Datherine Forever escrita por Martina Santarosa


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora pra postar de novo!! é que as vezes me falta ideias e inspiração, dai eu demoro. Por isso sempre que tiverem alguma ideia ou sugestão me mandem! Por review ou por mensagem! Obrigada minhas fofas por lerem! espero que gostem e vou tentar postar mais rápido!



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Rodamos pelo salão dourado em meio a sorrisos e risinhos. Não consigo evitar de ficar boba perto dele. Nunca entendi direito o poder que aquele sorriso tinha de me conquistar. Ah, eu simplesmente deliro ao vê-lo feliz dessa maneira.

Ele me gira em meio à valsa que dançamos e me segura mais uma vez com os braços fortes. Aqueles olhos azuis me olham de cima a baixo e depois ele sorri, o que me faz ficar vermelha como o vestido de baile que uso. Sempre me sinto boba quando estou com ele.

Dançamos até o fim da música e não paramos quando a próxima começa. Corro meus olhos pelo corpo de Damon e vejo como ele fica deslumbrante em um smoking. Ele sorri com malicia pra mim.

–  Katherine, Katherine, Katherine... – ele fala com voz de advertência, como se isso fosse errado, mas sorri e me puxa para dançar mais perto, mesmo não sendo o correto da valsa. Certo, como se eu me importasse com o que é correto ou não...

O som de meu nome em seus lábios me faz derreter por dentro e a proximidade me aquece de um jeito carinhoso e provocante. Ele me gira e me segura ainda mais perto e meu coração acelera de animação. Estar perto dele me faz sentir voando...

Sinto minha mão molhada, a mão que apoio nas costas de Damon. Não sei da onde surgiu e aumento levemente a pressão que minha mão faz em seu paletó. Quente e húmido. Levanto a mão para olha-la e a vejo toda vermelha. O cheiro de cobre invade minhas narinas, mas isso não atiça minhas presas, mas me traz pavor.

Olho nos olhos de Damon, procurando alguma explicação.

– O que foi meu anjo? – ele diz, com os olhos e a voz suaves.

Em qualquer outro momento isso teria sido a bastante para me fazer esquecer que existe um mundo ao redor de mim, que existem outros seres vivos e quase-vivos além de mim e Damon. Mas não agora.

Olho para sua camisa branca impecável, que bem, não era mais branca. Uma mancha enorme de sangue cobria praticamente todo o peito. Meu estomago revira e acho que posso desmaiar ou vomitar. Engraçado, em quinhentos anos, nunca havia ficado enjoada ao ver sangue.

Olho em seus olhos, desesperada, mas eles continuam amáveis e gentis.

– Damon... você está...

– Está tudo bem meu amor – ele me corta, fazendo com que dancemos mais rápido.

Perco as palavras e não sei mais o que fazer além de deixar que ele me guie pelo salão, olhando em seus olhos azuis, totalmente confusa e apavorada. O cheiro de sangue aumenta, e sinto que ele escorre pelos meus braços e desaparece na saia escarlate de meu vestido.

Damon me gira e de suspende, segurando minha cintura, e me deixando inclinada para baixo, colocando seu rosto muito próximo do meu. Ele se inclina para me beijar e uma filete de sangue escorre de sua testa e pinga em meu rosto.

Um grito sufocado sai de minha garganta e tento me soltar dele e ao mesmo tempo puxa-lo para mim, não sabendo bem o que fazer. Ele  tenta me dizer alguma coisa, mas não posso entender as palavras, apenas um grunhido nojento, pois sangue – muito sangue – escorre de sua boca, ensopando meu rosto.

Grito mais uma vez, tento dessa vez empurra-lo, sem duvida alguma de que não o quero perto de mim. Ele sorri de um jeito estranho, maléfico e então... explode. Sim, explode. Seu corpo se transforma em uma maça de sangue, tudo decomposto. Sem ossos, sem nada. Apenas restos de tecidos sobre meu vestido que é todo de sangue. Sangue e restos mortais. Restos mortais de Damon.

Sem seus braços fortes para me segurar, caio no chão. Uma possa de sangue se forma sob e em volta de mim. Tento abrir os olhos, mas minha visão é embaçada pelo sangue em meu rosto. Tento gritar, mas perco a voz quando sinto o gosto de seu sangue invadindo minha boca, descendo pela minha garganta. Sinto a bile subindo pela minha garganta. Seu sangue tem um gosto podre, de lodo.

Meu corpo treme e me reviro no chão, sentindo como se minha cabeça fosse explodir. Seu sangue tinha gosto de morte.

                Acordo assustada. Me levanto em um pulo e corro para o banheiro. Me olho no espelho. Nada de sangue. Suspiro de alivio e jogo muita agua no rosto. Olho meu reflexo, as gotas de agua escorrendo e pingando. Como lágrimas doces por todo meu rosto.

                Sento no chão com os cotovelos no joelho e escondo o rosto entre as mãos. Nada de sangue. Damon está vivo. Bem, até onde eu sei ele está vivo, mas Klaus pode tê-lo matado. Me recuso a acreditar nisso, eu sei de algum modo que ele ainda está vivo. Talvez por que meu coração ainda esteja batendo.

                Volto pra meu quarto. Já sei o que tenho que fazer. Não posso continuar assim, preciso me certificar de que ele está bem. Preciso saber que ele continua aqui, preciso...

Alcanço o frigobar que foi posto em meu quarto desde que comecei a receber bolsas de sangue ao invés de pessoas vivas. Klaus não havia retornado, e depois disso apena sangue resfriado. Não que eu esteja reclamando, de jeito nenhum. Há verdade é que isso é muito melhor para meus planos.

O frigobar está cheio. Eu guardei, todos os dias, bebendo somente o necessário.  Pego 5 bolsas de sangue. Estamos aqui a mais de uma semana, e isso não será o suficiente para faze-lo forte de novo, contando que possivelmente foi torturado e não recebeu uma gota de sangue se quer.

Suspiro me sentindo totalmente sozinha e quebrada, com minha alma estraçalhada em mil pedaços, espalhados por todo esse luxuoso quarto. Eu deveria estar sendo torturada. Mas por minha culpa, ele está aqui. E por algum motivo que eu simplesmente não consigo entender, eu estou aqui, relativamente bem, enquanto ele paga pelo que, na minha visão, foram meus erros. Penso se não é esse o plano de Klaus, me torturar psicologicamente, partindo meu coração antes de acabar com meu corpo.

Mas não posso deixar que seja assim. Não posso deixar que ele morra. Não por minha causa, não sem eu ter tentado salva-lo. Eu não suportaria não ver mais o brilho naqueles olhos azuis.

Procuro uma bolsa e guardo todo o sangue lá dentro. Ele não irá morrer, não enquanto eu estiver aqui, não enquanto eu souber que posso fazer alguma coisa. Respiro fundo. Agora é só uma questão de não ser pega no trajeto.  


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Notas finais do capítulo

comentem!