Savin me - Vol. I escrita por Ruby Luna


Capítulo 13
Cap 12 – Fuga..




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Cap 12 – Fuga..

Haviam quatro dias que os Caçadores Uranianos espreitavam a região de Canela a procura de Jayme, eles se camuflaram dentre a densa mata afim de atacá-la em um momento propício, mas ela era esperta e podia sentir a presença deles.

[Korus]

- Outam? A sua perspectiva de Kriskal, conseguiu encontrá-la?

- Sim general, ela está no auto da serra, e não está sozinha tem um humano com ela...

- Humano?

- Sim! Vamos atacá-los general!

- Cautela, caçador! Cautela! Mande a guarda se camuflar, porque eu quero pegá-la no momento certo!

Eles trajavam uma capa preta, suas peles eram como couro de cobra e eram propícias para momentos como estes em que tinham que se camuflar. Por causa da doença, seus olhos eram vermelhos, pareciam víboras.

Korus era o general da guarda de Urânia, ele queria pegar (Kriskal) Jayme, com as próprias mãos e a monitorava atentamente de longe há dois dias, esperando o momento perfeito.

[Jayme]

Maravilhada, extasiada, louca a beira de um ataque, a sensação perfeita que jamais senti em toda a minha existência! Tudo era um turbilhão de desejos explodindo dentro de mim. Eu estava amando perdidamente meu marido. Meu, só meu!

Estar ali na cama com ele era um sonho infinito, seu cheiro, seu gosto: tudo nele me atraia... E ah! A forma como fazia amor comigo, não tinha coisa melhor. Era amor puro.

Eu estava um pouco sonolenta, mas ouvia vozes vindas da sala no andar de baixo, a voz era inconfundível, a outra voz era de uma mulher, porém estava ao telefone e minha audição não estava muito boa, talvez pela onda de êxtase que havia me consumido nas últimas horas, eu percebia que a mulher no outro lado da linha estava desapontada, Clive era rude com ela. Eu sentia um aperto no peito, uma sensação estranha, um medo tomava conta de mim, uma espécie de pressentimento. Algo de ruim estava para acontecer, meu coração doía e apertava muito.

Ouvi Clive se aproximar do quarto e me aquietei na cama e fingir estar dormindo, ele se movimentava feito louco pelo quarto e a sensação que eu tinha era que ele estava nervoso. Decidi me sentar na cama e o observá-lo, com um pouco do lençol cobrindo algumas partes de meu corpo.

- O que aconteceu?

- Preciso voltar para o hotel, recebi uma ligação urgente e preciso receber uma papelada!

- Humm... Certo! Mas em pleno sábado?

- Sim!

- Preciso que me diga uma coisa!

- Sim?

- Eu não sou mais humano e isso dá para perceber, eu estou muito veloz e preciso me controlar para que ninguém saiba da minha transformação.

- Bom, nesse caso não há muito o que fazer!

- Sério?

- É brincadeira, quando for andar entre os humanos tente ficar relaxado, seja o mais casual, não force os limites de sua mente.  Você tem todo o controle de seu corpo agora!

- Bom, seguirei seu conselho!

Meu coração apertava-se ainda mais em saber que ele iria me deixar, eu queria suplicar para que ele ficasse, mas não consegui.

Me soltei dos lençóis e o agarrei puxando ele para cama o beijando loucamente, adorava sentir o seu calor. Mas logo ele se afastou me deixando a ver navios e carente. Eu me sentia como uma humana indefesa. Ele voltou novamente inclinando seu rosto ao meu beijando minha boca, passando-a entre minha garganta e beijando meu pescoço me deixando excitada novamente e logo sussurrara em meus ouvidos.

- Jay, eu volto logo. Não se mova, fique aqui, prometo não demorar!

- Tudo bem! – Era a única coisa que me restava dizer naquele momento.  O deixei ir, ele saíra rapidamente com o carro e eu o ouvia  pouco a pouco se distanciando. Meu coração apertava logo cai na cama em desapontamento e saudade, mas não conseguia ficar ali por muito tempo sentindo o cheiro de Clive.

Sai da cama e fui em direção ao banheiro e tomei um banho me aprontando, o dia estava frio, mas era gostosa a sensação. Coloquei um vestido leve queria deixar o ar gelado correr por sobre meu corpo, adorava rendas, setinho e seda, desta vez a cor era marfim, um vestido não muito longo, ele escorria por sobre meus joelhos. Coloquei uma sapatilha e desci as escadas comecei a preparar uma xícara de chá.

Observei que a neve começara a cair sobre a floresta era linda a visão que eu tinha, decidi sair para varanda eu não resistia e comecei a correr dentre aquela neve que caia fraquinha, estava lindo o tempo. Eu corria quilômetros em menos de minutos, logo sem perceber eu estava na cidade de Gramado. Sai dentre a reserva que dava acesso ao lago negro, e logo fui em direção ao meu Cyber.

- Senhorita Jayme, não está com frio?

- Não Luke!  E como estão as coisas por aqui?

- Indo de vento em polpa!

Enquanto Luke falava sobre os negócios que estavam indo bem avistei o Jeep de Clive no hotel e resolvi lhe fazer uma surpresa, quem sabe pegar suas coisas e levá-las para nossa casa agora.

Fui em direção ao recepcionista, que insistira em me anunciar, no entanto pedi que não fosse preciso e subi ao quarto, eu podia notar uma cara de desapontamento à minha reação, resolvi ignorar.

Ao me aproximar da porta do quarto onde Clive se hospedara nos últimos dias ouvi alguns gemidos e risadas, um som intenso que me proporcionara um frio na barriga uma sensação dolorosa, abri a porta e não pude acreditar no que via: Clive aos amassos com uma mulher, seu rosto era familiar e por isso veio em minha memória nitidamente: era a secretária do senhor Dinne.

Ela é loira, uma mulher muito linda e atraente, e estava completamente nua, e ele estava em cima dela aos beijos.  Eu não consegui pensar em nada, meu coração palpitava descompassadamente. Uma onda de ódio me subia à cabeça, foi freada com uma onda de anestesia, como uma morfina injetada.

Sai como um raio do corredor, paralisando as pessoas a minha volta. Por onde eu passava o tempo parava e quando eu saia de perto delas ele voltava ao normal.

Atravessei a rua transtornada e corri em direção a reserva do lago negro e comecei a correr pela mata densa como um raio. Eu ouvia Clive se aproximar de mim, ele era rápido.

Ordinário! Como pode fazer aquilo comigo?! Agora ele era como eu e tentava me alcançar para colocar suas desculpas humanas, afim de que eu o perdoasse.

- Jayme?

[KEANE – WE MIGHT  AS WELL BE STRANGERS .MP3]

Eu não conseguia respondê-lo, então corri o mais rápido que pude. Cheguei em minha casa e logo em fração de segundos ele também.

- Jayme? Eu posso explicar!

Eu não conseguia dizer absolutamente nada, eu sentia ódio, vontade de matá-lo, mas o amor que eu sentia me deixava em um estado de confusão.

Eu me movimentava de um lado para o outro dentro de casa, a velocidade como um raio, e ele me acompanhava, eu temia entrar no quarto, havia bloqueado o espaço com minha mente, não me permitia aquilo, até que ele me abraçara.

O mundo parou novamente. A neve que estava a cair parou no ar, mas Clive permanecera ali me abraçando e implorando para que eu o deixasse explicar a situação que eu presenciei a instantes. Meu marido, meu homem se entregou a uma mulher qualquer. Como puni-lo quando os sentimentos ainda estavam em meu peito, rasgando, dilacerando a minha alma?

Estou com raiva de mim mesma! Como pude doar meu coração desse modo a ele? Eu deveria saber que não se deve confiar em ninguém, mas fui estúpida demais e agora estou pagando o preço, um alto preço.

Senti minha pupila dilatar, uma onda de energia: choque, ódio, rancor e força, o lançara longe de mim a 20 metros, ele atravessara a parede quebrando o pilar da varanda e caiu, batendo por sobre algumas árvores. Eu o via se levantar e vinha em minha direção e comecei a me preparar para atacá-lo, ele foi mais veloz e tentou me deter.

- Jayme me escute! – Implorou pelo que pareceu a milésima vez.

- Não quero ouvir nada! Não preciso ouvir a suas desculpas humanas! – Eu me sentia cansada, cansada de todos esses problemas mundanos.

Ele me segurava, me neutralizava e eu caia no chão a chorar.

- Me escute amor!

Tentei neutralizá-lo e logo o joguei longe novamente.

[Korus]

- Veja caçador! Kriskal está lutando com o tal humano, na verdade ele não é um humano, é como ela, mas de uma aparência bem humana.

- Podemos pegá-los General?

- Ainda não! Vamos ver o que está acontecendo e qual é o motivo da desavença.


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Notas finais do capítulo

Ps: Capítulo betado!