All That Drugs - Sugar Coma escrita por AbyssinWonderdead


Capítulo 22
CAPITULO 21: Fugitiva


Notas iniciais do capítulo

hummmm, o que eu tenho que dizer aqui mesmo?? ah sim!
- primeiro: UM MILHÃO DE DESCULPAS! EU DEVERIA POSTAR DOIS CAPITULOS HJ, PRA RECOMPENSAR O ATRASO, MAS EU NÃO TENHO DOIS PRONTOS, EU TENHO ESSE E MEIO CAP. ENTÃO, DESCULPEM!!! ME DESCULPEM!
- dois, é só isso, me desculpem, e uma coisa... sim, ele se parece bastante com o Axl Roses novo... *u* (Spoiler, logo no começo, ninguém merece, né?) ta parei, mas fica aí só uma ideia... kkkk
- tá já fui, vão ler
- ta comprido demais, eu tenho que escrever menos! kkkk ta bom, ta bom
- espero que gostem! *u*



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ALL THAT DRUGS

CAPITULO 21: Fugitiva


“This'll Hurt You Worse Than Me

I'm Weak, Seven Days, I'm Weak

Don't Run From Me. I Won't

Bother Counting One,Two,Three...”

– No Reflection – Marilyn Manson

Seu sono tinha sido péssimo durante a noite mesmo com o tranquilizante; era como se todos os desenhos que havia feito para a psicóloga, tivessem saído dos papéis e entrado nos seus sonhos.

Estava há vários minutos deitada na cama, olhando para o teto, na intenção de que o sono chegasse, e que afastasse os desenhos de sua cabeça, mas nada acontecia, apenas os desenhos de seus papéis apareciam em sua mente, como se tivessem ganhado vida.

E o desenho de “paz” em sua mente abriu os olhos, ainda com a feição morta, e disse: “Fuga” e ela se lembrou do seu objetivo.

Levantou a cabeça rapidamente do travesseiro, olhou em volta, as persianas da janela que dava para o corredor da clinica estavam semi-abertas, e as da enorme janela de vidro estava fechada por completo. Lembrava-se que Cherry estava na poltrona antes de adormecer por completo, mas esta já não estava mais ali.

Olhou para onde normalmente seu celular ficava, mas ele também não estava ali, só havia o origami de Travis. Mexeu um pouco as pernas, e rodou levemente a cabeça, não se sentiu tonta, nem suas pernas doeram. Pegou o origami e o abriu por completo, havia escrito: Eu te amo.

Desceu da maca e foi até o armário de madeira amarela; haviam apenas as roupas que estivera vestindo quando chegara em Aberdeen, não havia uma muda de roupas para quando ela fosse sair de lá. Eu não ia sair, pensou, pegando as roupas e as embolando um pouco nas mãos, e procurou o banheiro que normalmente se tem em quartos de hospital, para que o paciente possa ir ao banheiro sem sair do quarto.

Vestiu as roupas e voltou para o armário, pegou seus anéis e brincos, e os colocou. Havia um casaco preto embolado em uma bolsa em um canto do armário, era a sua bolsa de couro, puxou-a pelas alças, desenrolou o casaco da bolsa e a abriu; seu celular, o carregador, os fones de ouvido e todas as fotos e papéis de Frances estavam ainda ali dentro.

Amarrou o casaco à cintura, suspirou, ligou o celular, eram 03h e 35min da manhã; colocou o celular dentro da bolsa, calçou seu All Star que estava em um canto do quarto e foi até o sofá bege onde estava a janela que dava para o corredor. Olhou por entre as persianas; o corredor estava vazio, foi até a porta, e a maçaneta rodou, fazendo Frances congelar por segundos, se afastou e ficou olhando quem entraria.

Cherry abriu a porta, e ficou olhando para Frances com uma face sem expressão alguma.

– O que está fazendo acordada?

– Você não dorme? – respondeu com uma pergunta.

– Acha que é fácil, sair de uma reabilitação?

– Não, a menos que você me ajude. – sorriu para Cherry.

– Serei despedida! – exclamou com a voz baixa – Sabe que preciso desse emprego.

– Não se preocupe. – disse passando por ela – Você não vai... Só vou ao jardim, não estou com sono.

Cherry ergueu uma sobrancelha, e segurou Frances pelo braço.

– Frances.

– Deixe-me. – fechou e abriu a boca para dizer mais alguma coisa, mas desistiu.

Cherry continuou segurando o braço de Frances por um tempo, até que ela suspirou, rodou os olhos e soltou o braço dela. Com os olhos sem expressão, e um sorriso torto nos lábios.

– Meus pais estão aqui? – perguntou.

– Estão. – respondeu Cherry.

Tommen estava sozinho em casa, ou com seus tios.

Sentiu um arrepio, e pensou em Bran, sozinho em casa, sem ninguém, provavelmente privado de sair do quarto de Frances, para que não quebrasse nada na casa nova.

Cherry deixou que ela fosse embora, sem mais perguntas, ou falas de advertências.

Caminhou normalmente pelo corredor, como se nunca tivesse sido internada ali, passando normalmente pelos raros funcionários que passavam pelo corredor. Dirigiu-se até a entrada principal, estava tudo escuro, apenas algumas luzes de postes, pensou o quanto teria que caminhar até o centro, e como encontraria o caminho para a casa dos pais.

Ficou parada na beira da estrada por alguns minutos depois começou a andar pela calçada indo em uma direção que nem sabia para onde levava, apenas sabendo que fora a direção que Travis tomara. Abriu a bolsa, retirou o celular e os fones de dentro e colocou uma música para tocar, enquanto caminhava.

Vapor branco começou a sair de sua boca, suas mãos começavam a congelar, esquecera que a noite era sempre fria e a madrugada mais ainda. Desamarrou o casaco da cintura e o vestiu, com o zíper fechado até o busto.

Caminhou por vários minutos até que começara a andar por uma parte da cidade que tinha uma aparência mais urbanizada e era mais iluminada, então pensou que já estava na parte mais movimentada da cidade, embora não pudesse ter certeza disso, pelo fato de que estava de madrugada, e normalmente as pessoas estão dormindo nesses horários.

I'm so warm and calm inside

I no longer have to hide

Lets talk about someone else

Steaming soup against her mouth

Nothing really bothers her

She just wants to love herself

I will move away from here

You won't be afraid of fear

No thought was put into this

I always knew it would come to this

Things have never been so swell

I have never failed to felt

Enquanto andava pelas ruas via duas ou três pessoas escoradas em paredes, bebendo ou fumando, ou os dois. Sentia um pouco de medo cada vez que passava por essas pessoas, embora ela se lembrasse bem que quase chegara àquele ponto uma vez, e a abstinência a havia tirado daquilo, não que ela se sentia grata, mas também não se sentia aborrecida quanto à falta da heroína...

Ouviu passos abafados atrás dela, não mais de quatro pessoas, sugeriu a si mesma enquanto acelerava o passo, olhando para trás as vezes, e sempre que olhava não havia ninguém, ou tinha uma pessoa escorada em uma parede, ou deitada na beira de uma viela.

Pausou a música e continuou a andar, apenas ouvindo os passos atrás dela, sem olhar para trás. Seu coração estava acelerado e a respiração apertada e acelerada. Ouviu uma assoprada, depois um riso.

– O que faz aqui sozinha? – uma voz masculina soou atrás dela, meio embolada pela bebida. – É perigoso.

Ignorou, começando a correr, sem olhar para trás. “Não olhe para trás, não olhe! Se olhar estará perdida, se olhar estará perdida” disse para si mesma em mente enquanto corria, estava assustada, e não parecia eu conseguiria fugir dele tão facilmente, o barulho de pés correndo na calçada só queria dizer que ele estava correndo atrás dela. Olhou para trás, e quase caiu para trás quando se bateu em alguma coisa, ou alguém.

– Toma cuidado por onde anda – um homem pela altura, mas com cara de garoto, mas ainda assim um homem. Tentou desviar dele, com passos rápidos mas ele a puxou pelo braço, fazendo seu corpo ricochetear de volta, se batendo novamente no homem, doeu. Sentiu seu braço voltar para o lugar. – Fique para a festa.

– Está assustando a garota, Logan. – o outro bêbado disse se aproximando. – E ai, gata, que tal uma festinha?

Sentiu seu corpo trepidar com força. O chamado Logan soltou uma gargalhada.

– Veja como ela treme... – riu novamente.

– Me larga! – disse Frances, tentando inutilmente se soltar novamente. – Por favor!

– Porra cara, ela quer que a gente solte ela... – disse o bêbado. – E aí, faz o quê?

– Sei lá, cara.

Tentou se soltar novamente, mas sentia como se houvesse chumbo preso a suas pernas e ela não conseguia movê-las, apenas do joelho pra cima do seu corpo se mexia normalmente, sem ela pedir ou querer, lágrimas rolaram sem parar por seu rosto, deixando-a irritada e assustada ao máximo.

– ME LARGA, SEU FILHO DA PUTA! – berrou na sua voz máxima, para que todos os moradores da área pudessem ouvir, mas nada aconteceu como conseqüência, apenas uma mão quente e nojenta surgiu em sua boca.

– hum, a bonitinha também sabe xingar. - o Logan deu uma risada baixa.

– Cala a boca! – gritou o bêbado, chegando mais perto de Frances.

Frances sentiu uma mão dura e magra deslizando por entre suas coxas. Suas pernas voltaram ao normal, e ela afastou a mão com um chute para o ar, que parecia ter acertado o que havia entre as pernas do bêbado; ele caiu de joelhos com as mãos no local do chute, com a cara vermelha. Em outro momento poderia estar rindo do ato, mas na situação em que estava, Frances só podia pensar em uma coisa para aquele ato: “Merda”.

Quando o atingido se levantou semi-recuperado do ataque, ele já não parecia calmo e bêbado. Parecia irritado, bêbado e... perigoso. Frances deu um salto, e se mexeu por completo tentando se soltar, por sorte conseguiu, mas não teve forças suficientes para correr muito rápido, e eles eram mais rápidos que ela.

– Pegue-a Brian!

Brian, O Atingido, a segurou pelo braço e a puxou para perto de uma parede que dava para uma viela escura, um beco sem saída pelo visto, prensando ela na parede com o antebraço dele apertando seu pescoço.

Frances agarrou o braço dele e começou a cravar as unhas na pele e as arrastando, mas ele não parecia sentir muita coisa, e para a surpresa de Frances, Brian riu de algo, ao invés de fazer algo para ela parar.

Cuspiu na cara dele e chutou-o novamente, mas deveria ter lembrado que dois raios nunca caem no mesmo lugar, então a mesma técnica não funcionaria duas vezes com a mesma pessoa.

Brian puxou o cabelo de Frances com força, a ponto dela sentir arrepios pelo corpo todo, e ficar totalmente imobilizada, com a cabeça para trás e a coluna um pouco arqueada para trás.

Com a outra mão ele apertou a mandíbula de Frances e balançou a cabeça dela para a esquerda e para a direita. Nojento, pensou sentindo náuseas pelo terrível bafo de bebida que saía de sua boca.

– Você não corre muito, vadiazinha... Saiu de onde? Não me parece que é daqui.

Cuspiu novamente nele, trincando os dentes.

– Você não acha que ela está muito vestida, Brian? – Logan disse enquanto se aproximava, com um sorriso maroto nos lábios. Cretino! Quis dizer, antes que o pior acontecesse. – Segura ela.

Tentou escapar, voltando a se sacudir, mexendo as pernas, mas o bêbado puxava mais seu cabelo. Aos poucos a dor não incomodava mais, só cócegas; pisou no pé de Brian com o All Star, depois chutou sua canela. Esperando que ele a soltasse, ele a soltou, mas logo a segurou devolvendo o chute e a pisada com um murro seguro na têmpora esquerda; caiu tonta com a visão embaçada na calçada, se segurando na parede ao seu lado.

– Barata tonta – cantarolou um dos dois que não soube distinguir; logo um dos dois a arrastou para um lugar aonde não chegava um fio de luz.

Acabou, pensou, enquanto imaginava que estava chutando o ar, para que a soltassem, mas não parecia estar acontecendo nada; ainda estava sendo arrastada.

Sua cabeça pulsou, e granuladamente sua visão voltava. Seu rosto ardeu quando já podia ver o que acontecia; um dos dois estava segurando seus braços no chão, suas pernas estava caídas e abertas, e Frances não conseguia ver o outro.

Bateu os pés com força no chão, e tentou rodas pelo chão para se soltar, mas foi tudo em vão, o que a estava segurando era forte demais para conseguir se libertar das mãos dele.

– Por favor! Me larga! Me deixa ir!

Pegou-se gritando e chorando alto, em meio a soluços e engasgos. Gritou e gritou mais alto a cada momento, até que uma das mãos que segurava seu braço sumiu e outra a atingiu no rosto com tamanha rapidez que ela não percebeu.

– Cala a boca dela! – exclamou alguém surgindo do escuro. – Ou melhor... Tira a roupa dela.

– NÃO! – gritou na mesma hora. – Por favor! Me deixa ir embora!

Sentiu-se tonta, como em todas as vezes que sentia medo, seus ossos tremeram, estava com frio mesmo com aquele casaco, seu corpo estava todo arrepiado, seus olhos ardiam e seu estômago queimava.

Ouviu o barulho de carro ali perto, gritou o mais alto que pode, quem estava no carro provavelmente a ouviu. Logo dois faróis brancos que poderiam cegar uma pessoa, iluminaram todo o beco sem saída; o que a estava segurando pelos braços a largou de imediato e saiu correndo, com o outro o seguindo logo atrás.

Quis levantar, mas não teve forças o bastante para tal ato. Moveu uma perna, mas esta caiu sem os sentidos. Arrastou-se até a parede com os braços e começou a se levantar apoiada a ela, com todos os membros do corpo trêmulos e com os sentidos falhando.

– Você está bem? – uma voz masculina surgiu, soava gentil, mas ao mesmo tempo rude.

Tentou se apoiar nas pernas com mais firmeza, mas falhou e tropeçou, quase caindo se não fosse pelo cara que a ajudara. Olhou para o homem, seus cabelos eram compridos até um pouco abaixo do ombro, lisos e ruivos, cortado repicado, usava um óculos escuro, uma blusa sem manga branca com uma caveira, carregava uma jaqueta de couro no braço direito e o outro estava visível, tinha uma tatuagem do Guns n' Roses da cruz com os integrantes da banda que aparecia no CD "Appetite for Destruction"

– Obrigada. – Frances aceitou a ajuda com receio.

– Sem problemas, eles te machucaram?

– Não, eu acho. – disse, tocando a testa. – Só uma pancada, estou bem.

– Precisa de um hospital?

Frances sorriu.

– Estou bem. Obrigada.

– Meu nome é Alan. Alan Donnel – Alan estendeu-lhe uma mão para apertá-la. – E o seu?

Frances apertou a mão dele com um sorriso.

– Frances. Frances Lorance.

– Onde mora? Posso te dar uma carona...

– Eu... Eu posso seguir caminho sozinha. Obrigada. - disse se pondo a andar.

– E correr o risco de ser alvo de uma tentativa de estupro de novo? – ela parou.

– Por quê deveria ir com você? – disse voltando a ficar de cara com Alan.

Alan deu de ombros.

– Posso te deixar em casa.

Não quis dizer a ele que não sabia bem onde estava e para onde ia, estava andando em Aberdeen como se fosse uma cega sem guia, já que não conhecia nada, nem ninguém.

– Eu não sei onde é. – decidiu dizer de uma vez.

– Você não é daqui, né?

– Não. Cheguei de Seattle tem alguns dias – disse – eu estive...

Interrompeu-se, vendo que já estava começando a falar demais. Abriu e fechou as mãos, depois arrumou sua roupa. Sentindo os olhos de Adam encarando-a, enquanto Frances parecia estar nervosa e envergonhada.

– Você esteve...? – Adam repetiu a frase dela, com uma sobrancelha levantada – Esteve aonde?

– Esquece.

– Ok. – disse indo até o carro – Você vem?

Frances ficou parada por um tempo, ainda sentindo uma leve tremulação em seu corpo, suspirou, e deu dois passos antes de parar novamente, sem saber se deveria ou não ir com ele, se seria realmente mais seguro ir com ele.

– Você vem? – ele perguntou de novo, agora tinha um cigarro na boca. – Não tenho a madrugada toda...

– Okay, senhor estressado! – disse com um sorriso, indo até o carro.

Era um Camaro, vermelho vivo, com bancos de couro preto, e com as costumeiras duas listras pretas na pintura. Sentou-se no banco do passageiro, ao lado do motorista, e Adam entrou logo depois, ainda com o cigarro na boca, retirou, assoprou para o lado de fora, colocou o cigarro na mão esquerda e a pôs para o lado de fora pelo vidro.



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Notas finais do capítulo

- espero que tenham gostado
- não esqueçam dos reviews, falow?
- paz, amor e empatia



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