Behind A Song escrita por bieberladies


Capítulo 3
Together on This Christmas Eve - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Oi, leiam as notas finais, gatas. Boa leitura.



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A noite em que eu fora humilhada pelo Justin. Porém, fora pior do que todas as outras vezes. Porque nessa, eu tinha esperanças.


Minha visão ficou borrada. Senti meus joelhos tremerem até quase cederem. Precisei de cada pequena força que eu tinha para sair dali. Para não simplesmente desabar aos seus pés, humilhada e machucada. Chaz Somers ria com desprezo do meu sofrimento sobre o ombro de Justin. Eu encarei aqueles olhos por uma última vez, aqueles mesmos olhos que por tantos anos tive que encarar sabendo que eles nunca me olhariam como eu o olhava. Com amor.

Naqueles olhos, vi algo que não consegui reconhecer. Um brilho que nunca tinha visto naqueles olhos que eu tanto admirava, até chegar a decorar cada pequeno pigmento de sua íris. Pena, talvez? Crueldade?

Nunca cheguei a saber. Baixei a cabeça, meus cabelos cobrindo meus olhos que ameaçavam transbordar de lágrimas e disse:

–Eu entendo. Eu finalmente entendo.

Eu corri. Corri até sentir meus pés arderem e desabar no lugar onde eu sabia que ninguém jamais iria me procurar. A biblioteca.

Sentei sobre o carpete marrom e encarei as imponentes estantes de livros e mais livros. Será que alguém ali tinha uma história como a minha. A pobre menina que perdeu o pai, a dignidade e o menino que ama? Ou pior, será que algumas das infinitas personagens ali, que contavam infinitas histórias, será que alguma delas já haviam amado uma pessoa sem coração?

O choro finalmente chegou. Deixei as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, deixei os soluços serem ouvidos. Me senti o ser mais miserável ali sob a sessão de romance da biblioteca.

Ouvi o barulho da porta gemendo ao ser aberta e passos. Me encolhi e parei de respirar, tentando não ser vista por quem quer que fosse o intruso que interrompia minha humilde fossa.

Era Sophie.

Os olhos de Sophie me fuzilavam, reprendendo-me. Naquele momento, eu me senti fraca. Exatamente como Justin me achava. Fraca, que não resistia aos encantos de um menino charmoso ou que passava ilesa por momentos de pressão.

–Você deixou, não foi? - perguntou ela baixinho - Deixou ele quebrar seu coração de novo.

Não disse nada. Continuei encarando o chão, com lágrimas nos olhos. Estava envergonhada. Sophie me olhou com tristeza, e se sentou ao meu lado.

– Me parte o coração te ver assim por causa daquele... Idiota do Justin... – Enxugou algumas lágrimas que ainda caíam pelo meu rosto. Não era a toa que eu confiava em Sophie mais do que em qualquer outra pessoa. Era a única amiga que eu tinha. – Porque você ainda permite isso?

– Achei que dessa vez seria diferente. – Falei de vez, olhando em seus olhos. Sophie apenas assentiu e me puxou para um abraço apertado. Soltei todo o choro que guardara a tanto tempo, ali no ombro dela. Não estava me importando com a maquiagem idiota que estava toda borrada a esta altura. E nem com o penteado, feito pela minha mãe. A dor de ser rejeitada pelo garoto que eu amava era maior.

– Ai do Bieber se decidir mexer com você de novo. – Ergueu meu rosto, e por fim levantou-se, estendendo a mão para mim. – Sua noite ainda não acabou. Não mesmo.

E ela estava certa. Como sempre. Sophie sempre mudava o meu humor para melhor, e era isso que eu admirava como amiga. Ela nunca foi de se colocar em primeiro lugar, a menos que as pessoas que ela ame estejam bem. Ninguém era tão paciente comigo como ela era.

– Me convenceu.

[...]

Justin estava encostado na arquibancada, junto com seus ‘amigos’. Algumas meninas estavam lá também, dando uma de irresistíveis. O que Sophie me convenceu a fazer talvez não fosse muito fácil – já que sou muito tímida, e odeio que eu seja o centro das atenções, nem que seja por um minuto- mas para tudo tem sua primeira vez, certo? Eu só precisava acreditar em mim...

– Vou ficar aqui, boa sorte. Vai dar tudo certo. – Sophie sorriu. Continuei andando até o diretor, Sr. Melwis estava perto do palco, onde uma banda qualquer tocava. Ele analisava alguns papéis.

– Sr. Melwis...

– Olá Senhorita Meyer. – sorriu amigável – Algum problema?

– Um.. não, imagina. Eu só queria perguntar se ainda tem vagas para a apresentação de hoje.

– Quer se apresentar? – Levantou uma sobrancelha. Ele sabia que eu tinha pavor desse tipo de coisa.

– É, quero sim. E aí? – Esfreguei as mãos, nervosa. O diretor parecia ainda não acreditar.

– Sim, temos sim. Você pode se apresentar logo depois dessa banda que está tocando. Tem certeza? – Olhei rapidamente para me certificar se a apresentação já estava no final. E bem, eu não iria desistir, já havia me comprometido. É, eu iria me apresentar. Não era novidade para mim, foi até por isso que eu aceitei. Havia ganhando alguns concursos quando criança, e sempre fui de compor. A música é uma paixão para mim. É como um escape quando tudo está desmoronando.

– Sim. Vou me apresentar.

– Então tá. – deu de ombros, e virei-me para o palco, esperando ansiosa a saída da banda –o que não demorou muito. Alguns minutos depois, o Diretor meu deus umas tapinhas fracas nos ombros, e disse que estava na hora. Concordei e subi ao palco, sendo apresentada pelo Sr. Melwis:

– Senhores e Senhores, Annie Meyer.

Alguns aplaudiram com má vontade e outros fixaram o olhar em mim, curiosos. Apressei-me em pegar um violão que estava encostado na parede, e em seguida, sentei em um banquinho, alto, que ficava no centro do palco. Ajustei o microfone na minha altura, e posicionei o violão na coxa direita.

– Essa música se chama Believe in Me, e foi escrita por mim. – Tomei coragem para falar, e iniciei os acordes lentos da música.

I’m loosing myself

Trying to compete

With everyone else

Instead of just being me

Fechei os olhos, apertando-os e me concentrando na música. Era uma letra dolorosa, afinal. Escrevi em um dos piores momentos da minha vida: quando meu pai morreu. E acredito que ninguém, além de Sophie, saiba disso. É uma dor insuportável, e eu apenas queria me livrar daquela angústia, escrevendo sobre isso. Meu pai foi, indiretamente, o causador da minha paixão por compor.

Prendi o choro, encarando a multidão. As pessoas pareciam gostar, já que algumas delas balançavam a cabeça no ritmo da música.

I guess I always knew

That I had all the strength

To make it through

Foi tudo bem rápido. Enquanto cantava, minha mente vagava por entre toda a história por trás daquela música. Significava o mundo, para mim. Foi difícil cantar a última frase, minha voz já estava denunciando o choro que não demoraria para vir:

So see, now

Now I believe in me.

Toquei o ultimo acorde e logo os aplausos encheram a quadra, fazendo com que eu sorrisse, um sorriso pequeno. Alguns gritavam, e sem querer me gabar, os aplausos foram muitos. Murmurei um “obrigada” e sai do palco, completamente fora de mim. Sophie já me esperava e quando me viu, me abraçou. As lágrimas já caíam, novamente.

É, sou bastante emotiva. Ha-há

[...]

– Vai ficar famosa, ein Annie? – Fred gritou enquanto eu saia do baile. Fiz uma careta, e gargalhei logo em seguida.

– Eu? Famosa? Duvido muito, Fred! – Ele riu e foi embora com sua acompanhante.

– Ei Annie, você vai comigo, certo? – Sophie perguntou ficando de frente para mim, enquanto procurava algo na sua bolsa.

– Ah, sim. Só preciso avisar a minha mãe e... cadê a minha bolsa? – procurei olhando para os lados.

– Acho que você deixou lá dentro. – Apontou para o ginásio, que já estava ficando vazio.

– Me espera aqui, já volto.

Entrei no lugar, o DJ desmontava todo o equipamento. Caminhei até o lugar onde estávamos e avistei a pequena bolsa prata jogada por ali. Caminhei rapidamente, pegando a bolsa.

– Annie? – Uma voz masculina me chamou. Sabia muito bem quem era. Me enfureci de raiva.

– O que quer, Justin? – Fui grossa o bastante para deixá-lo envergonhado.

– Ei, calma! - ele riu enquanto colocava as mãos ao lado de sua cabeça, como um sinal de paz - Eu não vim para brigar.

– Assim como hoje, um pouco mais cedo, não é? - eu perguntei, enquanto revirava os olhos e ia saindo do ginásio.

– Annie, espera. - ele falou, inclinando-se e segurando meu braço. Assim que ele tocou em mim, balancei meu braço com força, fazendo ele me soltar.

– O que é, ein, Justin? Você vai falar coisas bonitas pra mim, me beijar e depois vai jogar na minha cara que eu sou uma fraca? Então é isso. Não vou mais ser fraca. E acho que isso significa que eu não devo mais falar e nem olhar para você. Sabe, eu não pedi para te amar. Nem para que meu coração batesse mais rápido toda vez que você fala comigo, mesmo que sejam só xingamentos. Também não pedi para que eu amasse um garoto sem coração, assim como você. Então, por favor, não peça para que eu fique aqui, porque eu não sou a única que não tenho meus desejos concebidos.

E então, eu saí do ginásio, novamente com os olhos marejados. Eu estava me controlando para não chorar. Ver a cara que ele fez enquanto eu falava tudo aquilo acabou comigo. Mesmo que ele não tivesse compaixão por mim, que ele tivesse coragem para me humilhar, eu não tinha coragem para fazer isso com ele. Porque eu o amava. E isso nunca seria correspondido. Nunca.



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Notas finais do capítulo

Oi, tudo bem com vocês? Então, a gente ficou mal por haver apenas um comentário dos dois capítulos ): E estou aqui, tentando (de novo) atrair a atenção de outros leitores. Eu espero que se gostarem, por favor, deixem reviews!!!!!! amolece o coração de cada escritora, juro! haha. Agora sério, é importante -demais- que façam isso. Beijo, até o próximo.



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