa só chamar!
– Não precisarei de nada mais pode ir!
Eu não estava nem ai com as congratulações daquele senhor, eu não me importava; eu precisava mesmo era pensar, pensar em uma saída, em uma cidade. Embora eu fosse mais sagas que aqueles caçadores eu precisaria ser cautelosa, pois alguns remanescentes meus foram capturados e outros mortos. Eu não podia deixá-los me encontrar...
Abri os catálogos e comecei a olhar os nomes das cidades. Eu já havia rodado o mundo inteiro, o Brasil seria a minha última opção. Eu precisaria encontrar uma cidade pouco provável em que eles tentariam me encontrar.
Ao observar o catálogo, vi uma cidade com uma densa serra e uma floresta vasta, o tipo de ambiente que adorava estar, o nome da cidade era interessante, Gramado. Logo pesquisei sobre a cidade e ela era linda, um estilo europeu, e me fascinava! Bem do jeito que eu gostava. Sem hesitar, peguei meu celular e liguei para meu advogado.
– Senhor Dinne?
– Oh! Tudo bem senhorita Brendon?
– Eu preciso de seus serviços, preciso me encontrar com você...
– É sinto muito senhorita, mas estou fora do país. O que houve?
– Preciso de um novo nome, uma casa e passaporte uma empresa e algumas coisas que me torne um ser humano comum.
– Tudo bem eu tenho alguma coisa aqui para você posso resolver daqui mesmo. Mas para onde pretende ir?
– Tenho planos para ir para serra gaucha: Gramado. Conhece?
– Claro! Claro! Minha lua de mel foi nesta cidade... Uma ótima pedida.
– Você é muito eficiente! Fico triste em não vê-lo, senhor Dinne..
– Oh! É mesmo?
– Adoro ver a sua cara de espanto!
– Senhorita, em 2 horas a documentação estará no seu email. Vou pedir para um advogado e encarregado meu lhe entregar..Peço para ele ir pessoalmente, ele irá lhe ajudar nesta empreitada, ele é de confiança, não sabe nada a seu respeito, e irá lhe ajudar com isso ele irá te encontrar no hotel Alpestre, fica próximo a Canela, vou pedir que fique encarregado do seu caso..
– Ótimo!
– Dentro de dois dias ele estará lá peço a sua paciência!
– Como ele se chama?
– Dr. Clive Hanks. Ele é muito competente, espero que fique satisfeita com os serviços dele.
– Muito obrigada senhor Dinne.
– A senhora pode passar na próxima concessionária. Ela fica 7 km de onde a senhora está. A transação já foi efetivada poderá pegar o seu carro lá. Ele é um Fusion, preto cromado. É um carro modesto que não chama muito atenção.
(KEANE – CANT´STOP NOW.MP3)
Eu segui todas as instruções que meu advogado, o senhor Dinne, havia me passado. O carro era veloz, porém não tanto quanto eu. Eu o superava, mas aquela bela viajem de dias pelas rodovias me fazia sentir nostálgica, e isso era muito bom. Eu já estava próximo a serra gaúcha, saindo de Canela, e passando pela divisa de Gramado, eu já estava na rodovia 115, na divisa logo andei alguns quilômetros sem contar muito mais de 6 e cheguei enfim na cidade. Andei mais quatro quilômetros até chegar ao hotel designado pelo senhor Dinne. Ao chegar ao hotel, caminhei até a recepção.
– Boa noite! Tem uma reserva no nome de Cecille Bredon?
– Sim! Me acompanhe por favor. Tem malas senhorita?
– Não! Sou só eu mesmo e alguns utensílios meus. Nada de mais!
Entrei em minha suíte, super confortável, eu estava adiantada mais não me importava. Deitei na cama a fim de descansar um pouco. Mas foi uma tentativa vã, porque não consegui.
Logo eu telefone tocara, era o Sr Dinne. Atendi rapidamente.
– Hey! – Ele gaguejava no outro lado da linha, e olha que eu sempre era educada. Já havia me zangado com ele umas duas vezes, porque ficara com medo e eu o conheço desde o início de sua carreira e agora ele com 62 anos, e eu ainda do mesmo jeito... Ele pirava com isso, no entanto sabia que eu não era humana, mas ele mantinha esse nosso segredo bem guardado.
– Oi senhorita! Meu advogado já está a sua espera, ele estará as 20hs no restaurante do hotel. As reservas já foram feitas, é só anunciar para o recepcionista ele te encaminhará ao doutor Hanks, Clive Hanks.
– Ok, tudo bem, muito obrigada por seus serviços, espero que ele seja tão competente como o senhor doutor.
– Ele é! E estou agradecido pela confiança. Passar bem!
Ele sentia uma agonia profunda em falar comigo, mas eu não me importava...
Fui tomar um longo banho, me vesti como uma mulher: coloquei uma roupa casual e elegante, me aprontei, pois queria parecer uma humana, porque a minha beleza provavelmente o deixaria perplexo, mas eu iria apenas enganá-lo: ele iria prestar os seus serviços e logo depois eu iria despachá-lo.
Logo desci e fui ao restaurante. Me olhei pelo espelho central da porta do restaurante, e me achei desconfortavelmente atraente para um assunto de negócios, mas precisava me apresentar como uma humana. Aquilo era completamente necessário.
– Boa noite, Madame!
– Boa noite, há uma reserva em nome do senhor Hanks?
– Oh sim senhorita, me acompanhe por gentileza...
Acompanhei aquele singelo garçom. Eu estava admirada com o povo brasileiro: eram gentis, bonitos e corteses. Logo parei diante da mesa onde estava aquele jovem rapaz.
O garçom o interrompeu me anunciando.
[Alexandre Desplant – The Meadow.mp3]
Eu o analisava. Ele desligou o seu telefone e me olhou de cima em baixo, como era de se esperar. Ele se levantou sem jeito e me cumprimentou. O garçom puxou a cadeira e eu sentei, sinalizando o mesmo para aquele jovem rapaz..
– Boa noite, senhorita Bredon!
– Boa noite, senhor Hanks! – Eu falei olhando para ele fixamente, seus olhos balbuciavam, mas sua boca permanecia firme ao falar comigo, ele era bem seguro no falar.
– É um prazer conhecer a senhorita, vejo que é linda, tanto quanto o senhor Dinne me dissera.
– Fico lisonjeada, vejo que o senhor Dinne falou ao meu respeito.
– E muito bem senhorita! Mais vamos ao que interessa: eu preparei toda a documentação necessária que pediu para o senhor Dinne, tudo exatamente. Aqui está. A senhorita pode conferir
– Você os conferiu então? – Será que ele havia se incomodado com o fato de ter que mentir a minha idade e sobre toda aquela falsificação e manter a tranqüilidade assim!
– Senhorita, eu sei que é altamente sigilosa a documentação, eu pude verificar isso com meus próprios olhos, mais posso lhe garantir que a ética em que eu e o senhor Dinne trabalhamos permanecem.
– Fico feliz em saber disso! Ele sabe bem dos riscos se não manter a sua ética. – Ele arregalara os olhos tentando manter o controle da minha própria colocação a ser feita.
– Sei que a senhorita tem seus motivos e por isso pode contar conosco.
– Bom, bem sei que deve estar por dentro de minhas preferências?
– Claro, peguei todas as coordenadas com o senhor Dinne, e já providenciei a chopana na reserva para senhorita. Achei uma no alto da serra gaucha, acima de Canela, uns sete quilômetros daqui de Gramado.
– Isso é muito bom! Você é eficiente meu rapaz!
– A respeito do negócio que pediu para o senhor Dinne providenciar, baseada em um perfil discreto que me pedira, então lhe sugiro uma simples biblioteca no centro de Gramado, bem movimentado e com uma área verde, conforme o seu perfil.
– Não diga nada ao senhor Dinne, mais você é brilhante, nada de coisas espalhafatosas, a discrição é o seu lema. Para mim está perfeito!
– Obrigado!
–Senhor Hanks, tem a possibilidade de me levar a esses lugares amanha?
– Claro! Levarei sim, é um lugar de difícil acesso, já deixo isso bem claro!
– Assim mesmo que gosto!
–Nos encontramos amanhã na recepção, e antes de qualquer coisa a senhorita não é mais Cecille Bredon, lembre-se que agora é Jeyme Cooper.
– Certo! Boa noite, senhor Hanks.
Eu me virei, e segui em direção ao salão principal do hotel e fui em direção ao meu quarto, mas alguma coisa me irradiava, a beleza daquele jovem me despertara algum sentimento.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!