Assim que cheguei em casa Rose veio ao meu encontro na sala, anciosa por novidades. Eu estava exausta e sem a minima paciência para as infantilidades dela.

– Se queria novidades, porquê você mesma não foi a festa? - Subi para meu quarto e joguei-me na cama, relembrando todas as cenas
daquela noite, tudo aquilo girava em minha mente, e por mais que eu
tentasse esquecer, mais pensava em Edward. Como ele podia ter mudado tanto? Uma descepção amorosa teria tal poder sobre um homem?

O que menos entendia, era o fato de eu não ter o procurado. Então porque ele iria a festa, daquele jeito, como se eu tivesse o chamado? Nada faz sentido, e eu não vou mais procurar sentido nisso tudo.

(...)

Descia para o café quando ouvi uma batida forte na porta da frente. Fui até a cozinha e encontrei a empregada, fitando fixamente através da janela. Olhei na mesma direção e vi o carro de Renée sair de nossa propriedade.

– Algum problema? - perguntei análizando a expressão preocupada de Irina.

– Bella, sua mãe pedio que avizasse que ela estaria no hospital,
parece que aconteceu um acidente com a primeira dama. Pobre mulher...

– Sabe o que aconteceu?

– Não.

Tomei café e após subir e pegar um sobretudo, fui até a casa do
prefeito. Alice abriu a porta e disse que todos estavam no hospital,
apenas Damon e Edward estavam em casa. Ouvi de longe a voz alterada de Damon.

– Faz um bom tempo que esses dois estão discutindo. - Alice falou enquanto caminhavamos em direção a cozinha.

– Edward dormiu em casa? - Então ele estaria de volta em definitivo? Perguntei-me mentalmente.

–Aparentemente.

– O que exatamente ouve com Carmem?- Perguntei ao sentar-me em uma das cadeiras da pequena mesa.

– Coração. - Alice estava entristecida, assim como Irina. Todos na cidade gostam muito da primeira dama.

Soubemos que a discurssão no escritório já havia terminado, quando ouvimos a porta da frente sendo feixada com força.Conversei um pouco mais com Alice e logo fui embora.

Quando cheguei minha mãe estava sentada no sofá com a aparência nada agradável. Joguei a bolsa na poltrona e sentei-me ao seu lado.

– É grave o estado de Carmen? - Ela olhou-me por um minuto em silêncio.

– Ela esta bem. Mas... Acho que Edward teve alguma coisa a ver. Tentei arrancar a verdade dela, mas pela primeira vez em todos esses anos de amizade, Carmem não contou-me absolutamente nada.

– Edward? Bem, ele reapareceu agora e... esta mudado, quem sabe o nervosismo desencadeou o problema no coração.

– Não foi uma simples discursão, eu pude ver. Eu conheço Carmem a anos e sei quando estar omitindo algo. - Ela tocou em minha mão. - Vou subir.

Tudo bem, aquela familia estava omitindo muitas coisas. E apezar da curiosidade, obriguei-me a me mater longe.

Passou mais uma semana. Como minha mãe ficou encarregada dos preparativos da inauguração da nova praça da cidade, decidi ocupar meu tempo ajudando-a. Por sorte em dia algum que estive na mansão dos Cullen, vi Damon ou Edward.

Após varias idas a Port Angeles e muito trabalho, finalmente seria o dia da inauguração. Eu não estava muito animada, apenas aliviada por ter conseguido cumprir o que nomeei de missão.

– Bella? O que acha dessa roupa? - Rose usava um vestido azul, curtissimo.

– Um pouco exagerada Rose, é apenas a inauguração de uma praça. - Falei terminando de vestir uma blusa vermelha de botões e manga comprida.

– Vai ter um showzinho, acho que meu vestido esta otimo! Você que esta...

– Olha se minha opnião é uma droga, para quê pergunta? - Entrei no Closet novamente para pegar uma saco.

– Ei, calma, pra quê o extresse?

– O que você quer? - Eu sabia que sua constante presença em meu quarto tinha outro porquê, além de minha opnião sobre seu vestido.

– Saber noticias do Edward. Sabe, ele esta a mais uma semana desaparecido.

– E eu que vou saber? Olha Rose, eu quero distância daquela familia. - Sai do quarto e ela veio logo depois.

– Tudo bem. Carona?

– Não pode ir na frente, acho que o carro da mamãe esta ai. Vou, ligar para uma amiga primeiro e depois saiu.

– Ok. - Ela desceu a escada, e voltei ao quarto. Liguei para minha melhor amiga em Nova York para saber as novidades. Assim que desliguei o telefone, ouvi tocarem a campanhia. Olhei-me mais uma vez no espelho e desci.

Enquanto descia a escada, a pessoa a porta não parava de apertar o botão da campanhia, parecendo desesperada.

– Calma o mundo não vai acabar... - Quando abri a porta levei um baita susto ao ver Edward segurando-se ao batente da porta, com um aspecto doentio. - Edward, o que aconnteceu? - O ajudei a entrar, fazendo-o sentar no sofá. Ele não falou nada, e nem parecia ter condições.

Estava com terriveis olheiras e sua cor, parecia, meio cinza ou algo do tipo. Era com se ele tivesse sido sugado, como se ouvessem drenado todo o sangue de seu corpo. Eu nunca havia visto alguem naquele estado.

– Me ajuda Bella. - Ele falou em um sussurro. A voz mal saia por entre seus labios.

– Como? você... onde esteve? Näo tem se alimentado? - A preocupação e o desespero, me tomava a cada segundo, ao vê-lo tão mal.

– Na verdade, não...

– Você precisa se alimentar, se hidratar, vou pegar... - Ele segurou em meu braço me impedindo de levantar.

– Não, eu não quero nada. Quero que vá embora.

– Edward... - Ele pôs um dedo sobre meus labios e endireitou-se no sofá, ficando com o rosto de frente ao meu.

– Você foi a unica pessoa que preocupou-se comigo. A unica que me procurou, e quiz me ajudar. E eu quero que fique bem. Então vá embora, essa cidade é um antro de pessoas ruins, e como você mesma disse, ingratas. Por mais que tente agradá-los, a qualquer momento vai se machucar, porquê eles não gostam de pessoas como você que... se preocupa, e vai atrás... - Sua voz arrastada, me deixava ainda mais nervosa, parecia que a qualquer momento ele iria cair desacordado. E eu mal conseguia prestar atenção ao que ele falava.

– Do que esta falando?

– Vá embora... Bella.

– Pedio minha ajuda e agora quer que eu vá embora? - Franzi o cenho cruzando os braços.

– Desculpa, eu... ninguem pode me ajudar. - De repente ele se contorceu, e levantou-se me assustando por seu movimento rapido. A minutos parecia impossivel até mesmo erguer uma mão. Virei-me procurando-o e ele estava na porta.

– Vá embora. - Sussurrou antes de abri-la e sair.

Eu queria correr atrás e impedi-lo mas minhas pernas não me obedeciam.

(...)

A praça estava lotada,o discurso já havia sido feito e a banda começava a tocar. Olhei para todos os lados em busca de Alice, mas não a encontrei. Decidi então, ir ao Black's um barzinho que ficava bem próximo dali.

O local também tinha muita gente. Sentei-me em um banco no balcão, e logo Jacob o filho do dono veio me atender.

– Bella! Quanto tempo, eu ainda não a tinha visto desde que chegou. - Falou sorrindo abertamente.

– Pois é Jacob. Vejo que isso aqui esta evoluindo. - Falei olhando ao redor.

– Você viu? Já temos até segundo andar. - Apontou para o andar superior que estava cheio de casais. - Rachel chegou essa semana e esta louca para te ver

– Ah sério? Fazem muitos anos que não a vejo. - Falei lembrando-me de quando eu, Rachel, Alice, Damon e Jacob ficavamos juntos durantes os eventos na casa dos Cullen. Sorri ao lembrar. - Vou até lá depois. Mas você disse voltou, para onde ela havia ido?

– Ah é que depois que você foi embora aconteceram alguns problemas e... Bem ela preferiu ir para a Florida morar com uma tia. - Dei de ombros ignorando o porquê já que eu mesma tinha os meus e ninguem entendia. Notei que Jacob olhava para algo ou alguem logo atrás de mim.

– Parece que vai ter companhia. - Sussurou. - O que vai querer. - Franzi o cenho.

– Ah, vodka. - Assim que virei para ver quem chegava, Alec sentou-se ao meu lado.

– Lembra dos velhos tempos? Eu e você vinhamos aqui para tomar café nas tardes em que não estavamos afim de ficar na escola. - Jacob colocou o copo com a minha bebida sobre o balcão e antes de sair lançou um olhar nada amigável em direção a Alec.

– Lembro-me muito bem. - Falei enquanto contornava o copo com o dedo.

– Pensou sobre o que falei no baile? Teve uma semana. - Eu o encarei.

– Alec... Lembro o suficiente para saber que o que existio entre nós não era amor, e que aquele sentimento jamais seria suficiente para sobreviver a distância e aos anos. Então, a essa altura de nossas vidas, não creio que seja a fase de nos engarnar com falsos sentimentos. - Dei um gole em minha bebida e parei quando senti suas mãos segungando em meus ombros fazendo-me virar para encara-lo.

– Esta dizendo que estou mentindo? Bella eu digo a verdade. Você foi feita para mim. - Seus olhos estavam tão fixos nos meus, parecendo tentar me convencer de suas palavras apenas com o olhar.

– Bem, eu sinto muito Alec. - Coloquei a mão no bolso da calça e retirei dinheiro deixando o da bebida sobre o balcão.

Sai de lá desejando simplesmente desaparecer dali, pois sabia que ele viria atrás de mim.

– Bella - Senti sua mão em mim. - Não vai. Fica comigo. - sussurrou em meu ouvido e me arrepiei por completa. Mas não por excitação ou algo parecido. Parecia medo ou repulsa.

– Alec me deixa. - Retirei sua mão de meu ombro e caminhei em direção a praça inalgurada.

Quando vi Rosalie a uma certa distância agradeci aos céus, provavelmente ele não iria aproximar-se de mim estando com alguem.

– Pensei que não viria. Mamãe esta louca te procurando. - Rose disse ao me ver aproximando-se.

Apenas acenei com a cabeça e continuei caminhando em meio as pessoas. Não demorei muito a encontrar Alice que não tinha uma expressão muito boa no rosto.

– O que ouve Alice? - Perguntei espantada.

– Eu acabei de ver Edward, e ele não parece nada bem Bella. Parece mais um...

– E onde ele esta? - A interrompi já sabendo exatamente sobre a aparência de morto-vivo que Edward estava.

– Eu não sei ele sumio. - Olhei em todas as direções na esperança de vê-lo mas era improvável ele estar por perto.

– Alice você sabe onde esta Damon?

– A ultima vez que o vi estava conversando com Jane. - Sua expressão mudou de assustada para triste.

– Vamos procurá-lo.

Puxei a baixinha e começamos a vagar pela praça que não era nada pequena e além do mais por estar lotada parecia dificio encontrar alguem ali. Eu já nem queria mais encontrar minha mãe.

Quando Alice quaze gritou mostrando-me onde estava Damon eu praticamente corri até onde ele estava parado com um copo na mão olhando em direção ao imenso palco onde uma banda tocava.

– Damon!! - Ele me olhou brevemente e logo sorriu voltando a encarar o palco.

– Qual á a boa? - Falou com um sorriso nos labios.

– A boa? Seu irmão anda por ai feito um morto-vivo e voçê me pergunta qual a boa? - Cruzei os braços esperando que ele ao menos se mostrasse surpreso ou preocupado, mas ele apenas deu de ombros.

– Ah isso. Eu não te avisei a algum tempo?

– Do que diabos voçê estava falando Damon? O que esta havendo com Edward? Ajudaria se falasse claramente. - A essa altura eu gesticulava nervosa.

– Bella, Edward fez uma escolha... e não esta sabendo lidar com as consequências. Só isso. - Eu permaneci ali com o cenho franzido observando-o dar mais um gole em sua bebida.

– Quer saber? Esquece, eu desisto de tentar conversar com você. - Quando virei-me ele me segurou fazendo-me voltar bruscamente para trás.

– Não fica chatiada. Eu ainda te amo maninha. - Com um sorriso piscou daquele jeito brincalhão que eu sempre amei. Mas suas ultimas atitudes ou a falta delas estavam me deixandando confusa Olhei em seus lindos olhos azuis e suspirei.

– Eu... Queria poder dizer o mesmo. - Ele me soltou e sai sem rumo em meio as pessoas.

Nem lembrava onde havia deixado Alice. Queria esquecer tudo, principalmente Edward. Mas parecia que ele não queria me deixar esquecê-lo. Porque sempre, mesmo que inconcientemente ele surgia para me deixar preocupada. Por mais que eu nunca tenha sido a pessoa mais proxima, não precisava de muito para saber que ele estava completamente diferente. E parecia que ninguem estava preocupado. Como se fosse natural um cara que fez faculdade, era o filho que mais ajudava o pai nos négocios que a familia tem em sociedade com os Volture. Que eu saiba sempre foi gentil, dedicado, amoroso e certinho de uma hora pra outra some por dias e aparece daquela maneira. Simplesmente todos ignoram. E eu deveria ser a primeira a ignorar. Mas desde que o vi na cachoeira, aquele olhar a determinação em fazer algo me deixou intrigada e cada vez mais parece impossivel me manter longe desse mistério que Edward se tormou.