Datherine Forever escrita por Martina Santarosa


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oie, desculpe a demora e brigada a todos que acompanham pelos incentivos. Espero que gostem.



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A fome está me matando. Mesmo sem saber exatamente a quando tempo estou ali, já que todos os meios de comunicação e informação estão fora de meu alcance, meu organismo sente que estou a mais de 72 horas sem me alimentar. Sinto o pouco sangue que resta em minhas veias sendo queimado enquanto ando de um lado para o outro do quarto, impaciente. Deveria ficar parada, mas estou nervosa de mais para pensar direito.

Klaus não apareceu desde o dia anterior, quando me pegou na sela de Damon. Não consegui dormir, mesmo estando cansada e a cama sendo tentadora. Todos os meus sentidos me dizem que tenho que estar alerta. O fato de meu quarto ser luxuoso como o de um convidado de honra não me faz esquecer que estou na casa do homem que me persegue a mais de 500 anos.

A porta se abre de vagar e me dirijo para perto da janela, que está permanentemente trancada. Klaus entra acompanhado de uma humana mais ou menos da minha idade, que se senta em minha cama. Ouço os batimentos calmos da moça, que está provavelmente hipnotizada, e tenho de me controlar para não pular no pescoço dela no mesmo segundo.

– Eu a trouxe para você – Klaus se aproxima com uma expressão que poderia até parecer gentil se eu não o conhecesse e não soubesse de seu ódio por mim.

Hesito. Sei que não devo aceitar coisa alguma oferecida por Klaus, mas não posso evitar que meus caninos se alonguem quando a moça prende o cabelo em um rabo de cavalo, deixando o pescoço a mostra. Consigo praticamente ver o sangue pulsando pela jugular e minha cabeça dói de vontade ao imaginar meus dentes perfurando o pescoço dela.

Klaus anda até mim e eu me aperto contra a parede.

– Se não quiser, não precisa beber – ele caminha em direção a porta mais uma vez, irritado com o meu comportamento. – Pode definhar aqui sozinha se é o que prefere.

Ele faz um sinal para a moça o seguir, mas na primeira menção que ela faz de levantar não consigo mais me controlar e avanço contra seu pescoço, rasgando sua pele e deixando que o sangue escorra por minha garganta.  Dou um suspiro de alivio enquanto sinto meu coração bombear esse novo sangue por minhas veias e bebo com mais intensidade.

Ouço passos e depois sinto um toque leve na ponta dos meus cabelos. Fico assustada, tentando entender o que aquilo significa, mas quando tento levantar a cabeça para olhar o que ele está fazendo, uma mão a empurra de volta para a feriada aberta.

– Termine com ela – ouço a voz baixa de Klaus. Mesmo com a voz mansa, aquilo era uma ordem e a fome e o medo me fazem não hesitar.

                Quando o sangue para de correr e sinto o corpo mole sob meus braços, solto a garota e vejo seu corpo cair flácido no chão. Havia drenado todo seu sangue. Olho para seus olhos sem vida e penso que eu nem sabia o nome dela. Não sei se isso é melhor ou pior, a verdade é que não faz diferença, é somente um fato.

                Um filete de sangue escorre de minha boca, mas eu deixo que pingue em meu jeans preto. Olho para o pescoço ensanguentado, o corpo jogado e sem vida e vejo que não sinto nada. Não sinto remorso de nenhuma das pessoas que matei, e não sei se isso faz de mim alguém ruim. Bem, provavelmente sim. É o que todos me dizem pelo menos. Que eu sou uma pessoa ruim. Normalmente tento pensar que sou assim por ser vampira, mas sei que não é verdade.

                Olho para Klaus com um olhar sem brilho e desinteressado e vejo que ele sorri de leve. Tento entender o que está acontecendo mas não entendo. Ele gosta é de ver pessoas sendo drenadas?  Mas por que diabos ele está me tratando assim?

                – O que é tudo isso? – olho em volta para mostrar ao que me refiro e fixo o olhar nele mais uma vez.

                – Um quarto – ele da de ombros como se não fosse nada de mais.

                – Mas por que eu estou aqui?

                Ele ri como se tudo fosse uma grande piada, como se minhas perguntas fossem absurdas e inconvenientes.

                – Preferia estar na cela aonde você achou o seu querido Damon?

                Damon. Noto que hoje, quando minha fome estava me consumindo, foi a primeira vez em muito tempo que não pensei nele. Normalmente ele está lá, em um canto dos meus pensamentos, uma sombra que acompanha cada raciocínio, mas hoje não. Fico um pouco atordoada, sem saber o que pensar disso, e de repente lembro que Klaus está ali ao meu lado, e se não me engano havia feito uma pergunta.

                Coloco Damon e meus sentimentos na fila de espera em minha mente e tento me concentrar em Klaus. Não, eu realmente não queria ficar na sala de tortura em que Damon estava. Bem que no fundo eu sei que quem deveria estar lá sou eu, e ainda não sei por que não estou. Sem sentimentos!, grito mentalmente para mim mesma.

Decido fazer minha melhor cara de aborrecida esperando que ele aceite isso como resposta, e ele faz exatamente o que eu espero com um leve sorriso de satisfação no rosto.

– Foi o que eu pensei. Então pare de ser ingrata e reclamar do que lhe é oferecido, e limpe esse sangue do rosto – ele estende a mão sobre minha pele, e me retraio um pouco esperando um toque hostil.

Mas me surpreendo com a delicadeza com que toca meu queixo, seguindo a marca de sangue até terminar contornando meus lábios. Ele me olha com uma expressão vazia mas sinto que seus dedos se demoram um pouco mais que o necessário em minha boca.

Me afasto de seu toque, não sabendo o que pensar sobre tudo aquilo. Ele se afasta, um tanto desconcertado, e anda até a porta sem olhar para mim.

– Mandarei que busquem o corpo.

Mesmo me sentindo totalmente estranha e desconfortável, preciso fazer uma pergunta. Por mais ridícula que eu possa parecer, preciso desesperadamente saber. E provavelmente ele já tenha uma ideia da minha mais nova e dolorosa obsessão.

– Klaus... – digo seu nome suavemente, um pouco relutante, e ele para na beira da porta e me olha com a expressão suave. Respiro fundo e digo: – Você vai soltar Damon?

Ele sorri de um jeito desanimado, que parece até um pouco melancólico. Seu olhar é totalmente pálido e vazio quando me encara antes de fechar a porta e ir embora, me deixando sem resposta e totalmente agoniada.


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Notas finais do capítulo

Comentem (se gostaram ou não) e deem ideias novas! XOXO.



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