Behind A Song escrita por bieberladies


Capítulo 4
Changes


Notas iniciais do capítulo

Aqui está mais um capítulo! Confesso que fiquei >>muito< feliz com os reviews, e principalmente os da Isabelle Bianchi porque ela deixou reviews em todos os capítulos! Linda, obrigada, viu? Enfim, sem mais delongas, boa leitura, e não esqueçam de ler as notas finais.



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Dias haviam se passado desde aquele baile. As férias chegaram e os dias ficavam mais melancólicos. Sophie fora visitar avó materna em Ohio e eu estava sozinha.

Naquele dia de chuvoso de Dezembro, mamãe estava trabalhando e eu estava sozinha em casa. Apenas o som da minha respiração podia ser ouvido, tamanho era o silêncio. Eu assistia da minha janela as crianças na rua brincarem na neve, meu hálito embaçando o vidro.

Eu estava sozinha.

A maior parte da minha vida havia sido assim. Minha mãe trabalhando e eu em casa. Mas esse tempo era preenchido pela minha ida na escola. Agora não. Sem escola para ir, minha única escolha era sentar e me fechar em minha solidão.

O telefone tocou.

Na tela brilhante do meu celular um nome piscava. Justin.

Joguei o celular longe como se tivesse me dado um choque elétrico, em surpresa. Os segundos se passaram, mas eu não atendi. Diante disso, ele parou de tocar.

Minutos depois, eu continuava assistindo as crianças, quando de repente elas pararam de brincar. Se afastaram da rua, abrindo espaço para uma Ferrari que estacionou cantando pneu em frente a minha casa.

Droga, pensei, esses riquinhos acham que podem estacionar onde quiserem!.

Eu desci as escadas, pronta para pedir a retirada daquele monstro de frente da minha garagem pois minha mãe logo chegaria e iria querer estacionar. Atravessei o hall e quando minha mão estava na maçaneta, a campainha tocou.

Abri a porta e vi a última coisa que esperava ver.

Usher. Espera aí... Usher?!

–Annie Meyer? - perguntou ele - Oi, precisamos conversar.

Eu não estava prestando muita atenção no super-star que se encontrava em minha frente. Minha atenção estava quase completamente dirigida para aquele par de olhos caramelo que me encarava sobre o ombro de Usher.

[...]

–Você quer me lançar? - perguntei sem entender nada - Eu não faço nada de bom!

Vi pelo canto do olho Justin revirar os olhos.

Estávamos eu, Justin, Usher e minha mãe espremidos na minha pequena sala de estar. Usher me olhava ansiosamente, como se esperasse que eu gritasse "Claro! Vamos embora, me fazer virar famosa! Uhuu!". Minha mãe sorria animadíssima.

–Eu sabia! - disse ela - Sempre soube que minha filhinha ia virar famosa! Com essa voz maravilhosa que ela tem!

–Então? - voltou a perguntar Usher - Você topa?

Pensei por um tempo. Lembrei daquela sensação inebriante de estar no palco, ser amada e aplaudida, de não estar mais sozinha. Significava que eu não iria mais estar sozinha. Seria amada e respeitada.

–Topo. - abri um sorriso enorme e abracei Usher.

Minha mãe guinchou de animação e gritou da cozinha que iria contar para a vovó.

–Ótimo! - Usher bateu palmas - Então vá fazer suas malas!

– Malas? - indaguei confusa - Para quê?

– Estamos indo para Nova York, é claro.

– NOVA YORK?!


E, meia hora depois, eu estava dentro de um aeroporto. Eu levaria mais ou menos o dobro desse tempo para arrumar minhas malas, porém eu não pude levar roupa alguma, porque segundo Usher, eu tenho que mudar meu estilo para poder fazer sucesso.

Sério, qual é o problema com meus suéteres e minhas saias xadrez?

Tudo bem. O fato é que em uma hora, eu estava no Canadá, apenas de pijama, assistindo filmes dramáticos na televisão, e em outra, eu estava indo para Nova York para lançar-me como cantora. É, pois é. Não é fácil de entender.

– Muito bem. Então eu irei com o Usher nos bancos A1 e A2 e Annie e Justin irão juntos nos bancos A3 e A4. - Kenny falou enquanto entregava passagens para todos nós.

– O quê? - eu e Justin falamos, ao mesmo tempo. Quando olhei para ele, nossos olhares cruzaram-se mais uma vez, o que me fez desviá-lo rapidamente.

– Eu não vou aguentar doze horas dentro de um avião ao lado dele. É sério. - eu falei, balançando a cabeça negativamente e devolvendo a passagem para Kenny.

– Bom, mas vai ter que aguentar. Essas são as passagens definitivas, não iremos trocar.

– Ah, Kenny, você pode trocar comigo. - e, assim que eu falei essas palavras, Kenny virou-se de costas e simplesmente foi embora. - Usher? - eu olhei esperançosa para o mesmo, que apenas deu alguns tapinhas em meus ombros e seguiu Kenny até o portão de embarque.

– Tá legal. - falei como em um sussurro, virando-me para Justin e fechando os olhos.

– Acho que teremos que ir juntos, então. - ele riu, bufando e dando alguns passos para a frente. - Vai ficar aí? - ele gritou, quando estava a uns cinco metros longe de mim.

Apenas bufei e revirei os olhos, o seguindo. Seria uma longa viagem, eu podia pressentir. Longa mesmo.

Apesar de ter ignorado Justin no baile, eu ainda o amava. Não admitia para mim mesma, mas o amava. E eu tentava parecer um pouco menos fraca, como ele mesmo me chamara, mas meu coração sempre irá bater por ele.

Alguns minutos depois, eu estava no avião. Havia sentado ao lado da janela, que era uma das únicas coisas que poderia me acalmar. Sempre que eu estava triste ou brava com alguma coisa, eu simplesmente olhava para o céu, e aquilo me fazia ficar mais tranquila. Porém, daquela vez, não estava funcionando. Meu coração batia aceleradamente e eu tremia, apenas por ver Justin atravessando o corredor e sentando-se ao meu lado. Assim que os olhos dele encontraram os meus, como estava acontecendo frequentemente, eu rapidamente os fechei e coloquei meus fones de ouvido. Mesmo que ninguém nunca soubesse, a música é como meu refúgio.

Cinco minutos depois - que pareceram uma eternidade para mim - estávamos no céu. Eu podia enxergar tudo lá de cima. Eu conseguia enxergar o parque em que eu vira Justin jogando futebol outro dia, a torre da igreja que ficava apenas a algumas quadras de distância da minha escola...

E então, eu lembrei do baile.

Nos últimos dias, tudo me lembrava isso.

E, principalmente, tudo me lembrava dele. Justin. Mas isso não era novidade para mim, afinal, acontecia mesmo antes de ele me beijar.

Eu ainda podia sentir seus lábios nos meus. Podia ouví-lo sussurrar em meus ouvidos, como ele fizera naquela noite. Porém, também podia sentir a dor que ele me causou quando eu descobri que tudo não passara da uma farsa. Que eu havia sido apenas um brinquedo. Naquela noite, eu fora a diversão dele. E eu não estava disposta a passar por isso de novo.

– Annie? - ele me chamou, inclinando-se para a frente e olhando para mim. Apenas continuei olhando para a janela, fingindo que não havia o escutado. - Annie. - ele falou, depois de tirar meus fones de ouvido.

– O que é que você quer, Justin? - eu falei, pausando a música e olhando para ele. Pela primeira vez, eu pude ver algo diferente em seus olhos. Ele não me olhava mais com desprezo. Ele parecia... arrependido.

– Eu notei que você está diferente. Foi... algo que eu fiz?

Olhei para ele, incrédula. Eu não conseguia acreditar que ele estava me perguntando aquilo. Seus olhos passaram de cautelosos para confusos, assim que eu comecei a gargalhar.

– Você só pode estar brincando. - assim que eu parei de gargalhar, meus olhos encheram-se de lágrimas. - Como pode me perguntar isso, Justin? Você sabe que eu sou uma idiota, que eu gosto de você, e, ah, meu Deus, como eu me arrependo por isso. Você sabia disso quando me chamou para dançar, quando me beijou, quando me abraçou. Sabia disso também quando resolveu me humilhar. Olha, Justin, eu realmente não me entendo. Eu sou mesmo estranha. Como será que eu consigo gostar de alguém tão... tão sem coração como você? Eu realmente não sei porque eu te amo, sendo que eu sempre fui um zero à esquerda para você. Ou melhor, eu sempre fui um brinquedo para você. Você me usava quando queria, e quando enjoava de mim, apenas me largava. Só que você não percebeu que o brinquedinho tinha sentimentos. E eu sei que seu coração não é feito de pedra. Eu sei que deve ter algum sentimento aí dentro, mas alguma coisa te impede de mostrar isso. - eu funguei, e as lágrimas que eu insistia em prender estavam finalmente caindo - Mas saiba, Justin, que nada vai compensar tudo o que você me fez sofrer. Se você faz isso para ser popular ou para que as pessoas te achem legal, então eu tenho ainda mais certeza que estou amando um idiota.

– Olha, Annie, eu posso explicar. Acontece que... - ele falou, gaguejando. Era como se estivesse escolhendo cuidadosamente cada palavra que usava.

– Para, Justin. Por favor. - eu o interrompi, e ele me olhou, confuso, mais uma vez. - Por favor. Eu não quero sentar ao seu lado durante a viagem, então, troque de lugar. - falei, entre soluços. Minha voz era apenas um sussurro.

– Tudo bem. Eu... Me desculpa. - ele balançou a cabeça e levantou-se.

Virei minha cabeça para a janela deixando as lágrimas caírem. Eu não me sentia bem em dizer tudo isso ao Justin, porque ele parecia estar arrependido. Parecia, apenas. Mas o jeito como ele me olhou, e como parecia tomar cuidado com o que falava fez com que eu me sentisse culpada por falar tudo isso, de forma fria, como se eu não me importasse. Mas eu me importava, era essa a questão. Ele parecia se sentir culpado por tudo o que eu disse. Limpei minhas lágrimas e virei para encarar a cadeira para onde Justin havia se mudado, ele me encarava, sério. Logo virou o rosto quando percebeu que eu o encarava, e fingiu estar mexendo no IPhone. Virei-me rapidamente, fixando os olhos na pequena janela, apoiando meu rosto na mão enquanto observava todas aquelas nuvens passarem por nós. Eu espero que tenha feito a escolha certa. Fechei os olhos tentando descansar um pouco, a viajem seria longa.



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Notas finais do capítulo

Definitivamente, vcs n esperavam isso, certo? haha! Acharam que seria uma simples apresentação na escola e pronto? Eu espero que tenha superado a expectativa de vocês, nós fizemos com todo o carinho do mundo esse capítulo, e espero que tenham gostado. Deixem reviews dizendo o que acharam?? É importante demais! Bom, é isso gatas, até o próximo. Bjo