Assassins Creed: Legion escrita por Light Angel


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Heey, pessoal! Um novo capítulo está saindo bem feito e pensado em vocês. Espero que gostem, e por favor, tenham uma boa leitura.



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Bianca encarava o homem na sua frente com olhos grandes e surpresos. Havia pensando em várias possibilidades de conhecer Alec, mas não dessa forma. Em forma de teste. Se ela fracassasse, ele não seria condescendente com ela como foi quando a ajudou contra os Templários na Fortaleza 43.

Ele a trataria como uma fracassada, e a mandaria para o exílio final, como Patrick havia dito. Ela iria deixar de existir.

Engolindo em seco, ela baixou os olhos, esperando pela entrevista mais nervosa do que antes.

Porém, ainda sentia os grandes olhos verdes de Alec em seu rosto. Lentamente, ela levantou a cabeça e encarou Alec frente a frente.

- Finalmente estou conhecendo cara a cara a grande Assassina, não é mesmo? – Ele piscou. – Não que eu não soubesse nada sobre você, pelo contrário. Mas ainda assim, não é como conversar com você pessoalmente. – Ele estendeu a mão. – Alec Médici, ao seu dispor.

Bianca aceitou a mão com cautela. Era tudo muito novo para ela ainda.

- Bianca – Ela sorriu. – Ah, e a propósito, muito obrigada por toda a sua ajuda. Sem você, eu não teria conseguido nem sair de casa direito.

- Disponha, - Ele sorriu, beijando sua mão. – É nosso dever ajudar nossos aliados. Falando nisso, é um grande prazer conhecer você, Nico. Você está ótimo. E, é um imenso prazer conhecer finalmente você, Jason Hank. Esperamos muito por sua vinda.

Jason franziu as sombrancelhas, confuso, mas não disse nada. Seu olhar estava nas mãos de Bianca e Alec entrelaçadas. Envergonhada, Bianca tinha percebido que não as soltara ainda.

Com um engasgo, ela as soltou rapidamente e olhou para baixo. Alec deu uma risada suave.

- Muito bem, - Alec prosseguiu com uma elegância sobrenatural, como se já estivesse sendo treinado para este momento. – Antes, quero me apresentar formalmente. Meu nome é Alec Médici, e estou sendo encarregado de ver se estão preparados para entrar para a Ordem inteiramente.

- O local que estamos chama-se Base Intermediária, aonde liga o mundo superior a Ordem. Aqui veremos se estão mesmo preparados para entrar em nossa casa ou se serão exilados permanentemente.

- A entrevista é bem simples, na verdade. Apenas falem quando eu mandar e respondam com sinceridade as perguntas que farei a vocês. Eu saberei se estiverem mentindo. Se as respostas me agradarem, permito a entrada de vocês. Se eu não achar suficientemente boas, sinto muito.

Ele olhou para Bianca com um olhar de compaixão, porque mesmo que ele a tivesse ajudado, agora não poderia fazer nada por ela. Toda a Ordem estava vendo neste momento, ela sentia. Ou ela agradava, ou caía fora. Simples assim.

- Lembrem-se, meus amigos. O segredo é serem verdadeiros. Porque apenas os de mentes fortes e corações isentos de inverdades, entram em Nossa Casa.

Os três assentiram, embora Jason ainda estivesse bem confuso. Mas Bianca resolveu não falar nada. A voz de Alec soou novamente, e ela já sabia o que estava por vir.

- Vamos começar pela mais nova, então. – Ele sorriu para Bianca. – Está pronta?

- Sim. – Ela respondeu com cautela. Já estavam na entrevista?

- Muito bem. – Ele aprovou. – Olhe para aquela direção e diga seu nome, sua idade e sua ocupação. Foi a primeira coisa que o rastreador encontrou na sua mente. Apenas prove que ele estava certo.

Ela se concentrou com cautela. Precisava responder seriamente, mesmo que as perguntas fossem bobas.

- Meu nome é Bianca Isabelle Richmond Auditore. Tenho dezesseis anos, e minha ocupação é estudante do 2°grau da Summerlin High, no segundo ano do Ensino Médio e atualmente estou ajudando a Ordem dos Assassinos, recentemente indicado por Ezio Auditore. Fui treinada pelo mesmo.

- Como alega isso?

- Ezio Auditore me ligou em uma noite na minha casa, há dois meses. Ele não havia se identificado, apenas disse que o assunto era a respeito do assassinato de minha mãe, assunto que estava obcecada havia alguns meses. Por isso, aceitei sem rodeios. Estava desesperada e precisava de qualquer coisa para encaixar as peças do terrível assassinato contra a vida de uma das pessoas mais importantes da minha vida.

- Não sabia do que se tratava e nem quem estava do outro lado da linha, apenas tinha a sensação de que não estava lidando com pessoas mentirosas. Eu senti isso em meu coração. Não me pergunte como, simplesmente senti. Seguindo as instruções do homem misterioso, fui parar em sua casa, onde ele me contou a segunda parte da verdade. A primeira ele havia me contado no carro, e já tinha me deixado a par da situação. Foi assim que comecei minha jornada, ajudando a Ordem.

- Entendo. Bem, vamos continuar. Bianca, eu quero que seja sincera. Você está ajudando a Ordem por compromisso ou foi uma forma que você encontrou de vingar a sua mãe?

Seja sincera, disse a mente de Bianca. Completamente sincera.

- A segunda opção. – Ela disse baixa e envergonhadamente. Percebeu que fora encurralada. Mas tinha de ser sincera, mesmo que isso ofendesse a Ordem. Ela percebeu que estava em sérios apuros.

- Mas, espere – Ela interveio – Eu espero que possam me entender. Minha família estava nisso há anos, mas sinceramente, não é isso que eu queria para a minha vida. Eu estava com ódio e ferida, porque a minha mãe foi morta por aqueles Templários malditos. A dor que eu sentia era imensa e eu queria fazer alguma coisa para aplacá-la. Mas, simplesmente, estava desesperada. Queria poder dar a minha mãe uma morte digna, vingar o assassinato brutal por ela. Por isso, concordei em ajudar a eliminar Henrique de’Pazzi. Podia haver um pouco de vingança no meio sim, até porque ele seqüestrou meu pai e eu não queria perdê-lo também, mas foi por amor a meus pais! Foi por eles, eu os amo demais. Não queria que ela tivesse morrido por minha causa e que meu pai tivesse quase morrido também.

De repente, Bianca se viu soluçando. Ela sabia que estava perdida, mas não podia se dar ao luxo de mentir. Se a sua vida acabasse agora, queria acabar sem nenhuma culpa, sem nenhuma mentira. Queria poder rever a sua mãe de uma forma digna, como ela sempre ensinara a Bianca.

A verdade sempre nos leva ao caminho da dignidade.

Ela viu os braços fortes do pai a envolvendo, seus lábios em seus cabelos a reconfortando. Ele passara pela mesma dor da menina e a entendia melhor do que ninguém. Neste momento, Bianca agradecera mais uma vez por seu pai estar do seu lado.

- Você está sendo completamente verdadeira, Bianca – Alec disse com uma voz emocionada. – E é por isso que a sua entrevista acabou. Ora, Ezio Auditore também fez tudo isso por amor a família e ele ainda faz. Sabemos de seu amor e o amor é um dos principais lemas dos Assassinos. Por isso, entendemos a sua forma. Sabemos quem você é de verdade. Você provou a verdade dentro de você. Por isso, está dentro.

Bianca não acreditava no que estava ouvindo. Acabara? Simples assim? Ela já estava dentro? Sua mente estava com um turbilhão de perguntas, mas ela limitou-se apenas a assentir e manter-se relaxada. A tensão ainda não havia acabado. Seu pai e Jason ainda precisaram passar pelo teste, e será que a Ordem seria condescendente com eles? Afinal, o segredo era ser verdadeiro, mas ainda assim... Parecia fácil demais para ela. Como um jogo psicológico. Sempre iriam tocar em um ponto fraco, como fizeram com Bianca e o caso de sua mãe e a Ordem.

Ela se sentiu tentada a mentir, mas ainda assim... Precisava ser verdadeira. Isso provava que ela era forte o bastante para entrar, e ela esperava que Jason e Nico também fossem.

- Bene – Alec disse com uma voz completamente divertida – Acho que já terminamos com você, querida. Por aqui. Você vai entrar.

Bianca sentiu um sobressalto.

- E quanto a meu pai e Jason? – Ela disse apavorada.

- Passarão pelo mesmo teste que você. Mas você já está dentro da Ordem. Seu dever é seguir adiante agora. Se tudo correr bem, reencontrará Nico e Jason em breve.

Alec conduziu Bianca até o local onde Patrick esteve alguns minutos antes, no pequeno degrau escondido.

- Fique parada. – Ele ordenou.

Bianca sentiu seus pés afundarem na pequena protuberância cravada no chão. Imediatamente, seus pés pareceram pesar como chumbo e as mesmas chamas prateadas que engoliram Patrick envolveram a menina.

Ela sentiu um calor imenso, mas não as sentiu queimando a sua pele. Começou a se desintegrar e ao mesmo tempo em que ela perdia a visão de seu pai olhando-a orgulhoso e Jason a olhando ansioso, sua visão entrava em outro foco, como se estivesse indo para outra dimensão. Ela reuniu toda a força de seu ser, para uma despedida, que se Deus permitisse, seria temporária.

- Eu tenho certeza de que vocês vão se sair bem! – Ela gritou, sentido sua voz sumir nas chamas. Com toda a força, ela disse mais forte. – Eu amo vocês!

A visão de Jason e Nico sumiu completamente. Ela estava completamente sozinha.

A menina se encontrava em um corredor escuro, iluminado apenas por fracas luzes prateadas e vermelhas. Ela começou a seguir em frente, não sabendo se era por instinto ou por que era a única direção.

Depois de alguns passos, ela viu que o caminho mudou de curso, subindo levemente para a esquerda. Continuou seguindo na direção em que seus pés a levavam, se nem ter consciência de onde estaria indo.

Seus pensamentos estavam em seu pai e Jason, e se eles passariam no teste psicologicamente magistrado pela Ordem, parecendo fácil demais, mas podendo pegar até mesmo os mais fortes.

Ela observava que o túnel por qual estava passando, nunca mudava, apenas ficava com a mesma luminosidade prateada e avermelhada que as paredes proporcionavam. Ela percebeu que ainda estava com o microfone interno a qual Alec lhe dera, para se comunicar.

Mas não sabia se o usava agora, porque não sabia se seria correspondida imediatamente.

 Continuou a subida, sem saber que rumo tomaria. Estava apenas ciente de que estava em território amigo. Isso ela sabia.

De repente, a subida em caracol na direção esquerda, parou subitamente. Ela foi surpreendida por uma pequena escada que descia até duas grandes portas eletrônicas duplas.

As portas eram de ferro maciço e tinham vários componentes eletrônicos, e no meio, bem no centro estava destacado um grande A, prateado e vermelho. Dois guardas, com aparências bem cruéis, guardavam as duas portas. Eles não se preocuparam em saudar Bianca. Foram logo ao assunto.

- Enfim, passou no teste, Base Intermediária para Base Central? – Perguntou um guarda, seriamente hostil.

- Sim. – Ela respondeu nervosa. Eles pareciam invencíveis e ela tinha pena de quem estivesse invadindo, mesmo que nem precisasse chegar a este nível. Se os guardas estivessem a tratando deste jeito, imagine como tratariam um invasor.

E os líderes? Se os guardas são assim, imagine os Líderes?

Ela nem cogitou pensar na possibilidade, com náuseas só de imaginar.

- Iremos revistá-la, senhorita. Por favor, fique parada. – Disse o segundo, igualmente hostil.

Como é? Os infelizes querem me revistar? Como assim?

Ela já estava preparada para lutar causo uma mão boba aparecesse de imediato, sendo do lado dos Assassinos ou não. Ela tinha ainda a sua honra.

Mas os olhos dos Guardas Assassinos apenas brilharam, revistando-a como uma máquina de raio X. Enfim, eles terminaram o processo e Bianca parecia bem constrangida.

- Muito bem, senhorita Auditore. – Disse o primeiro Guarda, um pouco menos hostil. – Pode passar para a Base Central. E, bem vinda, ao ponto inicial da Ordem dos Assassinos.

Os Guardas simplesmente se afastaram, e as portas pareceram se desmaterializar da sua frente. Na verdade, o local todo pareceu se desmaterializar da sua frente.

Então, ela percebeu, Isso é mais um dos truques dos Assassinos. Quanta mentalidade e tecnologia para um simples ano de 2012. Parece que avancei 100 anos no futuro.

Mas ela interrompeu os seus pensamentos, quando finalmente colocou os olhos na visão que apareceu na sua frente.

A Ordem dos Assassinos era bem mais magnífica do que ela jamais imaginara.

Primeiro, uma sede em Monteriggioni, depois uma pequena sede na Ilha Tiberina em Roma.

Agora... Isso.

Uma organização imensamente produzida e tecnológica surgiu em seu campo de visão. A Base Central, a entrada direta para a Ordem, era repleta de vidro, e com um jogo de luzes, às vezes ficavam vermelhos, às vezes prateados, às vezes ambos.

Bianca estava estupefata, pois em todos os lugares havia beleza e... Poder.

Em cada canto havia elevadores panorâmicos que levavam para andares subterrâneos, afinal a Ordem era totalmente subterrânea. Ela nem sabia que nível do solo estava agora.

Muitos integrantes trabalhavam com computadores, ou melhor se é que aquilo poderiam ser chamados apenas de computadores.

Eram simplesmente placas suspensas no ar, totalmente eletrônicas, no qual apenas com comandos da mente, os integrantes faziam os seus projetos.

Caramba, pensou Bianca estática, Isso aqui deixaria a Apple e a Microsoft se roendo de inveja.

Cada integrante usava um uniforme correspondente a Ordem, e eram totalmente equipados quanto estilosos. Havia muitas pessoas trabalhando na Base, e a maioria dos computadores avançados e dos telões reprojetados nas paredes e teto, estava centrada na Base dos Templários, localizando perigos e armações.

A Fortaleza 43 estava sendo mostrada em um dos telões do teto, totalmente evasiva. Pois os que haviam morrido, foram retirados e os que haviam sobrevivido foram exportados. Todos que olhavam para a imagem sorriam com satisfação.

Além de tudo aquilo, ainda era mostrado vários projetos, os quais eram encaminhados para um local onde eram teletransportados para outra Base.

Tudo aquilo, era aparentemente surreal e incrivelmente perfeito.

Bianca ficara estupefata do começo ao fim, e mal dizendo uma palavra não sabia o que fazer. Vários integrantes estavam também sintonizados em Las Vegas, olhando e guardando a cidade cede da Ordem.

Um integrante, porém, observou a imagem de Bianca estupefata e rapidamente digitou uma mensagem em seu computador. Isso passou para toda a base em menos de um milésimo, e em menos de três segundos, todos estavam observando Bianca Auditore.

Uma palma surgiu em algum lugar da Base. Seguida de outras palmas, de repente, a Base Central inteira estava saudando Bianca.

Todos se levantaram e começaram a saudar a menina, a responsável por matar a “pedra no sapato” da Ordem dos Assassinos dos Estados Unidos.

Ela rapidamente tentou negar as palmas, afinal ela pensava que não fizera muita coisa. Sem as instruções de Alec e o treinamento de Ezio, ela nunca chegaria nem aos pés daquilo tudo.

Mas eles não queriam saber de nada do que ela estava pensando. Apenas a saudavam e um ou outro apertavam a sua mão e alguns até a abraçavam.

Mas Bianca teve uma visão inesperada. Uma visão que ela nunca imaginaria que poderia ter tido, que viveria para ver ele de novo.

O Líder da Ordem dos Assassinos apareceu andando brevemente, com passos curtos e com um sorriso confiante no rosto.

Mas Bianca já sabia quem ele era, mas nunca imaginara que ele era o Líder.

A capa já indicava tudo, e saindo elegantemente de um dos elevadores centrais, Ezio Auditore abriu os braços para a menina trêmula e desamparada. Depois de tudo o que ela passara, ela só queria um pouco de segurança.

E foi isso o que ela fez. Correu para os braços de Ezio, chorando e soluçando, vendo que tudo aquilo havia acabado.

Todos riram alegremente e continuaram a aplaudir a bela cena que estava a sua frente.

- Mí querida, - Ele entoou em seus ouvidos, acariciando delicadamente os cabelos de Bianca. – Eu sempre soube que você conseguiria.

Bianca o abraçava avidamente, como o reencontro de dois irmãos que não se viam a muito tempo.

Depois de um tempo, todos se acalmaram e abriram espaço para Ezio e Bianca passarem, sempre com um sorriso no rosto.

- Venha, minha pequena Assassina – Ezio sorriu. – Você precisa de cuidados e eu preciso me certificar de que você fique bem. Agora, você está em casa.

Bianca sorriu diante daquelas palavras de conforto. Esquecendo um pouco os seus problemas, como Jason e Nico na sala de testes ou Kayla com um risco sério de vida, apenas pensou em alguns minutos de descanso. Afinal, o dia todo ela não tivera um momento de paz, era tensão atrás de tensão.

Mas ainda assim, ela estava ciente de seus problemas, e por mais que o descanso fosse convidativo, ela não poderia se desviar de seus problemas agora.

E, infelizmente, a sua intuição estava correta. 


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Notas finais do capítulo

Então, este foi o capítulo 12. Fiquem espertos, o 13 sai logo, logo. Até breve, meus amigos. Se cuidem.