Ordinary Girl escrita por MissLerman


Capítulo 2
Capítulo 2 Seus olhos


Notas iniciais do capítulo

Booooa tarde leitores. Fiquei muito feliz quando vi que alguns leitores meus de Accidentally in Love migraram para cá. Aproveitem o capítulo (:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/237590/chapter/2

- Ah Deus, me desculpa! - digo ajudando o moço a pegar as folhas de papel.

Me senti uma completa idiota. Eu mal chegara na cidade e já havia pagado um mico. Não tive nem coragem de olhar na cara dele. Só vi que ele usava um boné, e isso me impedia um pouco de ver seu rosto. Resolvi apenas continuar pegando os papeis. Mas aquilo que parecia ser um pouco de falta de educação de minha parte. Achei melhor me desculpar novamente.

- Olha moço, me desculpa novamente. É que eu sou nova aqui, morava no Texas e nunca saia de casa. E vir para cá me encantou. Eu não vi o senhor passar e, como sou muito desastrada, acabei batendo em você. Mas claro, o senhor provavelmente não quer me ouvir tagarelando. Com esse monte de papel deve estar indo trabalhar ou algo do tipo e... - só me dei conta que falara demais quando ouvi o moço dar risada.

Então fechei minha boca e encarei o chão. Como eu conseguia ser tão idiota? Um estranho, que parecia ser lindo, estava bem à minha frente e eu não conseguira falar nada que prestasse. As vezes eu me irritava comigo mesma. Por que tive que nascer tão atrapalhada assim? 

Os papeis já estavam todos juntos, mas o moço ainda não olhara em meu rosto. "Ele deve estar pensando que precisa sair logo daqui e se livrar de mim" pensei. Ele tinha dedos finos. Notei isso enquanto o via arrumar as folhas com as mãos. E era bem branquinho também, mais branco do que eu. O pouco cabelo que saia para fora do boné se mostrava escuro. Tão escuro quanto o cabelo de Claire. Ele deveria mesmo ser muito lindo.

Avistei seu passaporte um tanto distante dali. Já que não estava fazendo nada mesmo, me estiquei para pegá-lo. Infelizmente, o lindo moço de cabelos pretos que estava bem em minha frente teve a mesma ideia. Batemos a cabeça em seco. Aquilo realmente doeu!

- Ai! - gemi - Ainda não descobri um nome para essas minhas proesas. Porque "acidentes" com certeza não são. Sou pior do que uma velha cega tentando atravessar a rua! - digo pegando seu passaporte.

Ele deu risada. Mas não foi como aquela hora, não fora uma risada abafada. Ele gargalhou, de verdade. Me senti um pouco ofendida, mas parecia que ele não estava assim tão bravo. Pensei que talvez ele estivesse se divertindo com aquela situação.

Como sou xereta, abri seu passaporte antes de entregá-lo. Ali tinha seu nome "Franklin Willian McCain". Franklin. Era um nome estranho, e um pouco engraçado. Provavelmente, as mães de hoje em dia quase não usavam esse tipo de nome. Pensei em rir, mas seria falta de educação. Minha mãe sempre me ensinou que devemos sempre agir com respeito, até mesmo com pessoas desconhecidas. E, com ele, não seria diferente.

- Então, Franklin, aqui está. - digo entregando seu passaporte.

Ele o pega e fala pela primeira vez:

- Pode me chamar de Frank.

Frank. Com certeza era um apelido bem melhor do que Franklin. Mas, ao invés de me olhar, ele continuou encarando o chão. Eu aqui, tentado ao máximo ser simpática, e ele não faz questão nem de me olhar nos olhos? Que cara mal educado!

- Ok, Frank. Meu nome é... - eu ia me apresentar, mas então Frank olhou para mim. E, assim que seu olhar encontrou com o meu, me perdi em seus olhos. Eram azuis. Eram com certeza os olhos azuis mais lindos que eu já vira. Ele me transmitiam felicidade, alegria. Pareciam até brilhar. Senti que estava congelada naquele momento. Era como se não houvesse mais nada. Como  se não houvesse aeroporto, nem Peter, nem Claire, nem Charlie. A única coisa que eu conseguia ver era seus olhos. Ele também parecia estar petrificado. Não se mexia e não falava. Seus lábios finos esboçavam um sorriso. E foi só então que consegui recuperar minha consciencia, quando tirei meus olhos de seus olhos - ... Nina.

Frank sorriu. E ele tinha um sorriso lindo. Sorri constrangida e encarei o chão. Provavelmente estava vermelha. Eu senti meu coração bater mais rápido. Minhas mãos tremiam e eu não queria sair dali. 

Ele me olhava curioso. Ainda estávamos os dois de joelhos no chão se encarando. Mas pensando bem... Ele não era estranho. Se tirásse a calça jeans, a camiseta verde e os tênis, talvez... Ah Deus! Só então me dei conta de com quem estava falando! E só sabia que estava pagando o maior mico de todos.

- Espere... F-F-Frank? Frank McCain? O ator Frank McCain? Ah, me desculpa, mas eu preciso ir! - disse me levantando e indo para o lado oposto.

Agora bastava. Eu, Nina, tinha esbarrado acidentalmente em Frank McCain! Ele deveria estar rindo e pensando em como a caipira idiota aqui era... Idiota! Apressei o passo, mas logo escutei alguém me chamar e segurar meu braço.

- Nina, espera... - Frank disse fazendo com que eu me virasse para ele, meu rosto deveria estar muito corado - Não tem que se desculpar tanto, eu também estava distraído. Olha, podemos começar de novo? - ele disse estendendo sua mão.

Não sabia ao certo se devia apertá-la, minha mão estava tremendo demais. Descruzei os braços e apertei sua mão. Ele tinha a pele macia, e sua mão estava quente, ao contrário da minha. A balançou um pouco e, olhando em meus olhos, disse:

- Olá, prazer. Meu nome é Frank McCain, mas pode me chamar só de Frank. E você, senhorita, com se chama?

Não consegui segurar o riso com o ar cavalheirístico dele.

- Olá, o prazer é todo meu. Me chamo Nina Donnovan. Mas me chame só de Nina.

Frank sorriu e continuou me encarando. O que havia naqueles olhos para que eu me perdesse tanto neles? Eu o conhecia à apenas alguns minutos e já me sentia completamente atraída por aquele olhar. Ele tinha um olhar doce. E, ao contrário dos atores comuns, me transmitia algo a mais. Era bondade. Era gentileza. Era humildade. Tavez, Frank McCain fosse diferente. Talvez ele não fosse cafajeste como a maioria dos homens. E exs-namorados.

- Nina! - a voz de Peter me tirou de meus devaneios.

Somente depois dele me chamar, foi que percebi que ainda segurava a mão de Frank. Meu rosto deveria estar pior do que um pimentão. Soltei minha mão e me virei bruscamente. Avistei Charlie e Claire carregando as malas, e Peter deveria estar...

- Onde você se meteu? Tem noção de como eu fiquei preocupado? - ele disse ao meu lado.

Como ele consegui se teletransportar para meu lado, isso eu não sei. Mas Peter tinha uma expressão nada agradável no rosto. Ainda mais depois de ver que eu estava acompanhada de um estranho. Lhe dei um sorriso fraco, mas ele ainda me encarava feio. "Vou ouvir mais tarde" pensei. Peter seria como meu pai ali, então não perderia a aportunidade de me ferrar.

- Anda, vamos embora! - ele disse olhando feio para Frank e saindo. Indo então em direção à Claire e Charlie.

Minha amiga me olhava  curiosa. E eu iria contar tudo à ela, mas só depois que chegássemos em casa. Me voltei para Frank, que parecia um tanto desapontado, e disse:

- Eu preciso ir. Me desculpa de novo, e foi um prazer te conhecer. - e então comecei a me afastar.

Eu não queria ir. Na verdade, queria ficar lá e conversar mais com Frank. Ele parecia ser legal. E notei que ele franziu o cenho assim que notou que eu já estava um tanto distante.

- Não, espera... Será que eu poderia te ver de novo? - ele gritou e caminhou um pouco.

Ele estava querendo me ver de novo? Eu ouvira certo? Sim, eu ouvira! Meu coração deu um salto com esse pedido. E eu realmente queria vê-lo de novo. Mas, afinal, o que aquilo significava? Eu esbarrei nele, baguncei seus papeis, bati em sua cabeça com a minha, e ele ainda queria me ver! Meu estômago revirou. Faz um bom tempo que eu não sentia isso. Da última vez que senti foi quando meu ex-namorado Lucas e eu dormimos juntos pela primeira vez. Mas aquelas lembranças eram péssimas, por isso me conscentrei no belo homem de olhos azuis em minha frente.

Eu poderia estar gostando dele mesmo o conhecendo tão pouco? Não, seria loucura! Mas de tão louca que parecia essa ideia, poderia até ser verdade. Parei também para pensar que poderia ser apenas um encanto e que poderia ser passageiro. Afinal, que garota não ficaria encantada se um ator lindo como Frank dissesse que queria vê-la novamente? Nenhuma! 

Eu o encarei novamente, desta vez parando perto da porta. Vi que Peter, Claire e Charlie já estavam do lado de fora me esperando. Era agora ou nunca. Não sabia ao certo onde era o apartamente de meu irmão, então não poderia passar um endereço para Frank. Ele me olhava acanhado. Parecia esperançoso. Ele queria uma resposta. E merecia uma resposta. 

- Me encontre amanhã no Central Park às duas, tudo bem? - grito e caminho de costas em direção à porta.

O rosto de Frank se iluminou e ele apenas assentiu. Meu coração quase parou. Era meu primeiro dia em Nova Iorque eu já tinha um encontro. O que estava acontecendo comigo? Sou um desastre ambulante, e como alguém com Frank estaria disposto a sair comigo? Era complicado de se entender. Principalmente para mim.

Assim que me viu, Peter juntou as sobrancelhas. Ele era o único que ainda estava fora do carro. Meu guarda-costas, estava esperando por mim.

- Entre no carro, agora! - ele disse num tom autoritário.

Mas eu nem sequer liguei para ele. Minha cabeça estava um tanto distante. Na verdade, eu só conseguia pensar em um certo moço cujos olhos azuis me deixaram tonta. Essa era a única imagem que se passava em minha cabeça. As cenas ficavam se repetindo. Meu esbarrão, o pedido desajeitado de desculpas, a batida na cabeça, seus olhos, seu sorriso... Frank McCain era a única coisa em que eu conseguia pensar. Estava me sentindo uma idiota por me sentir tão estranha com relação a ele.

- Ah... Claro... - foi só o que consegui responder.

Entrei no carro e Claire me encarou com um olhar de quem diz "Terá de me contar tudo depois". Apenas sorri e Peter ligou seu Camaro 78 preto. Ele tinha uma paixão enorme por aquele carro. 

Olhei uma última vez para o aeroporto e fiquei pensando no que estaria se passando na cabeça de Frank McCain.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aqui está o bom e velho Camaro 78 preto. Eu realmente amo esse carro HEUHEUEHUH Espero que tenham gostado, até manhã NHAC ;3