I Hate, You Hate, We Hate Summer escrita por duda


Capítulo 5
I divide, You divide, We divide the room


Notas iniciais do capítulo

Duuh:Oii gentee! Esse cap. fui eu que fiz apesar da divônica Sugar Cube me dar umas idéias. Enjoy, cupcakes!



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Clove’s Summer

“Let me see you put you hearts up, yeah” cantava Ariana Grande em meus fones de ouvido.

Finalmente desci daquele ônibus .  Não seria legal vomitar. Vamos esperar Cato sair e ir embora desse ônibus, não quero esbarrar mais com ele. Tá, eu sei que vai ser impossível.

Primeiro: Ir na recepção com a professora e pegar a chave de meu quarto. Segundo: Ir até meu quarto e largar as coisas. Terceiro: Dormir, se possível, o verão inteiro.

Estava tentando colocar a chave na fechadura da porta do quarto onde eu iria passar o verão. Quando entrei, a última pessoa que eu queria ver estava ali. Sério, eu esperava até a professora ali com seus livros de sociologia e saias maiores que eu. Parece que não daria pra cumprir minha listinha.

–  Até pra abrir portas você tem problemas, garota?

–Saia de meu quarto

– O que você tá fazendo aqui? Aqui é meu quarto!

– Não, como eu disse... – Fui explicando– Esse é meu quarto... O que você está fazendo aqui?

– Esse é meu quarto.

– Então...

– Oh, Deus...

– Eu não acredito. O mesmo quarto? O que eu fiz de tão ruim? – Choraminguei.

– Hm... Clove?

– O QUE?

– A cama é de casal.

– COMO ASSIM A CAMA É DE CASAL?

– Tipo, a cama é de casal?

– A CAMA NÃO PODE SER DE CASAL! NÃO PODE!

– Então...

– Então você dorme no chão, ué– Falei com uma expressão óbvia.

– Não mesmo. Vamos fazer assim, cada noite um de nós fica acordado fazendo sei lá o que e fora da cama enquanto o outro dorme.

– Agora é minha vez de dizer ‘não mesmo’, dormir é a única coisa de bom que tem nesse Acampamento!

– Nisso eu tenho que concordar.

– Então sai daí que agora eu preciso dormir– Empurrei ele e me enfiei dentro dos lençóis.

– Ei! Não é só você que quer dormir não!

Joguei o travesseiro mais próximo nele.

– NÃO OUSE REBATER! – Gritei quando vi ele levantando um também.

– Só por que pediu com educação– É, ele rebateu o travesseiro. Em minha cara. Agora a porra ia ficar séria.

– Ah, é? – Com um travesseiro em cada mão, fui pra cima dele– Eu não vou deixar passar– uma travesseirada atrás da outra.

 E foi isso até o sol começar a surgir, no momento em que ouvimos uma batida na porta e a voz alegre da professora. Trocamos olhares preocupados que só podiam significar uma coisa: Fudeu. Um instante antes dela entrar, nos colocamos embaixo dos lençóis e fingimos estar dormindo.

– Que bonitinho! Acho que se entenderam. – Eu acho que não, pensei– Mais está na hora de acordar. CRIANÇAS!

‘Acordamos’ num pulo.

– Aqui estão seus horários, e os grupos. Mais vocês ficarão juntos, num grupo com mais campistas. Agora é o café da manhã, acordamos cedo para poder completar as atividades. Seus colegas de grupo estarão te esperandona mesa 15, os nomes deles são Dylan Mitchels e Julliet Simon.

– Professora, só mais duas perguntas– Cato falou.

– Diga.

– Porque um quarto só para os dois?

– Como são só vocês de seu colégio, para não faltar quarto para as crianças menores.

– E por que uma cama só para os dois?

– Resolvemos deixar os outros quartos com mais de uma cama para as crianças menores também, porque eles são divididos em quartos das meninas e quartos dos meninos.

– Então porque não ficamos nos ‘quartos de meninos’ e ‘quartos de meninas’? – Ele perguntou como se fosse óbvio.

– Você disse só duas perguntas– Ela falou e saiu do quarto.

Cato’s Summer

– Ótimo, nós dois e dois pirralhos. O verão inteiro. Andando de caiaque, pintando vasos de argila. Comendo marshmallow e cantando na fogueira. – Resmunguei.

– Cala a boca e pega a bandeja.

– Ê humor imprevisível esse seu...

– Se eu repitir de novo, não vou ser tão carinhosa como da primeira vez– Clove apontou para a pilha de bandejas.

Eu peguei a merda da bandeja e enchi o prato calado, o que fez ela sorrir com a potência da ameaça.

– Cadê a mesa 15?

– É só contar 15 mesas, bocó.

– Vamos logo, tá todo mundo olhando pra gente.

Percebi ela olhar ao redor. Acho que ninguém mesmo do ensino médio vem aqui. Não era nada confortável passar por todo canto atraindo olhares de crianças com uma faixa-etária entre 7 e 9 anos. Conseguimos andar até nossa mesa sem fazer alguma coisa humilhante. Na verdade, alguma coisa mais humilhante do que estar no retiro escolar com 16 anos. Ao chegarmos a uma mesa, uma garotinha que eu acho que é a tal Julliete abriu espaço para Clove sentar no banco dela. Já o menino, me olhou da cabeça aos pés e continuou comendo como se não tivesse ninguém querendo sentar. Respirei fundo e contornei a mesa pra sentar do outro lado.

– Você está bem? – Perguntei quando percebi que a menina olhava diretamente pra mim.

– Ih, acho que ela se apaixonou– falou Clove rindo de minha cara.

– Posso dizer o mesmo quanto esse pirralho aqui do lado a você.

– Idiota. Quais são os seus nomes, queridos? – Ela se direcionou ás crianças fingindo que não sabia seus nomes.

– Meu nome é Julliete– Ela falou sorrindo em minha direção– Mais me chama só de Jullie.

– Dylan, mais pode me chamar de Seu, gata– Clove ergueu os olhos enquanto eu ria tão alto que todos deviam estar olhando pra nossa mesa– E eu tenho experiência quando o assunto é garotas.

– Há, vai sonhando. A única que você vai pegar aqui é gripe.

– Pxiiii– Tirei sarro da cara do garoto.

– E você, tire o olho que ela é minha– Dylan olhou pra mim cerrando os olhos.

– Próxima piada– Falei.

– Eu sou Clove, e essa coisa é o Cato.

– Prazer pra vocês também.

– Cato, a bandeja está muito pesada, você pode me ajudar a levar até o lixo? – Jullie fez carinha de cachorro que caiu da mudança.

– Claro que ele ajudaria, não é? – Merda. Clove sabia direitinho como acabar com minha vida. Agora, ‘babá de uma garotinha’ é o que se aplica a minha pessoa.

Peguei a bandeja e joguei o que tinha em cima no lixo. Quando me sentei novamente na mesa, a sra.McWaren apareceu no pátio entregando as atividades:

– Mesas de 1 a 5, canoagem. Mesas de 6 a 10, artesanato. Mesas de 11 a 15, tirolesa– Ouvi as mesas escolhidas para essa atividade gritarem de felicidade– Mesas de 16 a 20, cuidar da horta. Em cinco minutos, espero ter todos em suas devidas tarefas. Se algum espertinho resolver não comparecer– Foi impressão minha ou ela olhou pra mim e pra Clove nessa hora? – A sala do castigo é bem vinda. E as atividades de quem está lá serão muito piores esse ano.

O que essa mulher achava que eu tinha? Sete anos? E que diabos é a sala do castigo? Eu não consigo imaginar ninguém com mais dessa idade choramingando pra não entrar na ‘sala do castigo’.

– Já arranjei um lugar de onde me jogar. Tirolesa. Aí na descida minha cabeça vai bater em alguma pedra e quando eu chegar ao solo, meu coração já vai ter parado de bater por causa da hemorragia no cérebro– Clove sussurou pra si mesma. Ela era boa com planos de suicídio.

– Ei, arranje um plano pra mim também.

– Só se você me arranjar grana.

– Pra que grana, se você vai estar morta?

– Aí só você vai morrer e eu vou pegar um ônibus, táxi ou alguma coisa pra fugir daqui– Ela falou como se fosse óbvio.

Do jeito que eu não tenho criatividade para suicídio, teria que arrumar um jeito de sobreviver nesse acampamento. E pelo verão inteiro.


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso. Pode começar a me xingar nos reviews, sé é que vai ter...
Mellarkisses