Light And Darkness escrita por Naslir


Capítulo 3
Capítulo 3 - Ressaca


Notas iniciais do capítulo

Pra quem já tinha começado a ler, eu mudei algumas características da "ex ruiva", agora ela é loira dos olhos azuis. Finalmente o nome da loira! Demorou, mas saiu! O cap está fresquinho, aproveitem!



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Algumas pessoas quando acordam depois de uma noite de festa, apenas sentem o cansaço de dançar a noite inteira. Agora, uma boa quantidade de pessoas que vão a festas e só saem de lá às três e meia da manhã, sem dúvida que vão acordar com uma baita ressaca no outro dia. Um exemplo disso é a garota que nesse instante ainda está com a roupa e a maquiagem da noite passada e com uma bela dor de cabeça, podemos acrescentar ainda um pouco de dor de estômago.

– Que droga... – a morena falou ainda deitada na cama. Sua mão direita vai ao encontro de sua cabeça vagarosamente, até toca-la e fazer uma pequena e rápida massagem, tentando aliviar a dor. – Parece que eu fui atropelada por aquele helicóptero de brinquedo da peste do filho do vizinho... – ela dizia fazendo força para sentar-se na cama. Sua vista ficou meio tremula, mas logo voltou ao normal. Ela olhou para os lados, não se lembrava de que tinha chegado em casa, mas deu de ombros. Seus pés procuraram o macio de seu par pantufas depois os enfiou dentro delas. Levantou-se com dificuldades, andando, porém seus pés pareciam ser de chumbo, ela mal conseguia ergue-los do chão, mas mesmo assim ela sabia que era por causa do cansaço. A garota anda em direção ao espelho que ficava em seu quarto, ao lado da porta do closet. Ao olhar-se no espelho era meio óbvio que ela não teria uma visão muito bela de sua situação: embaixo de seus olhos, seguiam-se olheiras escuras como carvão, o cabelo estava completamente bagunçado e completamente embaraçado. A morena suspira. – Merda... Meu rostinho lindo... – falou acariciando sua bochecha. Anda em direção ao banheiro e abre a porta do mesmo, batendo-a com força, o que fez com que soltasse um pequeno gemido de dor, por causa de sua cabeça que dava a impressão que a qualquer momento iria explodir.

A menina tirou sua roupa com pressa, mas com calma ao mesmo tempo, apesar de estar louca por um banho, ainda sentia muita dor de cabeça. Entra no boxe do banheiro e liga chuveiro que jorra água gelada no começo que vai ficando morna aos poucos. “Um banho quente em uma manhã gelada de outono sempre acalma...” pensava enquanto ensaboava seu corpo. Fechou o chuveiro e esticou seu braço esquerdo a procura da toalha que geralmente fica pendurada em cima do boxe, mas não a encontra. A morena bufa em sinal de impaciência e toma fôlego antes de gritar.

Layla! – ela gritou com todas as forças que tinha que já eram poucas. Pode-se contar nos dedos os segundos que a loira levou para chegar até o quarto da garota e abrir a porta do banheiro.

– O que houve?! Você tá bem?! – Layla perguntou aflita logo após adentrar no banheiro, enquanto a expressão da morena estava calma.

– Pega a toalha pra mim?... – disse com uma voz manhosa. A mais nova apenas leva sua mão ao rosto rapidamente, logo depois a olha com uma feição do tipo “Tá de brincadeira né?”.

– Eu pego... – falou Layla saindo do banheiro e fechando a porta novamente, digamos que um pouco bruscamente pelo fato do chamado ter sido em vão.

– Brigada flor! – a outra disse em um tom um pouco mais alto para que a ruiva a ouvisse do lado de fora.

– Não há de que... – a loira disse já fora do quarto. Ela andou até a pequena lavanderia que tinha dentro do apartamento, próximo à cozinha. Abriu e a porta e procurou com o tato o interruptor de luz, já que o cômodo encontrava-se escuro. Ligou a luz e adentrou, logo vendo uma pequena pilha de toalhas brancas recém-lavadas. A menina pegou uma toalha e a levou para o quarto de Dafine. – Aqui está. – disse enquanto entrava banheiro estendendo a toalha para a menina que logo a pegou.

– Brigada de novo, querida. – disse Dafine enxugando seu rosto e depois deslizando a toalha por seu braço direito. – Tá legal, que merda que eu fiz ontem? – ela perguntou sem olhar para moça, ainda se enxugando.

– Você vomitou no seu carro. – falou encostada na moldura da porta enquanto encarava sua imagem no espelho.

– Af... Vou ter que mandar lavar, eu detesto fazer isso. Tem que ficar naquela fila que dobra a esquina, é um porril. – continuou. - E o que mais? – a garota passou a toalha por sobre seu tronco como se fosse um pequeno vestido e saiu do boxe, ficando na frente do espelho, ainda dentro do banheiro. Ela pegou sua escova de dente, e logo depois colocou a pasta, levando a escova para sua boca.

– Bem... – a loira da uma pequena pausa para poder pensar um pouco. – Fez uma competição de bebidas, ficou completamente bêbada no meio da festa, não parava de ficar reclamando no caminho de volta... – ela falava enquanto contava nos dedos. A morena a olhava pelo espelho enquanto escovava seus dentes, dando pequenas risadas ao ouvir cada coisa que ela havia feito na noite passada. – Acho que não preciso falar mais nada, né? – Layla disse dando uma pequena risada e cruzando os braços. Dafine fez um gargarejo antes de rir junto com a mais nova.

– Isso já não é novidade. Teve uma vez que eu falei que ia pular de um píer, sabe? Aquele que fica no lago perto do parque? – Layla afirmou com a cabeça. - Então, só não pulei porque meus amigos me segurando quando eu praticamente já estava no ar. – Dafine disse soltando uma risada sendo acompanhada pela garota que ainda estava na porta. – É, mas agora eu estou morrendo de dor de cabeça e preciso comer alguma coisa... – falou se dirigindo à porta enquanto a mais nova lhe dava passagem, ainda com os braços cruzados.

– Certo, certo. O café da manhã já está pronto, também, sendo dez horas da manhã já era meio impossível ele não estar. – dizia a menina que apenas observava a morena que trocava de roupa. – Na verdade, vou começar a preparar o almoço. – ela deu uma pequena risada. A mais velha fecha os olhos e dá um longo suspiro, abrindo-os logo depois enquanto dava um pequeno sorriso sem mostrar os dentes.

– Obrigada, querida. – ela disse já vestida. Usava um vestido, um pouco acima do joelho. Como de costume, ele era de cores escuras, como preto, roxo e azul escuro. Essas eram as cores favoritas da morena. Dafine se senta na cama com a mão esquerda na cabeça e a direita, que estava sobre a cama, servia de apoio. Alguns segundos depois ela tomba seu corpo para trás, abrindo os braços. Seus cabelos longos estavam jogados e encostavam-se ao chão, descendo pela cama, como se fossem uma cachoeira negra. – Estou sem fome, quero dormir. Apenas isso.

– Você disse que estava com fome. – a outra negou com a cabeça. - Dafine. – Layla disse enquanto se aproximava da cama, sentando-se nesta logo depois. – Você precisa se alimentar. – falou dando ênfase na palavra precisa enquanto olhava a morena, ainda deitada. Suas grandes e brilhantes orbes com cor de esmeralda a encaravam, sem ação. – Olha, quem sempre te ajuda quando você mais precisa? – a loira perguntou com uma sobrancelha arqueada.

– Geralmente, é você. – a morena revira os olhos.

– Quem cuidou de você quando você pegou aquela gripe horrível? – perguntou ainda com a sobrancelha arqueada.

– Foram meus pais. Eu tinha cinco anos. – disse com um sorriso sarcástico no rosto, enquanto a olhava com desaprovação.

– Mas fui eu quem brincou com você depois que se recuperou. – ainda a olhava com desaprovação e a morena solta uma risada como uma forma de irrita-la. A loira apenas sorriu balançando a cabeça negativamente. – Além do mais, eu sempre te acompanho naquelas suas “aventuras” malucas, como aquela de ontem à noite. – as duas sorriem. Dafine ergue-se sentando novamente na cama, soltando um suspiro.

– Tá, eu vou comer. – bufou. -Você é um saco sabia? – Dafine falou se levantando e andando para fora do quarto.

– É o meu dever. – a ruiva falou ainda sentada, olhando-a sair. “Essa garota não tem jeito.” pensou.

Logo se lembrou de que já era hora de começar a preparar o almoço, mas era mais que provável que Dafine não iria almoçar no horário certo naquele dia, pelo fato de ainda ter tomado o café-da-manhã há pouco tempo e a grande vontade de dormir que quase a prendia em seu quarto. Por que não almoçar fora? Era uma ótima ideia. Logo depois do almoço, ela poderia andar um pouco pela cidade e curtir a linda vista que possuía o parque central, apesar de ser meio longe da casa de Dafine, era um dos mais visitados da cidade e quando voltasse já seriam quase cinco horas da tarde e então começaria a preparar o jantar. Layla se levantou da cama de Dafine e seguiu para fora do cômodo indo em direção à cozinha, onde provavelmente estaria a mais velha, tomando seu café da manhã.

– Ei Layla, você alimentou o Danger? – Danger era um cão de orelhas em pé e pelo macio como algodão. Um belo espécime de Husky Siberiano, era forte apesar de ainda não ser um adulto, tinha a calda longa e felpuda, patas com garras que davam a impressão que rasgariam qualquer coisa, olhos de um azul profundo que esboçavam coragem e liderança, seu pelo era de um preto vivo que mesclava com o branco. Era um cão fiel e muito belo, Dafine havia o comprado há apenas sete meses, o que bastou para cresce bastante, porém ainda era meio baixo para ser considerado um adulto. Mas ao contrário de natureza amigável de sua raça, ele era agressivo e considerado perigoso, o que fez com ganhasse o nome Danger. Apenas pessoas que ele sentia confiança podiam afaga-lo, do contrário, levaria uma bela mordida muito bem dada no traseiro.

– Sim. Ele foi me acordar. – falou a garota lembrando-se da hora em que o cão havia puxado sua coberta para que ela a alimentasse. – Dafi. – chamou. E a dona do nome se vira para encara-la. – Eu vou almoçar fora, qualquer coisa, estou com o telefone, pode me ligar.

– Uh, que milagre é esse? Tem algum envolvido no meio que eu não saiba? – perguntou com a sobrancelha esquerda arqueada, sabia que a decisão de almoçar fora era rara quando se tratava de Layla.

– Não, não é nada disso. – falou calma. – É que eu queria comer algo diferente hoje, apenas isso. – disse vendo que o cão Danger se aproximava das duas, para confirmar que sua dona já havia acordado e que seja afagado pela mesma.

– Tá certo, se você diz... – disse aproveitando a oportunidade de fazer carinho em Danger para virar o rosto para o cão, desviando o olhar da loira. – Bem, bom almoço pra você então. – ela disse virando-se para o prato de comida que se encontrava em sua frente.

– Ok, até logo Dafi. – a mais nova se encaminhou até a porta da frente. Parou e apanhou seu casaco branco, um cachecol combinando com seu cabelo e sua bolça. Ela usava uma calça jeans e botas marrons de cano longo. Pegou sua cópia da chave do apartamento e o colocou na fechadura, abrindo a porta. – Dafine, é sério, qualquer coisa é só me ligar. – falou antes de sair.

– Eu vou ficar aqui quietinha tomando chocolate quente. Tchauzinho, depois me conta como foram as coisas com o cara. – gritou da cozinha. Sabia que Layla não se encontraria com ninguém, mas era tentador ficar repetindo isso apenas para irrita-la. – Tchau querida! – e se ouviu a porta se fechar.

Layla descia pelas escadas com cautela, ela nunca foi de correr escada à baixo como sua prima fazia às vezes. Chega à portaria e abre a grande porta que dava para fora, que faz um pequeno ruído. Andou pela calçada dando passadas em um ritmo nada apressado, o clima estava frio pelo fato de ser outono e as árvores estavam todas com suas folhas caindo, o que fazia com que a própria calçada ficasse cheia delas. Já que o restaurante era longe, teria que pegar um ônibus. No ponto onde passava o ônibus que ela pegaria, não foi preciso esperar muito, ele chegou bem rápido e a garota embarcou.

Enquanto o ônibus andava na velocidade aturada pela lei do lugar, a garota olhava pela janela, pensando em sua vida, como ela era monótona, era a vida de como qualquer outro, tinha que aceitar. Soltou um longo suspiro que embaçou a janela e como em uma brincadeira, “desenhou” um coração e logo depois, preencheu seu interior. No mesmo instante o ônibus freou na estação em que ela deveria descer, mas a imagem de um jovem rapaz se fez presente no coração em que ela desenhara. A garota apenas ignorou o ocorrido, se levantou e caminhou até a saída do ônibus. Mas não teve como ignorar o fato do rapaz ter aparecido justo dentro do coração. Ele era belo, corpo definido, olhos castanhos mel, e o cabelo castanho claro quase loiro. Layla desceu as pequenas escadas e andou rumo ao restaurante que ficava à sua esquerda, porém ela passou na frente do rapaz.

Os olhos azuis dela se encontraram com os castanhos mel deles. Ela ouviu um sino em sua cabeça, mas virou o rosto que havia ficado levemente corado e seguiu em frente.

– Mas, que, tédio... – disse Dafine. A garota havia perdido completamente o sono e a dor de cabeça havia evaporado, portanto nem passou por sua cabeça ir para o seu quarto. Literalmente jogada no sofá e com comendo um pouco de pipoca, assistia um filme enquanto Danger dormia ao seu lado. – Acho que vou perturbar o filho do vizinho. – pensou em voz alta enquanto fazia um afago na cabeça do cão que se remexe um pouco. – Não, já chega, vou encher o saco do filho do vizinho.

Geralmente quando alguém fala algo do tipo, está blefando. Mas Dafine não era assim, ela realmente ia provocar a criança que tinha sete anos.

– Vamos Danger, se precisar, você vai me ajudar. – ela se levantou do sofá e se encaminhou para a porta de seu quarto com o cão atrás. Trocou de roupa, colocou uma saia acima da metade de sua cocha, um tope que fez com que sua barriga ficasse completamente à mostra e um casaquinho que pegava apenas seus braços. Saiu de sua casa e bateu na porta do vizinho.

Quem atendeu era o pai da criança, ele era divorciado e acabou ficando com a guarda da criança. O homem tinha vinte e sete anos e tinha uma pequena quedinha pela morena, que possuía vinte e um anos.

– Dafine! – ele disse dando um abraço na garota.

– Oi Robert!... – Dafine disse com pouco caso em sua voz enquanto revirou seus olhos. Ela não retribuiu o abraço e seu cão soltou um rosnado. – Shiu. – e o cão se calou.

– Que surpresa, o que faz aqui? – falou enquanto a morena adentrava em sua casa, mesmo sem pedir permissão, porém ele não a impediu.

– Cadê a peste do seu filho? – disse virando-se para ele e colocando as mãos em sua cintura.

– Pai... – disse uma voz infantil meio sonolenta se aproximando.

– Ah, oi queridinho. – disse Dafine se abaixando colocando as mãos em sua perna enquanto encarava o menino à sua frente que vestia um pijama e carregava um ursinho azul.

– Eu não gosto de você! Sua chata! – falou ele mostrando a língua.

– Sabia que mostrar a língua é falta de respeito? – ela entortou a cabeça para a direita enquanto o menino mostrava novamente a língua. – Continua com isso? Robert, seu filho é muito mal educado. – se endireitou e colocou sua mão direita no peito de Robert encostando sua cabeça em seu ombro.

– Isso mesmo! Já para o seu quarto! Agora! – esbravejou o pai.

– Ouviu o seu pai. – o menino a olhou e ela deu língua sem que Robert visse.

– Dafine... – gaguejou.

– Meu nome. – disse encarando o rosto do homem.

– Já que está aqui... Ahm... É que... Que tal se eu... Você... – gaguejava enquanto olhava as orbes esmeraldas da mulher à sua frente que estava imóvel.

“Estou sem nada pra fazer, vou me divertir um pouquinho. Afinal, essa a minha intenção desde o início.” Pensou. O rapaz continuava gaguejando.

– Ei ei. – ela falou colocando seu dedo indicador em seus lábios. Se inclinou para frente e sussurrou em seus ouvidos - Eu já entendi... – ele estremeceu. Dafine o segurou pelo colarinho da camiseta e o puxou.




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Notas finais do capítulo

Aí está! Já estou nos preparativos do novo cap! Reviews gente! Até a próxima.