The Only Exception escrita por May


Capítulo 38
Everybody Hurts


Notas iniciais do capítulo

o cap ficou ruim, mas o proximo ja esta pronto, pra compensar a demora, posto amanha mesmo se colaborarem com os reviews hoje :)
boa leitura



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A primeira coisa que eu quis fazer foi dizer um sim enorme, do tamanho do mundo. Mas algo aconteceu. Foi como se na minha cabeça, dissesse que eu devia dizer ‘não’, não era certo. Não demorei para me dar conta do meu problema. E ele tomou conta de mim por completo.

Devia dizer não. Como ele iria querer casar com uma garota problemática como eu.

- O que? – Me engasguei com as palavras. Todos me olhavam curiosos e eu me sentia incomodada com os olhares deles. – Temos 17 anos. – Falei arregalando os olhos. Era o problema. Ele tinha voltado. Eu estava tão doente...

- Mas Katniss. – Peeta estava incrédulo, como se não esperasse essa resposta. Quis ir abraça-lo, mas não consegui.

- Mas Katniss NADA! – Alguém falava por mim. Joguei a taça de champanhe no chão. Todos estavam pasmos com minha reação, com o que eu havia dito. – Que futuro você vai ter ao lado de uma louca problemática como eu? – A raiva me consumiu. Mas eu não queria agir assim.

- Kat, calma. Você não é uma louca problemática. Respire e sente-se. – Ele disse calmamente. Provavelmente já tinha notado que algo estava errado. Mas não consegui ficar bem dessa vez.

- Você não devia ter me pedido isso. EU NÃO TO NORMAL.- Chutei tudo o que vi pela frente, inclusive vidros, que devem ter custado muito caro.

- Pare essa doida. – A mãe de Peeta falou.

Senti-me péssima com suas palavras.

- Não fale isso da minha filha. – Minha mãe pela primeira vez na vida depois de tudo o que aconteceu, me defendeu.

- Ela está agindo como uma. – A mãe de Peeta falou.

- Não pode culpa-la, se tudo isso começou por culpa de vocês.

Uma discussão horrível se iniciou, e tudo o que eu queria era desaparecer. Queria estar bem. Queria ter aceitado e terminado essa noite de maneira bonita e feliz. Mas eu só sou uma garota atordoada demais.

Corri dali, e o único lugar que eu poderia ir, era o quarto de Peeta. Consegui chegar primeiro e me trancar lá. Ele estava do outro lado e pedia para que eu abrisse. Mas não cedi.

Minhas mãos estavam soando e eu senti a velha vontade. Parecia que minha pele pedia. Comecei a procurar, qualquer coisa que cortasse, não importava qual. Precisava fazer isso. Eu era uma negação. Como alguém poderia querer ficar comigo? Eu só era mais uma problemática na vida de alguém.

- Katniss abra, por favor. Não ligue para o que minha mãe diz.- Ele dizia do outro lado da porta, mas nessa altura, eu já havia encontrado uma tesoura com uma ponta bem razoável.

Causaria um grande estrago. Um estrago como eu. Eu precisava. Sem nem pensar duas vezes, passei a tesoura com toda força que podia, para que ela me machucasse de verdade. Segurei o grito, porque não estava mais acostumada com tal dor que alivia. Não aguentei e gritei na segunda vez que passei a tesoura.

- KATNISS. – Peeta gritou.

Comecei a chorar. Como eu era uma idiota. Solucei alto e larguei a tesoura em um canto. Meu braço pinicava e sangrava muito também. Manchei minha roupa toda branca de vermelho, de sangue. Minha maquiagem escorreu com as lágrimas e por dentro em me sentia um lixo.

Não sei como, ele conseguiu abrir a porta e se ajoelhou do meu lado. Porque eu tinha me encolhido em um canto, ainda chorando muito.

- É pior do que todos nós pensávamos não é? – Ele perguntou olhando para mim.

- Não quero te condenar a isso. – Falei entre lágrimas. – Olha só pra mim Peeta. Não tenho controle nas minhas atitudes. Eu estou totalmente perdida.

- Você só vai me condenar, se não deixar eu ficar com você Kat. Sabe disso.

- Por favor, não fale essas coisas.

- Você não pode se fechar para as coisas. – Ele diz.

- Mas isso toma conta de mim. – Falo abraçando meus joelhos. – Não consigo mais.

- Isso o que? – Ele pergunta sério.

- Minha doença. – Falo.

Ele se levantou e começou a sair do quarto. Senti um desespero por dentro. Ele podia me abandonar ali. - Aonde vai? – Perguntei alto demais.

- Preciso falar com seus pais. – Ele diz da porta.

- Falar o que? – Perguntei, mas ele não me respondeu.

Pov Peeta.

Aquilo estava tomando um rumo tão desagradável. Hoje a situação tinha ido longe demais, e eu não sabia mais como agir. Entrar naquele quarto e a encontrar manchada de sangue, machucada. Quebrava-me o coração de tal maneira. Tentei de o meu jeito ajudar. Pensei que se eu estivesse sempre por perto, ela ficaria melhor, mas a situação estava muito mais grave do que eu pensava.

Assim que desci, meus pais, ainda discutiam com os dela. Isso também era muito chato.

- Vocês podem parar, por favor? A situação não é legal. – Falei chamando a atenção de ambas famílias.

- Claro, depois de receber um pé na bunda diante de um pedido de casamento meu filho, claro que não é legal. – Minha mãe falou cruzando os braços. – Melhor assim, sempre soube.

- Para de falar isso. Sabe que ela está doente mãe? Você está sendo horrível, então se não quer ouvir o que eu tenho a dizer aos pais dela, pode se retirar, por favor.

- Depois conversamos. – Ela disse e realmente se retirou. Preferi desse jeito mesmo, pelo menos ela não encheria o saco. Meu pai, por outro lado preferiu ficar. Ele sempre teve um bom senso melhor que o da minha mãe. Pelo menos.

- Ela ainda se corta. – Falei. Ninguém pareceu surpreso.

- Pensei que tinha parado, já que passou um tempo com você. – O pai dela disse.

- Ela está muito doente, disse que não consegue mais controlar. Pensei que seria capaz de ajudar. Mas não sou. Precisamos fazer alguma coisa, se continuar assim não sei que rumo pode tornar.

- A única solução que vejo, infelizmente seja internar. – Meu pai falou.

- Internar ela? – Sua mãe perguntou e os olhos lacrimejaram. – Oh, não. Por favor, não.

- Talvez seja o melhor. – Seu pai disse.

- Haymitch! – Sua esposa o repreendeu. – Não podemos fazer isso.

- Não precisa ser por muito tempo. – Meu pai explicou. – Sei como funciona essas coisas. Sei até mesmo uma clinica que é ótima, e eu sei de resultados muito bons, de casos semelhantes que passaram por lá.

- Não sei, parece cruel demais. – Ela falou. – O que acha Peeta?

Eu estava calado esse tempo todo. Não gostei dessa ideia de internar, a Katniss iria odiar até mesmo.

- Acho que precisamos falar com um médico, e se ele achar melhor internar... Devemos fazer isso.

- Sinto muito pelo noivado querido. – Sua mãe disse. – Tenho certeza de que se ela estivesse bem, aceitaria e estaria muito feliz. Mas quando estiver melhor...

- Ela vai aceitar sem dúvidas. – Meu pai falou. E o pai dela assentiu. Aquilo me fez sentir um pouco melhor, ter apoio pelo menos de boa parte da família. No fundo, também sabia que ela aceitaria. Mas no momento, só queria que ela ficasse bem.

- Precisamos cuidar dela então. – Falei e eles assentiram.

- É, precisamos. – Sua mãe disse. – Inclusive eu.

Acabou que sua mãe foi para o meu quarto conversar com a Katniss. Não sei o que conversaram, mas sei que foi um grande avanço, sei que isso tocou minha namorado, e fiquei um pouco feliz. Sua mãe demorou por lá, e quando voltou tinha um pequeno sorriso.

- Ela já está descansando. Está bem mais calma agora.

- Obrigado. – Falei e ela assentiu sorrindo.

- Amanhã vou conversar com o médico, ver as recomendações que ele tem a fazer. – Seu pai falou.

- Certo, eu vou subir também. Boa noite para vocês.

Despedi-me deles e subi as escadas, no andar de cima, antes de entrar no meu quarto, minha mãe me parou.

- Apesar de ter saído, ouvi a conversa de vocês. – Ela disse. – Fico extremamente feliz em ver como você agiu Peeta. Eu agi muito mal, mas em compensação, você agiu realmente como um homem do bem, que protege quem ama. Isso me orgulha. Desculpe-me por hoje mais cedo, apesar de tudo, gosto muito dela sabia? Graças a ela, olhe só o que você se tornou. Não quero que se afaste dela. E quando ela melhorar, eu vou ser a primeira a aprovar o casamento de vocês. – Dizendo isso ela entrou no seu quarto, sem me dar chances para responder.

Fiquei encarando a porta. Pelo menos isso da minha mãe. Entrei no meu quarto e encontrei a Kat deitada. Já estava dormindo e parecia bem mais calma. Ajeitei o edredom para ela e me deitei ao seu lado. O que eu mais queria nesse momento, era que ela ficasse bem.

...

No dia seguinte acordei e senti que alguém me observava. Era a Katniss.

- Demorei muito para acordar? – Perguntei olhando para ela.

- Não, eu acordei meio cedo também. – Ela disse e me mostrou a mão. Tinha o anel que eu daria para ela para simbolizar o noivado no seu dedo. – Ontem não soube expressar o meu sim corretamente. Peço desculpas.

Continuei olhando para a sua mão. Meu olhar subiu um pouco para o braço. Um corte muito recente. Aquilo me preocupou, mas preferi não tocar no assunto tão cedo.

- Nada melhor do que acordar com uma surpresa dessas. – Eu falei e a vi sorrir.

- Realmente sinto muito por ontem Peeta.

Antes que eu pudesse responder, meu celular tocou. Peguei e atendi, sem nem antes ver quem estava ligando.

- Alô?

- Peeta, sou eu Haymitch.

Olhei automaticamente para a Katniss, que tinha uma expressão de não estar entendendo nada.

- Ah sim, oi.

- Então, acabei de chegar do médico. Passei todas as informações. Expliquei a situação, expliquei sobre a depressão e problemas. Ele disse que o rumo disso tudo só é piorar. E que uma grande chance para sair de tudo isso seja realmente internar.

Senti um aperto se formar. Não era uma boa noticia.

- Tem... Certeza?

- Não quero ter que fazer isso, mas talvez seja o adequado. O melhor. Está de acordo?

- De acordo não estou, mas acho que devemos fazer isso.

- Está com ela ai?

- Sim...

- Pode tentar avisar ela? Acho que ela pode aceitar por vontade própria se você falar.

- Não conte muito com isso. – Adverti.

- Tente pelo menos. Por favor.

- Certo.

Desliguei o celular e a encarei.

- Quem era? – Katniss perguntou olhando fixamente para mim. – Estava falando de mim, não estava?

- Era o seu pai... Sim, estávamos falando de você.

- O que exatamente?

- Sobre esses problemas. Achamos meio que uma solução.

- Sério? – Ela pareceu feliz. – Qual é? Isso pode realmente ajudar?

- Acredito que sim. Mas olhe, por favor, não surte. Acredite que seja para o seu bem, porque realmente é.

Sua expressão mudou se para confusão e desconfiança.

- Do que está falando?

- Achamos que... O ideal seja que... – Não sabia como falar isso. Ela me incentivava a falar, mas eu estava travado. Ela iria surtar. Já estava prevendo. – Que seja internada.

Seus olhos se arregalaram.

- Vocês querem me INTERNAR? – Ela estava pasma. – Realmente acham que eu esteja louca? Porque não me mandam para um PSIQUIATRA também. – Ela disse levantando da cama.

- Não é porque achamos que esteja louca. Você não está louca Kat. Só achamos grave você ainda estar se cortando, e lá eles vão te ajudar a superar.

- Então acha que vai se livrar do problema, me mandando para um lugar de loucos? – Ela estava irritada e eu previ isso. – Ah, agora que me lembro, eu sou o problema.

- Não. Você não é o problema e nunca será. Só estamos querendo te ajudar. Por favor.

- Até você Peeta. Pensei que pudesse confiar em você e você aceita isso. Está com eles que querem me internar. Pensei que me amasse. Vai me largar lá e viver uma vida boa com uma qualquer que seja mais normal do que eu, é isso não é?

- Pelo amor de deus, claro que não é isso. Você tem que entender que é necessário.

- Claro, claro que é. – Ela resmungou irritada e começou a arrumar suas coisas. Levantei da cama.

- O que está fazendo?

- Indo embora ué. – Ela disse. – Não quero mais ficar aqui pra ouvir você falar essas coisas.

- Então não vá pra casa, porque eles também querem...

- Ninguém vai me obrigar a nada. Não quero ser internada e não vou ser. – Ela bateu a porta e eu fiquei meio atordoado.

Peguei o celular e liguei pro pai dela novamente.

- Como era de se esperar, ela não aceitou. – Falei, pelo menos não me veria longe dela, mas teria que pensar em outra solução.

- Como assim não aceitou?

- Ela pensa que queremos nos livrar dela.

- Ela vai ter que ir, já fui à clinica também e já paguei.

- O que? Então vai ter que desmarcar tudo, porque ela não aceitou...

- Então não tenho outra opção a não ser leva-la a força.

- Não, isso não é certo.

- Não tenho outra escolha. – E desligou.

Saí do meu quarto apressado, me perguntando se o pai dela estava louco.

- Faz muito tempo que a Katniss saiu? – Perguntei a minha mãe que estava na sala.

- Uns 5 minutos. – Ela disse. – Ela me parecia um pouco irritada, o que aconteceu?

- Depois explico.

Não sei como ela voltou pra casa, mas peguei meu carro e dirigi até a sua, rezando para que ela não tivesse chegado em casa ainda, ou que seu pai já estivesse lhe esperando para lhe levar a força para a clinica. Ela me odiaria, sem duvidas nenhuma. Acelerei o máximo possível.


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Notas finais do capítulo

ate os reviews gente
bjoos ♥