Light And Darkness escrita por Naslir


Capítulo 4
Capítulo 4 - O rapaz do ônibus


Notas iniciais do capítulo

Eita ferro! Mais que demora pra postar o quarto capítulo eim?! Gomene! Desculpem-me pela demora, que foi muito grande mesmo... Bem, a coautora da fic meio que decidiu não fazer mais junto comigo, mas continuarei dando os créditos a ela já que a trama toda foi desenvolvida por nós duas.
Ai está o capítulo 4! Ele está razoavelmente grande, no tamanho que geralmente costumo fazer os caps dessa fic, então... Boa leitura!



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Aquela sopa com legumes e picadinho de carne estava realmente deliciosa, tinha que admitir. Apesar de não ser um restaurante chique com aquelas comidas minúsculas que custam o olho da cara, mas não alimentam uma viva alma, ele possuía uma clientela boa e uma comida melhor ainda.

Sim, mas já estava ficando escuro e se chegasse tarde em casa, Dafine iria ficar irritando-a até a morte com o papo de sempre: “Você estava com quem?” ou “Não acredito que você estava ficando com uma cara e não me contou!”. Isso sempre a irritava, mas não conseguiu conter a risada só de imaginar a cara que ela faz quando sua prima começa com esse tipo de assunto. Mas o fato de estar ficando escuro não a impedira de passar no parque. Uma coisa que ela sempre faz é carregar um livro consigo, sempre amou o prazer que os mundos imaginários e criativos dos livros a proporcionavam. Adora aqueles com romance mas não dispensa um bom suspense que era o que ela estava lendo no momento.

                - Aqui é um ótimo lugar. – falou consigo mesma sentando-se em um banco que ficava à frente de um lago que costuma ter vários animais, mas que por causa do frio, quase não se via. Ventava, ela puxou seu cachecol de lã e o colocou próximo de sua boca para esquentar um pouco mais o pescoço. A luz pálida de um poste perto dela iluminava as páginas do livro que era bem grande. “Está mesmo frio hoje...” pensou enquanto um calafrio subia por sua espinha.

Uma rajada de vento soprou com mais força do que as últimas. O cachecol da garota se desenrolou de seu pescoço e voou junto com o vento. Em uma inútil tentativa, Layla tentou segura-lo, porém a força do vento venceu sua agilidade levando o cachecol a alguns metros de distância da dona chegando aos pés de uma pessoa que estava indo no caminho contrário ao que o cachecol havia ido. Apesar da luz fraca, podia-se perceber que era um homem, jovem por causa das feições que não estavam mal tradas com o tempo.

                Ele se abaixou e recolheu o objeto do chão. Olhou para os lados, procurando o dono e seu olhar baixou sobre Layla que continuava olhando para trás. Ele deu um leve sorriso e foi ao encontro da garota.

                - Com licença, acho que isso é seu. – disse estendendo o objeto com um sorriso no rosto.

                “É ele! O homem que vi enquanto estava no ônibus!”

                - Olá? – ele insistiu, já que parecia que a mente de Layla estava perdida em algum lugar que não ali.

                - Ah, me desculpe. – ela se levantou e encarou o rapaz de cabelos castanhos claros. – Sim, é meu sim, obrigada. – pegou o cachecol das mãos do rapaz e fez um gesto com a cabeça em uma forma de agradecimento.

                - Tenho a impressão que já te vi antes. – ele parou de falar, como se tivesse refletindo ou algo do tipo. – Agora me lembro, você é aquela garota que vi hoje mais cedo.

                - Creio que sim. – Layla não era lá muito sociável e não sabia lidar com esse tipo de situação. Ela sentia que apenas aquelas palavras não iriam deixar o rapaz satisfeito e muito menos levar a conversa adiante. Ele mudou de feição para algo carismático e gentil, com um sorriso.

                - Me chamo Austin. – ele estendeu a mão, esperando por um cumprimento que veio quase de imediato.

                - Sou Layla. – ela falou chacoalhando de leve as mãos do homem a sua frete. Ele olhou de canto para o livro que a garota segurava em sua outra mão.

                - Você gosta dessa série? – ele falou apontando para o objeto.

                - Ah, isso. – Layla olhou para o livro e sorriu. Não era boa para conversar, pois nunca tinha um bom assunto, mas o interesse que o rapaz mostrou era uma oportunidade perfeita para uma conversa duradoura. – Sim, é uma das minhas favoritas. É a quarta vez que estou lendo.

                - Que incrível. Eu ainda estou na metade, mas estou gostando bastante. – ele se sentou no banco. – Sempre quando eu chego perto de algum conhecido que já leu ou ouviu falar dela, sempre diz que é um porcaria e tals.

                - É exatamente isso que dizem para mim. – ela se sentou ao lado de Austin. – Sempre falam que eu não tenho bom gosto, já que o livro não tem um bom enredo.

                - Eu acho o contrário. – disseram juntos. Ambos começaram a rir, Layla um pouco mais discreta, Austin ria normalmente, mas não era uma risada estranha como as da maioria que a garota já tinha ouvido de homens, era calma e sincera.

                - Ei, topa ir tomar um chocolate quente comigo? Eu pago.

                - Sim, claro. – confirmou. - Mas só se você me deixar pagar.

                - Ah sem chance. – ele se levantou e estendeu a mão para a garota. Ela segurou e a usou com ajuda para se levantar. Ambos deram mais uma risada e foram até uma cafeteria que ficava dentro do parque mesmo, mas sem deixar de conversar é claro.

                - Gr... – a morena estava sentada no sofá de casa com a cabeça virada para o chão e os pés para o ar enquanto mudava a televisão pela infinidade de canais vagando sem ter um destino certo. – Já chega. – desligou a televisão e se sentou no sofá. Bufou. – A minha tarde foi um completo tédio hoje, eu pensando que podia me divertir com aquele imbecil. – ela riu. – Não é meu querido? – ela olhou para o cão que abanou de leve a calda e se deitou ao lado da garota que lhe afagou. – Afinal, a Layla só pode estar me enrolando, tenho quase certeza que ela voltou pra casa e me deixou aqui esperando que nem uma retardada. – ela inclinou o tronco para frente e pegou seu celular que estava em cima da mesinha de centro e logo após discou o número de sua prima. – Desligado... – rosnou.

                Dafine se levantou em um pulo e foi para seu quarto e trocou de roupa. Pegou seu amado casaco negro felpudo e colocou por cima do tope que ainda estava usando, trocou a saia por uma causa de um tecido macio, um par de belas luvas roxas, botas também negras de cano longo e uma pequena boina.

                - Seja bonzinho e cuide da casa, Danger. Mamãe já já estará de volta. – ela afagou o topo da cabeça do cão e seguiu para a porta abrindo-a, fechando-a rapidamente e descendo as escadas em uma velocidade perigosa para qualquer um, mas Dafine era habilidosa e conseguia seguir as curvas que a escada dava com facilidade e agilidade. Já na rua na frente de sua casa, ela para por um segundo e reflete onde Layla poderia estar. É claro que ela sabia, afinal a conhecia bem, mas não o tanto que gostaria. Dispara novamente até chegar perto de um taxi onde consegue entrar e seguir com mais velocidade do que lhe era permitido apenas correndo.

                - Só mais uma tentativa... – a morena pegou seu telefone e novamente ligou para a prima, e, de novo, ela não atendeu. – Ah... Desisto. – ela desabou em cima de um banco. Dafine já estava no parque, era o local preferido da prima, já que diferente dos outros parques da cidade era o mais tranquilo e, portanto, seria o mais propício a leituras, coisa que Layla adorava.

                - Ah, mas é claro! – ouviu-se uma voz não muito longe de onde a morena estava. Ela ergueu a cabeça quase que automaticamente e se levantou subitamente. Disparou na direção da voz parando na frente da pessoa que havia proferido aquelas palavras.

                - Layla! – falou ofegante com as mãos apoiadas no joelho. – Quem você pensa que é eim?! Sabe quanto tempo eu esperei para você chegar em casa?! Eu... – ela parou ao perceber que as duas não estavam sozinhas. O olhar da garota percorreu o rapaz a sua frente de cima a baixo seguido por um sorriso maroto. – Layla querida, por que não me avisou que tinha companhia?

                - Dafine, o que está fazendo aqui? – disse em um sussurro ríspido e uma cara não muito amigável.

                - Ora o que eu estou fazendo aqui... – ela revirou os olhos. – Vim te buscar, sua danadinha.  – disse ainda com aquele sorriso perturbador que Layla detestava. – Mas enfim, quem é o seu amiguinho? – ela falou mudando o sorriso maroto por um amigável.

                - Sou Austin, prazer. – ele falou fazendo um comprimento com a cabeça. – E a senhorita é?...

                - Layla já deve ter falado muito sobre mim, não? – Dafine disse erguendo a cabeça um pouco dando um ar de superioridade. – De como sou boa pessoa e etc. e tals...

                - Não, ela não falou de você. – ele disse desinteressado. Dafine olhou ferozmente para Layla que sussurrou um desculpe. Ela suspirou para retomar a calma que quase perdera e deixou que Layla continuasse com a conversa.

                - Austin, essa é Dafine, minha prima. – a garota apresentou a outra fazendo um gesto com as mãos.

                - Primas? Não vejo nenhuma semelhança entre vocês duas. – ele começou a examinar as duas com os olhos. Layla era loira e possuía olhos azuis como os céus, Dafine tinha os cabelos negros e olhos cor de esmeralda. A mais velha tinha o corpo mais definido do que a outra, além de ser alguns centímetros mais alta. Ambas tinham a feição delicada, mas a de Layla era incrivelmente mais delicada do que a de Dafine. Definitivamente as duas não tinham absolutamente nada em comum.

                - É o que todos dizem. – exclamou Dafine soltando um suspiro. – Vem cá, como você conheceu ele Layla? Você não consegue falar nem com as criancinhas do prezinho. – a garota falava em um tom debochado para irritar a outra, e o feito acabou por atingir seu objetivo, já que a loira ficou ali parada sem dar uma palavra sequer.

                - Nos conhecemos porque eu vi o livro que ela estava lendo e fiquei curioso. – Austin se manifestou ao perceber que Layla não tinha condições de fazê-lo.

                - Certo, certo. – ela disse sem se importar. Livros, coisa que ela detestava, sempre dizia: “Para que livros se existe televisão?”. Suspirou e puxou seu telefone do bolso. Olhou as horas: nove da noite. Bem, para ela não é tarde, mas o problema era que elas estavam em pleno domingo anoite e no dia seguinte, as duas teriam faculdade. Para Dafine não seria problema algum faltar à aula, mas ela havia feito uma aposta com Layla de que dessa vez iria estudar para não tirar notas tão baixas como costumava ter, e estar presente nas aulas fazia parte da aposta. – Desculpe, ahm...

                - Austin. – falou o rapaz.

                - Isso. Desculpe Austin, lá em casa é bem grande e os quartos são bons, vocês dois iam amar. – Layla a repreendeu com o olhar e Dafine apenas revirou os olhos. Mas infelizmente essa coisa entre vocês dois vai ter que esperar, temos compromisso amanhã e... Af, ela me obrigou a ir. – Dafine apontou para a menor e inflou as bochechas mostrando uma feição completamente infantil.

                - Dafine, vai indo na frente. – Layla disse fazendo uma cara autoritária e apontando o caminho.

                - Mas... Layli... – a morena falou com uma voz infantil.

                - Agora Dafine. – a mais velha jogou a cabeça para trás e emitiu um som de completa impaciência e foi na direção em que a outra apontara. – Desculpe pela minha prima, Austin. Ela é meio maluca das ideias, mas é uma boa pessoa. – Layla falava envergonhada, obvio, não era a primeira vez que sua prima a fazia passar por vergonhas como esta.

                - Relaxa, “Layli”. – ele soltou uma risada e foi acompanhado por ela. – Esse apelido foi ela que te deu? – Layla afirmou com a cabeça. – É fofo. Vocês parecem ser ótimas amigas. Mas enfim, como ela disse, apesar de não ter sido exatamente isso que ela quis dizer, já está tarde, e eu também preciso ir, também tenho faculdade amanhã e não gosto de me atrasar.

                - Entendo. – ela disse meio cabisbaixa apesar de ela mesma detestar se atrasar para qualquer tipo de aula. – Austin, foi muito bom te conhecer, espero poder te ver mais vezes. – ela disse meio hesitante.

                - Digo o mesmo, Layla. – ele sorriu e a abraçou. Foi algo tão espontâneo que Layla não soube como reagir. Mas, aquilo era, de certa forma, acolhedor. Ela nunca tinha o visto antes e aquilo era estranho. De um jeito ou de outro, tinha que admitir que aquilo era bom. Talvez porque nunca teve um namorado ou alguém para chamar de seu. Ele se separou dela e sorriu novamente. – A gente se vê. – e saiu andando.

                Layla continuou ali, sem reação. Mas voltou a si mais rápido do que imaginara que iria voltar. Foi na direção em que Dafine havia seguido e estava torcendo para que não a encontrasse nos braços de um qualquer que ela tivesse arranjado por ai. Não foi preciso andar muito para encontra-la, a morena estava sentada no banco olhando para a água do lago em que o vento produzia leves ondas fazendo com que a vegetação dentro do próprio lago dançasse calmamente.

                - Demorou. – Dafine disse olhando para a outra enquanto esta se sentava ao seu lado. – Vish, parece que aconteceu alguma coisa, me conta. – disse com os olhos brilhando.

                - Foi só um abraço, Dafi, nada demais. – Layla disse dando um sorriso meio que forçado.

                - Garota, você não tá normal não. – a morena falou sorrindo. Layla negou com a cabeça e continuou a negar todas as acusações que se seguiram após essas. – Está certo, mas que atingiu você atingiu. Eu te conheço e sei que você nunca ficou assim. Só pode ter uma explicação. – ela ficou de joelhos no banco e se virou para encarar a mais nova e tomou fôlego. – Você gosta dele, você gosta dele, você gosta dele! – ela dizia cantarolando enquanto cutucava o braço da garota.

                - Dafine, você é mesmo muito infantil, não é? – Layla afastou a mão dela de seu braço com enquanto dava uma risada.

                - Ah é? – ela se abaixou e juntou umas folhas secas que estavam perto do banco onde as duas estavam sentadas. – E isso?! – Dafine jogou as folhas no rosto de Layla que rapidamente fez a mesma coisa: juntou folhas secas e jogou-as no rosto da mais velha. E assim se seguiu, uma jogava folhas na cara da outra, de vez em quando elas caiam em uns montes feitos de folhas que foram juntados para deixar a rua limpa, mas estavam sempre rindo e se divertindo.

                - Faz tempo que eu não me divirto com você assim, Dafi. – falou Layla ainda rindo desabando de uma vez em cima de mais um monte de folhas.

                - Né? – Dafine desabou ao seu lado. – Foi bom voltar ao tempo em que éramos crianças. Todo outono a gente fazia isso lembra?

                - Mas é claro que lembro. – as duas deram mais uma risada. –A gente ainda vai fazer a guerra de bolas de neve, ok?

                - Topo. – elas fizeram um tipo de toca aqui e se levantaram. – Mas então Layla, tem certeza que foi só aquilo que rolou entre vocês dois?

                - Ah... Não começa Dafine. – Layla falou apressando o passo enquanto a mais velha soltava uma gargalhada.


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Notas finais do capítulo

Então, é isso ai. Vou tentar postar o 5 mais rápido do que o 4... Mas to cheia de coisa pra fazer o.O então, sem promessas por enquanto. Demorei o dia inteiro pra fazer esse aqui... Cansou mimimi... Mas valeu! Acho que ficou bem legal, afinal, entrou um novo personagem na nossa história, certo? Whatever, reviews quero saber o que acharam ;)



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